Capítulo 19: Guilda
Lilith saiu do estábulo e seguiu em direção à guilda, a neve afundando seus pés a cada passo. Ela atravessou as ruas da cidade, observando os habitantes começando suas rotinas matinais.
Lilith entrou na guilda, seus passos ecoando suavemente pelo salão de pedra. A atmosfera era animada, com aventureiros discutindo suas últimas missões e trocando histórias. Ela seguiu direto para o balcão, onde um senhor de meia-idade, com cabelos grisalhos e um semblante cansado, a observava se aproximando.
“Bom dia”, disse Lilith com uma voz calma, mas firme.
O atendente a olhou por um momento, avaliando-a antes de responder.
“Bom dia. Como posso ajudar?”
Sem dizer mais nada, Lilith entregou seu cartão da guilda. O atendente pegou o cartão e examinou cuidadosamente. Seus olhos se estreitaram enquanto ele reconhecia o nome inscrito.
“Lilith…”, ele murmurou para si mesmo, reconhecendo o nome, “Vejo que você está na seção dos Vigilantes.”
Antes que ele pudesse continuar, um aventureiro bêbado se aproximou, tropeçando em seus próprios pés. Com um sorriso bobo e olhos enevoados, ele se apoia pesadamente em Lilith, sem perceber a aura de perigo ao seu redor.
“Ei, garota, o que uma mulher como você está fazendo aqui sozinha?”, ele disse, sua voz carregada de álcool e arrogância.
Lilith não respondeu imediatamente. Em vez disso, ela simplesmente levantou a mão, como se estivesse prestes a fazer um gesto casual. Porém, sem aviso, ela apenas tocou com dois dedos no braço do homem, e uma descarga elétrica percorreu seu corpo. O homem soltou um grito de dor antes de cair no chão, inconsciente. O choque foi rápido, mas intenso, e todos ao redor pararam para assistir.
O atendente observou o ocorrido, sem esboçar nenhuma reação aparente. Ele não fez nenhum movimento para ajudar o homem caído, apenas continuou sua conversa com Lilith, como se nada tivesse acontecido.
“Lilith, não é?”, ele repetiu o nome com mais clareza agora, e o salão inteiro caiu em um silêncio pesado, “Você é a Lilith que trouxe Fenrir até a cidade.”
A menção do nome de Fenrir fez com que um murmúrio nervoso percorra o salão, e os olhares antes curiosos se transformaram em temor. O nome de Lilith agora carregava um peso considerável, e todos ao seu redor sentem uma mistura de medo e respeito.
Lilith, por sua vez, manteve sua expressão calma e serena, ciente de que todos os olhos estão sobre ela. Mesmo assim, ela permaneceu firme, sabendo que sua presença na cidade, e agora na guilda, não passará despercebida.
Lilith continuou sua conversa com o atendente da guilda, ciente dos olhares que a acompanham. O atendente, embora inicialmente surpreso, pareceu recuperar a compostura rapidamente.
“Você é a Lilith dos Vigilantes. A que trouxe Fenrir para a cidade, certo?”, ele disse, com um leve tom de incredulidade.
“Sim”, respondeu Lilith, mantendo a voz firme, “Estamos aqui por um tempo, mas preciso de algumas coisas antes que possamos seguir em frente. Preciso de um bracelete de guilda para Fenrir. Também necessito de um lugar onde possamos ficar e nos alimentar.”
O atendente a observou, ponderando suas palavras por um momento.
“Um bracelete de guilda para Fenrir… isso é um pedido incomum. A maioria dos companheiros de guilda não costuma ser… tão grande, ou tão… perigoso.”
“Eu entendo”, Lilith respondeu calmamente, “Mas Fenrir é mais do que um simples companheiro. Ele é um aliado valioso, e quero garantir que ele tenha o mesmo reconhecimento que qualquer outro membro.”
O atendente balançou a cabeça, ainda ponderando.
“Isso pode ser complicado. A cidade está em alerta por causa de criaturas perigosas, especialmente com a chegada do inverno. Mas… você trouxe Fenrir aqui e, até agora, não houve nenhum incidente. Vou ver o que posso fazer.”
Antes que Lilith pudesse responder, um cavaleiro com armadura leve e uma capa vermelha entrou na guilda, sua presença imponente chamou a atenção de muitos. Ele parou por um momento ao ver a atmosfera tensa, seus olhos percorrendo o salão até pousarem em Lilith, que está cercada por olhares atentos. Ele notou o homem caído ao lado dela e se aproximou, uma expressão de curiosidade e suspeita surgindo em seu rosto.
“O que aconteceu aqui?”, o cavalheiro perguntou, seu tom firme.
Lilith olhou para ele, mas antes que pudesse responder, ele sente a aura dela. É uma sensação pesada, como se estivesse diante de algo muito além do que seus olhos podem ver. Essa percepção o fez hesitar por um momento, mas sua curiosidade o levou a insistir.
“O que você fez com esse homem?”, ele questionou, a irritação crescente em sua voz. Lilith, no entanto, manteve a calma.
“Espere um momento”, ela disse simplesmente, voltando a atenção para o atendente.
O cavalheiro, furioso por ser ignorado, apertou os punhos e deu um passo à frente.
“Não vou esperar! Quero respostas agora!”
Lilith terminou sua conversa com o atendente, que lhe garantiu que vai providenciar o bracelete e encontrar um lugar para ela e Fenrir ficarem. Quando ela se virou para sair, o cavalheiro, tomado pela raiva, estendeu a mão e agarrou o ombro de Lilith com força.
Em uma fração de segundo, Lilith reagiu. Com um movimento rápido, ela ativou sua lâmina oculta, que se estendeu em um arco prateado e frio, e a posicionou diretamente sob o queixo do cavaleiro. O metal gélido pressionou suavemente contra sua pele, e o homem, sentindo o perigo iminente, congelou no lugar, os olhos arregalados de surpresa e medo.
“Não me toque”, Lilith disse em um tom baixo, mas ameaçador. Seus olhos fixos nos dele, sem nenhuma hesitação ou medo, mas ele não consegue ver por causa da venda nos olhos dela.
O salão inteiro ficou em silêncio, com todos observando a cena com uma mistura de temor e admiração. O cavalheiro, agora paralisado e sentindo o fio da lâmina contra sua pele, percebeu que subestimou Lilith. Ela não é apenas uma aventureira qualquer; há uma força perigosa e letal nela, uma que ele não estava preparado para enfrentar.
“Agora, se não se importa”, Lilith continua, mantendo a lâmina no lugar por mais um segundo antes de recuá-la lentamente, “Tenho coisas mais importantes para fazer.”
O cavalheiro, ainda imóvel, observava enquanto Lilith se afastava em direção à saída, seu coração batendo acelerado. Ele sentiu a aura dela se afastar, mas o temor que ela instilou nele permaneceu, gravado profundamente em sua mente.
Lilith, agora fora da guilda, sentiu o ar fresco da manhã em seu rosto, mas o peso da cidade sobre seus ombros. Ela precisava encontrar Fenrir e se preparar para o que vier a seguir. A cidade é um campo de batalha diferente, cheio de perigos que vão além das criaturas que ela enfrentou na floresta.
Assim que Lilith saiu da guilda, o silêncio permanece no salão. O atendente observou a porta balançar levemente após a saída dela e então se voltou para os presentes, notando as expressões de surpresa, medo e confusão nos rostos dos aventureiros.
“Para quem ainda não sabe”, começa o atendente, sua voz grave cortando o silêncio, “Ela é Lilith, uma Vigilante de rank C.”
O murmúrio de surpresa percorreu o salão, e o cavalheiro que havia desafiado Lilith ainda estava parado no mesmo lugar, olhando para o nada. A informação parece bater com força nele.
“Mas como alguém de rank C pode ter…”, começou um dos aventureiros mais jovens, mas o atendente o interrompe.
“Não subestimem Lilith”, ele advertiu, sua voz carregada de seriedade, “Ela trouxe Fenrir, o lobo prateado gigante, até a cidade sem causar pânico ou destruição. Isso, por si só, já deveria ser motivo suficiente para não julgar pela sua classificação. Muitas vezes, os números não conseguem medir a verdadeira força de um guerreiro.”
O cavalheiro, ainda processando o que aconteceu, sentiu uma onda de vergonha misturada com incredulidade. Ele percebeu agora o erro que cometeu ao subestimar Lilith, julgando-a pela aparência.
O cavalheiro finalmente desviou o olhar do vazio, sua expressão mostrando um misto de surpresa e arrependimento. A arrogância que ele sentia há poucos momentos parece ter se dissipado, substituída por uma compreensão amarga da situação.
“Eu…”, ele começou a dizer, mas não encontrou palavras. Ele simplesmente abaixou a cabeça, sentindo o peso de seu erro.
Os outros aventureiros na guilda, que antes observavam Lilith com desdém ou curiosidade, agora a vêem sob uma nova luz. Uma mistura de respeito e temor começou a se formar entre eles, enquanto o nome de Lilith ecoava em suas mentes.
O atendente balançou a cabeça ligeiramente, como se quisesse deixar um aviso não dito: Lilith é alguém a ser respeitada, e qualquer um que cruzar seu caminho deve pensar duas vezes antes de agir precipitadamente.
O cavalheiro, ainda abalado, saiu da guilda em silêncio, deixando para trás as dúvidas e julgamentos dos outros. Ele agora sabe que, independentemente do rank, há pessoas neste mundo que transcendem as expectativas, e Lilith é uma dessas pessoas.
▷ Nome: Lilith
▷ Buffs: Aprimoramento adaptativo (Taxa de x%↑)
▷ Habilidades: Imortalidade, Velocidade, Cura, Fogo, Resistência a fogo, Criar e manipulação de raios, Manipulação do Ar, Resistência elemental avançada, Regeneração acelerada
▷ Técnicas: Coração Silente, Tempestade Neutra
▷ Status: Cansada
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