Capítulo 21: Arlin
Lilith terminou seu café da manhã, aproveitando os últimos pedaços de pão e um gole do suco cítrico. Ela limpou as migalhas das mãos e se levantou, ajustando o capuz da capa para cobrir parte de seu rosto. Félix flutuava silenciosamente ao seu lado, acompanhando cada passo dela enquanto se dirigiam à saída da hospedaria. Fenrir ficou para trás, descansando sobre o tapete acolchoado do quarto, suas orelhas se erguendo brevemente em despedida.
— Cuidado, Lilith — Félix sussurrou em sua mente. — esses encontros podem parecer inofensivos, mas nunca sabemos realmente o que esperar.
Lilith não respondeu, mas seu olhar determinado deixava claro que está preparada para o que vier. Saindo para as ruas de Novograd, ela seguiu o caminho de volta para a guilda de aventureiros. As ruas estão mais movimentadas agora, com comerciantes anunciando seus produtos e carruagens indo e vindo. O som de ferraduras e o burburinho das pessoas criaram um pano de fundo constante enquanto ela avançava pela cidade. A guilda surgiu à sua frente, um edifício imponente, com paredes robustas e bandeiras pendendo do alto, exibindo o brasão de Novograd.
Lilith empurrou a porta e entrou. O salão da guilda está cheio de aventureiros, alguns discutindo contratos, outros bebendo ou afiando suas armas. Há uma energia vibrante no ar, uma mistura de ambição e camaradagem, mas Lilith manteve o foco. Ela atravessou o espaço, aproximando-se da recepcionista, uma mulher de cabelos escuros que a observava com curiosidade.
— Gostaria de falar com o Mestre da Guilda, Arlin — disse Lilith, sua voz calma, mas com um tom que não deixa espaço para questionamentos.
A recepcionista arqueou uma sobrancelha, mas logo voltou a um semblante neutro. Ela pareceu medir Lilith por um instante antes de acenar com a cabeça.
— Espere um momento — respondeu a recepcionista, levantando-se e desaparecendo por uma porta lateral.
Enquanto Lilith esperava, Félix flutuou ao redor, observando com atenção cada canto da sala. — Parece que Arlin é uma figura importante por aqui. Vamos ver como ele lida com visitas inesperadas — comentou Félix, analisando o ambiente ao redor.
Após alguns minutos, a recepcionista retornou, acenando para Lilith seguir. Ela a conduziu por um corredor estreito, passando por algumas portas fechadas até chegar a uma sala de espera separada, onde Lilith foi orientada a aguardar mais um momento. O tempo passou devagar, mas logo um assistente apareceu, finalmente levando-a para a sala de Arlin.
Lilith parou em frente a uma porta de madeira escura. Ela respirou fundo, ajustou sua capa e bateu três vezes, firmemente.
— Lilith — anunciou, de forma simples, mas clara.
A voz do outro lado respondeu com um tom amistoso, mas carregado de autoridade.
— Entre.
Lilith abriu a porta e entrou na sala. O ambiente é ricamente decorado, com tapeçarias nas paredes e estantes cheias de livros antigos. No centro, uma mesa grande e bem organizada, com documentos, mapas e, curiosamente, uma bandeja de doces dispostos de forma elegante, como se alguém tivesse se preparado para causar uma boa impressão. Arlin, o Mestre da Guilda, está sentado atrás da mesa, observando Lilith com um sorriso cordial.
— Bem-vinda, Lilith — Arlin se levantou levemente, fazendo um gesto para que ela se aproxime. Ele é um homem de meia-idade, com cabelos grisalhos bem penteados e um olhar perspicaz. — por favor, sente-se.
Ao lado dele, uma elfa de beleza impressionante se mantém em pé, seus longos cabelos loiros amarrados em um coque elegante. Ela vestia um terno feminino preto que contrasta com sua pele pálida e olhos verdes intensos. Lilith notou imediatamente que a elfa estava armada, com uma adaga discretamente presa à cintura, pronta para proteger Arlin a qualquer momento.
Lilith avançou com cuidado, sua postura controlada e cautelosa. Ela se sentou na cadeira indicada por Arlin, observando atentamente cada detalhe da sala, sem deixar de notar o comportamento da elfa ao lado. Ela percebeu a tensão implícita, um aviso silencioso de que a elfa está pronta para reagir a qualquer ameaça. Lilith lentamente tirou a venda que cobria os olhos, revelando seu olhar intenso, um laranja vibrante que parece brilhar com uma energia própria.
Arlin inclinou levemente a cabeça, sem esconder seu interesse.
— Agradeço por aceitar o convite, Lilith — ele gesticulou para os doces na mesa. — espero que os doces estejam ao seu gosto. Um pequeno gesto de hospitalidade.
Lilith manteve o olhar firme, avaliando a situação. Félix, invisível para os outros, pairava ao lado dela, atento a cada movimento e palavra.
— Ele parece interessado em mais do que apenas uma conversa formal — Félix comentou em sua mente, notando a disposição cuidadosa da sala e o comportamento vigilante da elfa.
Lilith apenas assentiu levemente, mas sua expressão permaneceu neutra, pronta para ouvir o que Arlin tinha a dizer e, quem sabe, descobrir mais sobre a Torre do Mago que tanto despertou sua curiosidade.
Lilith manteve a postura ereta na cadeira, seus olhos laranja brilhando com uma curiosidade contida. Ela observou Arlin por um momento antes de falar, escolhendo suas palavras cuidadosamente.
— Eu vim descobrir mais sobre o mago da torre — disse ela, direta e sem rodeios. O tom de sua voz é firme, mas há um leve toque de inquietação que apenas Félix consegue perceber.
Arlin mudou de expressão. O sorriso amigável que exibia segundos atrás desapareceu, dando lugar a um semblante mais sério e contemplativo. Ele se recostou na cadeira, os dedos tamborilando levemente sobre a superfície da mesa. A elfa ao seu lado manteve-se em silêncio, mas Lilith percebeu um leve estreitar de olhos, como se estivesse avaliando cada palavra e gesto dela.
— O mago… — Arlin começou, sua voz carregada de uma cautela que não estava presente antes. — ele é um mistério até mesmo para nós, que estamos em constante contato com os rumores e histórias que circulam pelas cidades. Ninguém sabe ao certo qual é seu verdadeiro nome ou origem, mas uma coisa é certa: ele é antigo. Muito antigo.
Lilith franze a testa. — Antigo? O que quer dizer com isso?
Arlin suspirou, como se estivesse revisando mentalmente todas as informações que possui antes de continuar.
— Ele aparenta ser jovem, talvez na casa dos trinta ou quarenta anos, mas na verdade tem séculos de vida. Há registros dele que datam de quinhentos anos atrás, mas tudo o que sabemos é que há relatos desde essa época e, além disso, nada mais foi documentado — ele pausa, olhando diretamente para Lilith, como se tentasse avaliar sua reação. — não sabemos de onde ele veio, nem por que se isolou naquela torre, mas há uma coisa que sabemos: pessoas que vão até ele, especialmente aquelas com habilidades… especiais, imortalidade, como você… nunca mais são vistas.
Lilith sentiu um arrepio percorrer sua espinha. A menção de seu poder e da longevidade do mago a deixam ainda mais intrigada, mas também cautelosa. Ela se inclinou para frente, encarando Arlin com um olhar penetrante.
— E como você sabe sobre minha imortalidade? — perguntou ela, sua voz agora carregada de uma desconfiança palpável. Ela nunca revelou esse detalhe para ninguém além de pessoas de extrema confiança. Félix se aproxima um pouco mais, atento à resposta de Arlin.
Arlin hesitou por um breve momento, mas logo respondeu, mantendo o olhar fixo nos olhos brilhantes de Lilith.
— Foi o Mestre da Guilda de Colbith quem me contou — ele admitiu, sua voz baixa, quase um sussurro, como se essa revelação fosse um segredo bem guardado. — ele me pediu para tratar você com respeito e manter isso em segredo, especialmente aqui, onde informações sensíveis podem cair nas mãos erradas. Ele se preocupa com você, e por isso compartilhou esse detalhe, mas deixou claro que eu deveria manter a discrição.
Lilith manteve-se impassível, mas por dentro, uma mistura de surpresa e frustração se agitou. Aquele detalhe tão pessoal sendo compartilhado sem seu consentimento a fez sentir-se exposta, vulnerável. Félix ressoa em sua mente com uma preocupação silenciosa.
— Eles sabem mais sobre você do que você imaginava… — ele murmurou em seus pensamentos.
Lilith respirou fundo, tentando manter a calma enquanto absorvia as palavras de Arlin. Algo sobre o mago, sua conexão com imortais, e o mistério de seu desaparecimento começaram a formar uma teia de perguntas em sua mente. O aviso de Arlin ecoava em sua cabeça, mas Lilith sabia que, se existe algo perigoso naquela torre, ela precisava descobrir por conta própria.
Lilith manteve o olhar fixo em Arlin, as palavras sobre o mago ecoando em sua mente. O mistério que envolve essa figura reclusa e poderosa a intrigava profundamente, e as advertências do Mestre da Guilda, embora bem-intencionadas, apenas aumentaram sua curiosidade. Lilith se recostou na cadeira, ponderando suas opções por um breve momento antes de tomar uma decisão.
— Eu pretendo ir até ele — disse Lilith, com firmeza, enquanto cruzava os braços sobre o peito. — Quero ver com meus próprios olhos quem é esse mago e descobrir por que tantas histórias o cercam. Eu tenho perguntas que precisam de respostas.
A declaração de Lilith pairava no ar, carregada de uma determinação inabalável. Arlin, que a observava atentamente, mudou de expressão mais uma vez. O semblante sério é substituído por algo que beirava a decepção, e ele ajeitou-se na cadeira, suspirando pesadamente.
— Então é isso? — Arlin perguntou, erguendo uma sobrancelha. — Veio até nossa cidade, aceitou nossa hospitalidade e agora quer se jogar em uma missão que não sabemos se terá um final feliz? — ele fez um gesto com a mão, indicando a mesa repleta de doces e a acomodação que a guilda havia providenciado. — Você realmente não gostou do que oferecemos? O quarto, a comida, a segurança que estamos dando a você e a Fenrir… tudo isso sem pedir nada em troca, Lilith.
Lilith se manteve calma, mas sentiu o peso das palavras de Arlin. Ele não está apenas preocupado; há uma nota de frustração ali, como se ele tentasse fazê-la reconsiderar através de um senso de responsabilidade e gratidão. Félix, flutuando ao lado dela, observava silenciosamente a troca, sua presença como uma sombra constante que a conforta mesmo nos momentos mais incertos.
— Gostei muito do que a guilda está fazendo por mim e Fenrir — Lilith respondeu, sua voz serena, mas firme. — vocês nos receberam bem, e sou grata por isso. A hospedagem é excelente, e os cuidados de vocês superam qualquer expectativa que eu poderia ter tido ao chegar aqui. — ela fez uma breve pausa, respirando fundo antes de continuar. — mas eu não posso ignorar o que sinto. Preciso entender o que está acontecendo com esse mago e por que ele é tão temido. Tenho perguntas que não podem esperar, Arlin. Preciso seguir esse caminho, mesmo que seja arriscado.
Arlin a observou em silêncio, seus olhos revelando uma mistura de preocupação e uma relutância em deixar que ela siga adiante. Ele se inclinou para frente, apoiando os cotovelos na mesa e entrelaçando os dedos enquanto falava.
— Eu entendo que você é uma pessoa que busca respostas. Mas o que você está prestes a fazer é perigoso. Esse mago não é alguém que recebe visitantes de bom grado, e as histórias sobre ele, como já disse, não são exatamente encorajadoras. A imortalidade pode parecer uma vantagem, mas, mesmo assim, o que está em jogo é muito mais do que isso. Não sabemos o que acontece com aqueles que entram na torre dele, e temo que seu destino possa ser o mesmo.
Lilith permaneceu imóvel, absorvendo cada palavra, mas sua decisão já estava tomada. Arlin pode tentar dissuadi-la com lógica e preocupação, mas a sede de conhecimento que arde dentro dela é algo que não pode ser facilmente apagado. Félix, sentindo sua determinação, sussurrou em sua mente.
— Ele está certo em se preocupar, mas você sabe que precisa ir. Há algo lá que você precisa ver, algo que você só poderá entender se encarar com seus próprios olhos.
Lilith olhou para Arlin, sua expressão suavizando-se um pouco. Ela sabe que ele está apenas tentando protegê-la, mas ao mesmo tempo, entende que essa proteção não é o que ela busca agora. Ela precisa seguir seu próprio caminho, mesmo que isso a leve para o desconhecido.
— Eu prometo que voltarei, Arlin — disse Lilith, com um leve sorriso. — não estou desmerecendo a generosidade de vocês, nem a segurança que estão me oferecendo. Mas preciso resolver isso. Preciso encarar esse mistério e, quem sabe, entender um pouco mais sobre mim mesma nesse processo. Assim que eu tiver as respostas que procuro, voltarei para Novograd e para a guilda.
Arlin observou a determinação nos olhos de Lilith e percebeu que não há como mudar a mente dela. Ele soltou um suspiro resignado e deu um leve aceno com a cabeça.
— Então, que assim seja. Mas, por favor, tome cuidado. O que quer que você encontre, lembre-se de que pode sempre voltar para cá. Estaremos esperando, Lilith — ele olhou para a elfa ao seu lado, que continuava vigilante, e depois se voltou para Lilith. — e se precisar de ajuda… não hesite em pedir.
Lilith se levantou, ajeitando sua capa mais uma vez e coloca sua venda. Ela fez uma leve reverência com a cabeça, um gesto de respeito e agradecimento. Félix acompanhou cada movimento, permanecendo como uma presença constante e reconfortante ao seu lado.
— Agradeço por tudo, Arlin. Estarei de volta. E quando eu voltar, espero trazer mais do que apenas histórias.
Com essas palavras, Lilith se virou e saiu da sala, sentindo o peso da decisão em seus ombros, mas também um alívio ao finalmente seguir o chamado de sua curiosidade. Ela sabia que a jornada até a torre do mago será difícil e cheia de incertezas, mas há uma chama dentro dela que não pode ser ignorada. Ela precisa entender, precisa ver por si mesma, e ninguém, nem mesmo o Mestre da Guilda, poderá dissuadi-la disso.
Lilith saiu da sala, suas botas ecoando suavemente pelo corredor da guilda enquanto a porta se fechava atrás dela. O ambiente parecia mais calmo agora, mas uma tensão silenciosa persistia entre Arlin e a elfa que permaneceu ao seu lado. Ela se chama Eryndra, uma elfa de porte elegante, com olhos aguçados que observam tudo ao redor com uma atenção incomum. Ela desviou o olhar da porta, fixando-se em Arlin com uma expressão de leve desconfiança.
— Você está ajudando essa garota mais do que ajudaria a qualquer outro aventureiro — comentou Eryndra, seu tom direto, mas não desrespeitoso. — por que está fazendo isso? Ela nem sequer fez parte oficialmente da guilda daqui. Isso não é só por gentileza, não é?
Arlin suspirou, levantando-se de sua cadeira com um ar cansado. Ele caminhou lentamente até uma estante próxima, onde repousam vários livros e registros da guilda, fingindo procurar algo enquanto refletia sobre a pergunta. Ele sabia que não pode esconder a verdade de Eryndra, não quando ela é sua guarda-costas e confidente.
— O Mestre da Guilda de Colbith é alguém muito especial para mim — Arlin finalmente respondeu, pegando um velho livro que parecia desgastado pelo tempo. — nós já enfrentamos muitas coisas juntos. E quando ele me pediu para cuidar de Lilith, não foi um pedido qualquer. Ele confia nela, mas sabe que a jornada que ela escolheu é perigosa demais para ser trilhada sozinha. E se eu puder ajudar de alguma forma, mesmo que indiretamente, eu o farei.
Eryndra se calou, pensativa, deixando que o silêncio preenchesse o espaço entre eles. Ela compreendeu o peso das palavras de Arlin e sabia que a lealdade dele ao amigo de Colbith vai além das simples formalidades de guildas. Ainda assim, a imortalidade de Lilith a intrigava, e uma dúvida persistia em sua mente, uma dúvida que ela não conseguia ignorar.
— Você acha que ela é imortal de verdade? — Eryndra perguntou, sua voz baixa, quase como se estivesse ponderando sobre uma questão filosófica. — Se for, isso quer dizer que não pode ser morta, certo? Ou há algum jeito de burlar isso? Algo que possamos não saber?
Arlin se virou, os olhos perdidos por um momento enquanto ponderava sobre a pergunta. Ele já ouviu muitas histórias sobre imortais ao longo dos anos, mas nunca conheceu um de verdade, pelo menos não de forma tão próxima como agora. Ele balançou a cabeça lentamente, indicando que a resposta está além do seu conhecimento.
— Eu não sei. Existem muitas lendas e mitos sobre imortais, mas nunca vi uma prova concreta de que são realmente invencíveis — respondeu Arlin, com um olhar sombrio. — pode ser que haja um modo, uma falha que possa ser explorada, mas se existe, eu não sei qual é. Por enquanto, Lilith parece ser uma boa pessoa, e enquanto isso não mudar, não vejo motivos para nos preocuparmos com ela.
Eryndra cruzou os braços, ainda insatisfeita com as respostas vagas. Ela abriu a boca para falar, mas hesita por um instante, lembrando-se de algo que notou enquanto Lilith estava na sala.
— Ela não estava sozinha — Eryndra disse de repente, interrompendo seus próprios pensamentos. Arlin franziu o cenho, confuso, e vira-se completamente para encará-la.
— Como assim, não estava sozinha? — Arlin perguntou, a curiosidade crescendo em sua voz. — Não vi ninguém mais com ela. Fenrir ficou na hospedaria, não é?
Eryndra balançou a cabeça, seu olhar se tornando mais intenso.
— Não estou falando de algo material. Eu senti uma presença junto dela, algo que não é deste mundo. Como se uma alma vagasse ao lado dela. Não posso vê-lo, mas posso sentir que está lá, como uma sombra persistente. Talvez seja porque sou uma elfa, minha conexão com o espiritual é mais sensível… não sei. Mas é como se houvesse um espírito acompanhando-a o tempo todo.
Arlin se recosta na mesa, absorvendo as palavras de Eryndra. Ele já sabia que Lilith era única, mas essa nova informação adiciona uma camada de mistério ainda maior. Quem seria essa presença? Um espírito guardião? Um fantasma do passado? Ele não pode deixar de se sentir intrigado, mas ao mesmo tempo cauteloso.
— Isso é… interessante. E preocupante, de certa forma — Arlin comentou, sua mente já pensando nas implicações. — vou deixar um quarto reservado para ela. Se Lilith realmente for em busca do mago e voltar, terá um lugar para onde retornar. Mas… também acho que devemos fazer algo a mais por ela — Ele olha para Eryndra, um brilho de decisão nos olhos. — vamos preparar um presente. Algo que mostre nossa boa vontade e talvez, de alguma forma, a ajude em sua jornada.
Eryndra levantou uma sobrancelha, um sorriso de canto se formando em seus lábios.
— Um presente? Para uma imortal que está se lançando de cabeça em direção ao perigo? — ela riu suavemente, cruzando os braços com um olhar malicioso. — Você realmente gosta de desafios, Arlin. Espero que ela volte para ver o quanto você se importa.
Arlin apenas sorriu de volta, já se dirigindo para sua mesa, onde começou a escrever uma carta rápida para um artesão local, pedindo a confecção de um objeto especial. Ele não sabia se Lilith iria gostar ou sequer aceitar o presente, mas sentia que, de alguma forma, precisava mostrar que ela tem aliados, mesmo quando segue um caminho tão solitário e perigoso.
Enquanto Eryndra observava o mestre da guilda trabalhando com um foco renovado, ela se perguntou se Lilith realmente compreendia o impacto que já estava causando em Novograd. E enquanto os dois planejam o presente para a aventureira imortal, o futuro de Lilith se desenhou diante deles como um horizonte nebuloso, cheio de mistérios e perigos à espreita.
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