Lilith acorda com os primeiros raios de sol entrando pela janela do quarto. Ao descer para o térreo, Alaric a espera com um café da manhã simples, mas saboroso, já servido na mesa. Ele acena para que ela se sente e começa a conversar de maneira descontraída enquanto eles comem, comentando brevemente sobre o dia de treinamento que terão pela frente. Lilith agradece pela refeição e, assim que terminam, ambos se dirigem para uma área aberta fora da torre.

    A neve ao redor brilha sob a luz da manhã, mas no local onde eles chegam, o solo está surpreendentemente limpo e seco, sem vestígios de neve. É como se a própria área tivesse sido cuidadosamente preparada para o treinamento.

    “Esse lugar foi criado especialmente para praticar magia sem ser afetado pelo clima ao redor”, explica Alaric, observando o olhar curioso de Lilith, “Agora, vamos ao que interessa. Quais habilidades você possui atualmente?”

    “Raios, vento e fogo”, responde Lilith, sem hesitar, os olhos atentos à reação do mago.

    Alaric balança a cabeça, parecendo ponderar por um momento, antes de finalmente decidir.

    “Hoje, vou ensinar você a manipular água”, Ele faz uma pausa, observando Lilith atentamente antes de continuar, “Gerar água e fogo a partir da magia tem tudo a ver com manipulação de temperatura.”

    Lilith franze a testa, curiosa.

    “Explique mais sobre isso”, pede ela.

    Alaric sorri, claramente satisfeito com o interesse dela.

    “A magia de fogo, por exemplo, não é apenas criar chamas do nada. Você está manipulando a energia térmica do ambiente, acelerando as partículas do ar até atingir temperaturas tão altas que elas inflamam ou provocam combustão em materiais próximos. Já com a água, o processo segue outra lógica: você resfria e condensa o vapor d’água presente no ar. Ao reduzir a energia térmica e comprimir o ar úmido, a umidade se condensa, formando água líquida.”

    Lilith absorve as palavras, processando a nova perspectiva. Ela já estava familiarizada com a ideia de manipulação elemental, mas nunca havia pensado nisso dessa maneira. Manipular o ar para alterar sua temperatura… fazia sentido. 

    “Tente”, incentiva Alaric, “use o que já sabe sobre a magia de ar. Comprime o ar em uma pequena área e esfrie-o.”

    Lilith respira fundo, fechando os olhos por um momento para se concentrar. Ela ergue uma das mãos e começa a manipular o ar à sua volta, sentindo as partículas responderem ao seu comando. Conforme as comprime, a temperatura começa a cair, e ela se esforça para manter o foco.

    De repente, uma gota d’água se forma no ar à sua frente. Pequena, mas visível. Lilith sorri satisfeita.

    ▷ Notificação: Você aprendeu magia de água

    ▷ Notificação: Unindo habilidades, Fogo, Água, Resistência a fogo

    ▷ Notificação: Criada Controle termo-hídrico

    ▷ Notificação extra: ⏹

    ▷ Nome: Lilith
    ▷ Buffs: Aprimoramento adaptativo (Taxa de x%↑)
    ▷ Habilidades: Imortalidade, Resistência elemental avançada, Body Reset, Criar e manipulação de raios, Velocidade, Cura, Controle termo-hídrico, Manipulação do Ar, Regeneração acelerada
    ▷ Técnicas: Coração Silente, Tempestade Neutra
    ▷ Status: Animada

    Não estou conseguindo abrir o cubo, que estranho!, disse Lilith telepaticamente.

    Deve ser algo indisponível por enquanto, disse Félix.

    Lilith não consegue evitar um sorriso de orgulho. Alaric assente com aprovação.

    “Muito bem”, disse ele, “agora que você compreende os princípios, pode usar a água que já existe ao seu redor. Tudo ao nosso redor está envolto em água: plantas, árvores, até a neve. Vou lhe mostrar como extrair essa água, mas aviso que isso pode ser destrutivo.”

    Ele se aproxima de uma pequena árvore próxima, estendendo a mão em direção a ela. Lentamente, a árvore começa a murchar, suas folhas perdem o brilho, e a água que estava dentro dela é retirada para as mãos de Alaric, formando uma pequena esfera de água flutuando em sua palma.

    “Isso mata a planta, claro”, ele comenta, “mas é um método muito mais eficiente, pois você não precisa gerar água do nada. Ela já está lá, basta extraí-la.”

    Lilith observa com interesse, tentando absorver todos os detalhes. Ela tenta repetir o processo em plantas próximas, concentrando-se em retirar a água dela. Aos poucos, as plantas começa a secar, e uma esfera de água se forma em sua mão.

    “Consegui”, murmura Lilith, satisfeita, mas um pouco incerta quanto à destruição que isso causa.

    Alaric, percebendo sua hesitação, explica:

    “Não é sempre o método mais ético, mas pode ser necessário em situações extremas. A magia é, acima de tudo, uma ferramenta. O modo como a usamos define o impacto que causamos.”

    Com a lição de água concluída, Alaric muda de foco.

    “Agora, como você também manipula fogo, vou lhe ensinar algo diferente: como lançar chamas a partir das mãos. É uma técnica avançada de controle de temperatura e manipulação de ar.”

    Ele junta as mãos à frente de si e, num movimento rápido, ergue os braços para o alto. Uma quantidade massiva de ar sai de seus dedos e, ao atingir certo ponto no ar, pega fogo, criando uma coluna de chamas que se eleva ao céu.

    “Use o mesmo princípio”, ele diz, com um sorriso leve, “Manipule o ar e a temperatura ao mesmo tempo. Faça o ar passar pelos seus dedos e, então, gerar uma grande chama, mas controlável.

    Lilith observa atentamente e, em seguida, tenta ela mesma. Ao invés de usar as duas mãos como Alaric, ela decide se concentrar em um único dedo, algo mais preciso e controlado. Usando o dedo indicador da mão direita, ela manipula o ar e cria uma pequena abertura na ponta do dedo, comprimindo o ar e aumentando sua velocidade. Em um instante, uma chama fina e concentrada sai de seu dedo como um lança-chamas em miniatura.

    Alaric a observa, surpreso com a eficiência do que ela acabou de fazer.

    “Impressionante”, ele comenta, com um olhar de aprovação, “você é bastante inventiva.”

    Lilith sorri para ele, satisfeita com seu progresso.

    Lilith continua praticando, concentrando-se em suas habilidades, forçando sua mana a fluir constantemente enquanto tenta aprimorar suas reservas e sua eficiência. Ela percebe que, quanto mais utiliza sua magia, mais ágil e precisa se torna, sua energia se adapta ao esforço contínuo. O dia se passa nesse ritmo, com Lilith e Alaric treinando as habilidades de Lilith, mas, durante um intervalo, Alaric se lembra de algo que ela havia mencionado no início.

    “Você disse que também manipula raios, certo?”, pergunta ele, com uma sobrancelha arqueada.

    Lilith acena afirmativamente, intrigada pelo que ele vai falar a seguir.

    “Então, você pode usar essa energia para criar algo muito útil: um eletroímã”, diz ele, como se fosse uma ideia simples.

    Lilith franze a testa, confusa.

    “Eletroímã? O que é isso?”

    Alaric a observa por um momento, e então, como se uma peça do quebra-cabeça tivesse se encaixado, ele pergunta:

    “Você… veio da Terra, não é?”

    Lilith fica surpresa com a pergunta direta. Ela hesita por um momento, lembrando-se de seus resquícios do passado, e finalmente responde.

    “Sim, vim da Terra. Mas perdi todas as minhas memórias desse lugar. Eu mal lembro o que isso significa.”

    Alaric sorri de forma compreensiva, inclinando a cabeça.

    “Isso explica muita coisa. Eu também vim da Terra, por isso entendo como certas coisas funcionam”, ele faz uma pausa e olha ao redor, como se estivesse organizando seus pensamentos, “deixe-me explicar.”

    Lilith observa atentamente, curiosa sobre o que ele tem a dizer. 

    “Um eletroímã é basicamente um imã criado pelo fluxo de eletricidade. Quando você faz a corrente elétrica circular em um fio de metal, como o cobre, por exemplo, ela cria um campo magnético ao redor dele. Esse campo magnético pode atrair objetos de metal, assim como um ímã comum faria. No entanto, ao contrário de um ímã natural, o eletroímã só funciona enquanto a corrente elétrica estiver fluindo. Se cortar a eletricidade, o campo desaparece.”

    Lilith escuta cada palavra com atenção, tentando entender o conceito de uma maneira que se relacione com a magia.

    “E como isso funciona na prática?”, ela pergunta, ainda um pouco incerta.

    Alaric estende as mãos, começando a explicar de forma mais visual.

    “Para fazer isso com magia, você precisaria usar a energia dos raios que já controla. Quando você gera eletricidade, pode criar um fluxo constante e usá-lo para gerar o campo magnético ao redor de objetos de metal. Mas…”, ele faz uma pausa, sorrindo com um toque de frustração, “isso é extremamente ineficiente com mana.”

    Lilith inclina a cabeça.

    “Ineficiente como?”

    Alaric ergue a mão e cria uma pequena corrente elétrica entre os dedos. Um zumbido suave ressoa, e ele aponta para uma espada de metal próxima. Com um esforço visível, ele tenta usar o eletroímã que formou para atrair a espada. Nada acontece. Ele tenta novamente, o suor brotando em sua testa, mas a espada continua imóvel.

    “Viu?”, disse ele, ofegante, “Eu não consigo nem atrair uma simples espada para minha mão. O uso de mana para isso é imenso e o resultado, pequeno. No fim, não progredi muito com isso.”

    Lilith observa o esforço dele e entende a dificuldade. O conceito parece fascinante, mas claramente ainda está além do que a magia atual permite fazer de forma eficiente. Mesmo assim, ela já aprendeu muito sobre a combinação de eletricidade e magnetismo.

    “Eu entendi”, ela diz, satisfeita com a explicação, mas ainda pensando nas possibilidades que isso pode oferecer no futuro, “ E… os nossos corpos têm água, certo?”

    Alaric a observa por um momento e depois acena afirmativamente.

    “Sim, muito. Mais da metade do nosso corpo é composto por água.”

    Lilith olha para baixo, ponderando. Isso abre uma nova gama de possibilidades para o uso de sua manipulação de água, embora também tenha suas implicações éticas. Ela aceita essa informação em silêncio, guardando-a para o futuro.

    “Acho que isso encerra a aula de hoje”, diz Alaric, sorrindo, “Vou preparar o lanche da tarde. Parece que o tempo passou mais rápido do que imaginávamos.”

    Lilith assente e observa enquanto ele se afasta para dentro da torre. Ela, no entanto, permanece do lado de fora, aproveitando o momento sozinha. Seus pensamentos começam a se concentrar no que aprendera, e a ideia do eletroímã a fascina, mesmo que tenha sido ineficiente para Alaric.

    “Se ele não conseguiu fazer funcionar bem, será que eu conseguiria?”, ela se pergunta.

    Curiosa, Lilith decide fazer um teste enquanto Alaric não está olhando. Ela saca sua tsuka, uma katana com uma lâmina mágica que pode ser invocada à vontade. Com um movimento rápido, ela a arremessa longe, vendo-a cair a alguns metros de distância.

    Lilith estende a mão, tentando usar o princípio que Alaric explicou, mas nada acontece. A tsuka não volta. Ela se aproxima e a pega novamente, sentindo uma leve frustração.

    No entanto, uma ideia repentina surge. Em vez de simplesmente tentar atrair a arma, ela decide combinar sua habilidade de raios com o conceito de eletroímã. Lilith invoca a lâmina da tsuka, sentindo o fluxo de mana percorrer sua mão. Então, com um impulso súbito, ela joga a espada para longe novamente. Desta vez, enquanto a lâmina voa no ar, Lilith concentra-se intensamente em seu poder de eletricidade, visualizando o campo magnético ao redor da lâmina.

    Para sua surpresa, a lâmina começa a diminuir de tamanho à medida que se aproxima, quase como se estivesse sendo atraída de volta para ela. Finalmente, a espada retorna à sua mão, como se estivesse respondendo ao seu chamado.

    Lilith arregala os olhos sobre sua venda, espantada com o que acabou de acontecer. Félix, que estava observando em silêncio o tempo todo, finalmente se manifesta.

    Você é um prodígio, Lilith, comenta ele, sua voz cheia de admiração.

    Lilith sorri, surpresa e satisfeita com seu próprio progresso. Ela havia conseguido fazer o que Alaric não conseguiu, ainda que de forma imperfeita. Isso só a deixa mais animada para continuar explorando as possibilidades de suas habilidades mágicas.

    Enquanto se prepara para voltar para a torre, ela olha para a lâmina em sua mão, sentindo-se mais poderosa e confiante do que nunca.

    Talvez seja porque não tinha a mana dele na espada que tentou pegar, diz Félix.

    Acho que você tem razão, diz Lilith telepaticamente com Félix.

    Parece um Bluetooth, a tsuka e sua mana estão na mesma frequência e ela respondeu ao seu chamado.

    Bluetooth?

    É algo bastante útil na Terra, só saiba disso.

    Lilith acena com a cabeça e se dirige até a torre, assim o dia se encerra.

    ▷ Notificação: ⏹

    ▷ Nome: Lilith
    ▷ Buffs: Aprimoramento adaptativo (Taxa de x%↑)
    ▷ Habilidades: Imortalidade, Resistência elemental avançada, Body Reset, Criar e manipulação de raios, Velocidade, Cura, Controle termo-hídrico, Manipulação do Ar, Regeneração acelerada
    ▷ Técnicas: Coração Silente, Tempestade Neutra
    ▷ Status: Animada

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