Félix comenta: 

    — Vejamos, qual missão escolhemos?

    — “São muitas…” — Lilith respondeu, pensativa.

    — Que tal esta? Ela está dentro do seu nível, que é o rank E. Caçar monstros, coelhos selvagens… o que acha?

    — “Não parece ruim. Vamos com essa.”

    Lilith pega o cartaz da missão e se dirige ao balcão.

    — Quero realizar essa missão.

    A atendente da guilda verifica a missão. — Caçar cinco coelhos selvagens. Certo, o prazo é até meia-noite para completá-la.

    — Ok, mas onde eles costumam ficar? — perguntou Lilith.

    — Na floresta ao lado da cidade.

    — Muito obrigada. Já estou indo.

    — Boa caça para você.

    Lilith sai da guilda e segue em direção à floresta. Chegando lá, ela começa a caça.

    — Lilith, ative o radar em um raio maior — sugeriu Félix.

    — Já detectei algo à frente. É pequeno, parece ser um coelho.

    — Vá com cuidado. Vamos terminar essa missão o mais rápido possível.

    Lilith se aproxima do coelho, movendo-se com cautela. Com um movimento ágil, usa sua lâmina oculta para atacar e consegue capturar o coelho, finalizando-o rapidamente.

    — Consegui! Hahaha… e agora, o que faço?

    — Coloque-o na bolsa dimensional.

    — Certo… já coloquei. Agora vamos atrás dos outros.

    Embora Lilith pensasse que caçar esses coelhos seria rápido, acabou gastando mais tempo do que esperava. Mas finalmente, após muito esforço, ela encontra o último coelho.

    — Finalmente! Hahaha… preciso descansar… gastei muita mana.

    — É bom economizar, não sabemos o que pode acontecer — alertou Félix.

    — Estou exausta, com fome e quase sem mana. O que mais posso fazer além de descansar?

    — Tudo bem, entendi. Vamos voltar para a cidade antes que anoiteça.

    Enquanto retorna, Lilith ouve ruídos na floresta e decide usar seu radar novamente. Ela detecta várias criaturas se movendo.

    — “Félix…” — disse Lilith.

    — Sim, parecem ser monstros. Vamos sair daqui rápido.

    Lilith correu de volta para a cidade, usando o restante de sua energia para manter distância dos monstros. Apesar de cansada, consegue observar as criaturas de relance: são verdes, têm menos de um metro de altura e orelhas pontudas.

    Ela chega à cidade pouco antes de escurecer e vai direto para a guilda, relatando o que aconteceu e descrevendo os monstros que avistou. A recepcionista a chama para uma sala privada para obter mais detalhes, incluindo o local onde os monstros foram vistos.

    — Não pode ser… — a recepcionista murmura, preocupada. — Eles não costumam aparecer nessa área. Precisamos informar o chefe da guilda!

    Logo, Lilith é informada de que as criaturas são Goblins. Ainda naquela noite, ela é chamada para conversar com o chefe da guilda.

    — Garota — ele disse com uma expressão séria.

    — Sim? — responde Lilith.

    — Você tem noção do perigo que correu?

    — Eles são só monstros, certo?

    — ERRADO! Parece que você não conhece a natureza desses Goblins. Deixe-me te explicar.

    Ele esclarece que os Goblins são criaturas que geralmente habitam minas e cavernas. São inteligentes e extremamente perigosos. Como não têm fêmeas na espécie, eles capturam mulheres humanas para se reproduzir.

    — Então, o que devo fazer?

    — Nós vamos organizar uma força-tarefa para eliminá-los. Eles não são nativos desta região e normalmente vivem bem mais longe.

    — Eu quero ajudar.

    — E como você pretende fazer isso?

    — Eu posso monitorá-los.

    — Não permitirei isso, é muito arriscado.

    — Por quê?

    — Você ainda é rank E.

    — E daí? Deixe-me ajudar! Eu fui quem derrotou Lectus. Eu consigo lutar e me defender.

    — Sei disso, mas não temos certeza se você realmente é capaz de lidar com esse tipo de trabalho. Normalmente, isso é feito por pessoas com muita experiência.

    — Então me deixe provar que posso fazer isso.

    — Certo, vou permitir. Prove que é capaz. Vá para uma das seções da guilda.

    — Seções? — Lilith perguntou, confusa.

    — É como chamamos as subsidiárias da guilda. Você vai para uma chamada Vigilantes.

    — Ok… mas onde fica?

    — Uma das recepcionistas vai te orientar. Agora vá, e boa sorte.

    — Sim, chefe.

    Lilith se dirige a uma recepcionista e explica a situação. Rapidamente, ela é orientada sobre a localização e recebe sua recompensa pela missão concluída.

    — Então é aqui… olá? — Lilith disse, entrando no prédio.

    — Olá, pode entrar — respondeu um homem à sua frente.

    — O-olá, me chamo Lilith, sou uma aventureira da guilda.

    — Sou o mestre dos Vigilantes nesta cidade. Você é a Lilith, certo? Mostre-me seu cartão da guilda.

    Lilith entrega o cartão. Ele vê seu rank… nível E.

    — Sinceramente, não sei se deveria aceitar você nos Vigilantes, mas se o chefe da guilda permitiu, então você se torna uma Vigilante a partir de agora.

    — Sério?

    — Sim, aqui está seu emblema.

    Lilith sorri feliz e prende o emblema na sua lâmina oculta. O emblema tem a forma de um escudo com um cajado e uma espada cruzados no centro.

    — Só para avisar, não abuse desse emblema ou terá problemas — avisou o mestre com um olhar sério.

    — Entendido.

    — Seu trabalho começa amanhã. Chegue antes da guilda abrir. Agora você já pode ir.

    Lilith volta para a hospedagem, toma um banho, janta e vai para seu quarto.

    — “Félix, agora eu tenho um trabalho dentro da guilda!” — ela disse, empolgada.

    — Que bom — Félix respondeu com uma calma habitual.

    — “Você não parece muito feliz”.

    — É que isso me lembra de quando você estava na Terra. Você sempre ia atrás dos problemas e os relatava para os outros.

    — “Eu… fazia isso?”

    — Sim, e era muito boa nisso.

    — “Entendo… boa noite, Félix.”

    — Boa noite — disse Félix com uma expressão de felicidade.

    Lilith adormece, mas logo se vê presa em um pesadelo. Vê flashes de uma cena distante: um homem abraçando uma mulher. Ela começa a correr, ele percebe isso e a persegue. Quando a alcança, eles são arremessados para longe. Desorientada, ela vê o homem morto ao lado dela e pega um caco de vidro para se matar. Mas rapidamente ela retorna a este mundo.

    Lilith acorda assustada, ofegante. Félix observa preocupado enquanto ela sangra pelo nariz antes de desmaiar, caindo da cama. Incapaz de ajudá-la, Félix decide esperar até que ela desperte.

    Em sua visão, Lilith se vê em um vasto espaço iluminado por uma luz intensa. Uma voz misteriosa ecoa ao seu redor:

    [???]: — Olha só quem temos aqui… ah, é verdade, agora você se chama Lilith.

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