Heri se transforma em uma sombra viva da protagonista, uma manifestação física e mágica de seu poder. Ele não é apenas um guerreiro, mas uma entidade que atravessa o limiar entre o mundo material e o etéreo, vinculado a ela de forma visceral e simbólica. Sua presença imponente exala autoridade e mistério, servindo como uma constante lembrança do peso do poder que ela carrega.

    Sua armadura parece ter sido forjada nas profundezas da escuridão, onde a luz é devorada e transformada. Cada peça de metal negro é detalhada com marcas que lembram runas antigas, brilhando em um tom púrpura que pulsa como uma energia viva. O elmo é coroado com pontas e chifres, projetando uma aura de superioridade. Duas fendas estreitas formam um T através do qual brilham seus olhos, pontos intensos de luz roxa que parecem enxergar além da matéria, sempre analisando tudo ao seu redor.

    Descendo pela armadura, o peitoral é largo e ornamentado com uma estrela púrpura brilhante no centro, que pulsa em sintonia com o poder da protagonista. Placas afiadas partem dos ombros, reforçando sua figura imponente, enquanto uma saia de cavaleiro feita de tecido escuro flui com o vento, complementando o visual de um guerreiro que parece emergir das trevas.

    Sua espada é uma extensão de seu poder. A lâmina reta é coberta por fissuras brilhantes de onde emana uma energia roxa incessante. O cabo, envolto em couro preto e ornamentado com detalhes em prata, é tanto funcional quanto belo. A guarda lembra garras afiadas, prontas para esmagar, e cada movimento da espada é acompanhado por um zumbido baixo, como se o ar ao seu redor fosse rasgado por sua presença.

    Ele é alto, com uma postura que intimida e atrai atenção. Seus passos são firmes e calculados, como os de um predador silencioso. Fragmentos de luz roxa flutuam ao seu redor, dançando como fagulhas de energia pura, reforçando sua natureza sobrenatural. Quando ele aparece, o ambiente muda: o ar torna-se pesado, carregado de tensão, como se a própria realidade reconhecesse sua presença.

    A imagem de Heri causa uma impressão avassaladora. Ele não é apenas um protetor, mas também um lembrete constante para a protagonista do fardo que carrega. Sua existência está intrinsecamente ligada à dela, um elo inquebrantável que transcende tempo e espaço. Heri é sua sombra, sua força e sua fraqueza, um guardião leal e um desafio constante, pronto para destruir qualquer inimigo e lembrá-la de que o verdadeiro poder nunca vem sem sacrifício.

    A explosão de energia que emergiu de Aiko foi acompanhada por uma mudança palpável na atmosfera. O ambiente parecia congelar no tempo por um momento, com tudo se silenciando. No centro desse vórtice de poder, ele se revelou, surgindo da sombra de Aiko.

    Ele ficou de frente para Aiko, seus olhos a examinando com intensidade, mas também com uma suavidade que apenas alguém profundamente conectado poderia demonstrar.

    Ele muda de forma novamente, sem a armadura. Heri revela uma figura imponente e cheia de caráter. Seu cabelo preto, levemente desgrenhado, caindo de forma casual ao redor do rosto, realçando seus traços marcantes e um olhar penetrante. Sua postura e porte físico continuam impressionantes, harmonizando perfeitamente com a imponência da armadura que costuma vestir.

    Ele veste uma blusa de manga comprida preta, simples, mas ajustada o suficiente para destacar sua musculatura definida. As luvas escuras cobrem suas mãos, conferindo um ar de prontidão e mistério. Sua calça comprida cinza complementa o visual, trazendo um contraste suave ao tom monocromático do restante da roupa, ao mesmo tempo que reflete praticidade. Sua botas são de couro escuro.

    Apesar da ausência de sua armadura, a presença de Heri continua avassaladora. Seus movimentos são precisos, cada gesto transmitindo uma combinação de graça e força. A imagem sem a armadura permite uma conexão mais humana com ele, mas sem perder a essência de sua natureza poderosa e protetora. Mesmo em trajes simples, Heri permanece uma figura que impõe respeito e inspira confiança.

    Ele se ajoelhou diante dela, como se reverenciando não apenas a mulher diante de si, mas também o vínculo inquebrável que os unia.

    — Eu sempre estarei ao seu lado, Aiko — sua voz era firme, mas carregada de emoção, cada palavra imbuída de uma promessa que ultrapassava qualquer limite de tempo ou espaço.

    Aiko, com sua respiração pesada e seu corpo enfraquecido, lutou para permanecer consciente. Sua visão começava a escurecer, mas ainda encontrou forças para ordenar:

    — Derrote os capuzes vermelhos… acabe com isso.

    Sem hesitar, ele assentiu.

    — Eu aceito.

    Com um gesto delicado e quase reverente, ele segurou Aiko nos braços e a deitou suavemente no chão, protegendo-a como se ela fosse o mais precioso dos tesouros. Ele se levantou, sua presença irradiando uma energia que parecia dobrar o espaço ao seu redor.

    Antes de partir, ele lançou um olhar para o Rei Demônio e a Deusa Branca.

    — Falou, sogrão — ele deu um sorriso travesso, olhando diretamente para o Rei Demônio. — e falou, tia-sogra.

    Sem esperar por uma resposta, ele desapareceu em um movimento tão rápido e preciso que deixou apenas um borrão em sua partida.

    O Rei Demônio e a Deusa Branca trocaram um olhar. Por um momento, nenhum deles falou. Mas então, ambos sorriram.

    — Ele é como ela… — comentou o Rei Demônio, inclinando-se para trás com um sorriso divertido.

    — Talvez até mais do que ela imagina — respondeu a Deusa Branca, cruzando os braços enquanto observava o vazio onde ele estivera momentos antes.

    No mundo real, o caos tomava conta. O modo berserk de Aiko mantinha o líder dos capuzes vermelhos erguido pelo crânio, como se ele fosse um mero objeto. O homem lutava inutilmente, uma espada quebrada em uma de suas mãos enquanto o outro braço, completamente destruído, se regenerava lentamente.

    A espada de éter de Aiko, que emanava um brilho vívido e ameaçador, começou a falhar. A luz pulsante foi se apagando, até que finalmente desligou. Seus dedos se abriram involuntariamente, e o líder dos capuzes caiu no chão com um baque surdo.

    O corpo de Aiko começou a se contorcer violentamente, sua armadura derretendo em uma gosma viscosa que escorria, como se estivesse sendo purgada de alguma força estranha. Ela desabou, completamente vulnerável, enquanto a gosma continuava a escorrer, acumulando-se ao redor dela.

    Dessa substância emergiu Heri, sua figura imponente coberta por uma armadura. Ele se ergueu lentamente, braços abertos, como se estivesse absorvendo o mundo ao seu redor. Sua postura era confiante, seu olhar frio e decidido. Com um puxão forte, retirou sua espada da gosma que o envolvia, como se estivesse extraindo a própria essência de sua força.

    Ele olhou para Aiko, agora apenas coberta por fragmentos da gosma derretida, e seus olhos brilharam com algo que não era apenas poder, mas um misto de preocupação e determinação. Em seguida, voltou sua atenção para o líder dos capuzes vermelhos, que já havia se regenerado completamente e estava fugindo.

    O homem corria com um sorriso sádico, pensando ter escapado, mas um instante depois, uma lâmina passou zunindo ao lado de sua cabeça, quase o acertando. Ele tropeçou, caindo de forma desajeitada, e em meio ao movimento perdeu o braço que segurava sua espada.

    — Como você pretende lutar comigo agora, estou sem uma arma — disse o homem, sua voz carregada de provocação e desespero.

    Heri nada respondeu. Em sua visão, o líder estava cercado por inúmeras almas agonizantes, gritando em puro sofrimento. Ele largou sua espada, cravando-a no chão como se não precisasse dela.

    Sem palavras, avançou. Seu primeiro soco acertou o homem no peito, jogando-o para trás com uma força esmagadora. Cada golpe subsequente fazia o solo ceder sob eles, rachando e explodindo em fragmentos de pedra. O chão não aguentou por muito tempo e cedeu, ambos caindo para dentro de um esgoto abandonado abaixo.

    Dentro do esgoto, outros membros do grupo dos capuzes vermelhos aguardavam, armados e prontos para atacar. Um deles tentou enfiar uma espada na fresta do capacete de Heri, conseguindo, mas este o agarrou pela cintura com uma velocidade assustadora e o rasgou ao meio, espalhando sangue e pedaços pelo ambiente fétido, a espada ele tirou como se não fosse nada de sua cabeça.

    O líder dos capuzes, agora irreconhecível, mas ainda consciente, tentava rastejar para longe. Heri fez um gesto com a mão, e sua espada cravada no chão acima dissolveu-se como ácido, atravessando o concreto e pousando novamente em sua mão. Sem hesitar, Heri desferiu um golpe final.

    Uma explosão de luz roxa iluminou todo o esgoto, engolindo o líder e todos os seus seguidores. Quando a luz desapareceu, não havia corpos, nem almas. Apenas o vazio, como se o grupo jamais tivesse existido.

    — Todos vocês… — murmurou Heri, segurando sua espada enquanto ela lentamente começava a se dissolver. — Estão derrotados. Nem mesmo as suas almas restaram.

    A lâmina desapareceu por completo, fundindo-se com o corpo dele. Heri olhou ao redor, avaliando o ambiente destruído, antes de impulsionar-se para fora do buraco com um salto poderoso.

    Ao alcançar Aiko, ele desfaz parte de sua armadura, deixando apenas o capacete. Com o restante, ele cobre o corpo dela, protegendo-a. Em seguida, a pegou em seus braços com todo o cuidado, segurando-a como se fosse a coisa mais preciosa do mundo.

    Enquanto caminhava em direção à guilda, Aiko abriu os olhos por um breve momento, sua voz quase um sussurro:

    — Félix… — disse ela, usando o nome pelo qual o conhecia antes de lembrar de tudo. — Quebrei a promessa que fiz.

    Antes que ele pudesse responder, ela desmaiou novamente, deixando Heri para carregar o peso das palavras dela enquanto seguia seu caminho através da destruição.

    *Fim do Volume 2*

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