JOUCI “NÃO-NOMEADA”

    Estava escuro e úmido.

    Por mais que estivéssemos abaixo da colmeia das vespas, não ouvíamos nenhum zumbido vindo da calamidade. Provavelmente estas cavernas desciam muito fundo na terra.

    Talamaris estava sempre ao meu lado, segurando minha mão esquerda com bastante força.

    — Posso continuar apoiando em você, minha querida? — Falou a elfa no primeiro dia em que acordamos aqui. Sua mãos estavam suadas. Ela tremia e ofegava um pouco.

    — Sem problemas, Tala.

    Grilhões enferrujados prendiam nossos tornozelos esquerdos. A sensação da mana sendo drenada era parecida com ficar sem ar, só que a sensação não terminava. Graças a fraqueza causada pelos grilhões era difícil nos mantermos acordadas.

    A cela era pequena e escura. Existiam apenas quatro coisas na caverna úmida: a porta metálica, um cristal que iluminava o recinto, o “banheiro” e os grilhões que nos prendiam.

    Nossas necessidades eram feitas em um buraco no canto da cela, tampada com um pedaço velho de madeira. Isso tornava o recinto fétido e insalubre.

    Não sei dizer quanto tempo estávamos aqui, mas creio que havia passado em torno de uma semana.

    Neste dia em específico estava mais quieto do que de costume. Alguns ciclos depois de terem nos dado pão velho e água, ouvi vozes no corredor.

    — … senti uma coceira nas costas nesta noite. Não me deixou dormir… — E a voz masculina, que parecia estar falando com outra pessoa, sumiu ao longe.

    Provavelmente nossa cela ficava em um corredor movimentado, já que diversas vezes ouvíamos pessoas diferentes, falando sobre assuntos diversos. Uns falavam sobre a saudade que sentiam de parentes falecidos, outros diziam que estavam cansados da comida insossa, já outros diziam que matariam o primeiro humano que passasse na sua frente. Em todo o caso, nada do que foi dito era relevante para mim.

    Tentei animar Talamaris, que suava frio e tremia mais que o costume:

    — Não fique assim, Tala. Vou tirar a gente daqui. Eu prometo!

    — Agradeço a consideração, menina, mas já sei nosso destino. Não me importo em ser escravizada. Meu medo é outro…

    Seja qual fosse o medo que pudesse deixar ela tremendo dessa forma por vários dias, provavelmente seria algo tenebroso.

    — E qual é este “outro” medo? — Perguntei, bastante aflita.

    — Eu… Eu tenho medo de lugares apertados ou fechados. Ficar confinada assim me deixa incapaz. Desculpe garota, não serei muito útil num plano de fuga.

    Fiquei desconcertada. Já ouvi falar de pessoas que sentiam esse tipo de medo, mas achava que apenas covardes sentiam isso… Devo admitir que foi um preconceito da minha parte, já que Tala era tudo, menos covarde.

    Tomei todo o tempo que tinha para pensar. Algo precisava ser feito para nos livrar desse confinamento. E Thermon… Rogo ao deus Branco pela segurança dele a todo momento.


    Hoje, quando parei para pensar em algo que pudesse nos tirar daqui, martelei em minha mente a fala de Tala: “… não serei muito útil num plano de fuga”. Ser útil não significa que ela precisa lutar ao meu lado. “Como posso usar isso ao nosso favor?”, pensei.

    A porta da cela, por mais robusta que fosse, não resistiria a uma tentativa de fuga de duas magas como nós. As correntes eram o problema.

    Pensei em fingirmos que uma de nós estivesse morrendo por alguma doença, para forçar que abrissem a cela, e soltassem pelo menos uma de nós, mas, sabendo como tratam escravos, seria improvável que se importassem com a morte de uma “mercadoria”. Provavelmente não teremos mais do que uma oportunidade para tentar fugir, então o plano precisava ser bem definido.

    Com o passar dos dias eu pedia a opinião de Talamaris em estratégias de fuga, mas ela mostrava os erros óbvios de cada plano. A elfa já aceitou seu destino ou simplesmente não aguentava mais ficar presa aqui. Seja qual fosse o motivo, eu não contava com ela para bolar uma fuga há pelo menos dois dias.

    Parte de mim queria brigar com a Tala, dizendo que ela precisava ter mais fé, mas eu mesma estava perdendo as esperanças. Cada dia que passava me deixava mais desesperançosa, com menos vontade de lutar. Só uma coisa me mantinha focada: salvar Thermon!

    Thermon sempre me tratou muito bem, e, aos poucos, me afeiçoei muito a ele. Me apaixonei por ele.

    Paixão… Sentimento avassalador. Nós sofremos sem sentir dor, mas dói… Quando estou com ele só penso em como é bom estar ali. Quando não estou com ele só penso em quando o verei novamente.

    É bobo e clichê, eu sei, mas é uma sensação boa. Nunca havia sentido isso antes, o que torna tudo ainda mais forte.

    Como Thermon sempre me protegeu, quero fazer isso por ele. Pelo menos dessa vez. Preciso sair daqui e libertá-lo. Infelizmente não houve progresso para tentar sair dali.

    E mais um dia se passou. Dormi recostada em Talamaris, que ainda não soltou a minha mão.

    Quando recebíamos os pães e água diários, era por uma pequena fresta embaixo da porta. Nada era dito pela pessoa que nos alimentava. A fresta se abria, uma cumbuca com a água era empurrada para dentro, dois pedaços de pão eram jogados no chão, e a fresta se fechava.


    Neste dia, como de costume, acordei com o rangido agudo da fresta se abrindo. Dessa vez, alguém falou conosco. Era uma voz masculina, um pouco rouca:

    — Vou tirar vocês daí, mas preciso que façam algo. Uma das duas precisa engolir a pílula vermelha que enfiei no pão mais queimado. Esperem uns três ciclos para isso. Quem engolir a pílula vai sentir dores severas e vomitará muito. Depois alguém vai entrar para verificar como vocês estão, e darei um jeito de libertá-las — fiquei em silêncio, pois não tinha como comprovar se o que a voz dizia era verdade. — Eu sei que é pedir muito, mas é a única forma de libertá-las. O pessoal daqui têm meios para saber se estão mesmo sentindo dor ou se é fingimento… Preciso ir!

    O dono da voz correu pelo corredor escuro e ficamos sozinhas novamente.

    Olhei para Tala, que ainda estava de olhos fechados, provavelmente dormindo, e não ouviu o que a voz falou através da porta.

    Me aproximei dos dois pedaços de pão jogados no chão, um deles estava quase carbonizado. Era dentro deste pão que estava a pílula. Balancei um pouco minha amiga e falei:

    — Tala, acorde. Parece que vamos conseguir sair daqui!


    — Pronta? — Falei em tom aflito.

    — Claro que não, mas não temos outra alternativa, certo? — Tala tremia menos hoje. Talvez a perspectiva de conseguir sair deste buraco fez ela se sentir um pouco melhor.

    O plano era estranho e com possíveis falhas. No pior dos casos Talamaris morreria e eu seria escravizada. No melhor dos casos conseguiríamos sair deste lugar maldito.

    Minha companheira de cela colocou a pílula vermelha na boca, engoliu usando o pouco de água que recebemos na cumbuca, e esperamos.

    Tala prontamente aceitou o fardo de engolir a pílula. Ela se sentia mal pelo modo como lidou com nosso enclausuramento. Quis protestar, já que ela não parecia bem fisicamente, mas ela foi irredutível: “Eu me sacrifico e você nos tira daqui. Sem mais!”.

    Alguns espaços de tempo depois e Tala começou a tossir. Para ajudar no teatro comecei a falar bem alto:

    — O que está sentindo, Tala?

    — Que minhas entranhas vão sair pela boca… — Ela estava de pé, apoiando-se da parede da caverna com a mão esquerda.

    Não demorou nada e minha companheira começou a vomitar bastante.

    — Você deve estar com algum tipo de doença — mantive o teatro. — GUARDAS! NOS AJUDEM AQUI!

    O desespero em minha voz era real. Não comemos nada além de pão velho há dias. Mesmo com a iluminação fraca do recinto, dava pra ver como eu e Talamaris estávamos magras e desnutridas. Vomitar desse jeito não faria bem a ninguém.

    — Por favor, alguém, NOS AJUDE! — Gritei o máximo que pude. Como as correntes limitavam nossa movimentação, não tínhamos como chegar tão perto da porta, então precisei me esticar para que minha voz fosse ouvida.

    Mais um jorro de vômito depois, uma voz feminina disse atrás da porta:

    — Que barulheira é essa aí dentro? Querem levar uma surra?

    — Minha amiga está passando muito mal. Ela não para de vomitar! Ajuda ela, por favor!

    A voz não respondeu durante um tempo. Era quase como se estivesse ponderando se deixaria Talamaris morrer ou se faria algo para ajudar.

    — Qual das duas está passando mal, a Elfa ou a azulada? — A voz nos perguntou, como se isso fosse definir se ela ajudaria ou não.

    — A elfa está mal. Eu sou azulada — odeio que me chamem assim.

    — Está bem… Vou chamar um curandeiro.

    O eco dos passos rápidos dela diminuíram de intensidade conforme se afastava pelo corredor.

    Mais vômito saiu de Talamaris. Não sei dizer de onde veio tanto líquido, já que não bebemos tanta água assim.

    Logo ouvi mais passos se aproximando, dessa vez era mais de uma pessoa.

    A porta se escancarou. Um deles, o mais baixinho, trazia um cetro com um cristal brilhante na ponta, como se a luz fosse a chama de uma tocha. A outra pessoa deveria ser a nossa carcereira. A mulher era uma elfa, o que faz sentido, já que se importou com qual de nós estava passando mal.

    Sem falar nada a carcereira apontou o que parecia uma varinha marrom para Tala. A varinha toda brilhou com uma luz avermelhada. Ela olhou para sua companhia, que era um anão sem barba. Ele parecia especialmente novo.

    O anão apontou o cetro/tocha de cristal para mim, e disse:

    — Vou me aproximar dela, se tentar alguma gracinha, eu abro seu crânio!

    Levantei ambas as mãos em sinal de rendição e me afastei o máximo que pude.

    — Bom mesmo, menininha. Vire de costas, só para garantir — falou a elfa com a varinha.

    Não protestei. Me virei de imediato.

    Os passos do anão ecoaram pela cela, Talamaris vomitou de novo.

    — Eca, vira sua boca para o outro lado quando for vomitar, sua nojenta! Sujou as minhas botas.

    — Vá de ferrar, seu baixinho mequetrefe. Prefiro morrer a ser tratada por um anão!

    Eu só queria protestar e falar para Tala ficar quieta, mas ela estava especialmente irritada com o fato do curandeiro ser um anão.

    Pareceu que um dos nossos inimigos ia dizer algo quando escutei um baque surdo e depois outro. Um instante depois ouvi o que pareciam dois corpos caindo no chão.

    — Pode se virar, garota — a voz da pessoa que nos deu a “pílula de vômito” falou.

    O que vi primeiro foi Talamaris bebendo de um cantil que nosso salvador entregou. Depois percebi que nossa carcereira e o anão estavam desmaiados, caídos de cara no chão. A pessoa que nos ajudou era uns vinte centímetros mais alta que eu, suas vestes escuras cobriam cada pedaço de pele, sendo impossível dizer de qual espécie ele fazia parte.

    — Continue bebendo, logo logo vai parar de vomitar — o homem falou.

    — Para o seu bem, espero que sim… Esse treco é muito amargo — Tala parecia extremamente irritada.

    — Quem é você, e por que nos ajudou? — Indaguei.

    — Temos interesses em comum. Soube que vocês vieram com um escolhido do sul, não é?

    Hesitei por um instante. E se esse fosse o motivo dele estar nos libertando? E se ele quisesse machucar Thermon, e precisava de nós para encontrá-lo? Todo o tipo de possibilidade ruim passou pela minha cabeça, até as mais improváveis.

    Percebendo meu desconforto, ele tentou me acalmar.

    — Pode ficar em paz. Não quero causar problemas para vocês. Muito pelo contrário. Vanir é seu inimigo, correto? Então somos aliados!

    — Posso saber o seu nome? — Perguntei.

    — É… Geir, ao seu dispor — ele acenou com a cabeça.

    — Sou Jouci, essa é Talamaris Afiada.

    — É um prazer conhecer a prefeita de Lires. Fiquei surpreso ao descobrir que alguém tão forte quanto você ter sido capturada tão facilmente.

    Nosso estranho salvador se agachou e colocou uma chave no grilhão da Talamaris, que suspirou profundamente assim que o metal frio saiu de perto de sua pele. Logo depois Geir também me libertou. Foi como respirar pela primeira vez.

    — Vocês duas conseguem correr?

    — Meu estômago está ruim, mas posso correr — Talamaris se levantou e limpou as mãos sujas de vômito nas vestes do anão desmaiado.

    — Eu também consigo.

    — Ótimo! Tentem ficar perto de mim. Façam o que eu disser!

    — Se a questão é nossa segurança, podemos ajudar em combate — Tala estava animada por poder sair dali. Provavelmente o que a mantinha em pé era sua força de vontade, pois ela estava muito pálida e cambaleava um pouco.

    — Não se forcem demais. Vai demorar um pouco para recobrar suas energias. Aqui, coma isso, menina — Geir me entregou algo que pareciam duas tiras de carne seca. Peguei das mãos dele sem fazer cerimônia.

    — Muito obrigado! — Provavelmente engoli sem mastigar, tamanha a fome que sentia. Minha barriga doeu com a comida chegando tão rápido no estômago.

    Talamaris prendeu a nossa carcereira e o anão com os grilhões.

    — Boa ideia! — Falei.

    Geir saiu pelo corredor, comigo e Talamaris em seu encalço.

    Estava muito escuro, mas nosso salvador nos guiava por diversos túneis e corredores estreitos como se tivesse o mapa decorado em sua mente. Dezenas de metros depois de sairmos, fizemos nossa primeira parada, alguns passos antes da entrada de uma sala iluminada.

    Aos cochichos, Geir nos deu algumas instruções:

    — Fiquem quietas. Quando os dois guardas ficarem de costas, prestando atenção em mim, entrem no recinto. Façam bastante barulho com seus passos.

    Não discutimos, pois parecia que ele tinha um plano sendo executado.

    Ele viu antes de nós, pois devia ter os olhos mais treinados para andar nesse lugar. Eram dois guardas enormes, ambos Lizards, com lanças do mesmo tamanho deles. Mesmo os Lizards sendo quadrúpedes na maior parte do tempo, esses em nossa frente estavam sob as patas traseiras. Suas vestes cobriam partes aleatórias de seus corpos. Digo isso pois não consegui identificar um padrão em quais partes eles tentavam cobrir. Provavelmente estes panos eram apenas adornos, e não como o restante das outras espécies, que tampam suas genitálias com as vestimentas.

    Geir nos empurrou gentilmente para perto da parede ainda escura do túnel e seguiu até os guardas:

    — Boa noite, camaradas!

    O primeiro Lizard sibilou como uma cobra e disse:

    — Ah, Geir, precisa de algo?

    — Preciso da ajuda de vocês. Temos que ir até a parte de trás da colméia. Podem me seguir?

    Enquanto ele falava, já tinha passado pelos guardas, o que fez os Lizards ficarem de costas para nós. Essa era a deixa para aparecermos.

    Se Geir não fizesse nada depois que eu a Talamaris nos mostrássemos, não sei se conseguiríamos nos defender dos guardas. Mesmo com o perigo óbvio, decidimos confiar nele.

    Cumprimos com nossa parte do plano. Corremos como se estivéssemos há horas perdidas. Ofegamos bastante.

    Os lizards nos perceberam depois de tanto barulho feito. Eles olharam em nossa direção, ficando de costas para Geir. Antes deles conseguirem levantar suas lanças contra nós, nosso salvador abriu as mãos e apontou para a nuca dos guardas. Um momento depois, esferas de água, que saiu de dentro das veste de Geir, cobriram as enormes cabeças dos lagartos. No instante seguinte a água congelou e os blocos sólidos que envolviam nossos inimigos começaram a sufocá-los.

    Foi um incômodo muito grande presenciar esta cena. Os lagartos arranhando o gelo, e se debatendo no chão, sem ar. Quase senti pena. “Eles merecem morrer?”, pensei.

    Desviei o olhar, me eximindo da culpa por não intervir em dois assassinatos ocorrendo em minha presença.

    — Não desvie o olhar — Talamaris me trouxe a realidade. — Não temos amigos aqui. Não sinta pena deles. Não teriam pena de você!

    A contragosto voltei a olhar os lagartos se debatendo. Menos de um espaço de tempo depois, eles não se mexiam mais.

    Aqui, nesta sala bem iluminada por cristais brilhantes, conseguimos ver Geir melhor. Ele estava coberto com panos pretos, que enrolavam todo o seu corpo. Uma manta marrom estava jogada por cima deste panos, para que ele não parecesse alguém mumificado andando por aí. Ainda não sei dizer como ele conseguia ver alguma coisa com panos tão pretos obstruindo sua visão. Pelo formato de seu corpo ele era magro, mas com musculatura bem definida.

    Tala se aproximou de um dos corpos e pegou uma das lanças caídas no chão.

    — Sem uma arma me sinto nua. Quer usar a outra? — Ela me perguntou.

    — Não, obrigado. Eu nem saberia o que fazer com isso.

    — Vamos continuar? Me sigam em silêncio! — Geir transformou o gelo que matou os lizards em água. Depois todo o líquido voltou para dentro de suas vestes. Não dava para ver onde ele mantinha a água.

    O novo túnel que adentramos ficou mais apertado e íngreme conforme avançamos. Talamaris não pareceu ter gostado das paredes estarem mais próximas de nós. Provavelmente a claustrofobia estava afetando ela aqui também.

    Não corríamos mais, já que a inclinação do túnel tornava a tarefa muito maçante. Um longo tempo depois, senti o túnel vibrar, e então ouvi um som constante e cortante, que já ouvira anteriormente em Solgos, mas em menor intensidade. Estávamos próximos da saída da colmeia.

    — Geir, sei que já fez muito por nós, mas precisamos salvar Thermon. Por que estamos saindo?

    Não paramos de andar mesmo conversando.

    — Ele não está aqui. Essa é só uma das bases de Vanir, ele tem dezenas espalhadas pelo Sáfaro. Demorei a ajudar vocês duas porque precisei de tempo para descobrir onde Thermon está. Vanir aceita todo tipo de pessoa para se juntar a sua causa, mas leva muito tempo para conquistar sua confiança… Cobrei alguns favores dentro da organização e descobri que ele foi levado para a maior base nos desertos centrais. A nossa sorte é que já fui lá algumas vezes, então, enquanto estiverem comigo, estarão no caminho certo.

    Geir falava sempre sem muita pressa, o que nos transmitia bastante confiança em suas ações.

    — Sabe dizer se ele ainda está vivo? — Era o que eu mais me preocupava no momento.

    — Ah, se tem alguém que está vivo é- Digo, ele está bem… Vanir nunca nos disse o porquê precisa de escolhidos, mas pelo menos sei que quer eles vivos. Garanto que até ele conseguir todos os cinco escolhidos, não vai machucá-lo.

    — Isso é muita informação para absorver… Vanir quer todos os escolhidos? Você, mesmo sendo um dos lacaios, diz ser inimigo dele? Porque devemos confiar em você? — Tala estava logo atrás de Geir, com a lança em punho. Ela não parecia muito contente com a ideia de se juntar a este estranho.

    — Confiar em mim? É… Não lembro de ter pedido isso para as duas… Hmmm, “por que vocês devem confiar em mim”? Deixe-me ver… — Geir parou abruptamente. Eu trombei com a Talamaris que parou também. — Bem, que escolha as duas tem?

    Tala e eu nos entreolhamos. Se tudo o que ele disse é verdade, então não tínhamos muito o que fazer além de segui-lo.

    — Tudo bem, vou com você, Geir. Conto com a sua ajuda. O que me diz Tala, vai conosco ou vai voltar para Lires?

    — Não tenho escolha. Preciso recuperar a espada da minha família… Pode continuar nos guiando, Geir?

    Ele ponderou pelo o que pareceu dois espaços de tempo.

    — Claro. Toda ajuda será bem vinda. Vamos continuar!


    “Tudo que fiz até hoje foi por Calis. Não sei de onde tirei forças para continuar depois que ela partiu”

    Talamaris Afiada

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