Capítulo 28 - Medir Mendir
VALEN
Minha primeira luta estava marcada para o período da tarde. O treinador, que também era o patrocinador do time, adorou minha adição. Omitimos o fato de eu ser um escolhido.
Em comparação aos outros participantes, Pírio era bastante forte, então o treinador me adicionou no time sem muitas perguntas. Ele parecia confiar bastante em meu amigo.
— Prazer em conhecê-lo, senhor Valen. Me chamo Ujikar Terceiro, ao seu dispor… — O senhor rechonchudo me lembrava muito Rufo, o tio de Pírio. A diferença é que ele era um pouco mais magro, e menos idoso. — É amigo de Pío, hã? Espero muito de você!
— O prazer é todo meu, senhor Ujikar… Que nome pitoresco. O senhor não nasceu por aqui, certo?
Ainda apertando minhas mãos, ele olhou para Pírio, e depois para mim. Deu um sorriso e respondeu:
— Perspicaz da sua parte. Sim, nasci no continente Sáfaro. Os humanos daquele lado do mundo adoram dar nomes estranhos aos filhos. Segui a tradição e nomeei minha filha “Ujifilha”. Ela me odeia por isso até hoje. Hahahahahahahaha.
— Sinto muita pena dela! — Pírio, que estava sentado ao meu lado, comentou.
— Eu também… Agora, vamos nos preparar para as lutas seguintes. Pessoal, espero que não me decepcione. Investi muito dinheiro em vocês! — Ujikar deu as costas para mim e para Pírio, e falou com o restante do time.
Eu, Pírio e os outros sete integrantes da equipe estávamos sentados no vestiário que ficava abaixo de alguma arquibancada. Dava para sentir a vibração dos pés das pessoas andando acima de nós.
Não me esforcei para decorar os nomes e rostos das pessoas do recinto. A maioria eram brutamontes, tão altos e fortes fisicamente quanto eu. Alguns pareciam não ter gostado da minha adição na equipe. Outros não demonstraram interesse em mim. Um único rapaz aparentou estar animado comigo na equipe. Parecia até que ele me conhecia pelo modo como me olhava.
Enquanto Ujikar dava instruções a equipe, tentei cochichar algo no ouvido de Pírio:
— Esse menino, me olhando fixamente, o que tem com ele?
— Ah, esse é Mendir. Ele é um aficionado por batalhas. O garoto é um gênio do combate. Tome cuidado com ele, pois também está inscrito em Combate desarmado com mana, assim como nós. Já treinei com ele algumas vezes e não consegui derrotá-lo. Claro, ele nem se compara a você, mas ainda assim é assustador.
Mendir continuou olhando para mim, com uma expressão quase eufórica. Decidi ignorá-lo.
Após as instruções dadas por nosso treinador, que claramente não prestei atenção, chegou a vez de um dos brutamontes participar. Não me dei ao trabalho de ir assistir, pois preferia ficar no vestiário, repassando o plano com Pírio. O restante da equipe saiu do cômodo.
— Tome cuidado para não usar seus dois tipos de mana durante a luta, ou as pessoas podem acabar descobrindo sua identidade — Pírio deu uma dica.
— Terei isso em mente.
Mais de um tipo de mana sendo usada por um mesmo mago não é uma exclusividade dos escolhidos, mas é um forte indicativo que o usuário é um. Como as habilidades dos escolhidos são conhecidas por quase todos, por meio de anos de fofocas espalhadas entre as pessoas, caso eu use mana do tipo força e energia na frente de tanta gente, poderiam fazer a conexão entre as habilidades, e minhas “férias” estariam arruinadas.
Eu e Pírio continuávamos cochichando no fundo do vestiário e não percebemos que ficamos apenas eu, ele e Mendir no recinto. Olhei de esguelha para o rapaz, e percebi que ele me encarava com atenção.
Nossa companhia puxou assunto:
— Também acham que os anões trouxeram um escolhido para a competição? Ujikar tem quase certeza disso. — Mendir cruzou os braços enquanto falava.
Eu e Pírio nos entreolhamos. Respondi o jovem:
— Não faz muita diferença se trouxeram ou não. Teremos que enfrentá-lo de qualquer forma, não é mesmo?
Ele colocou a mão direita no queixo, olhou para cima, um pouco pensativo. Balançou a cabeça positivamente e continuou:
— Sim, não faria diferença. Eu venceria de qualquer forma!
Fui pego de surpresa pela confiança do rapaz. Eu mesmo não era tão confiante sem conhecer meus oponentes… Ok, talvez eu seja um pouco confiante… Tudo bem, eu sou completamente confiante em minhas habilidades, mas juro estar melhorando. Minha derrota para Vanir fez eu repensar algumas atitudes.
— Lá se vai ele de novo com essa conversinha… Mendir, você não tem vergonha de falar esse tipo de maluquice? Sei que você é forte, mas não seja precipitado com suas palavras. Já ouvi histórias de como os escolhidos lutam quando estão sérios, e nem dez de você dariam conta — Pírio entrou na conversa.
— E quem te disse que já lutei sério em sua presença, Pío? As vezes em que treinamos te dei alguma ideia da extensão completa de minhas habilidades?
Pírio ficou em silêncio. Ele quem ficou em “modo pensativo” dessa vez.
— Ao meu ver não é um problema ser uma pessoa confiante, Pío… Em todo o caso, por enquanto, focaremos em nossas lutas, tudo bem?
Mendir levantou e pude prestar atenção nele. O rapaz não parecia especialmente forte. Era uns dez centímetros mais baixo que eu. Ele não tinha uma musculatura proeminente. Sua estrutura física ficava um pouco acima da média. Talvez ele fosse um mago poderoso, e não um lutador “semi-selvagem” como eu. Algo me dizia que eu não demoraria muito para ver ele lutando.
Ele foi em direção a porta, parou antes de abri-la, e falou, ainda de costas para mim:
— Eu sei quem é você, novato. Não se preocupe, não vou espalhar para os outros. Quero que saiba que vamos nos enfrentar em alguma parte da competição, e que não brinquei quando falei que não faria diferença para mim enfrentar um escolhido. Vou derrotá-lo, e ficar com aquela armadura.
O rapaz saiu do vestiário e me deixou com a dúvida pairando em minha mente: como ele sabia quem eu era?
A hora da minha luta havia chegado. Ujikar veio até o vestiário me chamar. Ele suava muito, devido a excitação das competições.
Me levantei, coloquei minha máscara, me alonguei um pouco.
Segui nosso treinador pelos corredores. Assim que chegamos em uma das entradas para arena, Ujikar começou a me dar instruções mais detalhadas:
— Seu oponente é de Arcos. Você sabe, daquela cidadezinha no sul dos domínios humanos. Conversei com alguns conhecidos para saber algo sobre ele. Me disseram que o tipo de mana dele é elemental. Ele controla água. Não sei se viu, mas entre a arena e as arquibancadas tem um pequeno fosso com água. Fique atento a esse fosso quando for enfrentá-lo, tudo bem? — Ele falou tudo muito rápido. — A propósito, qual seu tipo de mana?
— Força.
— Ah, que interessante — um som de gongo tocou ao fundo e Ujikar se agitou. — É sua deixa. Entre na arena, espere o narrador te apresentar. Aperte a mão de seu adversário, dê cinco passos para trás e acabe com ele!
Fingi nervosismo e apenas acenei positivamente com minha cabeça. Continuei me alongando enquanto aguardava.
O barulho das pessoas nas arquibancadas começou a aumentar quando o narrador anunciou:
— SENHORAS, SENHORES E ANÕES, A PRÓXIMA COMPETIÇÃO SERÁ COMBATE DESARMADO SEM MANA. COMPETIDORES, QUEIRAM ENTRAR NA ARENA.
Obedecendo ao narrador dei alguns passos e saí do corredor, entrando na arena. Do outro lado do estádio meu oponente fazia o mesmo. Consegui ver o fosso com água que Ujikar havia comentado. Das arquibancadas era bem difícil ver a água, já que a vala era bem fina e próxima a parede que separava as arquibancadas da zona de lutas. Acredito que o fosso só existe para tornar possível a participação de magos que controlem água..
Eu e meu oponente paramos antes de atravessar a pequena vala, aguardando sermos apresentados.
— DO MEU LADO ESQUERDO, LUTANDO PELO FEUDO DE LAGUNA-OESTE, VALEN!
Muitas pessoas gritavam, animadas com minha presença, mesmo sem saber quem eu era. Talvez pusessem bastante expectativas em mim, visto que nossa equipe estava indo muito bem no torneio. Até agora vencemos todas as batalhas que enfrentamos. Seria mais uma vitória comigo, não é mesmo?
— DO MEU LADO DIREITO, LUTANDO PELO FEUDO DE PEDRA-PARTIDA, LOMAR SEGUNDO!
Novamente, mais gritaria da plateia, porém, dessa vez, pareciam conhecer meu oponente. Um coro apareceu entre os gritos: “Lomar! Lomar! Lomar!”. Deu até pena ter que derrotar alguém tão querido.
Eu e Lomar nos encontramos no centro da arena. O narrador deu as instruções padrões:
— COMPETIDORES, NÃO EXISTE LIMITE DE TEMPO. O PRIMEIRO A INCAPACITAR O ADVERSÁRIO VENCE. LEMBRANDO QUE HOMICÍDIOS OU DESMEMBRAMENTOS INTENCIONAIS SÃO PROIBIDOS, E SERÃO PUNIDOS COM A MESMA INTENSIDADE DE UM CRIME CAUSADO FORA DESTA ARENA. PODEM SE CUMPRIMENTAR.
Nos cumprimentamos brevemente. As mãos de meu oponente eram firmes e calejadas, mostrando que ele treinava com bastante frequência. Demos cinco passos para trás e aguardamos o sinal.
— COMECEM!
E o gongo soou.
No mesmo instante que ouvimos o som, meu oponente deu um longo salto para trás, e se aproximou do fosso com água. Fez alguns movimentos com as mãos e o líquido contido ali flutuou com seus comandos. Lomar criou um anel grosso de água rodeando seu corpo. Parecia uma forma de atacar e se defender bem efetiva se ele estivesse enfrentando alguém de seu nível, o que obviamente não era o caso.
Ele não era muito alto, sendo uma cabeça mais baixa que eu, mesmo assim tinha a musculatura corporal bem definida. Percebi algumas longas cicatrizes em seus braços. Com toda certeza ele não era um amador. Agora que a luta começou, percebi que ele era careca. Devo dizer que isso combinava bastante com a pose de lutador calejado que ele transmitia.
Como não me movi desde o início da batalha, muitas pessoas atrás de mim gritavam impacientes, querendo que eu agisse. Uma pessoa em particular chamou minha atenção ao gritar:
— Seu desgraçado, eu apostei trinta moedas de ouro em você. É bom vencer ou vou atrás de sua família! — Esse tipo de “amor” pelo esporte que eu esperava dos espectadores.
Decidi começar o teatro, já que precisava parecer que eu não venceria com facilidade. Seria bom eu não humilhar muito meu oponente, assim, quando eu apostar em mim mesmo nas próximas lutas, poderei ganhar um dinheiro a mais.
O percentual ganho com cada aposta era definido antes das batalhas. Se eu não fosse o favorito, ganharia muito mais ouro com minhas vitórias.
Levantei a guarda, e comecei a me aproximar de Lomar. Ele nem fez menção de sair do lugar. Ali onde estava, perto das parede da arena, ao lado do fosso, teria acesso a toda água necessária para tentar me enfrentar. Isso mostrou que ele tem bastante experiência em combate, não era só questão de aparências.
Quando diminuí metade da distância entre nós, meu oponente fez o primeiro movimento. Ainda mantendo o anel de água em volta de seu corpo, ele controlou mais uma torrente de água vinda do fosso e arremessou em minha direção, como um turbilhão rodopiante. Lembrava muito a habilidade usada pelo “Elfo” da rosa dos ventos, que enfrentei em Porto-Norte.
Para não ficar óbvio que eu não tinha problemas em evitar essa habilidade, mal desviei do ataque. Deixei um pouco da água passar de raspão pelo meu corpo, dando a impressão de que fui pego de surpresa.
Comecei a correr em direção a Lomar após desviar do primeiro ataque. Logo veio o segundo e depois o terceiro. Fiz o mesmo para escapar de ambos os ataques. Quando meu oponente estava prestes a entrar em meu raio de ação, ele expandiu seu anel defensivo de água, como se um campo de força o protegesse de mim. Saltei alguns centímetros no ar e coloquei ambos os braços na frente de meu corpo, fingindo estar protegendo o rosto. Já que eu estava no ar no momento em que a água acertou meu corpo, fui arremessado para trás com bastante força.
A plateia foi ao delírio. Um lutador ser arremessado no ar era uma visão completamente empolgante. Muitos gritos eram ouvidos por toda a plateia. A maioria das pessoas pareciam irritadas comigo, por estar “perdendo”. Outros riam, já que torciam contra mim.
Fiz o possível para cair rolar dramaticamente. Levantei com dificuldade fingida. Tossi como se água tivesse entrado em meus pulmões. Coloquei minhas mãos nos joelhos, e comecei a ofegar. Todos que apostaram em mim estavam irados comigo. Se eles soubessem…
Optei por fazer esse mesmo tipo de ação pelo menos mais umas três vezes antes de atacar pra valer. Ser arremessado por uma técnica de água era de certa forma divertido, mas só se você não se machucar com isso.
Quando entendi que a platéia já tinha apostado o suficiente em Lomar, fiquei sério. Levantei depois de ser arremessado pela quarta vez. Arrumei a máscara em meu rosto e levantei novamente a guarda. Os xingamentos da plateia só aumentavam contra mim. Eu só conseguia sorrir por baixo da máscara.
Avancei com mais agilidade do que em todos os momentos dessa luta. Uma torrente de água veio em minha direção, e saltei para a diagonal à minha esquerda, evitando o golpe e mantendo o avanço. Lomar, que estava completamente confiante até aquele momento, mudou sua expressão de triunfo para uma carranca mais séria. Dessa vez ele atirou dois jatos mais finos e concentrados em direção ao meu peito. Dei uma rasteira a o golpe passou por cima da minha cabeça.
Pela quinta vez nesta luta, Lomar se preparou para expandir seu anel defensivo de água, tentando me arremessar no ar. Dessa vez dei um murro fortalecido com mana contra a parede de água. Foi como rasgar papel.
Sem dar tempo para Lomar usar mais técnicas, me aproximei de meu oponente, e segurei a base da gola de suas vestes, com o punho direito levantado, prestes a acertar seu rosto. Lomar percebeu que estava enfrentando um usuário de mana do tipo força. Se fosse acertado poderia ficar com sequelas permanentes, ou até mesmo morrer.
Lomar, entendendo que perdeu, apenas levantou os braços e falou o mais alto e claro que pôde:
— Eu desisto!
A plateia explodiu.
Tanta gente pulou de alegria com a minha vitória ao mesmo tempo, que a arena toda tremeu. Eu não tinha percebido até aquele instante, mas todos estavam em silêncio desde o momento em que investi pela última vez contra Lomar.
Depois que soltei suas vestes, meu oponente fez uma reverência, se virou e saiu da arena.
— O VENCEDOR É VALEN, DE LAGUNA OESTE! — Gritou o locutor.
— Aquilo foi irado, Valen. Se eu não tivesse te visto lutar antes, teria mesmo acreditado que você estava perdendo — Tobin me parabenizou quando voltei ao vestiário.
— Apostei cada centavo que eu tinha em você. Nunca vi tanto ouro na vida! Nem sei como vou carregar quinhentas moedas de ouro. Vou poder comprar uma casa nova para minha mãe! — Listro carregava um grande saco de moedas. Parecia mesmo bem pesado. Seu rosto estava radiante.
— Também consegui uma boa grana apostando em você, Alvo- Digo, Valen — Pírio chegou junto com Tobin e Listro.
— Parabéns, rapaz. Sabia que não me arrependeria de colocá-lo na minha equipe! — Ujikar brotou de algum lugar atrás de mim. Antes que eu percebesse ele já estava me cumprimentando com ambas as mãos.
Outros três integrantes da minha equipe estavam no vestiário. Um deles me olhou com escárnio palpável. Os outros dois apenas me ignoraram.
— Sua próxima luta será amanhã, no período da manhã. Trate de dormir bem esta noite — com isso Ujikar saiu gargalhando pelos corredores.
— Esse velho é meio doidinho, não? Bem, a minha luta é a próxima. Para a segunda rodada fui sorteado contra Mendir. Pelo jeito terei que me contentar em ganhar dinheiro apenas apostando em você, Valen… — Pírio já se deu por derrotado.
— Por que tem tanto medo desse garoto, Pírio? Já vi você derrotar três oponentes maiores ao mesmo tempo nos treinamentos do batalhão. Como pode estar com medo dele?
— Não vou falar mais nada. Veja por você mesmo daqui a pouco — ele suspirou e se virou. — Vou até a entrada da arena. Logo serei chamado.
Fiz o que ele pediu. Resolvi prestar atenção em Mendir durante essa luta, para tentar “medir” suas habilidades…
Essa foi boa, vai?
Não? Ok, deixa pra lá…
Tirei a máscara e segui para o os camarotes, com Listro e Tobin. Chegamos bem a tempo do locutor dizer:
— COMECEM!
Assim como eu, Pírio lutava apenas com as mãos. Suas habilidades de cura não seriam úteis para causar dano, de qualquer forma. Ele avançou contra Mendir, tentando vencê-lo antes que o rapaz pudesse reagir. Isso se virou contra ele.
O oponente de Pírio era um mago elemental, que controlava minérios. Com um movimento de arte-marcial, que nunca vi antes, Mendir ficou em uma pose estranha aos meus olhos. Estava apoiado em sua perna direita, enquanto a outra ficou dobrada à frente de seu corpo. Suas mãos abertas formavam um arco acima da cabeça, como se fosse iniciar uma dança. Quando Pírio estava prestes a acertá-lo, Mendir chutou o chão com a perna antes levantada, e um pilar de pedra pequeno, porém preciso, subiu do chão, e fez com que meu amigo se desequilibrasse um passo antes do golpe ser desferido. Com Pírio ainda no ar, caindo de um tropeço planejado, Mendir girou em seus calcanhares e acertou seu oponente no queixo, com um chute giratório.
Não há habilidade de cura que pudesse evitar que meu amigo desmaiasse instantaneamente.
Pírio perdeu.
Assim que o narrador oficializou a vitória de Mendir. Ele olhou em minha direção, como se soubesse onde eu estava o tempo todo. Ele tirou a máscara em um movimento dramático.
Seu olhar era afiado. Desafiador.
Eu sabia o que aquele olhar significava: “Você será o próximo, Alvo!”.
“Aos pés da ‘Montanha solitária’ existe um pequeno conjunto de vilas de mineradores. Ali é o mais próximo que um estrangeiro poderá se aproximar do reino Anão. Os piores artefatos criados por anões são vendidos ali… Mas convenhamos, o pior artefato criado por um anão é um artefato divino nas mãos de um Humano.”
Ven’e Ametis
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