Capitulo 10 - Invasão X
꧁ madrugada ꧂
Reiji fica alguns dias hospedado naquela residência, até que certa madrugada, é acordado aos prantos e gritarias.
— REI, PRECISAMOS FUGIR — grita o homem fera, adentrando o cômodo aceleradamente.
(…)
Acordando de forma abrupta, e sem entender a situação, o garoto ainda sonolento, indaga: — O que está acontecendo?
À medida que recobra parte de sua consciência, esfregando os olhos e se levantando da cama gradualmente, sente a atmosfera estafante e densa.
Dirigindo seu olhar para o lado, percebe que Kazuki, com Mia em seus braços, estão olhando fixamente através das janelas abertas do cômodo. Enquanto fazem uma expressão desnorteada e confusa.
“Por que eles estão assim?”
Pensa assustado.
Logo em seguida, volta sua atenção para as janelas…
Mas, assim que dirige seu olhar para fora, percebe algo inesperado e surpreendente…
Todos os arredores e lojas do comércio local estão pegando fogo, a catedral em ruínas, e parte da muralha que é possível ser vista pelo quarto, está inteiramente danificada e desfragmentada… Seus destroços estão jogados aos montes nos caminhos e ruas abaixo.
O interior do quarto está todo iluminado de vermelho, possivelmente por conta das chamas que são refletidas.
Sem entender o que está acontecendo, Rei que acaba de acordar, e ainda sonolento, se levanta rapidamente.
E começa a seguir Kazuki, que por sua vez, anda de forma acelerada, até descer o andar inferior, enquanto explica a atual situação para o garoto.
— Não temos muito tempo, então vou tentar te explicar rapidamente… — diz entrecortadamente, descendo as escadas.
— O reino dos homens feras por estar situado perto das planícies costeiras… Geralmente é atacado pelo reino dos demônios, e outros, que estão no continente de Artys — relata, saindo da casa.
— Eles chegarem… Nessa vila, só pode significar que as cidades e vilarejos antes daqui foram alvos de ataque também.
Já na porta da residência, seguindo Kazuki, que começa a correr pela rua, o garoto ouve inúmeros gritos que são emitidos por pessoas próximas.
Logo, repara que muitas das pessoas que encontra no caminho, estão correndo na mesma direção que Kazuki.
Olhando os arredores, percebe que muitas casas e barracas comerciais estão parcialmente destruídas… Uma cena um tanto quanto estranha.
Mas… Quem fez isso, ou o que aconteceu para as coisas estarem nesse estado? É o pensamento do garoto, enquanto corre sem parar.
Calafrios são sentidos por todo o seu corpo, e os ventos frios da madrugada adentram e revestem todo o seu pulmão, enquanto segue a figura do homem à sua frente.
— Não posso acreditar que isso esteja acontecendo, não era para isso acontecer — diz o homem, transparecendo no tom de suas palavras aflição e nervosismo.
Toda essa hesitação e confusão refletem em Mia, que está no colo do homem, que como consequência começa a tremer, e tampa seu rosto em suas vestimentas, as agarrando fortemente.
— Essa vila…
— Se não fosse a guilda de mercenários, a vila já não teria forças o suficiente para se defender, estaria destruída há muito tempo.
(…)
— Esse ataque, não vai terminar como os outros.
— Eu nunca pensei que diria isso… Mas, o melhor a se fazer é fugir, ou se esconder.
Enquanto está falando, um imenso barulho é ouvido.
Quando as pessoas próximas, Rei e Kazuki olham para trás, em direção aonde o estrondo havia sido ouvido.
Descobrem que parte da muralha desabou. E todos notam uma enorme cortina de poeira que cobre toda a atmosfera, enquanto o restante dos destroços da muralha, começam a cair lentamente.
Nesse mesmo momento, a silhueta de algumas coisas começam a tomar forma em meio a poeira.
De modo que, quando a poeira começa a desaparecer lentamente, as suas figuras se tornam mais visíveis…
Algo grande começa a tomar forma, seres quadrúpedes de formato deformado, e com enormes chifres tortos em suas cabeças… Demogorges.
Quando a poeira baixa, eles se tornam nítidos para todos, e logo avançam para frente, saindo aos montes, inúmeras criaturas de fora da fissura, e adentrando na cidade… Um verdadeiro caos.
Os cidadãos apavorados percebendo a presença dos seres, começam a gritar cada vez mais alto, e correm em conjunto em direção ao portão da cidade.
Correm sem se importar com o resultado, esbarrando-se e ignorando quem cai por perto… A sensação de sobrevivência clama mais alto, e logo a natureza da raça humana se torna evidente.
— Que infernos são aquelas coisas? É realmente possível um monstro assim existir? — diz o garoto surpreso, dirigindo seu olhar para as criaturas.
Os monstros percebendo a agitação e euforia humana, são atraídos para as suas posições.
E em um piscar de olhos, com grande velocidade, eles começam a correr rapidamente, até chegar próximo aos aldeões… E logo, os piores pesadelos e sonhos mais amargos se tornam realidade.
As criaturas pegam impulso com as suas garras, e estraçalham os corpos das pessoas próximas, e em seguida, comem seus cadáveres os devorando por inteiros.
“Mas que poha é essa?”
Pensa o estudante, congelando por alguns segundos.
A situação sai de controle, e Kazuki percebendo a ocasião, desesperado, puxa a mão de Rei e corre o levando para uma área isolada, de modo a evitar a aglomeração… Em sua dedução, se ficassem acoplados com as pessoas, seriam facilmente alvejados.
(…)
Eles se escondem em uma pequena barraca nas redondezas, e logo o homem ainda tentando analisar o cenário presente se vira para o garoto, e diz de forma rápida: — Vamos ficar aqui.
— Me desculpe por te puxar de repente, eu não sabia o que fazer… Se ficássemos juntos com aquelas pessoas, provavelmente seríamos alvo também.
— O-ok — responde.
Mesmo Kazuki tentando dizer de forma confiante, o tom de suas palavras transmitiam indecisão, e apreensão.
Kazuki está nitidamente abalado com tudo que aconteceu, tentando assimilar toda a realidade, e Mia… Estando em uma situação pior.
A garota apesar de estar cobrindo o seu rosto nas roupas do homem, ouve a cada minuto que passa todos os gritos, grunhidos e barulhos próximos… O que lhe afeta constantemente. Em suas memórias, a única coisa que pensa é no fatídico dia em que foi raptada, e teve que correr temendo perder a vida.
De todos os três ali presentes, Rei é o que mais está emocionalmente estável e apto para tomar uma decisão coerente. Apesar do caos que presenciou, o garoto tinha um psicológico forte.
Mas, antes que pudesse dizer algo sobre a situação, Mia inclinando sua cabeça para o lado, grita ao presenciar algo… Que faz todos ali olharem assustados para a cena.
Continua…
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