Capítulo 33 - Estrada difícil X
Quando finalmente distanciam-se do local após arrumarem os seus pertences, o grupo de Laili acompanhado com o de Rei, seguem rumo em direção ao norte.
O grupo então caminha à frente com certa dificuldade e cansaço. O sol da manhã parece aquecer o piso de terra e dificultar o andar, como um deserto escaldante, apesar de ser somente a impressão que passa constantemente para os viajantes.
Enquanto o estudante, junto com Kazuki, Takayo e Mia permanecem na parte traseira, o grupo de Laili pôs-se a ficar na frente, para que pudessem observar antecipadamente o cenário à medida que caminham.
Após saírem da região, Rei se move adiante até o caminho tornar-se íngreme. Íngreme o suficiente ao ponto em que todos andassem de forma demorada e pausada, para que não houvesse o risco de caírem ou ocorresse um acidente.
É só então que o estudante solta um suspiro e espreita seu olhar para os lados. Podendo ver o cenário local mudar gradativamente à medida que acompanha o prosseguir da viajem.
Conforme presta mais atenção em toda ambientação aos arredores, ele começa a notar que até mesmo a vegetação parece mudar drasticamente. Como uma troca de cenários.
Antes, pequenos arbustos e árvores tomavam conta de todos os cantos, sendo quase impossível diferenciar a variedade de plantas e ervas que havia entre eles.
Mas agora, parece que todo o terreno tornou-se escasso. As plantas e árvores estão afastadas, e os pequenos insetos e criaturas de antes, parecem não espreitar mais a região.
Conforme todos caminham com certa dificuldade pela estrada, uma densa atmosfera pesada começa a se formar. Um típico visual sombrio ganha forma, e a luz solar desvanece lentamente.
Um fedor desconhecido preenche o nariz de Rei, fazendo-o naturalmente começar a franzir a testa: Isso faz com que ele tampe o seu nariz com a mão e olhe para Kazuki, sem entender o que está acontecendo.
Em resposta ao seu olhar, o homem faz uma expressão confusa, sem saber também do odor que reveste a região.
“Até poucos minutos atrás tudo estava correndo bem. O que é esse cheiro desagradável, que mais parece borracha queimada?”
“Além disso, toda a região parece mudar à medida que caminhamos… No começo, pensei que tudo ocorreria normalmente.”
“Não importa o quão seguro um lugar aparenta ser, sempre haverá riscos a serem levados em conta.”
Pensa o estudante, indo em direção ao canto do caminho para analisar as árvores, que por algum motivo estão mortas e surradas.
Quando volta seu olhar para uma das árvores, ele nota que a sua textura está apodrecida e sua casca se deteriora. Talvez ela tenha vivido centenas de anos, mas agora está prestes a morrer, sua madeira sequer serviria como lenha.
Grama e até mesmo ervas daninhas não são encontradas em lugar algum. Por outro lado, o chão revestido de terra parece um pouco mais escuro do que o normal.
Não importa quantas vezes o garoto olhasse para isso, o único ponto que ele consegue chegar é que, — tudo nesta região não parece ter sido causado de forma natural.
Entretanto, ele apenas ignora a ideia e deixa de prestar mais atenção na árvore, e volta ao passo normal da caminhada.
Não importa o quanto pense, não encontrara uma resposta. Pelo contrário, somente estara pensando demais.
Move sua mão para o lado e limpa parte do suor do rosto que escorre em direção às suas roupas. Em seguida, no momento em que inclina-se para a lateral, percebe a poucos metros de distância a figura à frente do comerciante.
Antes de partirem, o garoto se lembra que o comerciante tivera que deixar a sua carroça com os seus cavalos para trás, devido a falta de espaço na estrada.
O estudante então pergunta cautelosamente para Kazuki sobre isso, momentos depois de observar a expressão e o rosto claramente cheios de raiva e confusão do comerciante.
— Eu soube que o comerciante teve que deixar a carroça e libertar os cavalos, o que aconteceu com a sua mercadoria?
— Ele havia dito que a mercadoria tinha sido danificada. Na realidade, acabei vendo ele gritar enfurecido sobre isso de manhã, quando foi conferi-la — responde casualmente Kazuki, enquanto caminha sem perder o ritmo.
— É sério? Não me surpreende que isso tenha acontecido. Lembro que a primeira coisa que ele fez quando saímos da estrada foi falar sobre a sua mercadoria, e como deveria ir para o reino dos elfos. O mesmo de sempre. — Quando o garoto termina de relatar, os dois começam a rir baixinho, sem que os outros percebessem.
“Pensando agora, acabei deixando para trás as barracas e churrasqueiras. Espero que alguém consiga encontrar, talvez elas sejam úteis para alguma coisa ainda.”
“Não iríamos conseguir levar elas, e, de qualquer forma, eu posso criar aquelas coisas a qualquer hora. Bem, tanto faz.”
Pensa o garoto, momentos depois de voltar a sua atenção para o percurso da estrada adiante, enquanto é guiado pelo grupo de Laili.
•Final da tarde•
Após longas horas de viagem, tanto o grupo de Laili quanto o de Rei, param em uma pequena região para descansar, por conta do longo e difícil percurso da estrada.
A todo momento, eles tiveram que caminhar de forma pausada e calma, devido ao relevo montanhoso e estreito que se formara a partir de determinada região.
— Tio, minhas pernas estão doendo — exclama Mia.
— Eu também, não vou conseguir andar muito. A gente ainda não chegou? — diz em seguida Takayo, com uma expressão de desânimo.
— Estamos quase chegando, vê? Iremos descansar agora. Se tivermos que andar mais hoje, eu carrego vocês. — Quando Kazuki termina de falar, Mia e Takayo olham cabisbaixos para a situação, tristes com a possibilidade de caminhar ainda mais.
Continua…
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