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    Após um tempinho certificando-se que seus pensamentos não afetem a forma que anda e se expressa, o estudante caminha apressadamente até sair do refúgio.

    Atrás dele, o desconhecido ainda sentado no chão e observando à distância ele ir depressa, acaba por pensar nas últimas palavras ditas pelo garoto. 

    “Não tenho certeza do que acabou de acontecer, mas espero que eu não tenha assustado ele… Não devia ter pego em seu braço, mas por algum motivo, vê-lo sorrir daquele jeito aqueceu meu coração, de alguma forma.”

    “Ele me fez lembrar dela.”

    “Queria poder ver isso mais uma vez…”

    Enquanto ainda pensa, o homem levanta-se e começa a caminhar até a direção do quarto em que está hospedado, próximo da saída. 

    『…』

    •Madrugada | lado de fora do refúgio•

    Ao sair do refúgio, o garoto imerge em pensamentos enquanto caminha rapidamente. 

    “Droga! O que estou pensando? Aquele cara, apesar de não conseguir ver o seu rosto direito, ele parecia realmente um gangster.”

    “Os olhos dele me fizeram perder a noção do tempo, enquanto eu só fiquei olhando sem dizer nada… Isso durou quanto? Segundos, minutos, horas? Como eu pude tornar a situação tão constrangedora.”

    “Na boa, como os olhos dele conseguiam ser tão profundos? Parecia um pequeno rubi concentrado. Eu realmente gostaria de saber como ele deve ser sem aquele capuz.”

    Sem perceber, o rosto do estudante fica vermelho ao imaginar. 

    “Poha… Eu não deveria pensar muito sobre isso… Eu só o aconselhei uma vez, duvido que a gente vá se encontrar novamente.”

    “Pensando agora, esse cara parecia muito familiar. Será que eu já o encontrei antes?! Bem, tanto faz, isso não é da minha conta mesmo.”

    『…』

    Após caminhar por alguns minutos, encontra finalmente uma área aberta com a atmosfera ao redor tranquila e calma, sem vestígios de algum tipo de barulho. 

    Quando aproxima-se cada vez mais, percebe que há um pequeno banco de madeira desgastado naquele local isolado. 

    No momento em que senta e começa a refletir sobre diversas coisas, o vento frio da madrugada bate em seu corpo, fazendo sua respiração arder levemente. 

    “Eu realmente estava precisando respirar um pouco depois de ajudar tantas pessoas, me pergunto como a atmosfera daquele lugar podia ser tão sufocante.” 

    “Como os elfos conseguiam aguentar toda aquela pressão? Parecia um pronto socorro de emergências médicas, onde os médicos tentam salvar os pacientes em situações extremas a todo momento.”

    O estudante então solta um suspiro em desanimo com a visão ainda voltada para as densas árvores da região.

    “Pensando agora, se não fossem as minhas habilidades, provavelmente eu já estaria morto ou entre as pessoas perdidas na estrada.”

    “Este mundo é realmente filho da puta nesse sentido, onde os fortes tiram proveito dos fracos. Se você for gentil, será aproveitado pelos outros. Este mundo não é justo.”

    Pensa secamente, coçando seu queixo, como se estivesse pensando profundamente. 

    “Quando eu estava lutando contra aquele demogorge na vila, as minhas habilidades mágicas não estavam surgindo tanto efeito quanto o esperado.”

    “Eu nunca pensei em depender da minha magia, sendo que sequer consigo controlá-la direito. O que será que vai acontecer caso apareça algum monstro que seja imune a esse fator? Não queria admitir isso, mas eu estarei ferrado nessas horas… droga.”

    “Bom, pensando agora, talvez não seja tão ruim aprender a manejar uma espada, certo? Talvez… o Kazuki possa me ajudar.”

    “Ele sabe manejar a espada, além de ser um dos melhores espadachins do reino. Ah, sim, certo. Vou perguntar para ele depois.”

    “Hoje de tarde, foi engraçado ver a reação dele quando estava com ciúme daquele elfo. Ele parecia realmente frio, até mesmo o seu olhar estava diferente…”

    “A expressão em seu rosto enquanto ameaçava aquele cara, era realmente… excitante.”

    “Droga, o que estou pensando?”

    O pensamento vem espontaneamente em sua mente, e seu rosto é incendiado. Ele morde o lábio e olha para as as mãos, não gostando para onde seus pensamentos rebeldes estão se dirigindo. 

    『…』

    Após organizar os acontecimentos em sua mente, o estudante levanta-se do banco, preparando-se para retornar para o refúgio. 

    Antes de sair do local, nota a figura de uma pessoa bem a frente. Apesar da escuridão que cerca toda a região, ainda é possível ver a silhueta distorcida pelo escuro. 

    “A propósito, é minha impressão ou realmente tem alguém ali próximo do precipício?”

    Observar aquilo faz o garoto caminhar na direção da figura, movido pela curiosidade: Afinal, quem seria a pessoa louca o suficiente para estar próximo do precipício, a poucos metros de cair. 

    À medida em que aproxima-se lentamente e a distância entre os dois diminui, a aparência da pessoa começa a se tornar visível. 

    Uma senhora de idade, tendo por volta de oitenta a noventa anos: Cabelos grisalhos longos, quase ao ponto de ser chamado de branco, um humilde vestido marrom sem bordados e uma expressão de indiferença em seu rosto. 

    — As estrelas estão magníficas, não acha jovem? — comenta ela, ao perceber a aproximação do estudante.

    Quando escuta a voz rouca da senhora, o garoto acaba surpreendendo-se pela sua reação em saber que está ali. 

    Olha para cima de relance antes de responder, examinando o céu pontilhado de estrelas com inúmeros pontos brilhantes que parecem formar constelações. 

    Sem saber a intenção dela em perguntar isso, ele responde com naturalidade a indagação, sem demora. 

    — Incrível… A vista daqui é espetacular, chega a ser um pouco demais até — comenta ainda a olhar com admiração acima de sua cabeça. 

    『…』


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