Capítulo 47 - Um método de transferência, X
A transferência de feromônios é um processo demorado, havendo riscos a serem considerados quando se escolhe tal tipo de método. Apenas a persistência entre duas pessoas não é o suficiente para o sucesso definitivo; sendo necessário tanto proficiência, quanto conhecimento aprofundado sobre o assunto. Entretanto, essa é a melhor forma de controlar a situação que Kazuki encontra na hora, visto que Rei não consegue ao menos controlar os feromônios individualmente.
E é nesse momento que os pensamentos de Rei se intensificam e os feromônios também se tornam mais letais do que antes. Devido a isso, Kazuki começa a tremer e sua mente beira ao limite, tentando ao máximo resistir aos seus instintos de predador.
— Rei! Foca no meu rosto, concentre-se em mim! Pare de pensar em outras coisas — declara Kazuki, sem conseguir conter a emoção no tom de voz.
Como uma medida de segurança, o homem-fera morde os próprios lábios, para que a dor possa deixá-lo focado na realidade; Sem que faça algo que vá se arrepender futuramente, assim como o caso de inúmeros outros alfas em uma ocasião parecida.
“Você só pode estar me zoando… Como vou me concentrar em não pensar nada olhando para o seu rosto? Eu não consigo..”
“Como seus olhos podem ser tão azuis? E a sua expressão parece tão… Droga! Isso não vai dar certo.”
Pensa o estudante um pouco antes de olhar de forma hesitante para o companheiro novamente.
— E-Eu não consigo, saca? Eu não consigo me concentrar olhando para você, isso só parece piorar. Estou falando sério, todas as vezes que me perco olhando para você, os meus sentimentos começam a ficar confusos. Não tem como não pensar em nada! — comenta Rei, com o tom de voz baixo e ligeiramente disperso.
— N-Não tem outra forma pra eu sair do Cio? Nem mesmo… nem mesmo a minha habilidade de cura funciona. O que eu faço? — pergunta em seguida, sem conseguir conter os feromônios.
O batimento cardíaco de Kazuki acelera, e o seu coração bate mais rápido do que antes ao escutar a pergunta do estudante. Ele engole em seco.
— Um beijo — sussurra em resposta, sem que o garoto conseguisse ouvi-lo claramente. Mas por dentro, seu subconsciente está gritando: Uma pequena voizinha dizendo constantemente para ele ceder ao lado instintivo.
Logo que diz isso, ele disfarcamente olha para outro canto do cômodo.
— Um… beijo? Sério? Isso vai ajudar mesmo? — comenta em incerteza, ainda com certa dificuldade em se mover.
— Veja, então… sabe… um beijo é uma forma que o alfa pode liberar uma c-certa quantidade de feromônios para o ômega.
— Se fizer isso, bem… A dor que você está sentindo vai diminuir — explica envergonhado, sem conseguir fazer contato visual.
Dito isso, demora alguns segundos para o garoto analisar a explicação de Kazuki, até que por fim ele responde ao assentir com a cabeça.
— É só um beijo, vamos fazer isso logo. Não estou conseguindo ao menos raciocinar direito, então é só me beijar em qualquer lugar.
Quando termina de falar, Kazuki olha com hesitação para Rei, sem conseguir conter a expressão no rosto.
Percebendo a cara que o homem-fera acaba de fazer, o garoto confirma a sua resposta rindo da situação: — Certo, não?
— Não? — indaga novamente, ao notar a demora dele em responder.
— Não funciona assim Rei. Você sabe… o beijo… ele tem que ser de língua. — Kazuki guagueja, tendo sido pego de surpresa com o comentário.
“Ah, calma… É sério isso? Mas eu nunca beijei alguém dessa forma…”
“Pensando agora, por que eu disse aquilo? Aonde mais ele daria um beijo?… puta merda, que vergonha.”
Declara em pensamentos o estudante, um pouco antes de colocar sua insegurança para fora.
—E-Ehh… O quê? Eu nunca beijei alguém assim antes…
— Tá. Certo… vamos fazer isso. Se for você, está tudo bem. Não quero mais me sentir assim.
Com a decisão de Rei, optando assim em outro método para acalmar o cio, o homem-fera toma frente da situação ao ouvi-lo.
O garoto que está nos braços de Kazuki, sendo segurado firmemente contra o seu tórax, em seguida aceita o resultado de sua escolha.
— Eu peço desculpas por isso então. — Assim que Kazuki declara essas pequenas palavras, ele coloca as mãos nas pernas de Rei e se inclina para baixo em direção ao rosto do garoto, pronto para finalmente beijá-lo.
Quando os lábios dos dois se encontram, o pensamento espontâneo surge em ambos: Isso é muito bom. Tudo acontece tão rápido que em um minuto eles estavam sentados, no próximo estão compartilhando das mesmas sensações e estímulos.
Os lábios de Kazuki são exigentes, firmes e lentos ao se acoplarem aos seus. Seu beijo é intenso, persuadindo a sua língua que se encontra com a de Rei, que geme sem separar os lábios da boca do homem-fera.
Enquanto o beijo parece se prolongar ainda mais, as mãos de Rei movem-se por todo o corpo de Kazuki, apreciando a sensação de seus músculos, ao passo em que desliza seus dedos por cada curva. Nisso, é possível para Kazuki sentir a ardência e o êxtase nas carícias de Rei constantemente, mesmo que estivesse perdido na sensação dos lábios agressivos do estudante.
Sentindo a língua dele percorrer, os feromônios gradativamente de Kazuki são transferidos aos poucos para Rei, que detém-se na sensação.
“Isso não é o suficiente, eu quero mais” pensa Rei, com uma expressão de puro prazer.
Continua…
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