Capítulo 51 - Conveniente, não acha? X
No momento em que ambos se sentam nos fundos do refeitório, não demora muito para um elfo logo aparecer e oferecer alguns pães em uma bandeja, seguido de algumas xícaras de chá verde e outros sabores.
Após introduzir e colocar os alimentos na mesa, momentos depois o elfo se despede e realiza um pequeno sinal de cortesia, voltando para a cozinha para pegar mais bandejas e passar por outras mesas; assim como um garçom, indo de um lugar para outro em um piscar de olhos.
Kazuki e Rei então começam a conversar sobre o incidente de antes, como em algumas situações não se é possível resolver os conflitos de forma pacífica; o melhor é um método mais direto e prático, mesmo que isso possa gerar um ódio futuro.
Na percepção de Rei, — o conflito força a pessoa a melhorar a si mesma. Força a mudança, o crescimento, adaptação e a evolução ou a morte. A força estaria correlacionada a esse fator, mas não sendo um regra geral, apenas um meio para obter o melhor resultado em ocasiões específicas.
Por sua vez, Kazuki concorda em parte que a violência é válida em algumas situações, mas não sendo a regra geral — o melhor método seria o do entendimento, em que a pessoa consegue analisar amplamente todo o conflito de forma sistemática.
Por ter um modo de resolução tão entediante, o estudante acaba soltando um suspiro ao ouvir aquilo, mudando de assunto em seguida, comentando sobre a vidente que havia encontrado de madrugada e sobre diversos outros ocorridos anteriores a isso.
Enquanto conversam à medida em que desfrutam do café da manhã, ambos trocam informações de maneira descontraída e calma. O ambiente do fundo do refeitório é agradável e aconchegante, podendo-se conversar livremente sem a preocupação de que outras pessoas por perto pudessem ouvi-los dizer algo.
As conversas sempre parecem fluir quando o garoto conversa com Kazuki, independente do assunto, o tom agradável e sem preocupação é usualmente motivo de satisfação.
『…』
Depois de terminarem com a refeição e a conversa da manhã, Rei e Kazuki levantam-se pronto para partir e voltar para o cômodo que estão. Entretanto, um pouco antes de saírem do refeitório, eles notam que entre o corredor principal do local e a saída do refeitório, que dá para a enorme árvore azul, estão vários elfos carregando um homem sobre uma maca de tecido.
Os elfos tentam andar apressadamente, enquanto as pessoas que estão no refeitório começam a sussurrar e falar uns com os outros, nesse momento Rei e Kazuki se aproximam para saber o que aconteceu, devido a comoção generalizada de todos no local.
— Fiquei sabendo que ele vinha do lado leste… — diz uma mulher nas proximidades.
— O que ele estava fazendo lá? Por acaso é doido?
— Soube que aquela parte foi completamente destruída, o que será que aconteceu com o grupo que estava com ele? — pergunta um homem de meia idade, vendo-os de perto.
— Espera… Eu conheço esse cara… ele estava aqui antes, vocês não se lembram? Ele sempre estava conversando com os elfos daqui, por que ele foi para aquele lado? — pergunta por sua vez uma mulher mestiça, colocando mais dúvidas nas pessoas próximas.
— Ele deve ser doido… quem sairia do refúgio?
— Olha só o estado dele mamãe… — diz uma criança.
— Não olha filha — comenta rapidamente ao tapar os olhos dela.
— Como ele ainda pode estar vivo com esses ferimentos profundos?
— Eu vi que ele estava conversando com o líder daqui antes de sair, deve ser uma pessoa importante …
“Quem é esse cara? Será que é realmente importante ao ponto de todos os elfos prestarem atenção nele?”
Após pensar isso, uma mensagem aparece em seu sistema de habilidades.
『Análise』
Habilidade adquirida
Assim que pronunciada, é possível ver os status do alvo selecionado.
“Isso foi bem conveniente, chegou até mesmo a ser estranho. Eu ganhei uma habilidade meramente por pensar em algo similar? Bem, certo…”
— 『Análise』
Nome: Terqueo
Idade: 26 anos
Raça: Humano
Level: 50
Títulos: Explorador, Arqueólogo, Amante de gatos, Companheiro.
Habilidades: ???
Estado atual: Crítico
“Não consigo ver as suas habilidades, deve ser porque meu nível é baixo… O nível dele é realmente alto, esse cara não é normal.”
Ainda perdido em pensamentos, Círdan vem correndo de longe para ver a pessoa sobre a maca. Aproximando-se dele, algumas lágrimas começam a escorrer do rosto do elfo, e ele rapidamente mobiliza todos os elfos presentes para mobilizar o rapaz até o seu aposento.
Após esse acontecimento, eles saem do refeitório e a comoção no local é dissipada.
『… 』
Antes de voltar para o cômodo em que estão hospedados, próximos da árvore azul, o garoto pergunta para Kazuki um pouco antes de parar de caminhar.
— Você acha que ele vai sobreviver?
— Quem? — pergunta o homem-fera.
— O cara ferido que estava na maca.
— …
— Havia um pouco de miasma coberto sobre os seus machucados… acredito que ele não vai conseguir sobreviver, se pelos menos fosse um ferimento normal… — comenta o homem-fera, desviando seu olhar para outro lugar.
— Ele parece importante para o Círdan, você notou como ele ficou abalado quando viu aquilo?
“Eu ainda estou me sentindo meio culpado por ter dito aquelas coisas a ele de madrugada. Talvez eu tenha sido meio insensível…”
Depois de pensar isso, o garoto cobre o rosto com as duas mãos, pensativo. Até que finalmente lhe surge uma ideia.
— Sabe, estava pensando uma coisa, eu acho que se a gente… — Começa a contar um plano improvisado.
『…』
Quarto de Círdan.
Apesar das inúmeras tentativas de usar ervas e poções de mais alto nível, guardadas em seu estoque de suprimentos, todos os de Círdan haviam sido inúteis até aquele momento, em curar o seu colega inconsciente na maca.
Em uma onda de raiva e frustração, ele acaba batendo na parede com força: — Droga, se não fosse o miasma em suas feridas…
— Senhor, não tem nenhuma outra forma de ajudá-lo? — pergunta um elfo presente, que está como auxiliar.
— Não, só é possível tirar o excesso de miasma com magias sagradas ou itens sagrados, você deveria saber disso — responde o outro elfo, que limpa os machucados do paciente.
— Isso não teria acontecido se eu não tivesse mandado ele para aquele lugar… droga, droga, droga…
É então que alguém bate na porta, interrompendo a lamentação e o clima levemente pesado do ambiente.
Toc ~ Toc
Logo que abre a porta, Círdan depara-se com Rei e Kazuki à sua frente.
— O que está fazendo aqui?!
— Eaí Círdan, qual a boa.
Continua…
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