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    Com os ferimentos de miasma curados e os ferimentos profundos voltados para o seu estado anterior, o estudante coloca a mão no rosto e limpa parte do suor que escorre até a camisa. 

    — Nossa, cara… Finalmente terminei, isso demorou mais tempo do que eu realmente pensei. 

    Devido ao miasma que revestia completamente o corpo do homem, a habilidade de cura que facilmente curaria qualquer tipo de hematoma ou dano físico, não surtiu o efeito esperado e demorou muito mais tempo para ser finalizada. 

    Caso fosse alguém normal usando esse tipo de poder, provável que sua mana esgotaria e ela sofreria de exaustão temporária pelo seu uso constante. 

    Entretanto, possuindo uma mana infinita, não ocorre nenhum efeito colateral, somente o tempo que foi estendido por usá-la por vários minutos. 

    — Sério cara, essa gosma preta fedorenta é bem irritante… Miasma o nome, certo? 

    — Demorou bastante para tirar esse tipo de coisa, a princípio até pensei que iria sair, pois não houve nenhum efeito no começo quando usei minha habilidade. Eu espero não ter que me envolver com isso futuramente cara… que saco. 

    — De qualquer forma, agora eu só preciso avisar o pessoal que está esperando do lado de fora… hehe. Não vejo a hora de ver a cara que vão fazer. Que habilidade útil — comenta por fim, com um pequeno sorriso no rosto e sem acreditar no poder da própria habilidade.

    Dito isso, ele limpa o restante do suor do rosto e caminha até a porta do quarto. Do lado de fora, ele vira-se até a direção de Círdan, que está sentado em um banco, com uma expressão de medo e ansiedade completamente surreal estampada no rosto. 

    Os seus ajudantes elfos também não parecem estáveis, com uma expressão de tristeza por ver o seu mestre cabisbaixo pelo rumo que toda a situação tomou. 

    Ainda de longe, o garoto aproxima-se do banco e acena para Círdan, dizendo que havia conseguido finalizar a operação e que provavelmente o paciente estaria estável pelos próximos dias. 

    A princípio, Círdan não acredita na afirmação e apenas agradece inconscientemente o garoto, logo em seguida vai para o seu quarto acompanhado de seus ajudantes, a fim de averiguar o ocorrido e saber o que realmente tinha acontecido. 

    Quando ele chega no cômodo, a primeira coisa que vê em seu campo de visão é um homem que antes emanava uma energia negativa, dormindo com uma feição pacífica em seu semblante. Aproximando-se mais, o elfo percebe que todos os ferimentos e hematomas haviam sido curados. O miasma não mais estava presente, e todo o sangue que antes encharcou o piso do cômodo e todos os lençóis, não mais existe. 

    O local do abdômen em que antes havia uma enorme ferida causada por uma garra bestial, onde parte do intestino e órgãos internos estavam expostos, havia sido completamente restaurado também.

    — Como isso é possível? Estão me zoando?  — comenta uma elfa próxima, com o rosto pálido e um olhar assustado.

     — Ele estava morto, morto! Eu estou vendo coisas, certo? Certo, né? — acrescenta ela novamente, com as mãos no rosto. 

    — Ele conseguiu até mesmo restaurar a sua pele, mas como?! Estão brincando comigo que isso não é uma habilidade de cura? — pergunta outro elfo, com uma expressão repleta de incredulidade.

    Após notar a comoção generalizada dos ajudantes, Círdan também torna-se estático, sem conseguir acreditar no que está realmente vendo; porém, ele não deixa tal sentimento visível e momentos depois murmura baixinho na cabeceira da cama. 

    — Rei… Quem é você de verdade? 

    『…』

    •Final da tarde•

    Depois que Círdan adentrou o cômodo, Rei vai até Kazuki que também o está esperando no final do corredor daquele mesmo local.

    Quando percebe que o homem-fera está distraído em pensamentos e nem percebe a sua aproximação, Rei aproveita da situação para correr até ele e inesperadamente o abraçar. 

    — R-Rei? — comenta com certa hesitação, sem entender o comportamento do garoto. 

    — Qual foi, não posso te abraçar? — Simplesmente responde, com um pequeno sorriso à vista. 

    Em reação, Kazuki começa a corar e nota que as pessoas próximas que estão passando pelo corredor, estão a olhar para os dois constantemente. 

    — E-Err… As pessoas estão olhando, Rei… 

    — Deixa elas olharem. 

    Dito isso, ele se solta dos braços do homem-fera e comenta sem muita demora: — Sabe aquele cara? Eu consegui curar ele, não foi muito difícil, para falar a verdade eu não esperava que essa habilidade fosse tão boa assim. 

    — Eu fico feliz que tenha conseguido, não esperava menos de você. Isso é realmente foda — responde. 

    “Rei é realmente imprevisível, nunca consigo dizer completamente o que está pensando… mas sempre que estou perto dele, o tempo parece fluir rapidamente… Seu sorriso é tão refrescante, me sinto bem com isso.”

    Pensa Kazuki, não conseguindo desviar o olhar. 

    — Você sabe como é insano essa parada? Eu só perdi alguns minutos para curar um cara em estado crítico, isso é loucura demais — diz com a voz animada. 

    — Foi algo tão simples, mas chega a ser meio assustador… você tem ideia de como é curar uma pessoa que já estava prestes a morrer? — acrescenta. 

    — …  

    — No meu antigo mundo, as pessoas gastavam quase todo dinheiro que tinham apenas para fazer um tratamento, no intuito de curar alguma enfermidade… que nem a minha irmã — conta rapidamente, e seu rosto torna-se um pouco deprimido após lembrar disso. 

    No momento em que está falando, um elfo então se aproxima de Rei e Kazuki.

    — Você é o Reiji, estou certo?

    —Sim, aconteceu alguma coisa?

    — O senhor Círdan gostaria de vê-lo.

    『…』

    Continua…


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