Capítulo 53 — Como um truque de mágica, X
Com os ferimentos de miasma curados e os ferimentos profundos voltados para o seu estado anterior, o estudante coloca a mão no rosto e limpa parte do suor que escorre até a camisa.
— Nossa, cara… Finalmente terminei, isso demorou mais tempo do que eu realmente pensei.
Devido ao miasma que revestia completamente o corpo do homem, a habilidade de cura que facilmente curaria qualquer tipo de hematoma ou dano físico, não surtiu o efeito esperado e demorou muito mais tempo para ser finalizada.
Caso fosse alguém normal usando esse tipo de poder, provável que sua mana esgotaria e ela sofreria de exaustão temporária pelo seu uso constante.
Entretanto, possuindo uma mana infinita, não ocorre nenhum efeito colateral, somente o tempo que foi estendido por usá-la por vários minutos.
— Sério cara, essa gosma preta fedorenta é bem irritante… Miasma o nome, certo?
— Demorou bastante para tirar esse tipo de coisa, a princípio até pensei que iria sair, pois não houve nenhum efeito no começo quando usei minha habilidade. Eu espero não ter que me envolver com isso futuramente cara… que saco.
— De qualquer forma, agora eu só preciso avisar o pessoal que está esperando do lado de fora… hehe. Não vejo a hora de ver a cara que vão fazer. Que habilidade útil — comenta por fim, com um pequeno sorriso no rosto e sem acreditar no poder da própria habilidade.
Dito isso, ele limpa o restante do suor do rosto e caminha até a porta do quarto. Do lado de fora, ele vira-se até a direção de Círdan, que está sentado em um banco, com uma expressão de medo e ansiedade completamente surreal estampada no rosto.
Os seus ajudantes elfos também não parecem estáveis, com uma expressão de tristeza por ver o seu mestre cabisbaixo pelo rumo que toda a situação tomou.
Ainda de longe, o garoto aproxima-se do banco e acena para Círdan, dizendo que havia conseguido finalizar a operação e que provavelmente o paciente estaria estável pelos próximos dias.
A princípio, Círdan não acredita na afirmação e apenas agradece inconscientemente o garoto, logo em seguida vai para o seu quarto acompanhado de seus ajudantes, a fim de averiguar o ocorrido e saber o que realmente tinha acontecido.
Quando ele chega no cômodo, a primeira coisa que vê em seu campo de visão é um homem que antes emanava uma energia negativa, dormindo com uma feição pacífica em seu semblante. Aproximando-se mais, o elfo percebe que todos os ferimentos e hematomas haviam sido curados. O miasma não mais estava presente, e todo o sangue que antes encharcou o piso do cômodo e todos os lençóis, não mais existe.
O local do abdômen em que antes havia uma enorme ferida causada por uma garra bestial, onde parte do intestino e órgãos internos estavam expostos, havia sido completamente restaurado também.
— Como isso é possível? Estão me zoando? — comenta uma elfa próxima, com o rosto pálido e um olhar assustado.
— Ele estava morto, morto! Eu estou vendo coisas, certo? Certo, né? — acrescenta ela novamente, com as mãos no rosto.
— Ele conseguiu até mesmo restaurar a sua pele, mas como?! Estão brincando comigo que isso não é uma habilidade de cura? — pergunta outro elfo, com uma expressão repleta de incredulidade.
Após notar a comoção generalizada dos ajudantes, Círdan também torna-se estático, sem conseguir acreditar no que está realmente vendo; porém, ele não deixa tal sentimento visível e momentos depois murmura baixinho na cabeceira da cama.
— Rei… Quem é você de verdade?
『…』
•Final da tarde•
Depois que Círdan adentrou o cômodo, Rei vai até Kazuki que também o está esperando no final do corredor daquele mesmo local.
Quando percebe que o homem-fera está distraído em pensamentos e nem percebe a sua aproximação, Rei aproveita da situação para correr até ele e inesperadamente o abraçar.
— R-Rei? — comenta com certa hesitação, sem entender o comportamento do garoto.
— Qual foi, não posso te abraçar? — Simplesmente responde, com um pequeno sorriso à vista.
Em reação, Kazuki começa a corar e nota que as pessoas próximas que estão passando pelo corredor, estão a olhar para os dois constantemente.
— E-Err… As pessoas estão olhando, Rei…
— Deixa elas olharem.
Dito isso, ele se solta dos braços do homem-fera e comenta sem muita demora: — Sabe aquele cara? Eu consegui curar ele, não foi muito difícil, para falar a verdade eu não esperava que essa habilidade fosse tão boa assim.
— Eu fico feliz que tenha conseguido, não esperava menos de você. Isso é realmente foda — responde.
“Rei é realmente imprevisível, nunca consigo dizer completamente o que está pensando… mas sempre que estou perto dele, o tempo parece fluir rapidamente… Seu sorriso é tão refrescante, me sinto bem com isso.”
Pensa Kazuki, não conseguindo desviar o olhar.
— Você sabe como é insano essa parada? Eu só perdi alguns minutos para curar um cara em estado crítico, isso é loucura demais — diz com a voz animada.
— Foi algo tão simples, mas chega a ser meio assustador… você tem ideia de como é curar uma pessoa que já estava prestes a morrer? — acrescenta.
— …
— No meu antigo mundo, as pessoas gastavam quase todo dinheiro que tinham apenas para fazer um tratamento, no intuito de curar alguma enfermidade… que nem a minha irmã — conta rapidamente, e seu rosto torna-se um pouco deprimido após lembrar disso.
No momento em que está falando, um elfo então se aproxima de Rei e Kazuki.
— Você é o Reiji, estou certo?
—Sim, aconteceu alguma coisa?
— O senhor Círdan gostaria de vê-lo.
『…』
Continua…
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