Capítulo 61 - mais... mais, X
Com a mão no colarinho do rapaz caído no chão, o estudante levanta o corpo com força até ele estar em uma posição um pouco mais elevada. No momento em que faz isso, o garoto usa sua outra mão para acertar e socar o rosto do homem várias vezes.
Aquilo não poderia mais ser chamado de auto-defesa, se qualquer outra pessoa do lado de fora visse aquela cena, com certeza diriam que aquilo não passava de tortura — de certa forma, não estariam errados caso deduzissem isso.
Enquanto a raiva do menor é descontada no saco de pancadas à frente, o outro companheiro do homem, assim que percebe o que está acontecendo, tenta suplicar miseravelmente por ajuda, mas seus esforços são inúteis, pois não há ninguém presente no local ou até mesmo nos arredores da floresta próxima.
Quando termina de espancar o primeiro dos alvos, o garoto caminha em seguida até o parceiro do homem e repete o mesmo processo, até os dois estarem em péssimas condições e um estado irreconhecível, causado também devido à habilidade de Hemomancia.
Após terminar o serviço e deixar os dois inconscientes no chão, com as mãos ensanguentadas, Rei se afasta de perto deles e franze a testa em desgosto claro.
— Ei, Elfina. Eu sei que você está aí, não é possível que depois de todo esse sangue que escorreu você ainda esteja sem forças.
— Ah, sim, mestre. Estou aqui, não pretendia esconder esse fato. O que você deseja? — responde a pequena criatura, após voltar a sua forma original.
— Tá vendo aqueles dois caras ali no chão? Você já deve saber o que aconteceu. Então, o sangue deles serve para alguma coisa? Tipo reabastecer você ou seja lá o que você precise?
— Sim, mestre. O sangue deles é mais do que o suficiente para me saciar da minha fome interminável — declara com um sorrisinho de lado, sem conseguir esconder o semblante de prazer no rosto. — Mas vendo o seu estado atual, você se importaria se eu extraísse o sangue e energia vital deles da forma mais dolorosa possível?!
Ao receber aquela indagação, há um breve silêncio junto com hesitação antes do garoto responder. Ele não consegue entender o que está sentindo — nunca havia matado alguém antes e mesmo que não estivesse fazendo isso diretamente naquele momento, ainda estaria enviando alguém para o fazê-lo. Seus pensamentos que correm naquele instante parecem pulsar, como um segundo coração — cada pesar um batimento.
Por fim, ele acaba concordando com a cabeça e decide aceitar o pedido. Elfina então aproxima-se de ambos que estão no chão e com apenas um estalar de dedos, ela consome a energia vital e sangue dos dois homens. Observando a cena, Rei fica surpreso que com um movimento tão simples, ela havia conseguido juntar todo o sangue de seus corpos em uma pequena orbe.
(…)
Terminado com a extração, Elfina move todo o sangue do orbe para perto e suga-o rapidamente, como se fosse um canudo. Então, por fim, ela usa outra habilidade para fazer o pescoço dos dois homens se dilatar, mesmo que estivessem mortos durante o processo de extração.
— Estava… uma delícia, papai — declara a pequena criatura, abruptamente soltando um inesperado gemido de prazer.
— Ehh? — Os olhos do estudante reviram para Elfina após escutá-la chamá-lo de “papai”.
— Os corpos deles, você quer que eu suma com eles, mestre?
— É… sim, é melhor sumir com eles antes que alguém veja.
— Certo, mestre, que a sua vontade seja feita então. — Ela comenta ao passo em que caminha até eles, desintegrando os seus corpos com uma magia única do tipo fogo.
— Valeu pela ajuda, Elfina. Quando eu precisar de você, eu te chamo de novo — agradece o menino, pouco depois de Elfina materializar-se novamente em livro.
“Droga… eu realmente o fiz, eu matei aquelas pessoas. Minhas mãos ainda estão sujas de sangue e até as minhas roupas… Bem, elas mereceram… não posso hesitar agora.”
“Nada disso teria acontecido se eu tivesse um pouco mais de cautela, fui muito descuidado… eles sequer teriam encostado em mim se eu estivesse mais atento.”
“Será que eu me tornei um vilão agora? Eu sou tão burro, como pude cometer um erro desses… poha. Pensando melhor, eu não quero que isso aconteça de novo, seria melhor evitar esses tipos de ataque surpresa, mas o que eu faço?
Pensa o estudante, enquanto caminha pela floresta até encontrar a estrada que leva até o refúgio.
(…)
[Alguns minutos depois ]
— Ei, Elfina… você tem alguma habilidade de criação que possa me defender de ataques, tipo uma barreira ou algo gênero? — indaga o estudante, com o livro em mãos.
— Na página 7, mestre. Lá estão localizados os encantamentos do tipo protetivo.
— Certo, então eu só preciso do mesmo processo de antes? Rasgar a folha e mentalizar o tipo de feitiço que eu preciso?
— Não, mestre, essa é a página 7. Já que se trata de uma página de criação de itens de proteção, você precisa de algum item base para assim ser imbuído em magia protetiva.
— Certo, eu acho que entendi. Vou usar o colar que o Kazuki havia me dado antes — comenta, ao retirar o colar do pescoço e colocá-lo em sua outra mão.
Rei então repete o processo de antes, arrancando a folha n° 7 e a rasgando em frente ao colar posicionado em sua outra mão. O colar logo é revestido de uma forte luz branca, similar a um feixe, que o Imbuí em uma magia rúnica defensiva.
Sistema
Nome : 《Colar simples》
Status: 《mítico》
Atributos: 《Inexistentes 》
Habilidade Passiva: 《Proteção divina》
“Acho que com isso, outra preocupação se vai… mais ou menos, mas isso deve servir pelo menos até eu conseguir algo melhor.”
Continua…
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.