Índice de Capítulo


     

    Com toda aquela confusão acontecendo ao seu redor e o pedido de desculpas de Kazuki, o estudante não consegue prestar atenção em seus pensamentos. 

    Ele caminha sem olhar para frente até que poucos minutos depois de andar o suficiente, o menor depara-se com uma loja de alimentos e suprimentos, com uma placa posicionada em sua entrada “Bar do Sr. Lonely”.

    A porta daquela loja está aberta, porém não há sinal de alguém em seu interior, somente a presença de um simples senhor atrás de um extenso balcão de pedra, misturando drinks e diversas bebidas alcoólicas em um grande copo.

    E, por algum motivo, não há cadeiras e mesas dentro daquela residência. Todas estão ao lado de fora — como um quiosque de praia, onde o garçom entrega os pedidos aos clientes em seu exterior. 

    Em uma dessas mesas está sentado um homem sozinho e com as pernas cruzadas, com garrafas de bebidas e copos de álcool espalhados e jogados por todo o canto da mesa. 

    Apesar da impressão que a sua aparência dócil passa, o homem usa o mesmo tipo de roupa que os fanáticos. Um uniforme vermelho com uma capa preta em suas costas. 

    Rei então volta a sua atenção depois de ver essa figura em sua frente, que não consegue esconder o sorriso bobo e a vermelhidão recorrente no rosto, agindo de forma impulsiva enquanto toma doses de álcool uma após a outra — A esse ponto, ele já está nitidamente bêbado e alterado.

    Aproveitando a oportunidade, o menor aproxima-se para recolher o máximo de informações possíveis. 

    — Irmão! Que as graças da deusa Vermeti estejam com você.

    No momento em que escuta o comentário do estudante, o olhar do homem é voltado para o garoto. A sua testa franze e ele abre amplamente os olhos: mas logo a expressão em seu rosto muda para algo amigável, após perceber o que está acontecendo.

    — Meu irmão, é verdade que hoje a noite será o julgamento das pecadoras? — Rei indaga, com certa apreensão em ser pego em sua atuação. 

    — Graças, meu irmão. Sim, hoje a noite será a sentença das pecadoras! Você não ficou sabendo? Por acaso tá vivendo em algum buraco? — responde ele rindo, enquanto vira um grande copo de bebida na boca. 

    No instante em que termina de tomar a bebida, o olhar do homem muda totalmente ao notar a aparência de Rei. 

    — Poha, eu acho que estou sonhando.

    “Nossa ~ que visão maravilhosa.”

    “Quem é esse cara? Ele é tão… bonito. Parece tão quente, mas que corpão ele tem…”

    “Imagino como ele deve ser sem roupa… esconder um corpo tão robusto e macio deveria ser considerado pecado…”

    “Mas ele ainda não parece ser um adulto… mas eu não ligo muito para isso.”

    Com esses pensamentos em mente, o homem acaba então por perguntar com certa luxúria em seus olhos e um rosto sobrepujado de malícia: — A propósito pequeno irmãozinho, eu nunca te vi por aqui antes. — Ele comenta com a voz embriagada, sem conseguir esconder as segundas intenções por trás de suas palavras. 

    Quando Rei percebe que a conversa parece ir para outra direção, ele ativa a sua habilidade de sedução para obter mais informações — Embora nessa situação, a única coisa que quisesse fosse acertar um soco no meio da cara daquele sujeito e terminar por ali mesmo. 

     

    Habilidade de sedução

     

    — Eu? Mas eu sempre estive aqui, irmão. Você não se lembra de mim, assim eu fico chateado. 

    Sobre o efeito da habilidade, o homem abaixa o rosto, incapaz de olhar diretamente para o estudante. 

    — S-Sim, você tem total razão. Eu… eu devo ter perdido a cabeça, me desculpe — responde hipnotizado, sem pensar direito.

    Com o efeito da habilidade ativa, Rei começa a perguntar tudo que gostaria de saber. 

    — É? Bem, foda-se. 

    — Agora me diz aí, o que seria esse tal de “julgamento” que vocês planejam fazer com as bruxas que capturaram? 

    — Os fiéis iram queimar as pecadoras em uma enorme fogueira em frente à estátua da nossa deusa, Vermeti, nossa salvadora e progenitora. Vai ser um espetáculo jamais visto antes, todas as sujeiras serão purificadas! Nossa deusa nos abençoará grandemente por nosso ato de boa fé e índole — responde ele, com uma expressão rígida. 

    O desprezo torna-se nítido no rosto de Rei e Kazuki, após ouvirem aquelas imundas palavras — como se, no ponto de vista daquele rapaz, aquilo fosse algo natural. 

    Um suspiro profundo sai da boca do garoto. Ele teve que conter a sua raiva depois de ver novamente a figura nojenta em sua frente, que está sob um forte efeito de sua habilidade — que serve para hipnotizar e deixar o indivíduo temporariamente afetado, perdendo assim totalmente o seu raciocínio lógico.

    “O que a religião não faz com as pessoas…” 

    “Extremistas filhos da puta, como a morte de alguém poderia ser considerada um tipo de salvação? Não posso acreditar que estejam tratando a vida de outras pessoas dessa forma…”

    “Droga de religião. Será que essa deusa é alguma entidade realmente, igual ao Zet?” 

    “Espero que não, pois se eu encontrar essa desgraçada na minha frente algum dia, gostaria de meter porrada nela.”

    Declara Rei em pensamentos, sem transparecer os seus sentimentos. 

    — Onde vai ser o julgamento?! 

    Continua…


     

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