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    Após terminar a breve discussão, Rei explica o plano improvisado que acaba de elaborar com Elfina para Kazuki, que somente escuta o garoto atentamente. 

    Embora o homem-fera estivesse apreensivo com aquela loucura, no final ele apenas responde e balança a cabeça em sinal de concordância.

    Quando a explicação é terminada, no ponto de vista de Kazuki, a única coisa que ele pensa é que não havia sérios riscos a serem considerados: No momento em que o estudante explodisse parte da região da prefeitura para criar uma distração, o homem-fera aproveitaria dessa ocasião de confusão para se aproximar das bruxas e libertá-las.

    Mesmo que houvessem invariáveis, caso o plano não ocorresse da forma planejada, tanto Rei quanto Kazuki poderiam correr e escapar daquele lugar. 


     

    Quando a tarde finalmente se pôs depois de um dia extremamente agoniante e demorado, a região inteira do calabouço, onde todas as bruxas estão aprisionadas, é revestida com uma forte luz — como se o interruptor de iluminação daquela sala fosse ligado. 

    Seguido da forte iluminação, um ruído grave e estrondoso ecoa por toda a área no momento em que o portão de ferro ao lado é aberta. Do portão, saem cinco fanáticos revestidos por uma túnica listrada de vermelho e amarelo, que os diferenciava dos demais crentes. E, atrás deles, está a figura de um homem jovem trajado com uma túnica dourada e branca.

    No momento em que aparece, toda atenção da sala é voltada para a sua figura majestosa e angelical, com cabelos loiros que mais parecem aos de um anjo e uma expressão serena no rosto.

    Assim que depara-se com a sua figura, um dos guardas da sela que está de patrulha no local, bloqueia o caminho dele apenas para abaixar a cabeça, como sinal de respeito e súplica. Apesar da sua aparência rude, parecendo mais um mendigo completamente exausto. 

    — Ó, meu grande senhor. Por que tiveras que vir aqui? Este lugar é apenas sujo e pecaminoso, você não deveria colocar seus pés precisos aqui. — Ele pergunta com muito respeito. 

    Após escutá-lo, um sorriso de satisfação forma-se no rosto do homem, que se mostra visivelmente fraco por elogios conforme se vê à mudança rápida de suas expressões faciais. 

    — Você tem razão, eu não deveria estar aqui! Mas infelizmente eu sou responsável em listar todos os pecados de cada indivíduo nessa sala, sendo assim, precisava vir e olhar com os meus próprios olhos para os seus rostos, antes do início do julgamento — responde ele, com o tom de voz esnobe e calmo. 

    Depois que diz isso, algumas das bruxas começam a gritar em revolta. Indignadas com aquele comportamento — como se aquele homem angelical estivesse aplicando a lei de algo moralmente correto. 

    O homem até escuta as reclamações das inúmeras mulheres presas, mas ao invés de dizer algo, ele não se importa nenhum pouco e ignora.

    Apenas apontando para a cela das bruxas. 

    — Você é realmente benevolente, meu senhor! Agradecemos por sua enorme graça e presença, ó grande general — comenta em uníssono os outros cinco fanáticos trajados com uma túnica vermelha e branca. 

    Logo que dizem isso, os cinco fanáticos na frente do homem majestoso, seguem a sua ordem e não demoram para marchar em direção às celas das prisioneiras. 

    Eles abrem os cadeados das celas e imediatamente as algemam com um ferro negro em suas mãos, deixando-as em seguida com outros guardas para serem escoltadas até a área do julgamento final. 

    Quando as celas são abertas, algumas mulheres tentam até fugir. Mas são imobilizadas por alguma magia sagrada dos fanáticos, e falham miseravelmente na tentativa de escapar.

    — No total são quantas? — pergunta o homem de longe, com uma expressão de insatisfação. 

    — N-No total são 64 bruxas! 59 mulheres e 5 homens, meu senhor Wat — responde um dos guardas, com a voz trêmula. 

    Quando recebe a resposta, o olhar do homem, que antes tinha estado nas bruxas, volta-se para o guarda. A expressão em seu rosto muda rapidamente e o seu olhar torna-se desprezo. 

    — Como… Quem te deu permissão para pronunciar o meu nome, plebeu? 

    O comentário de Wat é carregado de raiva. 

    Nesse momento, a voz do guarda gagueja incontrolavelmente: — M-m-me desculpa senhor, eu… eu esque-queci do seu voto perante a deusa. 

    —Tch… Como ousa. 

    A partir dessa declaração, Wat faz um sinal com as mãos para os outros crentes lidarem com aquele insulto. 

    — Levam-no agora mesmo e o executem perante a deusa! 

    — Não, senhor. Por favor, misericórdia, não… — grita o guarda enquanto é levado à força por outros dois crentes, até a pequena residência ao lado de fora do local, depois de passar pelo portão de ferro. 

    “Que ser ignorante. Todos tem completa ciência que eu tenho um voto perante a deusa, ninguém pode pronunciar o meu nome de forma leviana.”

    “Espero que com a sua morte, a deusa me abençoe e ignore o seu pecado, que pode sobrecair sobre mim de alguma forma. Aquele tolo deveria me agradecer, agora ele será purificado.”

    Declara Wat em pensamentos, vendo de longe o guarda ser levado por seus fiéis. 

    — Ei, apenas me diga uma coisa. Por quê? Por que você precisava matar ele? — pergunta uma das prisioneiras próximas, sem entender aquele tipo de comportamento. 

    — Ele teria feito o mesmo, se tivesse no meu lugar — replica o homem, sem se importar com a opinião daquela mulher pecadora. 

    — Não! Ele não teria! Apesar de ser um guarda daqui, ele era um bom rapaz. Como você pode matá-lo simplesmente por dizer o seu nome?! 

    Assim que fala isso, ela encara Wat com uma onda de frustração e raiva em seu olhar. 

    Antes de respondê-la, o homem acaba deixando um riso baixo sair do canto da boca e comenta: 

    — Aquele guarda era um servo da deusa, mas ele foi controlado por alguma entidade pagã e acabou dizendo o meu nome! Ele sabia o que isso significava e certamente não era um bom rapaz. 

    Terminado de explicar com tamanha naturalidade o assunto, Wat acaba por soltar um suspiro baixo em decepção, pois sabia muito bem que, se pudesse voltar no tempo, acabaria fazendo a mesma coisa sem nenhum tipo de culpa. 

    Por outro lado, assim que recebe aquela resposta, a prisioneira olha para o homem com uma expressão extremamente desdenhosa. 

    — Seu psicopata malévolo e miserável… nojento! Nojento! Você não é nada além de um assassino de sangue frio. Você gostou de mandar os seus fiéis para matá-lo, não gostou? Não gostou? — A prisioneira comenta com extrema raiva, influenciada também após ver inúmeras pessoas inocentes morrendo em sua frente. 

    Para ser honesto, já tive melhores. 

    Após o comentário, o homem coloca a mão na boca para impedir os risos de saírem, mas acaba soltando uma gargalhada igual um louco. 

    Quando termina de rir, ele somente faz um sinal com as mãos e aponta para aquela prisioneira, que não demora a ser levada para o mesmo lugar que o guarda e ter o mesmo destino.

    Continua… 


     

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