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    Após ver Tyrant ser escoltada pelos guardas de certa distância até a fogueira, o estudante organiza rapidamente os feitiços de explosão do livro de encantamentos, enquanto Kazuki corre até a multidão. 

    Poucos minutos atrás, quando o discurso de Wat finalmente havia terminado, ele ordena aos fiéis para levar Tyrant e Rina para a fogueira, como sendo as primeiras a serem sacrificadas. 

    E isto porque, sendo o líder de todos, aquele homem poderia fazer o que bem entendesse: Wat pode até ser um bom líder para o seu culto na visão dos fiéis, mas estava sempre levando os comentários que o ofendessem de alguma forma para o sentimental. 

    — … Por fim, de acordo com o ritual, devemos aceitar os preceitos divinos. — Assim que termina a declaração, o homem faz um sinal com as mãos para que Tyrant e Rina fossem as primeiras a serem escoltadas. 

    — Essas duas bruxas serão as primeiras a servirem de exemplo para vocês, que a nossa grande deusa purifique suas almas com Fogo Sagrado.

    A voz dele se torna um oitavo mais alto, enquanto observa com um olhar cínico para as duas mulheres algemadas perto dos guardas, que as impediam de fugir. 

    — Essa bruxa é reverenciada como uma grande profetiza e vidente neste lugar! Que seja a primeira a ser queimada, junto com a sua aprendiz arrogante. 

    Dito isso, os fiéis as levam próximas à fogueira, para receberem a purificação divina. 

    Quando escuta o pronunciamento de Wat, o olhar de surpresa no rosto de Rina torna-se evidente: ela não pôde acreditar que estava sendo confundida justamente como aprendiz, ainda mais sendo tão cética em relação às coisas. 

    “Hããã?! Como é homem?!” 

    “Aprendiz??? Eu??? Acho que estou ficando surda, meu amor, não é possível, repete?”

    “Hahaha. Aprendiz da Tyrant é o caramba! Eu me recuso a morrer dessa forma.”

    Depois de todos os xingamentos internos proferidos, Rina percebe a presença de Tyrant perto dela, com um sorriso no rosto sendo levada até a fogueira com ela. 

    Nesse momento, um suspiro cansado sai de sua boca. Ela franze a testa e dirige seu olhar enfurecido para a vidente. 

    — Meu Deus, o que você fez Tyrant! Olha, meus parabéns, era isso que queria? Agora, comemore e faça a sua grande festa porque é um momento mágico, é mudança de vida! Você finalmente vai conseguir se livrar de mim, por tua causa vou ser a primeira a ser executada — comenta em ironia, conformada com a situação em que está. 

    — Eu ainda pensei que as coisas não poderiam ficar piores do que já estavam, mas é incrível, você realmente precisava ofender o líder deles? Você sempre fode todas as minhas expectativas e esperanças. 

    — Puta merda, isso é tudo culpa sua. Eu sempre soube que não deveria ter me aproximado de você e a sua ideologia estranha. 

    Ela comenta com certa raiva e tristeza, em seguida vira o rosto para a multidão, para que não visse a reação da vidente em relação a sua indignação pessoal. 

    — Não fala isso, Rina. Eu tenho certeza que o universo irá enviar algum sinal nesse exato momento, os céus não vão permitir que sejamos mortas assim — responde com completa confiança Tyrant, sem hesitar por um único momento, quase chegando perto da fogueira. 

    “Universo? Que se exploda essa merda. Já estou de saco cheio dessa sua maldita crença.”

    Com esse pensamento em mente, Rina começa a rir e perde a paciência. 

    “Eu vou morrer, não vou? Então que se foda, não tenho nada mais a perder.”

    Nesse mesmo instante, a voz dela que estava baixa, agora torna-se alta, beirando quase a histeria. Ela então grita o mais alto possível, fazendo até mesmo os fanáticos por perto se afastarem assustados. 

    — Ahhhhhhhhhhhhhhh! 

    Quando os fanáticos se afastam desnorteados pelo barulho, Rina corre até próximo da posição da multidão, e começa a gritar para todos os presentes naquele local. 

    Em seu ato desesperado, a jovem até pensou em fugir, mas logo percebeu que seria capturada pelos outros fanáticos. No final, ela somente decidiu desabafar e tomar coragem para uma declaração. 

    — Eu sou uma bruxa mesmo, mas idaí? Vão fazer o quê? Pelo menos não sou a puta de uma deusa de merda que fica fazendo esses ideais zoados, seus idiotas. 

    Dito isso, ela ajoelha-se e fecha as suas duas mãos, fazendo um sinal de oração, olhando de longe para a estátua da deusa de longe. 

    — Ô senhora deusa, hahaha… Por favor, me perdoe ~~ usei das minhas habilidades mágicas para roubar desses cidadãos idiotas da vila — comenta ela em um tom extremamente debochado, sem perceber a reação de choque de todos naquela região. 

    Algumas pessoas colocam a mão na boca, incrédulos com o que acabaram de ouvir. Por sua vez, outras fazem uma expressão de raiva ao saber que tiveram alguns de seus pertences roubados por aquela mulher. 

    Um burburinho enorme começa a se alastrar na multidão, e Wat perde a paciência após presenciar toda insinuação de blasfémia daquela pecadora. 

    “Que poha é essa.”

    — Peguem aquela mulher agora mesmo! E ataquem-na à fogueira — comanda Wat, com uma veia quase saltando do rosto, pelo vexame que acabou de ocorrer. 

    Com o comando do líder, todos os fanáticos do local correm até a posição de Rina, o que so torna a situação ainda mais caótica e desordenada. 

    Antes que a Rina, que está com os olhos fechados esperando ser morta, fosse capturada, uma imensa explosão ocorre no arredor e um breu de escuridão forma-se por todos os cantos.

    Continua…  


     

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