Índice de Capítulo

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    Com aquele tipo de cena sangrenta marcada a força em sua memória, depois de notar a quantidade anormal dos corpos dos fanáticos jogados no chão e o sangue ainda jorrando de seus ferimentos, Kazuki têm uma ideia aproximada do que ocorreu para que aquilo acontecesse.

    Entretanto, ainda que estivesse com muitas dúvidas e suas emoções ao ponto de transbordar, ele apenas as reprime e se mantém em silêncio, retornando com a sua expressão habitual no rosto enquanto escuta a conversa entre Rei e Tyrant.

    Nesse momento, diferente da reação calma de Kazuki, a vidente dirige sua atenção ao estudante para perguntar com um olhar assustado no rosto. 

    — Mas jovem, foram vocês… vocês que fizeram aquilo? — aponta o dedo onde os corpos estão, sem acreditar em seus próprios olhos. 

    Após ouvi-la e dirigir sua visão para o local, até mesmo Rina coloca as duas mãos no rosto, em espanto e surpresa por aquela visão infernal. 

    — Sim, está surpresa? — responde ao colocar o braço em torno do ombro de Kazuki. — Nosso plano a princípio era só resgatar vocês, mas depois de ver o que esses desgraçados estavam fazendo, decidimos matar eles! 

    — Quero dizer, acabei me empolgando e matando eles. Foi mal por isso Kazuki, a sua missão era só resgatá-las. Acabei me empolgando e mudando o nosso plano — corrige o garoto, com o rosto próximo ao do homem-fera. 

    — N-Não, está… está tudo bem. Se você achou que essa seria a melhor solução, então provavelmente era o melhor a se fazer. Além disso, eles mereceram! 

    Kazuki responde um pouco nervoso mas ao mesmo tempo de forma confiante, dando a Rei um olhar de apoio.

    Surpreso com aquela declaração, o estudante deixa um sorriso escapar de seus lábios. 

    — É isso mesmo! Assim que eu gosto! Vamos fazer justiça pelas pessoas que eles mataram — declara Rina, após ouvir a confissão de Kazuki. 

    — Graças a vocês, não só o vilarejo, mas todos os aldeões e pessoas que foram aprisionadas conseguiram se libertar desses filhos da puta — complementa a jovem, com as palavras cheias de agradecimento. — Obrigada por salvaram a minha vida, além da vida de todos os que estão aqui.

    — Relaxa, isso não foi nada.

    Após abrir um grande sorriso no rosto, o estudante volta sua atenção mais uma vez para o homem-fera, para perguntar com um tom de voz brincalhão. 

    — Você me considera um monstro agora, sabendo que eu matei todas aquelas pessoas? 

    — Não… 

    — Eu teria feito o mesmo — responde depois de um tempo, inclinando seu rosto para o lado, envergonhado pela sua própria resposta.

    Após escutá-lo, o estudante não aguenta e acaba rindo da resposta de Kazuki, que chegou até mesmo a abaixar o tom de sua voz para responde-lo. 

    — Hahahaha! Sério, você é o melhor. 

    Depois do seu comentário, o garoto endireita o corpo e volta seu foco para baixo, em direção ao palco dos fanáticos, depois que toda a poeira havia desaparecido por completo. 

    Ele percebe que a maioria dos aldeões não estão mais presentes na região, havia apenas um local inóspito lotado com corpos e uma poça carmesim que parece se juntar com todo o sangue dos mortos. 

    E, em meio a esse cenário sombrio, onde até mesmo o céu parece fechado e escurece ainda mais a atmosfera, uma figura parece se destacar. 

    — Jovem, e aquele homen… por que você não o matou? — indaga a vidente, com um olhar de desgosto e raiva, apontando seu dedo para Wat. 

    Tyrant até tentou comentar sem demostrar quaisquer sentimentos, mas a leve curva no canto da boca dela, mostrou muito mais do que palavras poderiam passar. 

    — Honestamente, eu não sei cara. Acho que ele tinha algum tipo de habilidade ou proteção que fez a minha magia desaparecer quando ela chegou perto. 

    — Eu até tentei acertar ele novamente com a minha habilidade, mas não surgiu efeito. Dá pra acreditar que aconteceu a mesma coisa que a primeira vez? Ah, que chato.  

    Rei, que olhava vagamente para Wat de longe, logo solta um suspiro em desânimo. 

    — É uma barreira sagrada — comenta brevemente Tyrant. 

    Ela então complementa em seguida: — Se não fosse por esse homem, que colocou uma barreira nas prisões e encantou as algemas dos prisioneiros com anti magia, todos conseguiriam escapar com facilidade. 

    — Tudo por causa desse homem… — declara com desgosto Rina, franzindo as sobrancelhas. 

    — Então, como eu consegui matar os fanáticos se havia uma barreira ativa por perto? Isso não faz sentido. 

    — … 

    Por causa da pergunta de Rei, a vidente teve que refletir por um tempo, antes de abrir a boca e supor alguma alternativa que fizesse sentido em sua visão. 

    — De algum modo a sua magia talvez tenha caudado isso, meu jovem. Não posso afirmar nada, mas possivelmente ela tenha causado um dano maior do que ela era capaz de aguentar.

    — Hum…  

    “Isso ainda não faz sentido. Se a minha habilidade é capaz de penetrar na sua defesa, não teria alguma consequência no corpo de Wat ou algo do tipo?”

    “Bem, não vou quebrar a cabeça pensando nessa merda. É mais fácil ir perguntar pessoalmente para aquele filho da puta.” 

    “Então ele tem algumas habilidades de proteção e anti magia? Certo, vou ter que tomar cuidado.”

    — Ei, vocês. Tem como vocês esperarem aqui? Preciso terminar as coisas que comecei. 

    No momento em que disse isso, ele se vira de costas e salta de cima da casa em que está. 

    Continua…  

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