Capítulo 85 - Seu braço já era, otário. X
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A expressão de Wat parece mostrar sua descrença intensamente ao perguntar. Felizmente, ele não deixa escapar os xingamentos que estão em sua mente como fizera no passado.
— Então é você? O grande filho da puta líder desses fanáticos?
A voz de Rei torna-se mais rude e o seu descontentamento pode ser claramente sentido diretamente nas palavras.
Após ouvi-lo, Wat inclina a cabeça para o lado, os lábios se curvando em um sorriso torto. Ele respira fundo, antes de olhar para o estudante diretamente nos olhos.
— Então você descobriu só de olhar para mim? Nesse caso, não perca seu tempo perguntando algo óbvio. Quem você pensa que é para me xingar? Muleke atrevido!
Em contraste com a sua expressão calma e fingida, as palavras que saem de sua boca são rudes e frias — quase como um nobre dando uma lição em um plebeu ingrato.
Embora Wat estivesse com raiva pelo desenrolar de toda a situação, sem saber o quê ou quem teria matado seus aliados, ele mantém somente os pensamentos racionais na cabeça para perguntar em seguida:
— Foi você? Foi você quem fez isso?!
Em resposta a sua pergunta, o estudante solta uma risada forçada, como resultado da forma ao qual o homem está agindo — olhando-o de forma superior, mesmo com uma clara desvantagem.
— Sim, gostou? — declara Rei descaradamente como sempre, depois de sentar em cima de um dos cadáveres por perto.
Aquela visão deixa Wat atordoado, o garoto em sua frente sequer tentou negar o fato, além da falta de respeito de sentar em seu falecido aliado.
— Não seja arrogante. Você acabou de cavar a sua própria cova admitindo isso!
— Cavar a minha cova? Está me zoando, tiozinho? Acho que ainda não entendeu. Você quem deveria estar me agradecendo, limpei as impurezas do mundo assim como disse no seu grandioso discurso — responde ironicamente, mas com certa raiva em suas palavras.
Ele então prossegue, ainda fazendo contato visual: — Qual era o seu nome mesmo? Humm… ah, lembrei. Era Wat, não era?
— Faço das palavras daquela mulher as minhas: Wat, o seguidor de uma puta deusa de merda. Deve ser muito babaca para seguir esse tipo de ideologia ferrada.
Assim que recebe a resposta, o homem olha para o estudante com uma expressão em seu semblante que parece perguntar algo como: “Você está maluco?”.
Extremamente irritado com os comentários, ele perde a paciência e fecha sua mão em um punho para acertar com um soco o rosto de Rei. Todavia, falha miseravelmente após o garoto desviar facilmente da investida, como se tivesse previsto seu movimento desesperado.
— Como ousa dizer meu nome de forma tão leviana? Não deveria ter feito isso. Você vai pagar — exclama o homem, com a voz já alterada.
— Que coisa patética. Achava que você era mais inteligente. Está pensando seriamente com a sua cabeça agora? — debocha Rei das atitudes de Wat, que sequer consegue acertar um soco em alguém que está parado logo a sua frente.
Após notar que é encarado fixamente junto a um olhar de desdém, o homem joga fora uma ameaça no momento em que se levanta:
— Você vai pagar por suas palavras, criatura mundana. Em nome da deusa Vermeti, pagará por suas ações pecaminosas, como você…
— Como eu pude fazer isso? Eu simplesmente quis e fiz — interrompe Rei.
Prossegue então, sem mudar o olhar de desdém no rosto: — Vocês que deveriam pagar por suas ações, filhos da puta arrogantes! O que fizeram com as pessoas desse vilarejo é asqueroso, matar elas por uma simples crença imposta por uma entendida que vocês mal conhecem direito.
— Na moral, você é um lixo. Estou tentando ao máximo me controlar para não quebrar a sua cara agora — termina com a declaração, sem esconder seus pensamentos de desgosto.
Por outro lado, ouvindo as palavras de Rei, o homem fica mais irritado do que antes.
— Ridículo! Retire o que acabou de proferir, garoto. Quanta blasfêmia!
“Então ele é do tipo que fala e não faz nada. É sério que esse cara era o líder dos fanáticos? Que droga, não sei por que pensei que poderia ser diferente.”
“Até mesmo a forma como fala e age é irritante, ele me passa a sensação de sempre estar olhando para os outros como se fossem uma espécie de vida inferior. Isso é irritante. Tudo nele é irritante, até mesmo a sua aparência.”
“Eu estava com medo que algo pudesse acontecer por conta daquela sua habilidade chata de barreira… me preocupei atoa.”
Cortando os pensamentos de Rei, Wat logo em seguida toma coragem para enfrentá-lo diretamente, esticando as mãos para o lado como um gesto apressado para conjurar a sua habilidade.
Mesmo com o nariz tampado pelo forte odor de sangue e morte que começa a emanar dos cadáveres, ele ainda comenta com completa confiança e certeza:
— Não sei como conseguiu matar os meus subordinados, mas não vai acontecer o mesmo comigo.
— Espero que compreenda que sou santificado, abençoado e consagrado pela deusa Vermeti. Se você tocar um dedo sequer em mim, estará em guerra contra a igreja de Querpyn.
— Retire-se agora da minha frente e preste condolências e assim irei realizar um julgamento em frente a deusa Vermeti em seu nome, garoto.
No entanto, diferente da reação que Wat esperava receber, Rei somente dá algumas gargalhadas das palavras que mais parecem, em sua visão, cômicas.
A princípio, o único objetivo do garoto em conversar com Wat era coletar o máximo de informaçoes possíveis. Porém, após notar a relutância do homem em dizer algo que pudesse o comprometer, o garoto decide recorrer a outro caminho.
— Você é um perdedor, cara. O que está esperando? Pensei que iria me atacar, mas parece que você não consegue calar a boca por um segundo.
Com a ameaça jogada fora, os olhos de Wat chamejam momentaneamente de raiva, pouco antes de usar um tipo de magia de fortificação em sua mão.
— Vai se fuder — grita ele, deixando-se levar pela emoção.
Embora a velocidade do golpe e a força tenha sido elevada, quase ao ponto de causar um dano significado em qualquer tipo de pessoa, Rei desvia novamente — como se pudesse ver a movimentação do oponente quase em câmera lenta.
— Como pensei. Não vou precisar usar minha magia em você — comenta com um sorriso no rosto, ao interromper o movimento do braço de Wat com a força de sua própria mão.
Continua…
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