Capítulo 156 - Uma batalha amistosa. X

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Com o atributo de todos exposto, como um ato deliberado de confiança mútua e de conhecimento em equipe, Mia e Takayo também não foram deixados do lado de fora do assunto, e contaram momentos depois resumidamente sobre as próprias habilidades e atributos.

Em comparação à Mia, Takayo possuía ótimos atributos em relação à força e vitalidade, com algumas habilidades adquiridas por meio das questões de trabalho manuais e familiares, assim como a de fabricação de peças de armaduras e armas. 

Em contrapartida, Mia possuía um vínculo com os atributos de inteligência e sabedoria, e, apesar de não possuir muitas habilidades, ela ainda assim conseguia tirar vantagem de todo o poder de suas duas habilidades. 

Depois da conversa sobre habilidades, atributos e poderes, todos que estavam à mesa voltam a comer e conversar sobre coisas casuais. 

Pouco depois de todos satisfazerem-se com as pequenas refeições do refeitório, que, apesar de simples, gostosas e saborosas, eles levantaram-se dos assentos, prontos para saírem do local. 

Tyrant e Rina decidiram sair do refúgio para tomar ar fresco, acompanhadas de Mia e Takayo, que queriam também sair para curtir um pouco do lado de fora daquele lugar. 

Por sua vez, no momento em que as meninas contaram os seus planos do dia, Kazuki perguntou Rei sobre algo em relação ao treinamento. 

— Você quer treinar um pouco? 

— Treinar? — perguntou o estudante, sem entender onde ele queria chegar. 

— Ontem, você não estava treinando de espada? Se você quiser, eu posso te ensinar…  — comentou Kazuki, com seriedade. 

Sem perder a oportunidade e boa vontade, Rei apenas aceitou a sugestão; uma hora ou outra, ele teria que entrar nesse assunto de qualquer maneira, então, por que não agora? 

— Ah, valeu pela ajuda, eu aceito — concordou com um sorriso, sem pensar duas vezes. 

Logo em seguida, Kazuki e Rei acompanham Tyrant, Rina, Takayo e Mia até a parte de fora do refúgio, para que pudessem treinar em uma área aberta, próximo de uma floresta ou local isolado, para não atrair a atenção indesejada de outras pessoas por perto. 

À medida que caminhavam, o garoto começou a pensar sobre o que se ia prosseguir depois disso. 

“Eu acabei aceitando, mas ainda assim não sei nada sobre esgrima ou esse mundo das espadas. Pensei que tinha muita força, por isso ontem estava treinando sozinho no quarto, mas isso não significa muito.” 

“Afinal, a única coisa que consegui fazer foi levantar para cima e para baixo a espada, sem saber manejá-la direito ou fazer movimentos complexos. Para falar a verdade, eu não sei de muita coisa, mas sei que me falta muita coisa, sou realmente inexperiente em relação a isso.”

“Só espero não dar muito trabalho para ele, eu sequer tenho boa resistência… Bem, vamos ver…”

Enquanto os raios de sol pareciam sobrepujar toda a região, Rei notou que a maioria das árvores e plantas estão molhadas, assim como o terreno que parecia úmido devido à chuva posterior. 

Ele deixou de prestar atenção nos detalhes da vegetação próxima, assim que percebeu ainda de longe o acampamento do reino humano afastado; Havia muitos soldados andando de um lado para o outro, a situação parecia de certa forma caótica, na visão de alguém que observava de longe. 

Fora o terreno molhado e a confusão do acampamento, o tempo estava ótimo, apesar do sol de início de outono. Era forte, ao ponto de incomodar. Por conta disso, Tyrant, Rina, Mia e Takayo pararam para descansar em uma árvore próxima, para também pegar um pouco de sombra. 

Nesse momento, Kazuki e Rei também pararam de se mover após dar alguns passos e afastar-se à poucos metros de distância da árvore. 

— Não acho que sou bom o suficiente para instruí-lo, porém…  Se é tudo o que você quer de mim, então com certeza — comentou Kazuki, com um rosto iluminado de alegria e motivação. 

— Ah, muito obrigado.  

Dito isso, momentos depois o homem-fera pediu ao estudante para criar duas espadas de madeira, igual a espada que tinha visto ontem no quarto, quando Rei estava treinando sozinho. 

Quando a criação das espadas foi finalizada, Rei repassou uma das espadas para Kazuki, que logo em seguida aproximou-se do estudante para ensiná-lo a postura correta de como segurá-la. 

Kazuki colocou a espada de madeira na cintura, junto a sua espada que sempre carregava, por conta de casos de emergência e situações para se defender. Em seguida, com algumas instruções, o homem-fera pediu para o estudante levantar a espada em uma postura um pouco mais agressiva. 

— Pode levantar um pouco mais. 

Com a espada um pouco acima da cabeça do estudante, Kazuki aproxima-se e chega por de trás dele, coloca as mãos nas de Rei, guiando as suas mãos de modo a corrigir a postura e a posição incorreta das de Rei.

Sentindo a respiração na nuca, ele acabou corando pela aproximação deliberando de Kazuki, mas sem perder o foco no treinamento. 

Sendo guiado pelas mãos do homem-fera, o garoto percebeu as falhas em sua postura de ataque e, lentamente, ele acostumou-se com a posição correta através dos movimentos certeiros de Kazuki. 

Poucos minutos depois quando o homem-fera afastou-se, o estudante através de algumas pequenas tentativas e tempo de esforço, conseguiu replicar a postura e os básicos movimentos de Kazuki. 

— Eu… eu consegui — comemorou Rei, com um sorriso no rosto e um olhar de felicidade estampada. 

— Sim, isso está incrível. Uma bela postura, que não tem muitos defeitos — afirmou Kazuki, feliz com o resultado à sua frente. 

— Sei que ainda não está na hora, mas por que não tenta me atacar com essa postura? — perguntou Kazuki, ao tirar a espada de madeira da cintura. 

— Eu posso? — indagou Rei. 

— Vá em frente. 

“Eu só aprendi a postura de ataque, eu sequer sei como avançar ou fazer movimentos de investida. Como vou para frente? Espera, bem, pensando agora, talvez eu possa usar meu conhecimento.”

“Ainda que isso seja uma espada, e seja muito diferente de uma faca ou canivete, a base ainda continua sendo a mesma. Se eu tentar fazer uma investida com as minhas técnicas de luta, talvez dê certo.”

Continua…