Capítulo 4 – Um novo horizonte
“A-aura? Eu?!” Akemi não acreditava no que ouviu. — Espera, espera, espera! Vo-vocês estão dizendo que eu tenho… uma aura?!
— Pelos seus documentos, você é trivial — dizia o Dr. Asakusa, acariciando a barba grisalha — todavia, após alguns exames, parece que você tem a capacidade de manipular aura. Não posso negar que isso é muito suspeito.
Imediatamente, Akemi viu-se diante de uma porta entreaberta para um novo mundo que mal podia vislumbrar; uma onda de excitação e incredulidade percorria seu corpo, deixando-o eletrizado pela revelação. Com a mente a mil, ele gesticulava e imaginava. — E como eu uso isso?! O que eu faço?! Eu tenho que fazer alguma pose?! Qual é o elemento dela?! É essa tal eletricidade que está em mim?!
Juntamente de uma risada peculiar, o doutor comentava: — Hii huhu! Mantenha a calma, meu jovem. As coisas não funcionam assim.
Akemi encarou as próprias mãos com os olhos lacrimejando de felicidade, seu coração batia rápido e forte como um tambor descompassado.
— Mas então, agora eu… posso realmente ser áurico?! Vocês não estão brincando comigo, né?!
— Você esteve inconsciente por muito tempo — respondia Rowze — mas de alguma forma, seu corpo se manteve estável apesar de receber uma carga letal de eletricidade. Confesso que minha formação médica não é suficiente para entender sozinha o que aconteceu, por isso chamei o Dr. Asakusa e o Major Hasegawa.
O militar ao lado, Major Hasegawa, um homem alto e esbelto, de queixo partido, corpo volumoso porém definido, e médios cabelos pretos com uma franja alta caída à direita, cuja farda azul-escura com detalhes reluzentes em cor de ouro realçavam sua elegância, mantinha o olhar anil concentrado como o de um soldado bem treinado.
A fivela dourada do grande cinto de couro indigo capturava suposições, já que um emblema circular, gravado com ondas marinhas em alto-relevo, referenciava uma aura poderosa e fluida como o oceano.
Mencionado, o major mantinha-se em descansar1. — Garoto, se você despertou uma aura sem saber controlá-la, isso exige medidas especiais de monitoramento, dependendo do risco que ela possa representar.
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Bruscamente, Isao quebrou seu silêncio e encarou o militar com uma expressão séria. — O que pretendem fazer com meu neto?!
O olhar afiado do major amplificou a autoridade. — Ainda precisamos descobrir a natureza da possível aura deste jovem, pode ser perigoso, especialmente se ela for destrutiva. Necessitamos de espaço para avaliar.
— Ele não causará mal a ninguém! Deixem-o em paz!
— Senhor! Entendemos essas preocupações, mas a segurança de todos em Asahi é nossa prioridade. Este rapaz é uma incógnita, devemos conferir as possibilidades e intenções dele.
Com a voz embargada e cheia de incerteza, o idoso olhou para o neto, o nervosismo claramente estava estampado em sua expressão; ele tentou, mas não conseguiu esconder a tristeza. — Akemi… você… realmente quer isso?
“Desculpa vovô, mesmo que esteja preocupado e inseguro, eu não posso perder essa oportunidade!”
— Eu quero tentar! Logo agora que posso até mesmo ser um shihai!
O Major Hasegawa aparentou gostar da ideia e sorriu. — Então temos um novo possível combatente? Excelente.
Singela, Rowze se aproximou do paciente. — Vamos tirar essas ataduras?
Sentado na cama, Akemi abriu os braços para que as faixas ao redor de seu torso pudessem ser retiradas pela médica.
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Após a remoção das ataduras, mudanças no corpo do garoto eram perceptíveis.
Impressionado, o Dr. Asakusa comentava: — Hmmm, olha só essas marcas.
Jogando as faixas na pequena lixeira ao lado da cama, a doutora relatava: — Realmente as cicatrizes de acidentes elétricos costumam ser bem diferentes. Devem diminuir com o tempo, entretanto, não garanto que elas desaparecerão por completo.
Enquanto se checava, o rapaz reclamava: — Já não bastava a na bochecha?
Cicatrizes avermelhadas em forma bifurcada, reminiscentes de raízes, partiam de uma grande mancha redonda no canto inferior esquerdo de seu abdome e se estendiam por todo o tronco. Além daquilo, marcas evidentes do impiedoso fogo que consumira suas roupas deixaram linhas e manchas irregulares espalhadas predominantemente pelos braços.
— Consegue se mexer melhor?
— Claro, doutora! Até consigo sair da cama! — Akemi se descobriu do fino lençol, e com um pulo de alegria, ficou de pé no piso gelado. No entanto, uma leve brisa o fez notar que vestia apenas uma cueca branca; aquilo o deixou mais vermelho que um tomate maduro. — AH!!! É… onde estão as minhas roupas?! — Num instante de puro constrangimento, ele cobriu suas “partes”, como se estivesse tentando esconder um segredo que o vento não deveria ter descoberto.
— Elas estavam rasgadas e queimadas — respondia Rowze, profissional — portanto, continue assim. Fazemos algumas verificações em você agora, okay?
Os médicos deram início em diversos exames físicos, testando reflexos, visão, e força, avaliando a coordenação e equilíbrio do paciente…
Após os exames, chegaram a uma conclusão.
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— A julgar pelo que vejo como médico, você está bem, sua cicatrização está fenomenal, isso é um bom sinal — relatou Asakusa.
— Garotinho — chamou a doutora — seu avô trouxe outras vestimentas suas aqui, estão neste cômodo ao lado. Vamos te dar privacidade para se trocar, esperaremos ali.
Os dois médicos, o major e Isao, saíram do local, deixando o garoto sozinho na área fechada por cortinas verdes em volta da cama.
Dentro da gaveta do cômodo, foi encontrada uma camisa branca com mangas curtas e uma calça azul escura.
“Também tem uma roupa de baixo para usar, que alívio!”
Vestido com novas roupas, Akemi puxou a cortina, cheio de expectativa nos seus próximos passos em questão ao provável despertar áurico, mas…
— COMO O SISTEMA DESSA MALDITA CAPITAL É DESPREZÍVEL! VOCÊS SÃO DESTRUIDORES DE FAMÍLIAS! — Isao estava em ira, sua indignação batia e voltava pelas paredes.
“Ah, fala sério! Ele não está discutindo com aquelas pessoas, né?!”
Rowze tentava manter a ordem, dizendo em voz baixa: — Shhh! Senhor, por favor, se controle! Estamos em um hospital!
Olhares confusos e preocupados dos médicos presentes na sala se voltaram para Isao.
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— Não quero saber! Vocês não podem sair por aí levando jovens!
“Do que ele está falando? Ele está ficando louco?!”
Atento, o Major Hasegawa tentava justificar: — Senhor, caso seja verdade, ele deve ter a oportunidade de treinar e controlar aura, saber o poder que tem é importante.
— Sei disso! E tenho plena consciência de que esses lugares não passam a mínima segurança! — Isao ampliou a feição irada e apontou o dedo indicador para o militar. — VOCÊS NÃO LEVARÃO O MEU NETO!
“A paciência dele não durará muito tempo, preciso intervir agora!”
Akemi agiu rapidamente quando colocou uma mão reconfortante no ombro de Isao.
— Vovô, o que está acontecendo? Você está estranho desde que acordei.
Alguns médicos e o major contemplavam com cautela o clima pesado entre avô e neto…
Isao percebeu o ambiente problemático que criava, então, triste e cansado, ele decidiu desabafar ao jovem: — Olha, preciso ir trabalhar. Já são quase oito da manhã, tenho que abrir os setores. Passei noites sem dormir preocupado com você, eu chorei muito, estou exausto.
Akemi reconheceu o peso da situação sobre suas costas e o sacrifício do avô; então, ele gentilmente colocou a outra mão nos ombros do idoso para o olhar com mais compaixão. — Me desculpe por toda essa confusão que causei.
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— Não importa agora, preciso ir. Você não deve ir à usina esta semana, não sei o que o futuro reserva, mas você precisa se recuperar.
— Não se preocupe, ficarei bem.
“Hehee! Ganhei férias!”
Isao abraçou o neto com força. — Quando receber alta, volte para casa e me espere lá.
Akemi devolveu o abraço, transmitindo conforto. — Fique tranquilo, estarei de volta em breve.
Logo depois, os dois interromperam o abraço.
Anteriormente emotivo, Isao ajeitou-se e modulou a voz ao notar que várias pessoas encaravam. — Bem… hum… estou partindo. Peço desculpas pelo constrangimento. Cuidem bem do meu neto… — De cabeça baixa, Isao se afastou em direção à saída.
Rowze suspirou aliviada com a partida do idoso. — Ufa, finalmente… Bem, precisamos ir para um lugar mais calmo. Sigam-me.
Os quatro dirigiram-se à área externa do hospital, um local espaçoso com um extenso gramado onde diversos pacientes se movimentavam, alguns com o auxílio de bengalas e outros em cadeiras de rodas.
Fascinado pela paisagem, Akemi deixou um sorriso de alegria escapar. “Wow, olha só pra esse lugar! Que tranquilidade. Fico até com uma atmosfera de esperança.”
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Apontando para os arredores, Rowze tomou a frente. — Este é o campo de reabilitação do Hospital Áurico de Toryu, alguns pacientes áuricos vêm aqui para serem avaliados, já que algumas doenças e lesões podem prejudicar no uso da aura.
“Que demais!”
- Na posição de descansar, os militares deixam os pés afastados na largura dos ombros, as mãos cruzadas atrás das costas e o corpo ereto, mas relaxado.⤶
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