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    O campo de reabilitação abrigava diversas pessoas distantes uma das outras, algumas delas faziam gestos incompletos, tentando manipular suas auras enquanto contavam com a presença de médicos.

    A visão de Akemi foi cativada por uma agitação vivaz à sua direita.

    Ali, uma garotinha de curtos cabelos negros, vestida em uma saia amarela, saltitava de felicidade com um sorriso que poderia iluminar até o céu mais nublado. Entre suas pequeninas mãos, repousava uma grande bolha d’água que refletia as cores do arco-íris sob a luz do sol.

    “Aquela criança estava em meados dos cinco anos de idade… provavelmente, ela acabou de despertar uma aura. Será que serei como ela agora?!”

    Adiante, um idoso magro de fios grisalhos parecia determinado. Levantando as mãos lentamente, ele erguia uma fina parede de terra; seu foco se transformava em pura alegria quando o solo respondeu ao seu comando.

    Em um canto isolado à esquerda do gramado, um menino de cabelos claros vestido em um kimono branco enfrentava desafios únicos devido à falta de seu braço esquerdo. O mesmo permanecia firme, com o braço direito estendido lateralmente.

    Graciosamente, ele começou a rodopiar, aumentando a velocidade a cada volta em si; o movimento criava uma corrente de ar ao seu redor, e após alguns segundos girando com o braço estendido, parou bruscamente, liberando uma rajada de vento tão forte que fez folhas e galhos voarem à frente.

    Concluído seu feito, o menino abaixou o braço, serenando o vento. As folhas assentaram-se suavemente de volta ao solo.

    Sem euforia, o jovem áurico revelou um profundo alívio por sua conquista.

    “Essas pessoas lutando para recuperar o que é delas por direito… tudo isso me enche de inspiração!”

    Repentinamente, o Dr. Asakusa se aproximou para orientar seu paciente. — Você passará por testes aqui para determinar a natureza da sua possível aura e o nível de controle que tem.

    Mesmo nervoso, o jovem estava animado; a ideia de descobrir seus poderes o impulsionava. — Mal posso esperar para começar!

    — Excelente! Vamos ver do que é capaz! — exclamou o Major Hasegawa…

    Akemi foi guiado até uma área isolada do campo hospitalar, longe de outros pacientes.

    “A grama daqui é tão fresca, é como se estivesse viva.”

    O Dr. Asakusa iniciou as tutorias. — Jovem, antes de tudo, você sabe o que é aura?

    — Claro!

    — Me explique o que sabe.

    — Ah! É…

    “Ai, caramba! Fui pego de surpresa dessa vez! Até achei que sabia, mas não tenho ideia de como explicar!”

    Desconfortável por não conseguir responder, o rapaz ficou em silêncio.

    — Hii huhu! Sabia que você não saberia, era de se esperar.

    — Perdão, doutor — respondeu Akemi, de cabeça baixa, envergonhado.

    — Tudo bem, irei explicar um pouco, mas serei direto, ok?

    O garoto balançou a cabeça positivamente, seus olhos reluziam empolgação. — Ok!

    — Pois bem, a aura é uma extensão da energia vital, uma manifestação física e visual que pode dar poderes fantásticos.

    — E agora eu posso me juntar aos áuricos?!

    — Para ver se você corresponde a eles, vamos começar com algo simples. Conhece a posição de lótus?

    — Sim!

    — Perfeito, sente-se nessa posição, feche os olhos e respire fundo. Quero que você se desligue de tudo ao redor.

    “Entendi, posição de lótus… fechar os olhos… e… respirar…”

    Ssss… haaa… ssss… haaa… Assim?

    — Exatamente, sinta o ar preenchendo seus pulmões e trazendo energia para o seu corpo. Libere todas as tensões e preocupações, a limpeza de sua mente e corpo é o primeiro passo para liberar sua aura de forma segura.

    Respirações lentas encontravam o frescor do ar como um aliado.

    — Agora, imagine que há uma chama no centro do seu peito, ela representará a sua energia vital. Com calma, veja essa chama se tornando maior e mais forte.

    Akemi se esforçava, concentrado-se em visualizar e sentir o que o Dr. Asakusa descreveu.

    — Quando se sentir pronto, quero que tente empurrá-la para fora, expandindo-a para além da sua pele. Mas não force! Permita que ela se manifeste naturalmente.

    As respirações se tornaram mais profundas, um corpo começou a esquentar.

    — Perfeito! Continue assim, mantenha a calma.

    “Eu não aguento mais esperar, eu quero ver o que está acontecendo!” Ao abrir os olhos, o jovem viu algo familiar. “Wooooah!”

    A mesma chama amarela observada em seu acidente apareceu novamente.

    “Essa coisa em volta de mim… eu lembro disso, mas… o que é?” Com o coração palpitando forte no peito, Akemi olhava para suas mãos banhadas em um resplendor dourado. Uma alegria irreprimível o dominava.

    O major observava com interesse. — Hmmm, pensei que seria azul, mas na verdade é amarela.

    — Essa… é a minha aura?

    — Positivo, é a manifestação visual dela, e como você ainda não a tem sob controle, isso acontecerá às vezes até que você a domine.

    — Incrível…

    Sentado, o rapaz apertou os punhos para declarar ao militar: — Entendi! Estou pronto para o próximo passo!

    — Excelente! Agora, se levante e tente emitir essa energia de suas mãos.

    — Certo! — Akemi se levantou bruscamente, porém… — É… então… como eu faço isso? Hehe — disse ele com um sorriso sem jeito.

    — Pois bem, provavelmente está sentindo algo fluindo em você, concentre-se nisso. Permita que isso o percorra, como a corrente de um rio seguindo seu curso natural. Geralmente, os poderes recém-descobertos são liberados pelas mãos dos jovens, portanto, tente direcionar a sua energia até a palma da sua mão.

    O garoto apontou a mão direita na direção de uma parede isolada e distante; após segundos de concentração, uma forte corrente de energia começou a partir lentamente até a palma da sua mão aberta. “Hm, que sensação esquisita…”

    Mesmo mantendo a sua mão estendida, a aproximação de um evento iminente o preocupava. — Espera! E se eu quebrar alguma coisa?! E se eu machucar alguém?!

    — Fique tranquilo, é muito improvável que você derrube algo deste hospital, e eu tenho o controle da situação, confie em mim — assegurou o major. 

    “Se é assim, tudo bem, vamos lá!”

    zzzZap!

    Uma descarga elétrica pulsante foi disparada da palma da mão de Akemi.

    Como um pequeno relâmpago silencioso, o fino feixe de energia emitiu uma luz amarelada que iluminou seu caminho até o muro branco do hospital. Curiosamente, apesar da velocidade extrema, o impacto na parede não produziu nenhum som. Nem mesmo uma marca, um simples arranhão, aparece no muro. A energia foi absorvida, tragada pela brancura da parede.

    Isso animou o militar. — Ha haha! Como suspeitávamos! Sua aura é de eletricidade! Uma aura rara e poderosa.

    Todos olham para Akemi, que aparentemente foi atingido por uma onda de emoção; ele estava radiante.

    Eu sabia que tinha algo especial em mim — murmurou o garoto, olhando para a mão estendida. A felicidade mal podia ser contida.

    — Ainda não terminamos, precisamos explorar outras possibilidades! — exclamou o major, que então, conduziu uma série de testes no campo de reabilitação, testando os limites da aura de eletricidade. — Canalize a energia nos pés.

    Ao focar nas partes inferiores, Akemi viu os próprios pés brilhando tão intensamente quanto as mãos. As faíscas tornaram-se mais visíveis em suas pernas.

    — Me sinto mais leve. Meu corpo parece implorar por movimento.

    — E o que você está esperando? Movimente-se!

    Seguindo as ordens, Akemi dava passos leves, seu sentimento era de aprender a andar pela primeira vez.

    — Vamos, garoto! Suas pernas não estão quebradas, você pode fazer melhor!

    — Realmente, mas… é muito estranho, não consigo sentir o chão em passo algum, parece que estou voando… De qualquer modo, vou tentar correr! — De olhos no horizonte, o jovem respirou fundo e começou a correr em linha reta. De maneira impressionante, a cada passo que dava, ele desafiava as leis do próprio corpo, tornando-se mais rápido e ágil, transformando-se em uma figura imparável na corrida ao mesmo tempo que o vento esvoaçava seus cabelos.

    — Ha haha! O moleque aprende que é uma beleza! Excelente!

    “É como estar flutuando no ar!”

    Akemi decidiu parar e testar uma nova técnica. Focando nas pernas, ele deslizava os pés sobre o gramado. “Haha, isso funciona! É como usar patins… só que turbinados!” Conforme passava velozmente pelo amplo espaço, Akemi desviava de pessoas, arbustos e árvores com uma facilidade impressionante; seus pés deixavam rastros escuros na grama, uma evidência da intensa energia que transbordava.

    Tomado pela adrenalina, ele se sentia invencível; sua aura cintilante o trazia uma sensação de poder ilimitado. “Estou cheio de energia, eu não me canso! É o dia mais feliz da minha vida!”

    Mas até onde essa felicidade poderia ir?

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