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    O locutor anunciou o próximo combate, e para a maior surpresa de todos, Akemi teria que enfrentar um Miyazaki.

    Desesperado ao descobrir que sua luta seria a próxima, o rapaz se levantou e colocou as mãos na cabeça. — O QUÊ???!!!

    Puxando a base da camisa do colega, Sho tentou chamar sua atenção. — Ei! Relaxa, cara! Você precisa se concentrar agora.

    Akemi respirou profundamente e se sentou. — Relaxar? Ai, caramba… Eu terei mesmo que lugar?! E agora? O que eu faço?! — perguntou a si mesmo, à beira de um colapso emocional.

    — É, você teve muito azar de lutar logo contra um Miyazaki… É nesses momentos que eu não quero ser você. Hehe.

    — Eu vou mesmo morrer…

    Sho deu leves tapinhas nas costas de Akemi, na tentativa de motivar. — Só posso te desejar boa sorte.

    — Obrigado, amigo.

    De repente, outra voz se aproximou dos jovens. — Tu és Akemi Aburaya, de fato?

    Ao virarem os olhares, os dois rapazes perceberam que, apesar da voz suave, a figura que se apresentava era a de um homem adulto vestido em uma farda azul-escura combinando com o quepe. Um distintivo indicava o cargo de inspetor.

    — Sim… s-sou eu — respondeu Akemi, receoso.

    — Se faças o favor e siga-me imediatamente.

    O diferente modo de falar chamou a atenção dos garotos, algo que nunca tinham visto antes.

    Sem outra escolha, Akemi obedeceu às ordens e foi conduzido até uma escadaria na parte oeste das arquibancadas, cuja descida parecia levar a algum acesso à arena. “Esse provavelmente é o caminho que Sasaki passou para entrar no campo de batalha…”

    O descer das escadas confirmou as suposições. Era uma sala escura, onde apenas um feixe de luz escapava pela fresta de uma porta fechada, mas aparentemente, destrancada.

    Permaneças perto da porta e aguardes o chamado do emissor — instruiu o instrutor, subindo as escadas e deixando Akemi sozinho com os próprios pensamentos.

    “Ai, agora já era! Vou realmente enfrentar um Miyazaki…? Calma! Como era o nome? Ni… Nihara…? Caramba! Será que é aquela garota?!”

    A mente do rapaz entrava em tumulto. A ansiedade crescia enquanto ele andava de um lado para o outro, sentindo-se prestes a enfrentar o momento mais marcante de sua vida. “Acalme-se, Akemi! Mantenha o foco! Pera… Minha aura!” Ele tentou emitir sua energia elétrica… Mais uma vez, nada.

    “É… fud#u.”

    Restava-lhe apenas tentar se acalmar…

    — ATENÇÃO! ATENÇÃO, ESPECTADORES! O combate começará em instantes! Por favor, combatentes, dirijam-se à arena!

    Akemi paralisou ao escutar o anúncio; o nervosismo retornou com força total, deixando-o incapaz de mover um único músculo.

    Vozes femininas vindas de cima chegaram aos seus ouvidos, provavelmente de mulheres na arquibancada.

    — Onde está o outro competidor?

    — Não sei, acho que desistiu antes de entrar.

    — Ha-ha-ha! Deve estar tremendo por causa da última luta. Esses jovens de hoje em dia são tão frágeis.

    — ATENÇÃO! Se o próximo combatente não se apresentar em 30 segundos, será desclassificado por desistência.

    O anúncio o forçou a reagir, mas Akemi ainda estava parado, encarando a porta, lutando contra a própria paralisia.

    Os segundos passaram e uma contagem regressiva alta veio das arquibancadas.

    — 5!!!

    “Preciso me mover…”

    — 4!!!

    “Não posso ficar parado aqui…”

    — 3!!!

    “Eu cheguei tão longe…”

    — 2!!!

    “Eu consigo!”

    — 1!!!

    Por um milagre, Akemi fez um esforço súbito e abriu a porta no último segundo.

    As luzes das grandes luminárias no teto iluminavam diretamente seu rosto, ofuscando sua visão. Proteger os olhos era essencial para conseguir adentrar na área de combate.

    À medida que o atrasado se acostumava com a intensa luminosidade, o silêncio repentino da plateia destacava a atmosfera.

    Finalmente! Nosso combatente apareceu! Então, vamos às apresentações! De um lado, temos Nihara Miyazaki, com 1 metro e 74 e a aura ígnea única da linhagem Miyazaki!

    Olhando à frente, Akemi viu que Nihara, na verdade, era um garoto.

    O anúncio foi saudado pelas palmas dos familiares do oponente, vibrando junto à plateia; porém, a garota no trono, vista anteriormente, permaneceu sentada, com um descontentamento evidente no rosto.

    “Ufa… Não terei que lutar contra ela. Que alívio!”

    Os Miyazaki, reunidos no lado leste da arena, observavam com atenção o jovem Aburaya; ele que por sua vez, encarava Nihara, mas não podia ignorar o brilho intenso das vestes vermelhas que dominavam as arquibancadas à sua frente.

    “Toda essa atenção tá me deixando extremamente desconfortável… É muita pressão! E onde diabos está o Sho? Ele não está mais onde estávamos! Ah, não importa, tenho certeza de que ele está em algum lugar muito mais seguro do que eu…”

    — Eee… do lado oposto, apresentamos Akemi Aburaya, informações sobre sua estatura estão indisponíveis, mas sua aura é interessantíssima! Senhoras e senhores, mais uma vez testemunhamos um jovem com a rara aura elétrica em Asahi!

    O interesse da plateia era notável, mas para aqueles dentro da arena, agitações externas não passavam de um cenário distante.

    “Não consigo ouvir nada vindo das arquibancadas, será que essa estrutura bloqueia os sons externos? Mas como estou ouvindo o locutor?! Alto-falantes escondidos?”

    Nihara, de costas para a plateia, virou-se para encarar Akemi. Sua elegância destacava-se nos cabelos negros e olhos azuis, e sua camisa preta de gola alta com detalhes em chamas amarelas nas bordas combinavam perfeitamente os dotes da calça colada, além de botas e luvas escuras que querendo ou não davam um ar vil.

    “Então, aquele ali ainda assim é um Miyazaki… Ele tem a mesma altura que a minha…”

    A impaciência de Nihara era evidente. — Hm, finalmente decidiu aparecer? Pera lá… você… é um cara?! Haha! Pelo seu nome, achei que fosse uma garota, que ridículo! E que tipo de roupas são essas? Você trabalha em alguma fábrica ou algo assim? — zombou, com voz dominante.

    — O-oi! E-e-eu… espero que possamos… nos divertir? — Akemi abriu os braços, tentando soar amigável, mesmo desconcertado e amedrontado.

    — Haha! Está tremendo de medo! Como espera me derrotar assim? Sua fraqueza é visível de longe — Nihara assumiu uma postura de combate inicial, como um pugilista — você é patético! Prepare-se para sofrer!

    A insolência dele era clara, aproveitava cada momento para provocar.

    A multidão aguardava ansiosamente pelo confronto, fixando os olhares nos dois competidores.

    — Combatentes prontos? Três! Dois! Um… COMECEM!

    Pronto para atacar, Nihara sorriu com superioridade. — Vamos, Akemi! Me mostre do que é capaz! — Com socos rápidos no ar, ele criou bolas de fogo que voaram em direção ao jovem Aburaya.

    Um calor intenso tomava conta da arena, como se o inferno estivesse se manifestando diante dos olhos dos espectadores.

    Apesar do pânico crescente, Akemi sabia que seu futuro estava em jogo.

    Era preciso se manter alerta…

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