Capítulo 27 – O refeitório
[ Refeitório da Academia Shihai de Asahi, pelas 10h30 da manhã. ]
Retinindo o barulho de inúmeras conversas sobre diferentes assuntos, um vasto salão claro exalava o aroma da comida tradicional asahiana. Lá, alunos uniformizados ocupavam várias mesas circulares espalhadas, enquanto bancos de madeira sustentavam o peso de tantas pessoas.
Enfeitada por quadros de pinturas e lousas com panfletos, as paredes do local eram de um branco clínico; pelas bases, rodapés pretos com uma borda vermelha acima complementam as cores da ASA…
Foi então que Akemi e Miya chegaram ao recinto. Perto da entrada, os dois jovens tinham suas visões iluminadas pela luz solar vinda das amplas janelas; janelas estas que desvendavam a paisagem das árvores e gramados verdes da ASA.
“Esse lugar é imenso, deve haver mais de cinquenta alunos…”
— Todos aqui são das turmas F — comentou Miya, de olhos à frente e rosto naturalmente contente.
— Acredito que sim, mas como pode ter tanta certeza?
— Os gakurans e seifukus pretos são padrões dos alunos de categoria inicial. Posteriormente, usaremos uniformes diferentes.
— Sério?! E como serão?!
— Hihihi, também estou animada para saber. Mas agora, precisamos nos preocupar com outras coisas — disse Miya, preparando uma passada confiante de quem desejava conquistar o mundo… Mas, dessa vez, o universo tinha outros planos. — Temos que achar um integrante da nossa turm-AAAAAAH!!! — E lá foi ela, sendo quase derrubada por um abraço surpresa pelas costas.
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“Oh! Nem foi tão difícil de achar.”
Com um sorriso tão largo quanto seus braços rodeando um corpo delicado, Nikko Ichikawa rapidamente manifestava seu alívio e felicidade. — Miyazinha! Finalmente te encontrei! — exclamou a de maria-chiquinhas e bigodes felinos maquiados, afastando seus olhos verdes apenas o suficiente para ver o rosto confuso da amiga frente a frente ao girá-la.
— O-oooi, Nizinha. Como vai? — Miya estava cautelosa como se acabasse de ser atacada por um filhote de tigre.
“De fato, ambas adoram abraçar os outros pelas costas, né?”
— Vim para a academia sem comer de manhã — relatava Nikko — então, quando fomos liberados da sala, vim correndo para o refeitório. Achei que você viria logo logo, o que não foi o caso. Então, fui atrás de você por toda a parte! Mas todo mundo sabe que sou horrível em procurar — assumiu disfarçando a boca — daí decidi voltar para cá quando, puf! Você aparece bem na minha frente! He hiii! — riu ela.
— Fico feliz que esteja bem. Desculpe por não conseguir falar com você antes, cheguei na sala um pouco tarde, hihi — disse Miya, ajeitando o cabelo para disfarçar o constrangimento.
— Awn, não tem problema! — Nikko a abraçou novamente, com força extra.
— É… eu também. Mas… poderia me soltar? Ficar assim em público é meio estranho.
“E o feitiço volta contra o feiticeiro.”
Com toda sua doçura feminina… ou felina, Nikko esfregava carinhosamente o rosto na bochecha de Miya. — Aaah, só mais um pouquinho, vai!
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— Agh! Ni! Não precisa disso, tem gente olhando!
— Por favoooor! É que faz muito tempo que não te vejo, e- — Nikko interrompeu-se ao perceber uma presença ao lado. Seus olhos verdes encontraram Akemi observando-a com um rosto curioso. Imediatamente, ela cessou o abraço, cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha inquisitiva. — Quem é? — indagou, cutucando a amiga com o cotovelo.
— O nome dele é Akemi Aburaya, estava sentado do seu lado na sala, não o reconhece?
— … Aaaah, o garoto bisonho! — Nikko estendeu a mão para um aperto — prazer em conhecê-lo, bisonho!
— O prazer é todo me… Ma-ah, mas pera aí! Bisonho por quê?!
— Durante minha formação, alunos desastrados eram chamados de bisonhos. Nunca soube ao certo o significado, mas sempre achei essa palavra engraçada. Por isso estou te chamando assim! Pode?
“Isso só pode ser brincadeira…”
— … Faça como quiser.
O cumprimento foi aceito.
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“Pelo menos ela não parece querer me matar…”
— Hihihi, ele é um bom menino, estava comigo nesse meio tempo. Com certeza se darão muito bem!
— … Hmmmm… — sorrisos e olhares maliciosos surgiram em Nikko — então você sumiu esse tempo todo com um garoto…? Hirooomi… — ela cobriu a boca e flexionou os joelhos, aparentando presenciar a maior fofoca do mundo — achei que você gostava de outra pessoa! Não sabia que era tão safada!
“Ein?!”
— … M-m-me-me-mme… — balbuciou Miya, tão corada quanto Akemi — m-me chamou de quêêêê…?!
— Você bem que poderia me ensinar seus truques depois, né?
Encurralada por olhares invasivos, a garota envergonhada tentou manter a compostura…
Mas foi da forma que achou melhor.
Pof!
— Aiii! — clamorizou Nikko ao levar um merecido soco no braço — pra que agredir?! — indagou ela, massageando o local da dor e encarando a agressora.
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Pelo visto todo cuidado é pouco quando se irrita um Miyazaki.
— Isso foi no primário! E já te falei que não queria ouvir mais nada sobre isso!
Rindo como sempre, a brincalhona levantou as mãos em rendição. — He hiii! Tá bom, tá bom, eu paro!
— Que seja! Hmpf! — De bico emburrado e braços cruzados, Miya desviou o olhar, pronta para denegrir a existência dos outros por longos segundos.
— Eiiii! — Nikko segurou o braço da chateada, tentando puxá-la. — Não pode me ignorar por muito tempo! Vem! Sei onde está a nossa turma! São muito simpáticos, você e o seu amiguinho precisam conhecê-los!
Por entre a multidão sentada nas mesas do refeitório, o aroma de comida não escapava de nenhuma narina.
“Ótimo, agora meu estômago começou a reclamar de fome…”
Caminhando ao lado de Miya e Nikko, Akemi observava cinco cozinheiros trabalhando freneticamente atrás de um balcão de vidro que ocupava toda a parede direita do refeitório. Cada um deles, trajando toucas brancas e aventais impecáveis, pareciam mais uma máquina culinária do que um ser humano de roupas imaculadas e movimentos profissionais.
Os pratos servidos acima do balcão eram uma verdadeira vitrine de receitas asahinanas pré-preparadas, dispostas para o deleite dos estudantes que se aglomeravam para escolher suas favoritas.
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“Sinto que o único trabalho que esperam de nós aqui é mastigar e conversar… E esses cozinheiros, sinceramente, parecem comer mais que a boca!”
— Arunizinha! Voltei! — exclamou Nikko, acenando com entusiasmo.
Seguindo o som do chamado, avistava-se Aruni, sentada sozinha em uma das mesas cilíndricas. Tímida, ela levantava a mão num gesto receptivo que mais lembrava um aceno para espantar moscas.
“Será que ela é sempre tão… introvertida?”
— Sentem-se com ela, pessoal!
— Tudo bem, vem, Akemi.
Capítulo um pouco mais curto hoje já que o próximo será uma certa continuação maior.
Obrigado por ler até aqui! ❤️
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