Capitulo 45: Batalha de Lendas
A caravana percorria as ruas daquela cidade em alta velocidade, comandada por Theresa, que não poupava nem um pouco os cavalos, balançando as rédeas constantemente.
Acho que ela ficou bastante traumatizada com o Xavier.
Bem, enfim. Já eu, estava aqui do lado de trás, velando por esses dois belos adormecidos que repousavam nos dois bancos.
Pensando bem, na verdade, eram três adormecidos, porque mesmo depois da Theresa ter restaurado o núcleo do Golem, ele ainda não havia voltado a abrir os olhos.
Mas quando eu disse a Theresa que o Gaia havia comido apenas uma gema, ela deduziu que fosse fome. A nossa sorte é que Theresa conseguiu com sua magia de cura, fazer com que o Gaia retornasse a sua forma de miniatura, porque chegamos a conclusão de que era impossível carregá-lo para caravana naquela forma gigantesca.
Agora ele estava descansando dentro do jaleco dela.
Veja só, nem parece que eu sou proprietário do Golem. Bastou ela dar o nome, que já se apegou a criatura.
Acho que eu tinha azar com animais, embora o Golem não fosse classificado como animal. Primeiro foi o cão que me abandonou, depois foi o gato que gostou tanto da minha prima que foi com ela.
Bem, o gato acho que também não fazia falta, já que eu era alérgico. Eu apenas suportava porque havia uma infestação de ratos que andavam nas casas, então cada vizinhança havia decidido comprar um gato.
Depois que essa estranha infestação desapareceu, não havia mais necessidade de se manter um gato.
Enfim, que nostalgia.
Um sorriso se formou nos meus lábios, enquanto eu observava aqueles dois.
Já havíamos avançado e nada do Xavier, o que significa que o Sr. Alexodoro deve estar segurando ele a todo custo e quem sabe derrotá-lo. Mas daí acho que ele se tornaria inimigo número 1 do reino. E tudo isso por nós.
— Que tédio… E que fome — suspirei e olhei pela janela, avistando nuvens e algumas casas altas.
O nosso destino era chegar ao bendito bosque, que ficava entre os distritos Hellen e Gallen. Pensando bem, Sr. Alexodoro não nos deu nenhuma pista de como era a pessoa que encontraríamos no bosque, apenas disse que ele era de sua extrema confiança e isso era o que deveríamos saber.
Mas chuto que se ele vai fazer a nossa escolta, então deve ser um aventureiro rank A.
Assim como os aventureiros rank S, eles eram muito raros de se encontrar, pois por possuírem uma força fora do comum, aceitavam apenas missões do seu nível. É por isso que nenhum deles estava participando dessa caçada. Embora a recompensa fosse alta, com certeza não perderiam seu tempo nos caçando, quando haviam coisas bem mais importante para fazer.
— Dinheiro! Dinheiro! Isso, passa esse dinheiro!
Era Zernen quem murmurava. E do outro lado estava Meredith se mexendo de um lado para outro no banco, ela pareceria estar tendo um pesadelo.
— Não, por favor, não!
Comecei a rir. Enquanto um estava tendo um pesadelo, o outro estava tendo um sonho aparentemente divertido.
— Faisal, me solta! Eu já disse que não sou sua!
Ela abanou um dos seus braços, dando um tapa no ar.
“Então ela está sonhando com o Faisal?”
Francamente, nem nos sonhos Meredith pode ter paz.
Abri a mala da Theresa que estava encostada no fundo da parede e retirei a poção que julguei ser para pesadelo e então, entornei na boca da Meredith.
Felizmente seu rosto ficou mais leve. Coloquei o braço de volta ao seu peito enquanto apreciava aquele rosto delicado.
“Fofa!”
Foi o que passou pela minha mente.
— Ei, eu já disse o quão você é aparecida com a princesa Istar?
Meus olhos foram atraídos pelos murmúrios do Zernen.
O que? Zernen estava sonhando com princesa Istar?
Isso não era bom. Ele precisava de uma poção também.
Dei a ele e o seu rosto suavizou.
Alguns segundos depois, eles deixaram de falar e então paz voltou a reinar no interior daquela caravana. E eu acabei novamente ficando no tédio, já não tinha mais suas vozes ressoando nos meus ouvidos para me fazer companhia.
— Vou contar ovelhas e dormir.
Deitei a minha cabeça e comecei a contar ovelhas até pegar no sono, como minha mãe fazia para mim quando era bem pequeno.
— Magia quatro-elementar, furacão vento!
— Magia do vento, tornado cortante!
Um furacão de vento e um tornado emergiram na distância que separava os dois e entraram em conflito, lançando ventos para ali e para cá, que balançavam seus cabelos e apalpava suas vestes.
Aquele choque de magias abria crateras no chão e deixava rachaduras nas paredes de algumas casas que ali se encontravam.
Eles liberavam aquela quantidade de magia porque sabiam que ninguém estava por aquele espaço. Algumas das pessoas, sabendo que ali aconteceria uma grande batalha pela captura de supostos criminosos, decidiram aguardar em casa dos seus familiares próximos, outros na pousada, com medo de que sua segurança estivesse em risco.
Quando as duas magias enfim se anularam, com troca de olhos severos, eles lançaram mais de suas magias enquanto se aproximavam.
Quem carregava uma evidente vantagem naquela luta era Sr. Alexodoro, que tinha ao seu dispor quatro magias elementares.
— Apesar de estarmos em lados opostos, é realmente uma honra batalhar com o lendário usuário dos quatro elementos. — Xavier convocou espadas em formas de vento, que tinham a tonalidade esverdeada e direcionou contra seu adversário.
— Digo o mesmo, lenda do vento. Barreira de chamas! — Sr. Alexadoro sorriu, levantando uma coluna de vento.
— Hã?
Apesar de ter suas espadas anuladas, Xavier ficou sem entender o porquê dele ter invocado chamas e ter aparecido uma coluna de vento no lugar.
— Parece que estou mesmo enferrujado, mal consigo controlar as minhas emoções direito.
— Não seriam elementos?
Os dois se entreolharam enquanto tinham seus pés pousados no chão.
— Bem, não é nada que você deva saber. Vamos continuar!
Sr. Alexodoro lançou flechas de ventos, que saíram da palma de sua mão.
— Barreira de vento! — Xavier neutralizou o ataque. — Bem, você é a segunda pessoa com quem uso isso, mas se eu quiser alcançar aqueles garotos, não tenho escolha…
— Me sinto honrado então.
— Barreira do vento!
Uma barreira de vento quadrada e solidificada, que cobria uma grande área daquela rua, inclusive ultrapassando as casas, formou-se ao redor daqueles dois.
— Uma barreira?
— Segunda barreira esférica de vento!
Sr. Alexodoro observava com estranheza uma segunda barreira esférica na tonalidade esverdeada se formar ao seu redor.
— Outra barreira?
— Turbilhão de vento!
Quando Xavier esticou um dos braços, um vento bem forte começou a girar ao redor da barreira esférica, asfixiando o Sr. Alexodoro, que tentava quebrar a barreira com socos consecutivo, mas não conseguia.
— Não adianta, essa é a magia elementar gêmea do vento. Ou seja, se você quiser quebrar essa barreira, terá que quebrar a barreira principal, que é essa grande que eu criei. Mas é impossível, não é? Dado que está preso na primeira barreira. Além disso, em pequenos instantes, você será devorado pelo vento intenso que estou mandado para aí.
— Barreira esférica de vento! — Sr. Alexodoro tentou criar uma barreira para lhe proteger, mas está quebrou-se em estilhaços de cristais assim que se formou.
— Nem adianta, qualquer barreira de vento que for criada dentro dessa esfera será totalmente desfeita.
— É, bem jogado. Parece que é o meu fim — Sr. Alexodoro sorriu e suspirou. — Em questão de tempo perderei a consciência.
— E assim que isso acontecer, ninguém mais terá poder para me parar.
Sr. Alexodoro sorriu, ele estava estranhamente acomodado e não mostrava nenhum rastro de preocupação em seu semblante, o que certamente incomodava Xavier, afinal, estava batalhando contra uma biblioteca viva.
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