Índice de Capítulo

    Como num passe de mágica, Zestas e aquele homem apareceram em um vasto espaço repleto de prateleiras contendo livros. Estás se estendiam até o final das paredes onde se encontravam duas grandes janelas seladas, que emolduravam uma bela paisagem urbana, misturada com o verde da flora existente na cidade de Ahrmanica.

    — Moleque, você é bem ousado, não é?
    — disse Zestas enquanto o jovem deixava seu ombro.

    — Não, Zestas. Você é quem é bem ousado. — um homem forte apareceu por detrás de uma prateleira enquanto segurava um livro em suas mãos.

    Além daqueles óculos quadrados, ele possuía cabelos e olhos azuis da cor do céu noturno. E vestia um sobretudo negro, que combinava com a cor de suas botas.

    — Como ousa se aliar a inimigos do reino?

    — Então isso faz parte do seu plano? Bem que pensei que algo estava errado!

    — Vamos, me diga. O que pensa que está fazendo?

    — É melhor nos sentarmos, porque vai ser uma longa história!

    Zestas sorriu e bebeu seu saquê.

                                    


    Depois de tanto esforço, consegui desamarrar o Zernen. Enquanto isso, Theresa estava tentando acordar o Gaia com sua magia de cura, uma luz verde pairava sobre a cabeça do golem desacordado.

    Já Meredith, pegou um galho no chão para servir de arma enquanto encarava aqueles quatros.

    Hum… — Zernen movia seu dedo pelos quatros, que estavam em cima da ponte. — Achei o mais forte! — Ele saltou com o cotovelo para trás, mirando o punho no cara de cabelos azuis.  — Você é o mais forte, não é? Então toma essa!

    — Zernen, pare! — emitiu Meredith. — Esse aí é um aventureiro rank A!

    Como eles não tinham uma coleira em alguma parte dos seus corpos, mal consegui distinguir se havia um aventureiro rank A entre eles.

    “Essa não… Então quer dizer que esse cara é muito mais forte que o Nikolas e aquele grandão juntos?”

    — Um aventureiro rank A? Então a gente tá ferrado!

    — Soco invisível!

    Apenas com a ponta do seu dedo, aquele homem travou o punho do Zernen, mas algo que me surpreendeu, é que eles nem se tocaram.

    — O que?

    — É a magia dele, é uma magia estranha que cria uma barreira invisível onde ele quer, ou mesmo desferir golpes invisíveis.

    O cara sorriu e com a ponta do dedo fez Zernen sair voando em direção a uma pequena estátua a nossa atrás.

    Algumas das pessoas que por ali passavam não tardaram a correr com medo de serem envolvidos nessa batalha.

    — Mas isso não seria uma espécie de magia básica? — perguntei a Meredith.

    — Ele faz isso naturalmente, não precisa de manipular mana.

    — Nesse caso, agora é a minha vez!!!

    O cara de cabelos em chamas levantou uma mão repleta de unhas e as atirou contra nós.

    Magia de unhas, unhas de ferro!

    “Unhas de ferro? É sério isso?”

    Inúmeras unhas feitas de ferro vinham contra nós.

    “Droga!”

    Multplos socos invisíveis!

    Como um zás, aparecendo a nossa frente, Zernen lançou séries de socos invisíveis, que inutilmente não anularam aquilo, eram mais forte, mas pelo menos a velocidade daquelas unhas reduziu, nos permitindo desviar com estilo.

    — Pessoal, o Golem não acorda — disse Theresa a nossa trás, perto a caravana caída.

    — Acho que só comida mesmo para ele acordar, magia de cura não vai fazer efeito.

    Eu disse.

    — Não tem problema, eu, Jarves e o Zernen os manteremos ocupados. Você pode fugir daqui!

    — Certo!

    Theresa assentiu as palavras da Meredith sem nem contestar. Ela mesmo sabia melhor do que ninguém, que ela não poderia fazer muita coisa ali.

    — Sond, cuide da mulher. Eu e o Fred cuidaremos desses dois.

    Sond era o cara lá no fundo entre aqueles três, possuía longos cabelos negros que chegavam a esconder parcialmente seus olhos negros. Suas vestes tinham um emblema musical.

    Olhei para a garotinha de cabelos rosas.

    Se aquele cara não mencionou aquela garota, significa que ela não era grande coisa, nesse caso a gente levava a vantagem?

    — Ei, Mulher…

    Sond, que olhava para Theresa, apontou o dedo para ela enquanto abria a boca.

    — Dance!

    — O que?

    Todos nós olhamos para Theresa, que começou a dançar e a pular de um lado para outro, chegando até a deixar cair o Golem que segurava em suas mãos.

    — O que está acontecendo comigo? Eu não consigo parar!

    — Essa é a magia do Sond — disse o de cabelo azulado. — Ele faz com que a pessoa dance ao som da música que se formar na mente dela sem parar, uma magia um tanto pacifista e saudável. No entanto, quanto mais a pessoa dança, mais ela vai perdendo as energias até desmaiar.

    Com isso concluí, que esses caras tinham umas magias estranhas.

    — Alguém me ajuda.

    Eu não evitei de rir, vendo a Theresa dançar daquele jeito descontrolado. Era valsa ou o que aquilo? Hahahaha!

    — Não é que Theresa tem uns belos passos de dança?

    — Sim! Sim! Hahahaha!

    Zernen começou a rir comigo.

    — Pessoal, não se distraiam — disse Meredith, mantendo seus olhos naqueles caras acima da ponte. — Vamos nos focar em derrotá-los para podemos avançar.

    Meredith tinha razão. Deixamos Theresa dançando ali e nos concentramos em nossos oponentes. Pelo menos nada de tão grave aconteceria com ela.

    Mas o mais importante, eu tinha de tomar cuidado para não ser atingido por essa magia, porque se não iria passar muita vergonha.

    — Chega de brincadeira! — O homem das unhas de ferro saltou daquela ponte enquanto desferia golpes de unhas de ferro no ar. Nesse mesmo instante, o cara de madeixas azuis mandava com a ponta do dedo, uma pressão no vento contra nós, que se misturou com o ataque de unhas.

    — Vocês dois podem cuidar do cara das unhas, que eu quero o peixe grande!

    Zernen saltou enquanto rebatia alguma das unhas, indo em direção ao aventureiro rank A.

    — Que presunçoso — disse a garota de cabelos rosa enquanto cruzava os braços, toda relaxada.

    — Não me subestimem, afinal eu sou um aventureiro rank B — disse o cara das unhas. E eu não acreditei.

    Eu chutava que ele fosse no máximo um rank C, mas outro rank B era demais para nós.

    Multiplicar!

    As unhas se multiplicaram no ar e foram em direção ao Zernen enquanto nós nos esquivávamos das unhas remanescentes.

    — Deixe que eu cuide de todos eles, eu só, sou mais que suficiente para derrotá-los!

    Zernen arremessou seu soco invisível, mas não fez nenhum efeito naquelas unhas cortantes e ele acabou atingido.

    Seu corpo, repleto de unhas cravadas, deslizou contra o chão, espalhando grande quantidades de sangue que fluíam de suas feridas abertas.

    — Se isso continuar, o de cabelo verde em breve morrerá — observou a tal da Frida.

    Ela era analista, por acaso?

    — Perfeito. Cuide deles, Fred, enquanto isso, eu vou descansar!

    Depois de bocejar, o cara das madeixas azuis se deitou no chão daquela ponte enquanto a garotinha analista nos observava com seus olhos de gato.

    Vou te contar, nunca vi caras mais relaxados.

    — Não me subestime!

    Mesmo cheio de feridas e com suas vestes manchadas de sangue, Zernen levantou-se em pleno vigor e mandou mais do seu soco invisível contra o cara das unhas, que simplesmente gerou uma barreira de unhas que neutralizou o golpe dele.

    O soco invisível não resultava, não importava o quanto ele o lançasse.

    Até me perguntei porque ele não mandava uma explosão, mas lembrei que ele convertia as magias de energia em combustíveis para o seu corpo, o que não poderia acontecer nesse caso, já que aquela era uma magia de ataque sólido.

    Ele só poderia continuar insistindo no seu soco invisível para ver se ele dava sorte de ganhar o combate apenas usando seu único golpe.

    Meredith foi ajudar Zernen, que estava indefeso perante a multidão de unhas de ferro, que buscavam rasgar seu corpo. Com um galho em mãos, ela rebatia todas as unhas incessantemente, enquanto Zernen a olhava, soltando suspiros frenéticos.

    Essa não… Estávamos em maus lençóis.

    Theresa estava dançando.

    Zernen estava cheio de feridas.

    Meredith não conseguia fazer muita coisa com sua magia.

    E eu era um inútil, cuja magia básica não estava fazendo efeito contra nada.

    — Eu me rendo! — Levantei o braço e todos pararam os seus ataques, olhando para mim. — Basta, podem nos levar!

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 0% (0 votos)

    Nota