Índice de Capítulo

    Explosãooooo!

    Aaaaaaah!

    Minha esfera amarelada e a explosão gerada por Zernen colidiram fortemente. A pressão do vento, que irradiava diversas ondas, nos jogando para lados postos numa grande velocidade. Caímos. Nossa pele raspou o chão, ganhando arranhões.

    ” Droga…”

    O meu corpo estava doendo, principalmente na parte de onde Theresa havia operado meu braço.

    Ainda assim, levantei ao mesmo tempo que ele.

    Mesmo não querendo, nossos corpos estavam sendo forçados a obedecer à vontade daqueles três gêmeos graças à sua música que ressoava em nossas mentes.

    — O que tá acontecendo, Jarves?

    Zernen juntou as mãos, preparando mais uma explosão.

    — Não está vendo? Eles estão nos controlando! Eu disse que deveríamos fugir!

    Preparei uma esfera, mas só saiu bem pequenininha…

    “Não acredito. Eu havia ficado sem mana…

    Maldita deficiência de mana, como eu te odeio.”

    Em contrapartida, um clarão tomava conta dos meus olhos.

    “Essa não…”

    — Foi mal, Jarves, mas aqui vai! Explosãooooo!

    Lancei a mini esfera e cobri os olhos com um dos braços. Se eu fosse acertado, com certeza seria o fim… Mas depois do boom ocorrer, descobri que a explosão gerada pelo Zernen havia sido tão ínfima que sequer chegou até mim.

    Ufa!

    Ainda bem que ele havia ficado sem mana também, se não seria o meu fim com certeza.

    — Ainda bem que fiquei sem mana… Owo!

    Zernen gritou enquanto corria até mim com os punhos cerrados contra o rosto.

    Eu também vi meu corpo forçado a correr até ele enquanto preparava os punhos para encher a cara dele de soco.

    — Mesmo sem mana, vocês ainda irão lutar até a morte — emitiu Mu da guitarra, friamente.

    — Coitadinhos, agora terão que destroçar seu corpo, quando seria fácil e menos doloroso acabar com tudo com suas magias — acrescentou Cal do violino enquanto Zi da Gaita formava um sorriso largo de satisfação no canto dos lábios.

    — Isso tá ficando emocionante! Hahaha, tô gostando de ver!

    No primeiro embate, nossos socos colidiram e uma sequência de socos acabou acontecendo, tão forte que fazia minha mão doer.

    Nessa troca de socos, eu era o único a sofrer muitos danos. Era soco no rosto, na barriga, era soco em todo lugar.

    Me distanciei, limpando o sangue no nariz enquanto Zernen prosseguia com mais socos.

    — Jarves…

    Desviei daquele soco e só depois respondi.

    — O que foi? Não me diga que está adorando isso?

    Arremessei um soco contra seu rosto, que foi imediatamente defendido pelo seu braço esquerdo enquanto o direito afundava na minha barriga.

    Soltei uma enxurrada de saliva.

    — Eu vou fingir que morri para podermos sair desse controle, então, você, não sei como, vai distrair eles — disse, segurando minha cabeça e me jogando no chão com uma rasteira.

    Quando ele tentou desferir um golpe contra meu rosto, rolei para o lado, seu soco acertou o chão e eu levantei rapidamente, chutando seu traseiro.

    Seu corpo foi jogado contra o chão.

    — Certo!

    Não sei como ele iria fazer isso, mas eu estava confiando nisso, era a única maneira de sair do controle deles… Se não conseguirmos, estaremos fadados a uma lutar até que um de nós dois morra.

    Avancei em direção a ele com um soco enquanto se levantava.

    — Agora, agora, agora toma!

    Ele desferiu um soco muito fácil de desviar contra meu rosto. Movi o pescoço para a direita, desferindo em seguida um soco contra seu abdômen. E não terminei por aí, peguei na sua cabeça, dando uma ajoelhada, finalizando com um arremesso no chão quando peguei sua gola.

    Suspirei, observando o corpo do Zernen no chão. Seus olhos estavam fechados e sangue carmesim saía de sua cabeça…

    “Eu não acredito que, que matei ele…”

    No entanto, meu nariz farejou algo.

    “Espera, esse cheiro, apesar de difícil, consigo identificar e não é de sangue…”

    — Então já acabou? — Cal do violino questionou, mas seu irmão Zi balançou a cabeça em descrença.

    — Duvido muito, eles estavam conversando algo.

    — Ele morreu, caso não, o corpo estaria se movendo.

    Mu tinha razão. Mas sei que Zernen havia feito algo de tão sobrenatural que só ele poderia fazer e que voltaria como sempre.

    — Eu venci!

    — E? — Mu questionou, lançando seus olhos severos e implacáveis sobre mim.

    — Agora posso ir, né?

    — Quem disse que é assim que as coisas funcionam? — Cal emitiu. Zi deu uma leve risada.

    — Acho que você entendeu as coisas errado por aqui.

    Eu sei, só estava tentando ganhar tempo enquanto pensava num plano para nos livrar dessa, mas nada minha vinha na mente.

    “Droga, preciso ser rápido… Se Zernen fingiu a morte. Com certeza deve ter um tempo estipulado como nos filmes”

    “Droga, pensa Jarves! Pensa, Jarves!”

    “Você os conhece melhor do que nunca!”

    Hum, já sei!”

    Quando há muito barulho, eles não conseguem gerar som suficiente para sincronizar entre eles, então consecutivamente sua magia não funcionava com uma taxa de eficácia alta.

    Outra forma de vencer uma batalha contra eles seria os manter a uma distância em que não possam interagir entre si. Quando estão só ou faltando um, sua magia de fazer qualquer coisa dentro de uma determinada frequência de músicas não funciona.

    Mas essa opção era inútil, porque bem, eles eram muito mais rápidos em tocar seus instrumentos para gerar música. A única solução para me desviar de sua música era ter uma velocidade maior que a do som, o que eu não tinha…

    “Vamos, Jarves! Zernen está contando contigo!”

    “Ah, espera, acabei de lembrar…”

    Esses gêmeos possuíam um grande enjoo contra arrotos.

    Eles ficam tão mal-dispostos que não conseguem tocar suas músicas…  Uma das razões pelas quais eram derrotados era que alguém deixava escapar um arroto.

    Fiz uma pose bem estilosa e elevei ambas as mãos ao estômago para fazer uma pressão bastante grande.

    — Magia dos gases: super arrotoooooo!
    Burrrrrrrrrrrrrrr!

    Resultou! Resultou! Resultouuuu!

    Um sorriso triunfante emergiu nos meus lábios.

    Eles colocaram a mão na boca, ficando com o rosto verde, como se quisessem vomitar. Seus instrumentos caíram no chão.

    E, naquele momento, como num passe de mágica, Zernen acordou e juntou suas mãos.

    — Malditos… — Cal murmurou enquanto segurava sua cabeça.

    — Como… Como ….

    Já Zi, caia contra o Mu, que não aguentava mais, começando a vomitar.

    Hahahaha! Boa, Jarves! Explosãoooo!

    Zernen fez um grande clarão aparecer e foi naquele momento que corremos para o mais longe possível daqueles três.


    (…)

    Com os olhos severos, posição ofensiva, Theresa e Frida enfrentavam aquele grupo de bandidos com aquele rapaz no centro como destaque.

    — Seu poder é deixar as pessoas sem roupa, não é? Então deixe-o nu para que ele passe vergonha!

    Theresa direcionou os olhos para Frida com uma convicção de que a vergonha era uma espécie de repreensão.

    — Há um equívoco da sua parte. Meu poder…

    Antes que Frida concluísse sua fala, seu irmão o interrompeu.

    — O que estão murmurando aí? Não iam me dar uma lição? Vamos, estou a espera!

    Ele e os demais bandidos começaram a rir.

    — Bem, como eu ia dizendo, meu poder não é deixar as pessoas nuas.

    Theresa ergueu uma das sobrancelhas, confusa.

    — O meu poder é, na verdade, fazer objetos pequenos desapareceram, tipo rodas de caravana, peças de roupas, armas, etc. Tudo que seja pequeno.

    Ah, entendi. Isso explica tudo.

    — O problema é que, ah, deixa. É melhor você ver com os seus próprios olhos.

    Frida olhou fixamente para seu irmão, suas roupas sumiram. Ele ficou apenas com uma cueca que cobria sua parte íntima em meio ao corpo minimamente definido, apesar de magro.

    — Então essa era a tal lição?  Você é mesmo uma inútil…

    Do nada apareceram roupas no corpo dele. Roupas novas que lembravam as de um camponês.

    — Uau, ele consegue conjurar roupas novas!

    Theresa deu um sorriso de fascínio enquanto seus olhos brilhavam como estrelinhas.

    — Não é isso. O poder dele, é, na verdade, fazer aparecer objetos pequenos. É um poder oposto ao meu.

    — Aparecer e desaparecer, é?

    Ela encarou aquele jovem severamente.

    Hahahahah! Perfeito, Friederico!

    — Mandou bem, mostra para ela quem manda!

    Os bandidos bateram palmas, elevando mais e mais o ego do Friederico.

    — Bem, agora é a minha vez de te dar uma lição. Prepare-se, irmãzinha… — Friederico fez aparecer uma espada em suas mãos. — Porque eu vou te colocar no seu devido lugar!

    Com aquela pequena aproximação, Frida começou a tremelicar ligeiramente.

    — Há alguma razão pela qual você faz parte de uma organização como os caçadores da lua, não é?

    Frida ergueu o rosto.

    — Não, nem eu compreendo isso. Oceano apenas me recrutou e eu não sei o porquê…

    Com a espada erguida para cima, Friederico transpassou o peito de Frida. Sangue começou a fluir enquanto Theresa arregalava os olhos, se vendo impotente diante daquela toda situação.

    — Reforçar, magia de cura!

    Duas esferas verdes apareceram nos punhos de Theresa e ela correu para acertar dois socos naquele homem, que deu um salto e recuou.

    Theresa imediatamente retrocedeu e iniciou a cura no peito de Frida enquanto ela contemplava o reflexo do seu rosto naquela nítida gota de sangue. Ela estava bem triste…

                             (…)

    — Ei, oceano…

    Frida direcionou os olhos para o homem que estava sentado ao seu lado. Ambos estavam sentados em um banco de madeira, perto de uma casa de madeira que estava no meio de um bosque.

    — O que foi, Frida?

    — Por que me recrutou para os caçadores da lua? Sei que não é pelos meus poderes, porque eles são inúteis.

    — Isso é verdade.

    — Eu sabia — murmurou com tristeza.

    — Não são só pelos seus poderes. É claro que os teus poderes foram a minha principal razão.

    — O quê?

    Frida arregalou os olhos, movendo uma das mãos contra o peito. Oceano sorriu, elevando seus olhos que foram de encontro a alguns passarinhos que andavam em fileira no céu.

    — Sua capacidade de analisar, sua mana e tal, seu carisma, tudo isso é essencial para uma parceria. Somos um grupo não para nos destacarmos individualmente, mas em coletivo, como parte de um corpo. Eu chamei vocês, sendo fracos ou não, para nos tornamos mais fortes como uma família.

    — Mas eu poderei ser um peso morto… — Frida emitiu um sussurro e mordeu os lábios, contorcendo seus traços abatidos.

    Oceano balançou um dos pés e olhou para ela.

    — Quando o pé direito se machuca, quem está lá para ajudar?

    — O esquerdo…?

    — E quando o esquerdo se machuca?

    — O direito.

    — E quando ambos trabalham juntos, como ficam?

    Oceano balançou ambos os pés. Frida formou um sorriso em seus lábios rosa e emitiu com confiança enquanto um vento balançava suas madeixas.

    — Mais fortes.

    — Isso mesmo. Se sentir fraca, chama o pé direito e não tente caminhar sozinha.

    — Vou tentar me lembrar disso.

    Frida deu um leve sorriso e balançou ambos os pés, lançando em seguida seus olhos para aquele grupo de passarinhos que continuava marchando.

                                 (…)

    — Theresa…

    Frida olhou para ela. Theresa cessou sua magia de cura.

    — Se importa se você for o meu pé direito?

    — Vamos a isso então.

    As duas tomaram uma posição ofensiva diante daqueles bandidos.

    Hã? O que vão fazer com duas magias inúteis?

    — Isso!

    Frida fez as sandálias que cobriam os pés de seu irmão desaparecerem enquanto Theresa corria até ele com os dois punhos.

    Soco de cura!

    Como haviam pedrinhas no chão, Friederico sentiu cócegas nos pés e perdeu o equilíbrio ao ser acertado na barriga, sendo finalizado com um soco no saco, o que o fez cair no chão enquanto soltava quantidades exorbitantes de espuma da boca.

    — Elas jogaram sujo, malditaaaaaas!

    — Merthhh!

    Os bandidos vieram atacar na tentativa de defender seu companheiro caído. Mas com os olhos severos, Frida fez desaparecer absolutamente todas vestes que haviam no corpo deles, deixando-os expostos enquanto Theresa fechava os olhos com o rosto todo vermelho como um tomate por conta daquela nudez excessiva, que revelava membros envolvidos em uma densa mata formada por madeixas.

    — Droga! Agora não vou mais casar!

    Eles franziram os dentes enquanto coravam como um tomate. Muitos deles tentavam tampar os membros, juntando as pernas e reunindo as mãos ao redor.

    — Droga! Vocês vão se arrepender disso!

    Os bandidos não aguentaram tanta vergonha que saíram correndo para bem longe dali, buscando um lugar onde tivessem roupas para vestir.

    Quando Theresa abriu os olhos, Frida caiu toda zonza no chão.

    — Frida, você tá bem? Aguente firme!

    A cabeça da Frida apenas girava de um lado para outro. Ela estava traumatizada com a visão que havia contemplado. Uma visão dos infernos se ela pudesse descrever em palavras.

    Ahhhh! Sai! Sai!

    Frida começou a se debater nos braços de Theresa enquanto tentava afastar as milhares de imagens que caiam de paraquedas na sua mente.

    Theresa colocou a mão sobre a cabeça dela. Uma luz verde pairou sobre sua testa, suavizando aquela enxaqueca.

    — Obrigada, melhorou…

    Depois disso, Frida levantou-se e caminhou até seu irmão. Com um agacho, contemplando seu rosto calmo, deu tapas na cabeça daquele garoto.

    — Acorda, seu idiota!

    Ele levantou-se, balançando sua cabeça freneticamente.

    Hã? Vovô! Onde estou?!

    — Você não é o Friederico…

    — Como assim, Frida?

    — No instante em que ele acordou, percebi uma mudança na voz e seus traços também parecem diferentes dos que quando ele acorda depois que eu o dou tapas… Ei, diga, o que você fez com o meu irmão?!

    — Eu sou o teu irmão!

    Frida pegou na gola dele, o olhando com uma expressão sombria enquanto franzia o cenho.

    — Você não é meu irmão, para de mentir! Diga, o que fez com ele agora!

    Seus olhos foram ficando tão assassinos, que aquele homem mordeu os lábios, desviando o olhar dela enquanto emitia num tom baixo.

    — Tá, eu roubei o corpo dele, mas isso foi porque o chefe mandou para que eu pudesse atrair os caçadores da lua.

    — Eu sabia que deveria ter tirado minha família daqui. Aconteceu o que eu mais temia…

    — E onde está o meu irmão? A minha mãe?

    — O seu irmão está no meu corpo lá com o chefe e sua mãe está em casa, ninguém a tocou.

    — Me leve agora até o meu irmão! Agora!

    Frida balançou a gola daquele homem, que se via cada vez mais asfixiado.

    — S-Sinto muito, mas só o chefe é que pode. Escuta, moça, eu já falei, agora me deixa! , que dor!

    Ele pegou no saco, lembrando da dor.

    — Você vem comigo e acho bom não vir com gracinha, caso não, eu acabo com sua raça.

    — Olha, este ainda é o corpo do seu irmão…

    — Acha que eu tô ligando para isso?

    Frida olhou friamente para aquele homem que ainda se contorcia de dor.

    Ele até tentou conjurar uma espada para atacar aquelas duas, mas Frida foi ágil e impiedosa e deu um chute no saco dele novamente, que o fez desmaiar enquanto lançava mais espuma da boca, seus olhos ficando vesgos.

    Depois disso, ela olhou para o céu, com uma expressão de preocupação e declarou.

    — Irmão, aguente firme, estou vindo te resgatar.

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