Capítulo 47: Por isso, Johann Geistmann se prepara. (1/3)
7º Dia
09h29
Desperto bruscamente com um estrondo.
Devido a sua reação aguçada, Ailiss salta rapidamente dos meus braços, pega a sua a arma e fica em guarda.
— O que foi isso? — pergunto ainda confuso enquanto me levanto.
— Fique em silêncio — Ela replica ainda concentrada no barulho.
Naturalmente a resposta veio, estão atrás da gente e provavelmente vieram a mando de Mikoto.
As batidas continuam.
Estão aumentando.
Mais um forte estrondo nos dá o sinal de que conseguiram quebrar a porta e invadir o esconderijo. Então, Ailiss estende-me a arma e gesticula para que eu não saia do lugar, em seguida ela adentra o labirinto de entulhos.
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Acho que entendi o que ela pretende fazer. Toda esta bagunça servirá para atrasar a locomoção deles, e como Ailiss está habituada a este labirinto de estantes estará em vantagem.
Escuto vários objetos sendo derrubados no chão e cacos de vidro quebrando, o que indica que eles não estão nem um pouco preocupados em ocultar as suas presenças.
Um rapaz emerge do meio dos entulhos a minha frente. Sem pensar duas vezes aponto a arma para ele. Todavia, gradualmente os seus aliados também começam a sair do labirinto, totalizando em um grupo de quinze rapazes.
— Afastados, ou atirarei! — exclamo.
Não posso deixá-los aproximarem-se mais, pois assim perco a vantagem de acertá-los à distância. Mas ao mesmo tempo acredito que não posso matá-los, pois provavelmente Ailiss pensa em tirar alguma informação deles. Neste caso, preciso acertá-los nas pernas?
— Largue essa arma. Mesmo com ela não pode parar todos nós em um ambiente tão fechado — diz um deles de olhos arregalados.
Este cara está bem? O jeito de ele falar não parece muito natural.
Todavia, o que ele está dizendo de fato é um problema. Como meu espaço de trabalho está limitado a esta pequena área, se todos partirem para cima de mim, não conseguirei abatê-los todos ao mesmo tempo. Porém, até onde eles seriam capazes de levar a frente esta ideia? Não estão com medo de morrer?
As expressões faciais deles estão estranhas, é como se tivessem enlouquecido, consumido drogas ou ao menos sofrido uma espécie de lavagem cerebral. Provavelmente o desespero em frente a tantas horas sobre este caos, no qual podem ser assassinados a qualquer momento, tenha bagunçado a cabeça deles.
— Para me sugerir algo que me coloque em desvantagem, devo considerar como uma barganha. Posso saber o que eu ganho em obedecê-los?
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— No mínimo terá uma morte rápida e indolor. Quem sabe até possa continuar vivo, pois no fim basta que apenas um jogador morra e a garota pode cumprir este papel. Aliás, cadê ela? Pelo que me foi passado, ela deveria estar aqui.
Foi passado? Então realmente ela os enviou? Mas isso não importa mais. A única coisa relevante é fazê-los engolir este desaforo.
— Você por algum momento presumiu que eu iria entregá-la? Mais uma única palavra, e eu estouro seus miolos ao ponto de ficar irreconhecível — falo extremamente irritado.
— É uma pena que não pretenda cooperar conos- — o rapaz tem sua fala interrompida por ter sido atingido por uma cadeirada na cabeça.
Ela arremessou uma cadeira do labirinto de entulhos? Sinto que deveria estar mais impressionado. Porém, nem um ato de violência dela me surpreende mais.
— Que merda foi es- — outro rapaz tenta exclamar, mas também é golpeado.
Ailiss retoma o espaço com base numa voadora, e em seguida prossegue golpeando um a um. Ela esquiva-se como se já soubesse os movimentos de seus adversários, não demora muito para tombar todos eles.
10h01
Com todos devidamente amarrados. O interrogatório promovido por Ailiss tem início.
— Quem os enviou? Foi a presidente metida? — os encara de cima.
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— Não vou dizer nad-. AH! — um dos rapazes recebe um chute no rosto por se recusar responder a pergunta.
Doeu em mim apenas de olhar. Ela não poupou força no chute. Se eles não abrirem a boca, acho que será uma questão de pouquíssimos minutos para que estejam todos mortos.
As coisas não cessam tão rapidamente. Ailiss dá dois passos para a direita e então chuta o rosto do rapaz amarrado ao lado. Então repete o procedimento sucessivamente.
— Ei, espere, por favor! — grita um deles ao vê-la se aproximar.
Sem diálogos, também é chutado, e desta forma os outros catorze rapazes têm a mesma punição do primeiro.
— Todos pagam por um. Podemos continuar jogando até alguém se oferecer para responder. Claramente não há condições de eu libertar a todos, então o primeiro a abrir a boca terá minha piedade e o restante de vocês suplicará para que eu os mate logo. Acreditem, sou bastante paciente, podemos ficar brincando por horas — diz olhando para eles com o seu olhar mortal de sempre.
O método adotado por ela, apesar de cruel, é bem efetivo. Em três minutos, um deles sucumbe e finalmente decide contar.
— Viemos porque vocês são jogadores, e basta matar um dos dois para acabar logo com isso. Mas, sim, foi a Kaichou que nos informou sobre este esconderijo.
— Ela também alegou que nós dois somos jogadores? — pergunto.
— Este rumor foi espalhado ontem à noite, mas não sei dizer se foi ela a responsável.
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Após descobrirmos todos os detalhes do motivo do ataque e mais algumas informações a respeito da guarda de Mikoto, a atenção de Ailiss volta-se para mim.
— Vamos treinar essa sua mira — diz ela.
Ela mudou de opinião? Para ser sincero eu não me importo tanto, minha motivação continua tão forte quanto ontem, ou até maior. Morreria por Ailiss com o maior prazer.
— Por ter me impedido ontem, achei que não quisesse que eu disparasse em outro jogador.
— Não é esta questão. Não planejo deixá-lo morrer, entretanto você não pode vacilar quando estiver em perigo. Pense um pouco, se estivesse sozinho, acha que conseguiria acertar todos eles antes de ser desarmado?
— Certamente não, falharia miseravelmente.
— Então vamos a outro local praticar. Assim ficarei um pouco mais tranquila em relação a você.
Assim dirigimo-nos para o ginásio da escola, local onde havia mais espaço para eu treinar. Estranhamente pego a prática mais rápido do que o esperado. É como se eu estivesse apenas revisitando um conhecimento já adquirido no passado, algo selado em minhas memórias. O modo de mirar e disparar são tão naturais que parece que eu estava somente enferrujado.
— Nada mal, ainda está longe de ser um profissional, mas é o suficiente por hoje. Afinal, nossa munição e tempo estão limitados — Ela comenta.
Subitamente nossa atenção volta-se para a entrada do ginásio, alguém está adentrando o local. Felizmente é uma figura conhecida que corre em nossa direção. Trata-se apenas de Keiko, ela para diante de nós e, com a respiração alterada, declara.
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— Finalmente achei vocês! — pausa para respirar.
Esquecemo-nos de avisá-la que abandonamos o esconderijo, então deve ter nos procurado pela escola inteira.
— Eu consegui concluir minha parte do plano — completa.
11h56
Após terminar de relatar-nos sobre como se sucedeu a persuasão dos demais estudantes, Keiko deixa o ginásio. Marcamos um encontro, ao meio-dia, com ela, Manabu, Miyu e Shou para discutirmos de que maneira faremos a investida contra Mikoto e seus subordinados.
Termino de praticar as técnicas de disparo, e agora estou um pouco mais seguro em relação à minha autodefesa.
Olho para o lado e vejo que Ailiss está bem dispersa. Será que ela não percebeu o tempo passar?
— Está quase na hora, vamos indo? — aviso.
A garota está aconchegada na arquibancada e não aparenta muito interesse em conversar com os outros.
— Vamos mais tarde. Porque se chegarmos no horário e eles se atrasarem, ficarei muito estressada — olha para o relógio, desinteressada.
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Bem, felizmente eu acho que sei como posso fazê-la levantar-se dali. A princípio é uma jogada bastante arriscada, posso irritá-la muito com isto. Mas ultimamente estou com bastante sorte.
— Keiko fazia parte do conselho estudantil, logo acredito que ela deva ser responsável e pontual.
— Se chegarmos lá e algum deles estiver faltando… assumirá a responsabilidade por isto? Em outras palavras, irá me deixar socá-lo na cara até passar minha raiva? — encara-me irritada.
— Tudo bem, não quero correr este risco. Faremos como você preferir. Mas já que esperaremos por aqui, que tal conversarmos sobre o que aconteceu ontem à noite?
— Ok, você venceu. Vamos até lá — Ela se levanta, dá-me as costas e começa a andar até à saída do ginásio.
Acho que estou pegando o jeito de como lidar com ela.
Saímos do ginásio em direção ao ponto de encontro no pátio da escola, porém logo percebemos que há algo de estranho no ar.
O que é isso?
Olho ao meu redor e não vejo ninguém por perto. Entretanto, escuto claramente sucessivos sons de passos nos acompanhando.
Volto-me a Ailiss e a vejo concentrada, é provável que ela tenha percebido antes do que eu.
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— Mistkerl.
— Sim, estamos sendo seguidos.
Levanto a minha guarda e preparo-me para proteger a retaguarda de Ailiss, ao mesmo tempo em que aguardo por alguma instrução dela.
Deve ter chegado até a Mikoto a informação de que derrotamos os lacaios que ela enviou até o esconderijo. Então ela incentivou ainda mais gente a vir atrás de nós.
Ailiss para então de andar, fita todo o ambiente em nossa a volta e me estende a arma. Seguro-a e me concentro no som se aproximando.
— Eles não irão atacar enquanto não acharem uma brecha, ou uma falsa brecha.
Compreendo a orientação de Ailiss e com isso voltamos a andar fingindo que não os percebemos. Noto que os passos ficam mais intensos à medida que nos movemos.
Eles estão vindo.
Não posso dar mole neste momento e acabar dependendo dela. Preciso mostrá-la que posso cuidar de problemas assim por conta própria.
Dos arredores surgem seis rapazes que avançam a toda velocidade em nossa direção. Rapidamente preparo a minha mira e disparo com sucesso na perna esquerda do primeiro, o qual tomba logo em seguida. Faço o mesmo com mais dois, e desta forma imobilizo três deles.
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Isto! Está dando certo! Consegui abater três deles com sucesso!
Porém, não há nada a comemorar. Na última vez, Ailiss precisou derrubar quinze deles e ainda estando desarmada. Se eu não conseguir vencer estes seis sozinho será humilhante.
Porcaria, os outros três estão muito próximos, não sei se darei conta.
Não consigo disparar no quarto a tempo, resultando em um combate a curta distância. No qual ele tenta agarrar o meu braço que está com a arma, mas graças a minha curta prática de autodefesa com Ailiss, consigo desviar o braço do rapaz com um golpe esquerdo. E então posiciono a arma diretamente em seu rosto o rendendo.
Certo, estou salvo.
Suspiro aliviado.
Espere, aonde foram parar os outros dois?
Procuro em volta e logo percebo o fim que ambos tiveram.
Ah, chego a sentir um pouco de pena da situação deles…
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