Capítulo 25: O sacrifício dos que já morreram
Ao chegar ao solo, ela se vira e olha o topo da escadaria que dá ao portal um. Seus punhos se serram, e então se vira de volta para a porta de vidro. Saca sua pistola e a descarrega, fazendo com que a porta venha abaixo. Gritos agudos de desespero ecoam dentro do salão branco. as recepcionistas se encolhem atrás do balcão.
Soltando os tecidos das mãos, ela corre para dentro em direção a escada que leva ao salão cinco A. Vendo que estão sendo recolhidas, se joga na abertura, despencando e parando nos degraus que cada vez mais se estreitam. Aproveitando o embalo, desliza para baixo do corrimão e despenca por uma altura de seis metros.
No impacto com o chão, Sarah efetua um rolamento. No tato com o chão, uma sensação viscosa surge. Ao levantar suas mãos para ver do que se trata. A textura e o odor não negam, está por toda parte. Ela levanta e retira a máscara, conseguindo enxergar com nitidez os corpos espalhados por todo o salão. Mesmo em meio a toda escuridão.
Depois de alguns segundos de busca entre as celas. O corpo da criança para quem pediu que se escondesse, se encontra sob uma poça que parece ser seu próprio sangue. Sarah abaixa a cabeça com o olhar solto no chão enquanto solta a respiração.
Um gemido ecoa não muito distante. Sarah corre de encontro de onde está vindo o som. Ao chegar perto da grade branca, encontra a senhora, se aproximando, percebe que ela está com sangramento em uma de suas pernas.
— Ei… — Ela pensa em falar algo mas desiste.
— Humm. Ahhh. — Após alguns gemidos. — Se aproxime mais. — Após passar a mão com força em sua roupa, a coloca no rosto de Sarah. — Eu queria saber como é seu rosto. — Um leve sorriso surge no rosto da senhora. — Mas não era para você voltar!
Sarah então inspira e solta o ar.
— Não se preocupe! — Com convicção em sua fala e um leve sorriso, se levanta, pega a máscara e a coloca enquanto começa a correr para uma abertura circular no chão.
Voltando um pouco no tempo.
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— Eu percebi que você é bem ágil e forte, acho que pode existir uma forma de você escapar daqui. — O senhor olha para Sarah por alguns segundos. — São três câmeras em cada andar, do um ao quatro, cada câmera fica na parede atrás de cada escada e todas apontadas para o centro. Já nos três salões dos andares cinco e seis não há câmeras, por isso eles não devem saber o que está acontecendo aqui.
Enquanto os dois conversam, alguns estão ao redor com olhares vazios e outros só meio vazios. Tem um homem jovem baixo e moreno, um alto magro e branco, outros dois são negros ainda fortes de tamanho médio. A senhora está encostada em uma grade, o garoto com a boca costurada também está encostado em uma grade ali perto. Os demais estão escondidos pelo salão com vergonha se se exporem a luz que vem da cela branca. Seus olhos brilham em meio a escuridão.
— No andar dois onde ficam os suprimentos, existe uma corda comprida com um gancho de duas pontas. É usada para puxar uma cesta com materiais lá para cima perto do teto. Assim eles fazem a manutenção dos núcleos das lâmpadas. Com a corda e mais algumas cápsulas de sono. Talvez você consiga chegar ao andar zero, trancar o prédio com todos dentro e então fugir pela janela. — O senhor tenta traçar um plano de fuga para ela.
— Mas por que ela ia querer subir lá em cima? Não seria mais fácil fugir pelo salão quatro? — A voz do homem jovem ecoa pelo ambiente.
— Não… espera. — Sarah olhando para o chão, os interrompe antes que o senhor fale algo. — É lá que os chefes ficam. — Então ela lança um olhar de convicção e o encara.
Todos ali olham para aquela jovem moça.
— É… eu imaginei isso. — Ele retoma sua fala. — Nesse andar. Você vai encontrar um botão branco do lado direito de uma tela na parede. Com ele, você consegue se fechar lá dentro.
Após uma nova pausa na fala, ele retoma enquanto dá uma rápida olhada para o topo de uma das escadas.
— Provavelmente daqui a pouco, vai chover cápsulas de gás aqui. Os seguranças vão invadir com máscaras iguais essa que você tem. Ali na cela branca tem mais três iguais a ela. Agora o problema é como você vai sair daqui e chegar até lá. — O senhor se indaga por um momento.
— Eu imaginei que eles iriam invadir. Vou usar os dois extintores ali. Quando um dos guardas descer eu vou atacá-lo e pegar sua roupa. — Ela pausa por um instante sua fala enquanto volta o olhar para o chão. — Os guardas aqui, usam essas mesmas roupas vermelhas com colete preto. A máscara esconde todo o rosto. Depois eu improviso o resto.
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— Mas como você vai conseguir pegar o guarda no meio de toda fumaça? — O homem jovem a indaga.
— A escada tem um barulho diferente do chão. Fica fácil perceber quando alguém vai descer. Ainda mais com aquelas botinas grandes. Mas parando para pensar, você disse que vai ser os seguranças que vão descer né? — Sarah indaga o senhor enquanto volta seu olhar para ele.
— Sim, em situação de invasão, os seguranças dos portais assumem. Seja pela hierarquia ou porque eles são bem mais treinados. — Ele a responde.
— O barulho do sapato deles vai ser diferente, não pensei nisso. — Sarah olha para o chão pensativa.
— Ei, ei, ei… sua vida está em jogo e você se preocupando com barulho de sapato? — A voz firme do homem jovem a questiona. Por um instante passa a sensação de não querer tanto assim morrer.
A voz do senhor se intromete no meio novamente.
— Não! Ela está certa! Cada detalhe importa. — E por alguns segundos olha novamente para Sarah. Impressionado que tenha pensado até nesse detalhe.
Olhando para ela, ele acha que não tem mais que 18 anos. E por ter matado três homens sem pestanejar. Já a encara como um “monstro”.
— Bom, não faz diferença, os sapatos fazem barulhos também. — Sarah com um olhar convicto olha para uma das escadas enquanto fala. — Eles devem invadir a qualquer instante. — Observa a ausência de gás lá em cima.
— Mais uma coisa. — O senhor volta a falar — No salão dos chefes, existe um botão vermelho na mesa. Fica bem à frente da cadeira do Lúcio. Ele é loiro de cabelo comprido. Ao acionar o botão, todas as escadas dos andares superiores a esse serão recolhidas, já as escadas desse andar para o sexto irão descer.
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Dando uma leve enrugada na testa, Sarah continua prestando atenção.
— Uma vez por mês, o guarda chefe o aciona e fica preso lá em cima no andar zero. Enquanto isso, os três chefes ficam presos aqui embaixo. Após algumas horas o botão é novamente acionado, então o guarda volta para seu posto e os chefes vão para suas casas vestidos com uma roupa preta encapuzada.
Ele pausa a explicação por um momento, lança um novo olhar para o topo da escada e retoma.
— Ninguém sabe o que eles fazem nesse momento. Escuta, se você chegar lá em cima. Vai precisar fazer algo para chamar a atenção deles, até lá vamos tentar segurá-los aqui.
Todos ali chegam mais próximo dos dois e timidamente acenam positivamente com a cabeça, Sarah lança seu olhar que circunda ao seu entorno enquanto olha para todos eles.
— É como já dissemos, estamos procurando um fim para esse sofrimento. Aquelas algemas, de alguma forma nos impedia morrer. Agora livres, e podendo fazer uma boa ação antes de morrer… Moça, você é como se fosse um anjo enviado para esse inferno. Eu sei que provavelmente nunca verei a luz novamente. — O senhor para pôr alguns segundos e lágrimas escorrem de seus olhos. — Pelo menos vou partir aceitando meus pecados.
Quando Sarah olha ao seu redor. Sua testa franze por um momento, vendo que quase todos ali estão derramando lágrimas. Então ela se lembra do menino de agora pouco. Enquanto os prisioneiros se reúnem em um canto para terminarem de se abraçar e trocar suas últimas palavras, ela se direciona para ele.
— Fique escondido na cela, vou voltar para te pegar. — Ela fala baixo para ninguém a escutar. Ele acena com a cabeça positivamente. Então uma cápsula de gás desce quicando as escadas vermelhas, outra, outra e mais uma.
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