Índice de Capítulo


     

    ❖ ❖ ❖

    Progresso…

    9%

    Finalizado.

    No entanto, o progresso ainda parecia pequeno.

    O garoto usou novamente a habilidade, mas, para sua frustração, o progresso estagnou após curar apenas uma pequena parte da região.

    Progresso…

    21% 

    Finalizado. 

    Progresso…

    32% 

    Finalizado.

    A cada tentativa da habilidade, uma pequena luz iluminava a região do corpo de Matsuno. 

    A habilidade parecia focar na área mais danificada primeiro, restaurando completamente a parte do pulmão que havia sido dilacerada. 

    Depois, passou para os ossos, até finalmente selar o enorme buraco no peito que existia ali momentos atrás. 

    No entanto, chegou um momento em que o próprio Rei não conseguiu mais sustentar o uso da habilidade. Cada vez que ativava o Tato Divino, embora não houvesse um custo de mana, o desgaste mental era imenso.

    Sua visão começou a ficar turva, e ele mal conseguia se manter de pé. 

    O Tato Divino era uma habilidade muito superior se comparada com a Super Cura, com um custo anormal, sendo idealmente usada apenas em situações específicas.

    Mas, pela frequência com que estava ativando, sua cabeça latejava de dor, como se fosse explodir, enquanto a porcentagem de cura subia de forma lenta e angustiante.

    Porcentagem…

    82%

    Finalizado.

    Quando a porcentagem parou nesse número e Rei tentou prosseguir, a tela do sistema surgiu novamente diante de seus olhos, exibindo a mensagem:

    Não é possível.

    Condição do usuário insuficiente. 

    Encerrando. 

    Ao ver aquilo, Rei simplesmente desabou para trás.

    Embora seu corpo não estivesse ferido, sua mente estava completamente exausta. 

    A sobrecarga era tanta que superava até mesmo o desgaste que sentira ao usar suas Esferas Negras contra os cultistas da Igreja de Querpyn no vilarejo de Tyrant. 

    “Droga, eu preciso ter cuidado. Nunca imaginei que sentiria esse tipo de dor… É muito pior do que qualquer dor física.”

    “Mas faz sentido. Essa habilidade é mais poderosa que a Super Cura, atinge cada célula do corpo… Quando a usei pela primeira vez, aquele mal-estar quase me derrubou.”

    “Agora, nem consigo pensar direito, muito menos ativar outra habilidade. Preciso respirar, acalmar minha mente primeiro.”

    Enquanto esses pensamentos confusos passavam por sua cabeça, Rei sentia-se à deriva, sua mente vagando sem direção.

    Mas, ao menos, quando seus olhos se voltaram para o corpo de Matsuno ao lado, pôde perceber que a condição dele havia melhorado.

    O peito de Matsuno estava completamente restaurado. Sua pele, antes pálida e sem vida, agora exibia um tom saudável e mais colorado.

    Até mesmo as cicatrizes antigas, — aquelas que os guerreiros consideravam como troféus de batalhas passadas, haviam desaparecido por completo naquela hora. 

    A superfície da pele estava lisa, sem qualquer marca ou sinal das lutas que havia enfrentado. 

    No entanto, uma sutil tonalidade esverdeada ainda se espalhava sob a pele, indicando que vestígios do veneno permaneciam em seu sistema. 

    Apesar disso, o veneno já não parecia representar o mesmo perigo letal de antes, ele estava bem fraco e não afetando muito os seus sentidos.

    O sistema havia apenas completado 82% da restauração.

    — …? 

    Ao perceber que Rei havia desabado devido à exaustão, Matsuno levou a mão e a posicionou no peito, esperando encontrar alguma anomalia. 

    Mas não havia nada. 

    Nenhuma dor, nenhum desconforto.

    Pelo contrário, ele nunca havia se sentido tão bem.

    Estava melhor do que o normal, para ser sincero.

    Matsuno olhou para baixo e percebeu que seu peito estava sem nenhuma cicatriz, e até mesmo o sangue escorrendo de antes não estava mais ali.

    — O que aconteceu?

    Matsuno perguntou, inclinando-se para o lado, sem entender onde tinham ido parar todos os ferimentos que havia sofrido.

    — Eu te curei, e aí, não tá vendo? Não precisa agradecer. 

    Rei respondeu em tom de brincadeira, mas seus olhos tremiam visivelmente.

    Kazuki, percebendo o estado do garoto, aproximou-se e colocou a cabeça dele em seu colo, tentando afastá-lo do desconforto do chão duro.

    Pela maneira como Rei falava e com o olhar meio vagando, estava claro que usar aquela habilidade havia cobrado um preço alto. 

    Kazuki percebeu isso e tentou acalmá-lo da melhor forma possível.

    — Você não precisava se esforçar tanto. Agora, por favor, descanse um pouco, está tudo bem. Não vai acontecer nada.

    — Para com toda essa melação, eu tô bem, Kazuki. Só preciso descansar, minha cabeça tá explodindo… me empresta seu braço.

    Rei murmurou, pegando o braço de Kazuki e o abraçando. Logo em seguida, fechou os olhos e apagou completamente.

    — O que aconteceu com ele? — Matsuno perguntou, preocupado.

    — Ele só está dormindo.

    Kazuki comentou todo fofinho, ficando feliz pelo contato físico que estava tendo naquele momento. 

    — Tem certeza?

    O homem-fera lançou um olhar irritado para o cavaleiro antes de responder:

    — Como ele não estaria? Eu tô ouvindo o batimento cardíaco dele. Não fala alto, ele pode acordar.

    Matsuno suspirou aliviado, relaxando os ombros.

    — Uau, eu não esperava por isso. Não sabia que ele podia me curar assim… estou me sentindo incrivelmente bem…

    Matsuno deixou escapar o comentário após refletir um pouco sobre a situação. 

    No fundo, ele não estava se importando caso fosse morrer, afinal, tudo aquilo tinha sido resultado da sua própria negligência.

    Ele havia deixado o inimigo vivo e, se não tivesse bloqueado o ataque, poderia ter colocado os dois rapazes ao lado em risco. 

    O pensamento dessa cena não saia de sua cabeça, e ele apertou o punho com força ao olhar para a condição de Rei, exausto. 

    Em sua cabeça, o garoto provavelmente havia gastado muita mana, o que explicava o cansaço extremo.

    Ele precisava descansar.

    Mas poderia ter sido pior. 

    — Foi sua culpa o que aconteceu.

    Kazuki quebrou o silêncio, encarando Matsuno. 

    O cavaleiro estava sentado, mudo, mas seu semblante parecia refletir o seu arrependimento, sobre tudo que aconteceu. 

    — Me desculpe.

    O cavaleiro murmurou, olhando cabisbaixo, a voz carregada de arrependimento.

    — Mas se não fosse por você, poderíamos ter morrido. Talvez a adaga acertasse meu coração… ou minha cabeça, pela trajetória que seguiu. Obrigado.

    Kazuki disse sério, seu tom firme, mas honesto. Ele não queria que Matsuno carregasse sozinho o peso daquela culpa. Ele sabia bem demais o quanto isso podia consumir alguém — especialmente depois do que viveu com seu irmão na capital.

    Matsuno levantou o olhar, surpreso com as palavras. Não esperava a gratidão depois do que havia acontecido.

    — Olha só, então você sabe agradecer.

    Matsuno brincou com um sorriso, sem conseguir evitar a leve provocação. 

    — Cala a boca, retiro o que eu disse.

    Kazuki retrucou, irritado, mas a expressão de Matsuno só o fez se sentir ainda mais incomodado, vendo que o cavaleiro estava com aquele sorriso mesmo após tudo o que havia acontecido.

    Continua…

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