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    O irmão mais velho do Arold apenas encarou profundamente aquelas silhuetas, com suas sobrancelhas franzidas e uma face de poucos amigos. Logo, depois de os encarar por algum tempo, o garoto falou para ambos 

    — E… quem seriam vocês?!

    A dupla de pessoas enjauladas escutou essa pergunta, com a imagem feminina tomando a dianteira da explicação, começando a falar com o garoto

    — Nós somos líderes de grupos aprisionados! Nossas equipes estão nessa cela também! E, você tem pessoas feridas, e podemos ajudar você!

    A mulher se aproximou mais da luz, revelando-se por completo. Era uma mulher com a pele branca feito a neve, e cabelos escuros como a noite, seu rosto era belo e seu corpo bem desenhado, além de seu tamanho, que alcançava os dois metros. O jovem-elétrico, ouvindo a oferta da mulher, rapidamente retrucou 

    — Não sei se devo acreditar… me mostre que eu deveria confiar em você! E esse outro aí, quem é?!

    O homem logo se revelou, mostrando sua pele morena e seu cabelo curto, a altura do homem também era bem elevada, algo por volta dos seus um metro e noventa. O aprisionado, logo começa a se apresentar 

    — Eu me chamo Guilherme! Prazer em te conhecer!

    Kura ainda ficou recuado por conta disso, duvidando se deveria ou não confiar naqueles dois. Mas, quando escutou um dos seus companheiros gemer devido a dor e frio, o garoto não teve outra opção, além de aceitar a ajuda daqueles desconhecidos 

    — Certo… vou confiar em vocês! Mas, se tentarem algo, vocês morrem!

    Usando os seus raios, o jovial rapidamente derreteu as barras de aço, coisa que foi facilitada devido às baixas temperaturas do ambiente. Em seguida, ele arrancou com sua força as marcas que selam os poderes dos prisioneiros, libertando-os por completo. Percebendo isso, a mulher gigante logo grita para suas subordinadas

    — Certo! Garotas, cuidem daqueles caídos!

    As mulheres agilmente se moveram para os caídos, começando a tratar suas feridas e fadiga. Simultaneamente, Guilherme grita

    — Rapazes, criem as roupas de frio para os homens!

    Os subordinados do prisioneiro, então, usaram seus poderes para confeccionar roupas adequadas aos criminosos. Kura ficou impressionado com aquilo, notando que eles realmente estavam dispostos a ajudá-lo. A gigantesca dama, por sua vez, se voltou para o garoto e falou para ele

    — Certo, posso me apresentar agora! Meu nome é Maryn Louve! O seu é KuraYami, não estou certo?!

    Surpreso pelo fato de a moça saber o seu nome, o militar rapidamente respondeu ela 

    — C-como sabe o meu nome?!

    O moreno, que estava apenas ouvindo a conversa, rapidamente deu algumas risadas por conta da surpresa do garoto, respondendo para ele

    — E como não saber? Todos os soldados estão loucos atrás de você! O garoto procurando seu irmão, não é?!

    Quando terminou de dizer isso, os subordinados de ambos os grupos já tinham terminado de tratar os caídos e efetuar as roupas. Agradecido por esse ato, o miliciano menor de idade logo diz para eles

    — Muito obrigado! Bem, qual será o próximo passo de vocês?-

    Antes de falar tudo, um ataque feroz foi lançado contra o jovem, que só não foi acertado em cheio e morto por conta que a criminosa o puxou para fora da trajetória do golpe. O responsável por aquilo era o diretor da prisão, Range Strogonoff, que estava enfurecido com toda aquela baderna. Colocando o quarteto em um lugar seguro, tanto Maryn quanto Guilherme começaram a dizer, respectivamente 

    — Não é óbvio?

    — Nós iremos te ajudar!

    O vice-diretor, Connor, agilmente notou a falta da marca em ambos, e logo avisou para Range

    — Ei, é melhor tomar cuidado! Veja, tiraram minhas marcas deles!

    Strogonoff observou atentamente cada um dos detentos, percebendo a falta do anulador de poderes, o diretor rapidamente ordenou para o vice

    — Ótimo! Coloque novos e vamos acabar com a esperança deles!

    Connor ouviu a ordem e logo criou novos selos, prontos para serem atirados contra os corpos daqueles dois criminosos. Mas, antes de isso ser feito, Guilherme efetuou um sinal esquisito usando suas duas mãos, assim desaparecendo junto daquele vice-diretor. O dono da prisão percebeu isso, ficando surpreso e assustado com o desaparecimento de seu companheiro. Percebendo a brecha, o protagonista mais velho se atirou na direção do gigantesco diretor, e com seu punho direito golpeou com força o abdômen do homem. O soco aparentou acertar em cheio o corpo do adulto, e pensando ter acertado Kura logo gritou 

    — A-ha! E aí, gostou desse socão, seu retardado?!

    A vitória parecia fácil para o jovem, mas, infelizmente para o garoto, a realidade era totalmente o oposto. A região supostamente acertada, estava tomada por um “vazio” de coloração vinho que engolia o punho do garoto. Strogonoff encarou o garoto com um rosto extremamente sério e fechado, mostrando seu descontentamento para com o garoto 

    — Você não pode ferir algo abstrato… seu merdinha!

    O diretor ergueu lentamente o seu braço direito, fechando fortemente o seu punho e transmutando aquele membro para aquele vazio cor de vinho. Quando terminou todos esses processos, o homem gigantesco a toda velocidade atirou seu punho na direção do protagonista controlador de raios. O ataque parecia inevitável, e com toda certeza teria sido, caso Maryn não tivesse se atirado a toda velocidade para salvar o jovem, tirando-se com ele do caminho do ataque. Lógico, a velocidade da mulher nem se comparava a do diretor, mas sua capacidade de antecipar ataques devido a experiência de combate, permitiu que a mesma efetuasse tal ação 

    — Garoto, o poder do diretor Range Strogonoff, é o de virar sentimentos ruins! Ou seja, ele pode virar algo totalmente abstrato! E, a única forma para se acertar algo abstrato…

    A mulher jogou o garoto no chão nevado enquanto diz isso, e agilmente avançou na direção de Range. O homem gigante, entretanto, apenas se tornou totalmente naquele vazio e esperou o ataque, como se nada fosse acontecer ao seu corpo. Em uma situação normal, o dono da prisão estaria coberto de razão, porém, aquilo não era uma situação habitual, pois assim que os punhos da dama golpearam a região que seria o seu rosto, a “massa” de vazio gigante foi lançada para longe e o moçoilo voltou a sua forma original. E assim, Maryn terminou sua fala

    — É usando algo igualmente abstrato! Como o sentimento de amor que eu consigo criar!

    Quando ela fala isso, o protagonista da eletricidade presta mais atenção nos punhos da criminosa, percebendo a existência de luvas de boxe de cor rosa naquele local. Essas luvas, eram feitas do mais puro e maciço amor, um sentimento tão abstrato, quanto os sentimentos negativos do carcereiro chefe. O diretor strogonoff se levantou, enquanto passava seu dedo indicador da mão esquerda no canto de sua boca, retirando um pouco de sangue que estava saindo daquele local. Percebendo aquela pequena ferida aberta em sua boca, o homem-negativo fala para a encarcerada

    — Boxe, não é?! Eu lembro de você! Maryn Louve, uma lutadora profissional de boxe, com um cartel de cinquenta e uma lutas, cinquenta vitórias e uma derrota!

    A mulher-amorosa rapidamente colidiu ambas as luvas feitas de amor, como se mostrasse que estava apenas começando a sua sequência de ataques. Depois de fazer isso, ela logo gritou com o seu inimigo 

    — Ei! Não se esqueça, eu também tive uma ótima carreira como armadora também!

    O gigante da transmutação abstrata logo se ergueu de chão, encarando a moça com olhos de gigantesca vontade assassina. A dama do amor, entretanto, não esperou um segundo sequer para avançar na direção do seu oponente a toda velocidade, usando de um impecável trabalho de pés. Range, percebendo isso, agilmente transmuta sua mão para aquele vazio cor de vinho, começando a lançar uma sequência de socos rápidos o bastante para que o protagonista Kura sequer os conseguisse enxergar. Entretanto, mesmo que o manipulador de raios não pudesse ver os golpes, a moçoila combatente conseguia desviar da trajetória de cada um daqueles ataques e agilmente destruir a distância entre ela e o diretor carcereiro, estando numa ótima distância de ataque. No exato momento em que entrou na distância certa, uma chuva de jabs foi lançada pela mulher, com todos acertando a face do gigante, e se aproveitando da abertura criada por aqueles socos velozes, a manipuladora do amor lançou um direto poderosíssimo contra o plexo solar do diretor. Todos aqueles golpes, dos jabs até o direto, todos eram counters que usavam da força do inimigo para feri-lo 

    “Merda! Ela sabe muito sobre isso, não é atoa que ela foi invicta por anos!”

    Pensou o diretor Range Strogonoff, enquanto sangue escorria pelo canto direito de sua boca. Os golpes fizeram efeito no carcereiro, mas mesmo incomodado pela dor, o chefe geral da prisão não podia ficar sofrendo eternamente. Então, com seu braço esquerdo, mais uma sequência de socos foi lançada contra a dama. Maryn, por sua vez, facilmente escapou daqueles ataques, fazendo um movimento circular impecável usando de seu magnífico footwork, escapando daqueles golpes e encaixando alguns jabs contra a cabeça do diretor. Os ataques só pararam, quando a boxeadora parou nas costas do diretor

    — Nossa, que surpresa! Eu consegui me desviar e te aplicar bons ataques!

    A criminosa falou isso, enquanto reajustou sua base e sua guarda de luta, notando que conseguiu chegar até um bom lugar. O responsável pela nação prisão, escutou aquelas palavras cheias de surpresa e foi virando seu rosto na direção da prisioneira, enquanto divaga em sua cabeça 

    “Ela ficou surpresa com isso?! Então… isso só pode significar, que ela sequer tem velocidade de reação para ver os meus golpes! Então, como ela fugiu deles?!”

    O diretor voltou a lançar vários e vários ataques brutais, enquanto pensava como aquilo havia sido feito durante a batalha. Ao mesmo tempo, Maryn se desviava daqueles socos como se fosse uma brincadeira simples, e novamente se colocava a uma boa distância para golpear o carcereiro chefe. Durante a chuva de jabs e diretos que colidiram poderosamente contra seu corpo, Range conseguiu achar a solução para o seu questionamento anterior 

    “Ah…  é isso! Ela já lutou tantas vezes contra pessoas que só usavam socos, que cada célula do seu corpo já sabe como reagir a isso! Ela não precisa de velocidade de reação, já que as células dela antecipam esses ataques!”

    Essa divagação do moço logo foi interrompida, já que um potente body blow de conter acertou o seu fígado em cheio, afastando-o para trás alguns metros. Kura estava hipnotizado com tudo aquilo, não conseguindo crer na agilidade daquela mulher, comentando com uma das subordinadas dela 

    — I-incrível… sabe, não seria absurdo eu dizer, que estou na minha forma mais forte agora! E… mesmo assim, eu não consigo acompanhar essa luta!

    O jovem olhou à sua volta, e percebeu que duas das lacaias, estavam em guarda, como se estivessem prontas para dar um ataque surpresa a qualquer instante. Focando a atenção na luta novamente, o responsável por prender aqueles bandidos estava levando a pior numa batalha de socos, mas logo conseguiu chegar em uma rápida conclusão para seus problemas 

    “Bem, ela consegue prever socos inconscientemente, isso é certeza! Mas, golpes que não são socos, não devem entrar nisso!”

    Em um dos golpes lançados pelo diretor Strogonoff, ele fez com que sua mão se desprendesse de seu corpo, caindo no chão naquela forma abstrata de sentimentos negativos. O jovem manipulador de raios, estava tentando usar sua habilidade de ler as intenções de correntes elétricas do cérebro, para ver se poderia acompanhar aquela batalha. Graças a usar essa habilidade, ele descobriu algo aterrorizante que iria acontecer com sua atual aliada 

    — Maryn, cuidado!

    As palavras dele chegaram na mulher há tempo, e ela notou o punhado de sentimentos ruins em suas costas. Entretanto, naquele ponto, era tarde para seu corpo sequer se mover para um local seguro, pois a “explosão maligna” do diretor já tinha começado e iria inevitavelmente atingir a moçoila. A única reação que daria tempo, seria a de criar um “escudo” feito de amor, para tentar diminuir os danos do ataque. A explosão de sentimentos ruins aconteceu, acertando em cheio a mulher com toda a força do ataque, a explosão teve tanto poder, que destruiu totalmente aquele escudo e acertou parcialmente o corpo da criminosa, jogando-a contra algumas das jaulas que tinham por ali, nocauteando-a. Strogonoff, vendo o sucesso de seu plano, logo gritou em comemoração 

    — Sua idiota! Você realmente achou que conseguiria vencer, apenas dependendo de instinto?! Idiota, pode me adicionar ao seu cartel de derrotas!

    As duas soldadas da manipuladora de amor, quando perceberam esses momentos rápidos de distração do oponente, logo colocaram o plano em ação. A mulher mais robusta, logo bateu suas mãos no chão, criando uma cúpula de rochas em volta do corpo do diretor. Já a mais baixa e de aparência fraca, lançou uma espécie de flecha de energia contra aquela cúpula, e agilmente recitou algumas palavras 

    — Zeitstopp!  

    Quando a moça disse isso, a flecha de energia começou a se dissipar pela esfera de rochas, e a cobrir não só aquela cúpula inteira, mas tudo num raio de até oitenta centímetros longe dela. A energia logo se dissipou por completo, e apenas dúvidas surgiram na cabeça do protagonista mais velho, que logo perguntou 

    — Isso… vai segurar aquele monstro?!

    — Claro que vai! Afinal, não é uma barreira só de pedras, é uma barreira temporal!

    A responsável pela flecha disse isso, enquanto gotas frias de suor caem de seu rosto. Isso plantou uma semente da dívida na mente do Kura, que logo perguntou 

    — Barreira temporal? Como assim?

    A mulher robusta, responsável por manipular as rochas, logo pegou sua líder nocauteada, e começou a responder a dúvida do garoto

    — Sabe, o poder dessa minha amiga aí é paralisar no tempo tudo que suas flechas atingem. Dependendo do poder do alvo, o tempo acaba mudando… eu diria, que o diretor ficará apenas trinta segundos paralisado!

    Ouvindo essa explicação, o criador de correntes elétricas ficou assustado e agitado, dizendo para todos ali

    — Então… nós temos que ir logo!

    A resposta recebida pelo jovem, foi um grande soco em sua face, dado por um dos companheiros de Guilherme. O companheiro em questão, logo responde a todos

    — Não podemos! Meu capitão está na dimensão dele, e sempre que sai, ele volta para o local que estava antes de entrar nela! Mulher gorila, você disse que ia levar trinta segundos, não é?! Então, sem problemas, meu amigo irá retornar em vinte!!

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