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    Há vinte anos atrás, muito antes do nascimento dos irmãos Kura e Arold, no exato ano em que Shiawase viria a nascer, uma discussão estava acontecendo na casa da família dos irmãos. Na casa de Aristeu, o avô dos rapazes, uma discussão estava acontecendo.

    — Grávida?!

    Gritou um adolescente, um rapaz que provavelmente tinha dezenove anos de idade, no máximo seus vinte anos. O semblante dele, era da mais pura indignação

    — Você não pode estar grávida, não mesmo!!

    Completou ele, ainda incrédulo com aquela informação, com pequenas labaredas alaranjadas saindo da lateral de sua cabeça.

    — Isso é verdade mesmo?

    Perguntou a senhora ao lado daquele rapaz, com uma cara de certa desaprovação para aquela jovem. Com relação a mulher, ela não passava dos seus vinte anos de idade, e tratava-se da própria mãe do Kura e do Arold, antes de ser a mãe dos mesmos, a jovem de cabelos ruivos, rapidamente respondeu

    — S- sim… é verdade!

    Tal afirmação, apenas fez com que o rapaz com poderes de fogo se irritasse ainda mais, liberando mais de suas chamas pela lateral de sua cabeça, gritando para a mesma

    — Isso irá ferrar a minha vida, com toda a certeza! Você não pode levar isso para frente-

    Os berros foram subitamente interrompidos, devido a forma que o ar naquela área ficou pesado. Das costas do rapaz criador de fogo, uma aura intensa, densa e pesada era emanada, seguida de uma voz grossa e assustadora

    — E quem é você para dizer isso, pirralho?

    Ao virar de costas, tanto a idosa quanto o homem de aparência jovial, notariam o pai da mulher e futuro avô dos protagonistas, encostado na borda da porta que separa a sala da casa para a área. O atualmente idoso, logo continuou a falar

    — Vamos, diga, Dorter!

    O homem-fogo, engoliu com dificuldade a sua saliva, falando em um tom absurdamente mais baixo

    — A-aristeu….

    Quem tomou a frente em tal situação, foi a mãe do garoto, que logo falou para o pai de sua até então nora

    — Senhor Aristeu, você deve entender, isso é um absurdo! Veja, os dois são muito novos, não podem ter filhos ainda!

    O rosto fechado e irritado daquele senhor de cinquenta e dois anos, que esbanjava de uma pele negra, emitiu uma mensagem silenciosa para a sogra de sua filha. O dito Aristeu, começou a andar na direção deles, com sua aura pesando no ambiente, enquanto o mesmo fala

    — Sim, realmente! Os dois são muito novos, e é um absurdo que tenham uma criança com a idade que ambos têm. Porém…

    O militar se botou em meio aos dois lados da discussão, mantendo sua postura ereta e assustadora, enquanto termina de falar

    — Ambos também não são mais crianças, sabendo exatamente oque estavam fazendo, quando isso aconteceu! Se ambos gostam na hora de fazer, então devem amar na hora de arcar com as consequências!

    A velha mostrou uma cara de indignação com aquela afirmação, apenas dizendo para o sogro do seu filho

    — M-mas, o meu filho tem muito a fazer na vida, ele não pode-

    A voz assustada é de certo modo fina, logo seria ocultada pela grossa voz daquele idoso, que afirmou em alto e bom som

    — Com toda a certeza! Mas, minha filha também tem muito a fazer, e ela não fez essa criança com o dedo!

    Aquilo silenciou todo o ambiente, com aquelas três pessoas apenas abaixando a cabeça perante o dono daquela casa. Coçando sua garganta, Aristeu terminou de dizer

    — Os dois irão cuidar bem dessa criança, e isso vale principalmente para você, Iara!

    A jovem de pele escura e cabelos ruivos, engoliu a seco a sua saliva, enquanto respondeu o seu pai, com uma voz trêmula

    — S-sim… pai!

    A opinião do seu genro e da mãe do rapaz, sequer importariam naquela situação. Então, com um sorriso besta na cara, o militar virou na direção da porta

    — Fiz bem, Eliane?!

    A aura emanada do corpo dele, não se parecia nem um pouco com a que ele jorrava no ambiente até poucos segundos. Sua esposa, uma senhora branca com cabelos alaranjados, apenas botou a mão direita no rosto, enquanto murmurou

    — Velho idiota!

    Os meses se passaram depois desse ocorrido, e no mês de dezembro a criança finalmente veio ao mundo. Iara, a mãe do recém-nascido estava apagada, exausta devido às longas doze horas de parto, o pai e avô da criança tinha saído junto de sua esposa, para comprarem itens básicos para ajudar durante os primeiros meses. O pai da criança, estava se mordendo enquanto via a mesma dormir ao lado do berço, só uma coisa se passava na mente do homem

    “Eu… eu não posso aceitar isso! Meu futuro, meus sonhos! Tudo isso, absolutamente tudo isso irá por água abaixo?!”

    Seus cabelos chegaram a pegar fogo, graças a raiva que sentia daquela situação, entretanto, logo uma ideia surgiu em sua deturpada mente

    “Se eu não terei meu futuro, graças a essa mulher e esse pirralho, então nenhum dos dois terá futuro também, nenhum!”

    Em meio a esse ódio, o jovem tomou a criança do berço, a levantando em seu braço direito. Logo, agilmente ele se dirigiu até a janela daquele quarto de hospital, a abrindo e pulando da mesma, caindo do oitavo andar até o solo em poucos instantes

    “Eu vou usar esse pirralho, para o meu bem entender!”

    Logo, como a chama da cabeça de um fósforo ao vento, aquele homem desapareceu, sem deixar muitos rastros para trás. Ao voltarem para o hospital, Aristeu viu sua filha ainda repousando em um sono profundo, mas nenhum sinal de seu neto ou do pai do mesmo. Rapidamente, o moreno entendeu o’que tinha ocorrido, ficando com o sangue fervendo enquanto fala

    — Eliane… quando eu achar aquele fedelho, eu vou matar ele, e é bom que você não tente me impedir!

    As falas do quase idoso, eram cheias de um ódio profundo, por tamanha afronta com sua pessoa e sua família. Contrariando suas expectativas, porém, sua esposa apenas afirmou, igualmente irritada

    — É bom que você acabe com ele! Já que, caso não o faça, eu mesma irei sujar minhas mãos de sangue!

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