Índice de Capítulo

    Quer apoiar o projeto e garantir uma cópia física exclusiva de A Eternidade de Ana? Acesse nosso Apoia.se! Com uma contribuição a partir de R$ 5,00, você não só ajuda a tornar este sonho realidade, como também faz parte da jornada de um autor apaixonado e determinado. 🌟

    Protótipo de capa Volume 1 – Ironia Divina

    Capa Volume 1

    Apoia-se: https://apoia.se/eda

    div

    — Vamos, me ajude a chegar ao trono e pegue a máscara pra mim — a voz de Ana era fraca, mas ainda carregava aquela autoridade inconfundível que fazia suas palavras soarem como ordens.

    — Não é uma boa ideia se mexer nesse estado… — respondeu Eva, com os olhos endurecidos avaliando o estado deplorável da rainha.

    Enquanto falava, abaixou-se e, sem hesitar ou dar tempo para Ana reclamar, acoplou um de seus dois últimos frascos regenerativos na armadura da mercenária.

    O líquido escorreu rapidamente, e o alívio veio quase instantaneamente.

    Ana respirou fundo, o peito dolorido se expandindo mais livremente enquanto uma parte da dor se dissipava.

    Ainda assim, apontou com um fraco gesto de cabeça na direção do trono.

    — Tá bom… — resmungou Eva, torcendo a boca.

    Ela passou um braço ao redor da mulher e a ajudou a se levantar. Quando finalmente chegaram ao trono, Eva ajudou Ana a se acomodar, e logo seu olhar caiu sobre a lança caída não muito longe.

    Relutante, Eva a pegou, mas um arrepio percorreu sua espinha ao tocar o metal frio. Por instinto, ela a soltou, fazendo o barulho da arma atingindo o solo ressoar pelo salão.

    — Deixa de ser medrosa, ela não vai te morder — rindo baixo, Ana a instruiu a tentar novamente.

    A garota ruiva apertou os lábios, tentando ignorar a sensação desconfortável, e voltou a pegar a arma. Parecia vibrar, como a respiração de um pequeno gato, uma sensação que achou mais do que inquietante, e querendo se livrar daquilo, rapidamente a colocou no colo de Ana.

    Por fim, sua atenção foi atraída pela máscara caída em um canto. Pegou-a com cuidado. A peça estava rachada, e o chifre esquerdo completamente quebrado. Eva a examinou por um instante antes de também entregá-la à rainha.

    Ana sorriu ao recebê-la. Um sorriso fraco, mas genuino, o qual só se aprofundou conforme voltava a vestir a máscara com reverência.

    — Você realmente precisa dela? — perguntou Eva, não conseguindo esconder sua curiosidade.

    — Ah, minha jovem, com certeza preciso — a voz de Ana estava rouca, mas carregada de convicção. — Você não entende o poder dos símbolos. Esta máscara não é apenas um pedaço de metal e couro. Ela é o que representa a rainha deste pequeno reino. Não posso voltar a lutar sem ela.

    Eva assentiu, apesar de não totalmente convencida. 

    A conversa não se estendeu, e as duas ficaram quietas por alguns minutos, sentadas lado a lado. Ana respirava pesadamente, os olhos fechados enquanto dava o máximo de si para recuperar as forças. 

    Ela sabia que ainda não estava sã o suficiente para encarar diretamente a garota sem que a tensão do combate anterior voltasse a borbulhar dentro de si. A mana reversa que a mantinha consciente era a mesma que ainda clamava por mais sangue. Ainda assim, não achou certo deixar a conselheira ali, abandonada e a observando inquietamente de relance, então começou a pensar em assuntos para distrair a mente.

    — Vocês resolveram a situação lá fora?

    — Sim… Mas o Alex… Ele não tá muito bem — a voz de Eva fraquejou, a sombra de preocupação evidente em seu tom.

    — Seja lá o que for, sei que ele vai se recuperar — Ana fez uma pausa, inclinando levemente a cabeça na direção de garota. — E você? Está bem?

    A pergunta pegou Eva de surpresa. Seu olhar endurecido vacilou, e seus ombros pareceram ceder. As lágrimas começaram a se acumular no canto de seus olhos.

    — Tô bem… Só cansada… — murmurou, tentando esconder a emoção que transbordava.

    Ana assentiu, esboçando um pequeno sorriso.

    — Fico feliz em ouvir isso. Você fez um ótimo trabalho. Sua irmã ficaria mais do que orgulhosa.

    A garota ruiva respirou fundo, desviando o olhar enquanto enxugava os finos fios transparentes que começaram a escorrer rapidamente.

    — Acho que sim…

    Ana girou o ombro dolorido, deixando a garota se recompor antes de continuar.

    — E sobre a guerra? Alguma notícia?

    — Nada no meu comunicador há pelo menos umas duas horas.

    — Já deviam ter dito algo… Bem, vou aproveitar que não estou morta para descansar um pouco, só por um breve momento… Me chame se precisar…

    — Tá bom.

    A frase mal foi terminada antes de uma respiração pesada escapar da rainha. Ela estava apoiada em um dos braços do trono, já profundamente adormecida. Eva se aproximou devagar, ajoelhou-se lentamente, e encarou o semblante cansado.

    Por mais que estivesse ao lado dela há tanto tempo, ainda não conseguia compreender completamente aquela mulher. Ana era um mistério envolto em força e violência, mas também em algo mais profundo — algo que Eva suspeitava que nem a própria Ana entendia completamente.

    Com o pensamento veio um misto de tristeza e admiração. Tentar manter sempre uma aparência descontraída e forte era impressionante, mas também desesperador.

    Com cuidado, a garota removeu o frasco vazio acoplado à armadura da rainha, examinando-o por um momento antes de guardá-lo no cinto.

    “Não deve ter muita utilidade vazio… Mas nunca se sabe.”

    Dando um último olhar no sangue seco que cobria as roupas de Ana, Eva voltou a sentar-se na escada próxima, cruzando os braços e tentando relaxar.

    div

    — Ana!

    A rainha abriu levemente os olhos, tossiu bruscamente, e voltou a fechá-los.

    — Ana, acorda! Rápido!

    “Quem está enchendo meu saco?!”, pensou, irritada.

    Suspirando profundamente, ela começou a se ajeitar no trono. Os músculos protestavam, mas Ana forçou o corpo a responder, abrindo os olhos — dessa vez de verdade — enquanto se endireitava.

    Foi então que se deparou com a visão da garota ruiva sendo lançada em sua direção por um violento chute. 

    Os sentidos de Ana despertaram de imediato. Com velocidade quase sobrenatural, levantou-se e agarrou Eva no ar antes que ela atingisse a parede.

    A garota ruiva estava inconsciente, o rosto pálido e um filete de sangue escorrendo pela lateral de sua boca. Quando Ana a apoiou delicadamente contra uma coluna próxima, Eva vomitou um pouco de sangue, e seu corpo parou de responder.

    Ana encostou dois dedos em sua veia jugular, pressionando levemente.

    — Ainda respira. Ufa. Se ela tivesse morrido aqui, teríamos um problema real.

    O som de passos lentos e deliberados chamou sua atenção.

    Do outro lado do salão, Jasmim sorria enquanto limpava a bota ensanguentada com um pedaço de pano rasgado encontrado pelo chão.

    — E o nosso atual problema é falso?

    Ana lançou-lhe um olhar vazio, observando a irmã com um cansaço misturado à irritação.

    — Se você for embora agora, sim, será apenas um problema falso. Não estou com ânimo para lutar.

    — Tenho uma contraproposta. Se entregue, rainha de Insídia, e sua cabeça encerrará essa guerra. Aí o problema se torna ainda mais falso, não?

    Ana deu alguns passos para trás, voltando a sentar-se no trono com um suspiro pesado. Começou a tamborilar os dedos no braço de madeira do assento, os olhos fixos em Jasmim.

    — Você não é alguém que pode me enfrentar — comentou, apontando para o crachá no cinto da caçadora, o qual a anos permanecia com um dourado “B” estampado. — Saia deste lugar. Que a guerra se conclua como o mundo achar que deve ser concluída.

    O sorriso de Jasmim se alargou.

    — O resto do nosso exército está chegando. Não importa que essa resistência fútil de corrompidos insista em sobreviver. Vocês não têm como vencer.

    Ana parou de tamborilar os dedos.

    — Resto do exército?

    — Sim! Então ajoelhe-se de uma vez se quer que esses imundos vivam, mesmo que como escravos.

    A tensão no ar tornou-se palpável. Ana pegou sua lança, os dedos apertando o cabo com força. 

    — Tudo isso é tão cansativo… 

    Seus olhos tremiam, os músculos se enrijecendo enquanto lutava para conter a violência crescente que queimava dentro de si, mas cada palavra de sua irmã era como uma faísca em um barril de pólvora.

    — Você deveria saber qual o seu lug—

    O som foi cortado por um estrondo.

    A lança de Ana atravessou o ar com uma velocidade absurda, destruindo parte do queixo da caçadora antes que ela pudesse terminar a frase.

    “Quando isso foi disparado?”, pensou Jasmim, atônita, enquanto se desequilibrava.

    Não teve sequer tempo de processar o ataque antes de Ana surgir ao seu lado em um borrão de movimento.

    “Não vou conseguir desviar!”

    Desesperada, Jasmim moveu os braços para baixo, tentando amortecer o chute que Ana desferiu contra seu estômago. O impacto foi devastador, lançando-a com brutalidade contra a mesma coluna onde Eva estava apoiada.

    Ela tentou respirar, mas não conseguiu. O sangue enchia sua boca, e com a parte inferior do rosto destruída, lutava para não se engasgar.

    “Não posso morrer assim… Não na mão dessas aberrações!”

    Com um esforço sobre-humano, Jasmim tentou se mover, arrastando-se em direção a garota desmaiada ao seu lado. Mas antes que pudesse alcançar a possível refém, a lança negra de Ana atravessou seu abdômen, prendendo-a no chão.

    A rainha mascarada caminhou lentamente, parando diante da cena e inclinando-se para encará-la de perto.

    — Você devia ter ido embora quando fui gentil. Suponho que tenha sido avisada de que falta de respeito na minha sala do trono não seria tolerada novamente por sua cidade mal educada.

    Jasmim, com lágrimas escorrendo pelo rosto, tentou desesperadamente remover a lança, forçando a mana a circular por seus braços a velocidades alarmantes. Mas a arma não se movia.

    Ana suspirou, os olhos brilhando com uma mistura de cansaço e algo mais sombrio.

    — Agora, o que devo fazer com você, pequena idiota…?

    Por mais que aquela mulher fosse uma inimiga, Ana sentia um pequeno resquício de afeto. Não era um carinho convencional, mas um fio tênue de lembrança e nostalgia de um tempo onde foi feliz ao lado de sua família.

    — A culpa não é sua, é desse mundo de merda… — murmurou, perdida em pensamentos e cuspindo no chão antes de permitir que suas pernas cedessem. — Fique quieta por um momento. Preciso só de alguns minutos… Logo resolveremos as coisas…

    Com esforço, Ana se arrastou até as escadas do trono, posicionando-se de forma confortável nos degraus. O peso da mana reversa estava cobrando seu preço.

    Enquanto se preparava para fechar os olhos por mais alguns minutos, a porta do salão se abriu novamente.

    — Mais visitantes… Tão cansativo. 

    Ela ergueu os olhos lentamente, se deparando com dois jovens com expressões que misturavam surpresa e horror.
    div


    Quer apoiar o projeto e garantir uma cópia física exclusiva de A Eternidade de Ana? Acesse nosso Apoia.se! Com uma contribuição a partir de R$ 5,00, você não só ajuda a tornar este sonho realidade, como também faz parte da jornada de um autor apaixonado e determinado. 🌟

    Venha fazer parte dessa história! 💖

    Apoia-se: https://apoia.se/eda

    Discord oficial da obra: https://discord.com/invite/mquYDvZQ6p

    Galeria: https://www.instagram.com/eternidade_de_ana


    div
    177

    Curtiu a leitura? 📚 Ajude a transformar Eternidade de Ana em um livro físico no APOIA.se! Link abaixo!
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (1 votos)

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.

    Nota