Capítulo 72 - Benção

*Essa é uma prévia da reescrita! Ainda está crua, sem o polimento final, mas logo ganha forma. Se notar algo fora do lugar, toda ajuda é bem-vinda!
Os passos do grupo ecoavam pelo salão com uma cadência preguiçosa, como se o próprio espaço zombasse do esforço deles em parecerem preparados para o que quer que fosse aquilo. Vitrais coloridos lançavam sombras deformadas nas paredes, criando formas que ficavam perigosamente entre o sagrado e o desconfortavelmente absurdo. No início, com tanto silêncio, chegaram a pensar que a igreja era apenas uma casca vazia – um lugar abandonado onde, com sorte, encontrariam o bispo rapidamente e terminariam a missão antes do jantar.
Não podiam estar mais errados.
Do lado de fora, a igreja parecia grande. Por dentro, parecia intencionalmente projetada para irritar qualquer noção de lógica espacial. Corredores demais, portas demais, curvas demais. As decorações, todas intrigantes, mudavam conforme avançavam; pinturas de estilos incompatíveis dividiam espaço com vasos esculpidos com tanto zelo que só podiam ter sido feitos por alguém que não tinha mais nada de produtivo para fazer na vida.
Mas o verdadeiro pesadelo começou quando encontraram as escadas para o subterrâneo.
A estrutura abaixo da igreja não seguia nenhuma lógica arquitetônica conhecida – era um labirinto úmido e sufocante, mais parecido com um formigueiro gigante do que com qualquer coisa construída por mãos humanas. Um formigueiro onde cada porta parecia querer empurrá-los ainda mais fundo.
— A gente vai passar em cada sala?
— Tem uma ideia melhor? — Felipe encarou a arqueira ruiva, que já estava quase se rendendo ao cansaço, com uma sobrancelha arqueada.
Ela apenas torceu a boca, balançou a cabeça e aceitou o destino. Silêncio de novo.
Já estavam andando há quanto tempo? Uma hora? Duas? Quem estava contando? Tinham tentado, no começo. Mas depois de vinte portas que só guardavam poeira e solidão, o tédio dissolveu qualquer senso de progresso. Só seguir em frente. Sem perguntas. Sem respostas.
Quando finalmente uma sala chamou atenção, o conteúdo não era nem um pouco assustador. Apenas… normal. Uma vasta biblioteca. Estantes baixas de madeira escura, mas abarrotadas de livros encadernados em couro e pergaminhos amarrados com cordões gastos. Havia também uma escada de rodinhas, o que era fofo e completamente inútil.
As mesas de leitura exibiam velas meio derretidas que ainda insistiam em manter suas chamas, como se o tempo ali tivesse parado por capricho, logo ao lado de tintas abertas e páginas espalhadas de maneira displicente. Foi a primeira vez que tiveram certeza absoluta: não estavam sozinhos.
A próxima sala era um refeitório. Longas mesas de carvalho, todas arrumadas com pratos e talheres, como se uma refeição tivesse sido interrompida abruptamente. A luz vinda dos candelabros criava sombras alongadas, e o ar estava impregnado com um cheiro azedo de comida que estragava. Dormitórios surgiram depois: fileiras de beliches alinhadas com perfeição militar. Cada cama tinha seu baú aos pés, alguns trancados, outros abertos, revelando roupas comuns, objetos triviais, cadernos sem nome. Gente que existiu, mas que não parecia existir mais.
Mas foi na terceira sala que valia ser lembrada que as coisas realmente começaram a ficar estranhas.
Estava isolada, meio escondida a uns bons quinhentos metros da anterior. Na porta, apenas uma palavra, cravada com uma precisão cuidadosa: “Versilis”. Letras finas, meio tortas e não tão elegantes, o tipo de coisa que a gente espera ver numa porta de adolescente mimado e não num porão de igreja labiríntica.
Assim que a abriram, o cheiro os golpeou. Não houve espaço para metáforas, nem para romantismos: era podre. Podre com um toque químico que fazia arder os olhos. As paredes estavam cobertas por uma película irregular de fungos, manchas escuras que pareciam respirar com o silêncio. O chão úmido não ajudava em nada a composição da cena.
— O que será que faziam aqui? — perguntou Felipe. Passou os dedos pela bancada, evitando tocar nos instrumentos cirúrgicos alinhados com precisão quase obsessiva. Alguns ainda tinham resíduos escuros nas extremidades. Sua prótese emitiu um clique suave ao se contrair involuntariamente.
“Algo realmente interessante”, pensou Ana. Ela conhecia bem aqueles cheiros. Não eram apenas produtos químicos comuns, mas sim aquele aroma específico de carne misturada a conservantes baratos, de sangue misturado a soluções antissépticas, de morte disfarçada de pesquisa. Era um cheiro que não se aprendia a reconhecer nos livros, e sim, na prática. E os instrumentos ali… pinças, agulhas, lâminas que precisavam ser afiadas com mais frequência, frascos rotulados de forma desnecessariamente alegre… um parquinho muito semelhante ao que já teve um dia, perfeito para alguém com muito tempo livre e nenhuma supervisão moral.
Mesmo assim, com sua noção já um pouco mais sofisticada das regras sociais — e tentando evitar comentários que poderiam soar como elogios num momento tão pouco propício —, decidiu seguir com o óbvio.
— Nada de bom, com certeza. Vamos voltar.
Dessa vez não precisou pedir duas vezes. Seguiram a ordem com mais gosto do que o normal, quase aliviados. O quarto parecia se estender além do que seus olhos podiam medir, e com todo o espaço iluminado lá fora, permanecer ali dentro soava como o tipo de escolha estúpida que ninguém queria colocar no próprio currículo. As gaiolas de ferro penduradas no teto ajudaram na decisão. Vazias, claro, mas nem por isso menos inquietantes. Algumas trancadas, outras abertas, todas rangendo a cada mínimo toque do ar, como se ensaiassem um lamento. E aqui e ali, discretos o suficiente para manter o estômago revirando em silêncio, pequenos punhados de sangue já seco.
— Será que mantinham pesso… — Júlia começou a frase, a curiosidade vencendo o bom senso por um breve instante. Mas parou no meio. Seus olhos haviam encontrado um dos manuscritos abertos na bancada, e a expressão de repulsa que cruzou seu rosto foi mais eloquente que qualquer resposta.
Alex moveu-se rapidamente, colocando-se entre a ruiva e a mesa, bloqueando a visão da garota como quem impede um gato de enfiar a cara onde não deve. Seu olhar passou pelas ilustrações e ele engoliu em seco ao ver o que pareciam humanos com partes de criaturas costuradas de forma… criativa, mas manteve o rosto impassível. Não fez comentários. Às vezes o silêncio é a forma mais madura de respeito.
Prosseguiram. O clima pesado não dava sinal de querer melhorar, e o corredor seguinte foi recebido com aquela expectativa mansa de quem já sabe que vai piorar. Quando finalmente pararam diante da próxima porta, foi como se o ar congelasse. Um ruído.
Ana levou um dedo aos lábios, exigindo silêncio, e seus olhos endureceram enquanto ajustava o aperto da faca. Avançou devagar, concentrando-se no som que vinha do outro lado da porta. Sussurros. Passos leves. Respirações abafadas por tecido.
Sem hesitar, chutou-a com toda a força que tinha. O impacto ecoou como um trovão em miniatura.
“Treze pessoas.” O pensamento surgiu com uma clareza estranha, quase reconfortante, ao mesmo tempo que sua lâmina encontrava a jugular exposta de um homem alto. O jato de sangue quente quase a cegou. “Doze, agora.”
Saltou para trás antes mesmo do corpo cair, o manto negro com detalhes carmesins ainda girando no ar como uma bandeira derrotada. Seus olhos passaram de um em um entre os oponentes. Rostos espantados, mas não agressivos. Espadas ainda nas bainhas, ornadas demais para quem pretendia realmente lutar. Pareciam mais dispostos a posar para um quadro do que a sangrar por suas crenças.
Infelizmente para eles, Ana não compartilhava do mesmo apreço estético. Avançou novamente, rápido demais para hesitação, e rasgou metade da cintura de uma mulher que, dentre todos os demais, foi a que mais se moveu.
— O que estão fazendo, idiotas? Ataquem!
A voz de Ana funcionou como um chicote. O Ironia Divina despertou da paralisia inicial como um único organismo, movendo-se com aquela sintonia peculiar que só grupos muito acostumados à violência desenvolvem. Nenhum deles hesitou – havia um tempo para perguntas e um tempo para ação, e este claramente era o segundo caso.
Felipe foi o primeiro a reagir. Já com a prótese armada, mirando no mais afastado dos seguidores. Não desperdiçaria suas balas rúnicas ali; projéteis comuns davam conta do recado quando bem posicionados. O disparo foi seco, sem pompa, mas eficaz. Atravessou o estômago do homem como um dedo atravessa um pudim — se pudins sangrassem, é claro. E talvez parar por ali fosse suficiente, mas não era do tipo que deixava trabalho pela metade. Uma lâmina desdobrou-se do antebraço com um estalo sutil, perfurando o corpo ainda em queda. Bruto. Funcional. Mas, principalmente, piedoso. O jovem já havia visto gente morrer aos poucos com feridas internas, e não era bonito.
Não muito longe, Júlia e Alex combatiam em perfeita desordem sincronizada, cada um contra um seguidor. Enquanto o grande guerreiro acertou pesadamente o peito de um deles, afundando-o de forma grotesca, a ruiva girou sua espada, arrancando um dos braços da mulher que a encarava com um estalo horrível e desnecessariamente molhado. O corpo tombou no chão com um peso repentino, e então… silêncio.
Júlia deixou a arma cair, suas mãos começaram a tremer com força, traindo o controle que fingira manter.
— Eu… eu a matei. — O choque rasgou sua voz até virar um sussurro quase infantil. — Eu a matei!
— Concentre-se, Júlia. — Ana foi rápida, pegou a arma e enfiou de volta nas mãos da garota. — Você já matou antes. Hoje é só mais um dia.
Mas Júlia balançava a cabeça como se pudesse afastar as palavras. Seus olhos, arregalados e trêmulos, se enchiam de lágrimas.
— Não é igual… com os piratas eu precisava sobreviver. Eles revidaram. Esses… olha pra eles. Nem se defendem.
A observação ecoou na sala como um sino, e todo o resto também olhou.
Foi como acordar de um transe coletivo. O sangue esfriou junto com a compreensão. Não haviam prestado atenção, não de verdade. Entre lâminas, disparos e sustos, agiram por instinto. Mas Júlia estava certa. Muito certa, e o desconforto era palpável.
Dos cinco mortos, nenhum sequer havia desembainhado uma espada. E os outros… bem, estavam ali. Parados. De braços erguidos. Como quem tenta alcançar algo que só eles enxergam. Seus lábios se moviam rapidamente, em murmúrios inaudíveis, enquanto seus olhos, suavemente fechados, pareciam presos num lugar muito longe dali.
— Mas que merda é essa… — Ana aproximou-se de um dos homens. Sem cerimônia, tocou levemente com a ponta da faca em seu ombro. A falta de reação atiçou ainda mais sua curiosidade. Chegou mais perto. Perto o bastante para que as palavras fizessem sentido.
— Obrigado, ó Mãe. Obrigado pela graça que nos oferece hoje.
— Dá pra ouvir algo? — Alex não baixou a guarda, mas parecia genuinamente desconfortável.
— Sim. Estão… rezando.
— Quê? — perguntou Felipe, com um olhar confuso enquanto também cutucava de longe um dos seguidores. Se aproximou também, mas franziu a testa. Não entendia aquelas palavras. — Tem certeza?
— Não, mas é o que parece. — Ana respondeu num tom cansado, um suspiro escapando com naturalidade. Já se virava para o corredor, seus passos apontados em direção a onde os estranhos haviam surgido. — Vamos sair logo desse lugar bizarro. Eles não são o que importa.
O primeiro passo, no entanto, foi interrompido por uma mão que pousou em seu ombro. Nada sério, à primeira vista. Apenas o tipo de toque que alguém resignado ou desesperado faria. Mas o toque virou aperto. Forte. Quase desproporcional ao que aquele seguidor deveria ser capaz. Forte o suficiente para que Ana, mesmo mais surpresa do que preocupada, sentisse dor. E quando olhou para trás, encontrou olhos escancarados, injetados de algo que não deveria estar ali. Raiva talvez fosse a palavra mais simples para definir, mas parecia mais… rudimentar. Um ódio primitivo, cru, que corroía de dentro para fora.
— Não. Você não pode ir! — O tom começou humano, terminou monstruoso. Um grito, um rugido que arranhava a garganta como se tentasse sair em forma de espinhos. — Me dê a benção! Eu exijo! EU EXIJO!
O som foi um estopim. Os outros acordaram e perceberam, juntos, que o grupo se preparava para sair. Começaram a gritar também. Gritos, mais gritos. Depois lágrimas, soluços e joelhos rasgando o chão polido. Alguns arranharam os próprios rostos com tanta força que as unhas encharcaram de sangue.
— Saiam de perto de mim! — gritou Alex, empurrando duas mulheres que começaram a agarrar sua armadura. Apesar da sua tentativa de não machucar as pessoas insanas, um descuido fez com que usasse mais força que o normal, fazendo com que uma delas caísse e batesse a cabeça pesadamente no duro chão de pedra polida.
— Que a Mãe seja louvada! — Os demais entoaram em coro, como se aquilo fosse uma vitória, como se sangue fosse hóstia e sofrimento, sacramento. Uma poça começou a se formar ao redor da cabeça da mulher caída.
Com isso, quase em sincronia, os restantes também se jogaram contra Alex. Gritos, mãos, súplicas ensandecidas. Queriam bênçãos, queriam redenção, queriam morrer ali e agora, se possível.
— Porra, sai! Sai! — tentou recuar, tentou correr, tentou qualquer coisa. Mas mais gente chegou, e com elas novas mãos surgiam de todos os lados.
Seus companheiros, claro. Correram para ajudar. Tentaram puxá-los, derrubá-los, separá-los. Não adiantava. Onde arrancavam um, surgiam dois. Onde batiam, voltavam a se jogar de forma cada vez mais violenta.
— Matem todos — resmungou Ana, frustrada. Soltou um suspiro pesado enquanto afundava sua faca nas costas do louco mais próximo. Aquilo estava se tornando uma bola de neve, tinha que acabar o quanto antes.
O grupo não gostou. Isso era óbvio. Não era o tipo de luta justa, nem o tipo que terminava com uma história bonita para contar depois. Não havia honra em esmagar gente que pedia para ser esmagada. Não havia sequer desafio. Era sujo, feio e deixaria gosto de ferrugem na garganta por dias.
Mas nem tudo na vida se resolve com nobreza. Às vezes, você só mata. Porque alguém mandou. Porque precisa viver mais um dia. Ou porque eles não vão parar até você fazer isso.
Ana sabia que seria assim.
Havia levado quase dois minutos para dar a ordem fatal — um tempo vergonhoso para alguém como ela — e, mesmo após reconhecer que aquele era o único caminho lógico, ainda custou a dizê-lo em voz alta. Não porque sentisse pena — seria mais fácil, quase reconfortante, se fosse esse o caso. O problema era pior. O problema era que ela não sentia nada. Absolutamente nada. Só aquela impassível constatação de que precisava ser feito.
Enquanto seus companheiros tropeçavam em dilemas morais, Ana só enxergava carne. Carne no chão, carne na parede, carne tremulando entre espasmos e suspiros. Sangue borrando em padrões que pareciam abstratos, mas nunca novos. Já vira tudo aquilo antes, em outros tempos, em outros lugares. Era como olhar vitrines de um açougue, só que o cheiro era mais fresco.
“Matar deveria… importar, não?” O pensamento surgiu sem convite, mas Ana não teve tempo de persegui-lo.
Alex, sempre eficiente em sua simplicidade, já havia esmagado mais um crânio. Fez parecer fácil. Felipe hesitou — um segundo a mais, talvez dois — antes de recarregar a prótese e abrir outro buraco no mundo. O estampido seco, a massa cinzenta se espalhando com a delicadeza de um balde entornado. Júlia… bom, até Júlia. As lágrimas caíam ininterruptas, mas as mãos faziam o serviço com uma precisão cada vez mais automática. Ana não sabia se admirava ou lamentava aquilo. Talvez ambas.
Quando chegou sua vez, se juntou ao massacre com um movimento econômico — uma simples perfuração abaixo da omoplata, direto ao coração. A mulher parecia jovem, talvez vinte e poucos anos. Sorriu para Ana quando o sangue começou a escorrer pela boca, como quem agradece por algo. Um sorriso sincero, quase puro. Um presente final para a memória de quem a matou.
A rainha mercenária balançou a faca para limpar o sangue, um gesto quase ritualístico, antes de guardá-la novamente.
— Não quero que pensem nisso. Não agora. — A voz saiu baixa, carregada não de ordem, mas de exaustão. Pressionou as têmporas com os dedos como quem tenta impedir um pensamento de escorrer. — Só saiam daqui antes que apareçam ainda mais deles.
— Na verdade… — murmurou Alex, apertando mais firme suas soqueiras. — Já era. Estamos cercados.
Ana levantou os olhos.
É, estavam. Não era difícil perceber. Três dezenas, talvez mais. Rosto sobre rosto, ombros colados, abarrotando cada vão das portas ao redor. Vieram atraídos pelo barulho, pela agitação, talvez pelo cheiro de sangue. Vieram sorrindo. Todos. Sorrisos largos demais, felizes demais, os olhos brilhando com algo que não era exatamente sanidade. E, passo a passo, começaram a se fechar sobre eles.
Ana grunhiu. Foram descuidados, claro que foram. Mas também era impressionante como aqueles desgraçados sabiam agir rápido.
— Centro! — ordenou, com a voz firme como uma muralha. — Costas com costas, sem aberturas. Matem tudo que entrar no alcance.
Olhos frios, cálculo rápido. Se fossem só civis, sem mana, sem treinamento, não seriam um problema real. Mas ali… Ali poderia haver algo diferente. Uma aberração. Alguém mais forte do que ela. O tipo de força que não aceita morrer fácil.
Esse pensamento mal havia se formado quando foi alegremente atropelado por uma nova presença.
— Então era aqui que os visitantes estavam? Bem-vindos!
A voz veio dançando pelo corredor, suave, jovial, quase amistosa. Não precisavam ver o orador. Bastava ouvir. O som de um piano preencheu o espaço em seguida.

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