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Protótipo de capa Volume 1 – Ironia Divina

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Capítulo 70 - Salto

*Essa é uma prévia da reescrita! Ainda está crua, sem o polimento final, mas logo ganha forma. Se notar algo fora do lugar, toda ajuda é bem-vinda!
— Um último brinde, então?
A voz de Júlia saiu baixa, quase tímida, como se temesse competir com a cacofonia de vozes embriagadas que lotava o salão. Alguém cantava desafinado no canto, alguém batucava uma música qualquer numa mesa já marcada por mais copos do que histórias interessantes. A luz morna refletia nos vidros e o ar parecia vibrar com a expectativa de outro festival que, a qualquer momento, tomaria as ruas com a mesma alegria forçada do ano anterior.
Mas ali, naquela mesa específica, ninguém parecia compartilhar desse espírito coletivo de celebração. O Ironia Divina se sentia deslocado, quase em um mundo diferente. Alex, sentado ao lado da garota, ensaiou um sorriso. Um daqueles sorrisos que nascem cansados e já sabem que vão morrer rápido. Mesmo assim, ergueu o copo — protocolo social é protocolo social, afinal. Os dias calmos haviam acabado.
— Isso é com vocês — murmurou Ana, girando a caneca nas suas mãos distraidamente. — Tem certeza que não querem ficar na cidade?
Felipe, encostado mais próximo da parede, apenas levantou um polegar e sorriu. Com a outra mão, desmontava e montava sua prótese como um passatempo inquietante. Ana achava aquilo coisa de maníaco, mas entendia o impulso.
Com um grunhido leve, voltou o olhar para o casal à sua frente. Agora, de forma meio constrangida, Júlia e Alex entrelaçavam os dedos como se fossem adolescentes.
— Vamos te seguir, chefe. — declarou Alex.
— Isso aí — completou Júlia, espremendo a mão do companheiro. — Você já perguntou umas vinte vezes. Já deu, né?
“São fofos, mas cansativos.”
Ana franziu a testa, tentando identificar o momento exato em que aquela proximidade tinha florescido. Não que se importasse – o amor juvenil trazia um certo frescor ao grupo, mesmo que às vezes desse vontade de vomitar diante de tais demonstrações. Havia algo naquilo que aquecia seu peito, uma nostalgia vaga de algo que talvez tivesse sentido, em outra vida, há eras atrás.
— Vocês parecem cachorros adestrados… — resmungou, escondendo o sorriso no gole de cerveja. — Deviam ter mais vontade própria, é sempre esse “você decide”.
— Você paga nossos salários — Felipe rebateu, com um sorriso enviesado, estendendo a prótese em sua direção. — Isso aqui tá conectado certo?
Ana rolou os olhos. Não dava nem para contestar, era a verdade. Às vezes se esquecia que era, tecnicamente, a empregadora ali.
— Tá certo sim. Mas toma cuidado pra não redirecionar energia demais pras juntas ou vai ter um atraso na ativação das runas de controle.
O conselho saiu quase automático, enquanto seus dedos traçavam os circuitos gravados no metal. O jovem fez aquele som entre o “entendi” e o “obrigado” que só quem já foi corrigido por ela várias vezes sabia reproduzir, e logo voltou a desmontar as peças com a concentração de um monge mecânico.
Ana deixou-o à sua obsessão, voltando sua atenção para os presentes de corpo e alma naquela mesa. Seus olhos percorreram o ambiente, buscando uma figura ausente.
— Alguém viu o Brayner?
— Ele tá com a cabeça nos livros, como sempre. — Júlia comentou, jogando o corpo de lado na cadeira como quem já desistiu de se importar. — Eu tentei, como você pediu, mas ele tá parecendo ainda mais psicopata do que essa versão beta da Colecionadora. — Apontou com o queixo para Felipe, que apenas ergueu a sobrancelha, sem se dar o trabalho de retrucar.
Ana permitiu que um sorriso cansado surgisse em seus lábios. O bibliotecário já era parte do grupo, mesmo que, ultimamente, só fisicamente. Fazia semanas que não trocavam meia dúzia de palavras. Antes, ele aparecia de vez em quando, aceitava uma bebida ou duas, jogavam conversa fora, riam das próprias desgraças e desmaiavam em mesas sujas de cerveja e batatas mal fritas. A decadência, como toda boa amizade, tinha começado ali.
Mas, aos poucos, o sumiço dele virou rotina. Primeiro foi preciso chamá-lo. Depois, insistir. Agora, sequer se dignava a dizer adeus. A rainha mercenária achava uma pena. Não sabia se voltaria a vê-lo, e odiava admitir que, mesmo assim, já havia se acostumado com a ausência.
— Pelo visto, ficamos de novo sem manipulador no time… que maravilha, hein? — Ironizou, erguendo a caneca acima da cabeça. — Enfim, já que estão tão decididos, sim, é um último brinde. À sobrevivência!
— À sobrevivência! — repetiram os três em uníssono, os copos colidindo no ar com um tilintar desordenado.
Ninguém sabia exatamente quando aquela frase tinha virado o bordão oficial de bebedeira no Último reduto. Provavelmente em algum momento de embriaguez tão grave que as lembranças foram apagadas por pura autopreservação cerebral. Mas o fato é que gostaram daquilo. Funcionava.
Havia algo no som daquelas palavras que ativava um canto específico do cérebro — aquele que ainda insistia em acreditar que dizer em voz alta tornava mais provável. Como se repetir “sobrevivência” fosse de alguma forma proteger seus corpos desgastados da morte inevitável.
Com o brinde encerrado, viraram a cerveja alaranjada de uma só vez.
“Finalmente vamos voltar…”
Ana não estava exatamente ansiosa. A cidade dos céus tinha seu charme, mas era o tipo de encanto que se desgasta rápido quando seus dedos coçam por terra firme. Talvez, algum dia, chamasse aquela baleia de lar. Mas não hoje. Hoje, queria voltar a ver as novas maravilhas que o Novo Mundo tinha a oferecer.
Suspirou, longamente. Dentro de uma hora, partiriam para mais uma missão especial com todos os ingredientes necessários para ser chamada de suicida, mas que Pedro, em sua constante formalidade, garantira que não estavam sendo mandados para morrer. Não ainda. “Nada além das suas capacidades”, ele dissera. Como se as capacidades do grupo fossem alguma métrica confiável.
Foi uma verdadeira pena, gostaria de poder ver seus soldados orgulhosamente mostrarem seus avanços pelas ruas. Desde que voltaram a usar mana, seu avanço ficou claro mesmo para quem olhasse de longe, eram verdadeiras máquinas de guerra! Infelizmente, não tinha jeito. A baleia era rápida demais.
O alvo era uma seita emergente, escondida nas bordas de onde um dia chamaram de Santana de Parnaíba. Convenientemente perto de Barueri, pelo menos.
À primeira vista, parecia mais uma daquelas missões que escorregam perigosamente na intolerância religiosa. Para Ana, realmente era isso, mas, nesse caso, até concordava que havia motivos: eram seguidores das sombras.
O preconceito enraizado contra tais seres — sabe-se lá por qual razão — gerou a necessidade de investigar e neutralizar a ameaça antes que ela se torne um problema maior.
A parte realmente surpreendente foi descobrir que os envolvidos eram humanos. Humanos que não só seguiam as sombras, mas as veneravam. A Sombra que a esmagara um ano atrás não tinha exatamente cara de sacerdotisa, mas Ana não duvidava. Se há uma coisa que esse mundo produzia com eficiência, era gente maluca o suficiente para transformar monstros em divindades.
Segundo os relatórios, a hora era perfeita. Nenhuma sombra havia sido vista no local há semanas. O objetivo era encontrar Maurice, o bispo da tal igreja. Um homem carismático e oportunista — redundâncias à parte — que se aproveitava do caos instaurado após o novo teletransporte para empurrar suas doutrinas onde conseguisse enfiar uma palavra. Crescia rápido, enquanto as autoridades fingiam não ver. A humanidade sempre foi generosa com seus próprios cânceres.
Ana apertou as têmporas com força suficiente para sentir os ossos rangerem sob a pele. Depois, se levantou, pegou o casaco, a mochila e passou o olhar, com uma estranha solenidade, por cada um dos rostos sentados à mesa.
Felipe, por exemplo. Já não era mais aquele garoto com o olhar perdido e a mente tão cheia de dúvidas. Agora exibia um brilho diferente no olhar, aquele tipo de brilho que só aparece quando alguém descobre sua obsessão e decide que vai ser bom nisso. Engrenagens, runas, balas coloridas penduradas na cintura como quem exibe medalhas. Dez delas, três cores, infinitas possibilidades de causar problemas. A prótese, antes simples e prática, agora parecia mais uma obra experimental de um artista sem tempo, cheia de implantes que funcionavam… na teoria. Na prática, ainda faltavam uns ajustes.
Alex… bem, Alex havia treinado. Muito. Havia uma calma estranha nele ultimamente, como se finalmente tivesse entendido que força não era só músculo ou bravata. Ainda assim, os músculos estavam lá, aparecendo discretamente sob as aberturas da armadura. Uma armadura que, aliás, já havia visto dias melhores. O sorriso dele seguia o mesmo: sincero, levemente idiota, mas agora acompanhado de uma disciplina que Ana quase admirava.
Júlia parecia a mesma. Meio boba, meio bruta, mas quem olhasse com atenção perceberia que os olhos estavam mais atentos, os reflexos mais afiados. O corpo seguia forte, bem cuidado. Os treinos com Ana haviam deixado marcas, e não só com as cicatrizes.
Olhou para o banco vazio de Brayner. Ele era um caso à parte. Recluso como sempre, mas presente de uma forma mais sutil. Seus estudos rúnicos avançaram a passos largos — talvez não tão largos quanto sua capacidade de ignorar interações sociais, mas ainda assim notáveis. Durante o tempo onde ainda se fazia presente, ao lado de Ana e de uma bigorna meia boca, ajudou na forja das novas armas do grupo.
Os materiais não eram de primeira qualidade, afinal, pouca gente com suprimentos estava subindo na cidade ultimamente — algo entendível, visto a falta de comunicação adequada após o novo teletransporte. Provavelmente levariam anos para a cidade voltar ao seu auge.
Ainda assim, três obras-primas surgiram — não perfeitas, mas ainda incríveis —, e Ana não escondia o orgulho sempre que seus olhos encontravam a pequena coroa cravada em cada uma delas. Uma assinatura discreta, talvez desnecessária, mas que brilhava junto das runas com uma arrogância que só quem cria entende.
O projeto mais ambicioso foi a prótese de Felipe. O que deveria ter sido simples tornou-se uma espécie de monumento pessoal à vaidade técnica. Não de Ana — dessa vez, pelo menos — mas dele próprio. Por sugestão solta e despretensiosa de Natalya, abandonaram o aço e optaram por uma liga de prata e cobre, favorecendo flexibilidade e condução mágica. Não bastava funcionar, precisava ser inteligente.
Integrada à palma, o toque final: uma escopeta pequena, quase discreta, mas com potencial devastador. Magia e tecnologia selaram ali uma trégua improvável. As runas cuidavam do controle mental, as bobinas e os ímãs aceleravam os projéteis através de campos magnéticos fortes o suficiente para dispensar mana externa. Um pequeno gerador acoplado ao movimento natural do braço fornecia energia suficiente para manter tudo funcionando.
Felipe havia criado um braço que pensava, atirava e, com sorte, não explodia antes da hora. Não era pouco para um pedaço de metal que, meses atrás, mal conseguia segurar uma xícara sem quebrar junto com ela.
Já nas mãos de Alex, repousavam duas peças que, à primeira vista, pareciam indecisas entre serem manoplas ou soqueiras. Como quase tudo naquele mundo, eram híbridas de necessidade e falta de opção. Eram feitas de uma liga que misturava silicone reforçado com partículas de magnetita, dando ao material uma flexibilidade duvidosa e uma resistência considerável. Nas articulações, pequenas incrustações de turmalina negra se encarregavam de guiar a mana, canalizando energia sem muita elegância, mas com a eficácia brutal que o dono parecia preferir.
O design não era exatamente bonito, tampouco confortável, mas quem ligava? Elas tinham propósito. Recebiam impactos e devolviam amplificados, como um eco físico. As partículas, com seus humores magnéticos, reforçavam a defesa natural do portador e, de quebra, elevavam seus socos ao brincar com as forças telúricas do ambiente. Runas delicadamente entalhadas cuidavam do resto, reforçando a conexão entre músculo e mundo como se dissessem: “vá em frente, bata mais forte, ninguém vai te julgar por isso”. E se julgassem, problema deles.
Não era um efeito particularmente grandioso — não ia abrir crateras no chão ou fazer montanhas estremecerem, nada disso. Mas para um fortalecedor, que já aceitava a limitação de não poder manipular mana como bem entendesse, um pequeno empurrão passivo era lucro demais. Ana tinha uma suposição otimista para as luvas; se Alex ficasse mais forte, refinassem um pouco mais as runas e treinasse o suficiente, talvez pudesse alterar levemente o terreno abaixo de seus pés. Mas ninguém ali estava realmente contando com isso. Nem ele.
Júlia, por outro lado, optara por algo mais prático, mas também mais inovador. Sob a orientação não tão paciente de Ana, havia finalmente abandonado o martelo que, sejamos honestos, nunca combinou com sua constituição. Passou o último ano inteiro se dedicando a uma longa espada — pesada, sim, mas fluída, como seus movimentos exigiam. Testou outras armas, claro, mas a intimidade com equipamentos mais robustos fez a transição parecer natural.
O arco, porém, era outra história. Recusou-se terminantemente a deixá-lo de lado, e foi aí que nasceu a ideia maluca. Uma arma que unisse o melhor dos dois mundos. Pena que ninguém tinha materiais bons o bastante para fazer daquilo uma verdadeira obra de arte mágica. Então, ficou com o que tinham à disposição: aço-negro temperado, pesado, resistente, e bem temperamental. Algumas runas de endurecimento garantiam que a arma não quebrasse na primeira tentativa de uso criativo, mas efeitos extraordinários, como as outras peças do grupo, não vieram no pacote.
Ainda assim, a engenharia surpreendia. Um arco longo, composto, que podia dobrar e se transformar numa espada quase tão longa quanto ele próprio. A transição era… brusca. Exigia muito do pulso e precisavam de precisão para as lâminas não se enroscar no caminho. Não foram poucas as vezes que Júlia achou que ia perder a mão no tranco da transformação, mas, como tudo na vida, acabou se acostumando.
Por fim, fez algo para si mesma. Sua armadura, antes marcada por rachaduras e cicatrizes de sua primeira batalha, exibia um novo corpo, negro como noite recém-polida, a dando um toque de charme inesperado.
Havia também novos entalhes percorrendo a superfície com um capricho quase ornamental. Curvas, traços e símbolos que fingiam esconder significados profundos. Runas bem desenhadas, alinhadas como se tivessem sido copiadas de algum tomo ancestral ou talvez do caderno de um adolescente que se achava ocultista.
Mas nada daquilo fazia, de fato, absolutamente porra nenhuma.
Ana sabia disso melhor do que ninguém. Sem mana, as runas eram só… riscos bonitos. Atenuavam o visual místico, é verdade. Ajudavam a manter a pose, dava uma certa presença quando precisavam lembrar que estavam lidando com uma rainha mercenária e não com uma sobrevivente teimosa de mais um apocalipse.
Encontrou um certo prazer em vestir algo que parecia ter mais segredos do que ela própria. Mesmo que, no fundo, soubesse que ambos estavam igualmente vazios.
Assim, no final, o resultado do grupo foi funcional. Um pouco desajeitado, um pouco perigoso, mas funcional.
Sem mais palavras, o restante do Ironia Divina também vestiu suas mochilas, conferiram o equipamento pela última vez, ajustaram as roupas amassadas e, com uma promessa silenciosa de retornar algum dia, foram para a plataforma no canto leste de Leviathan.
Tratava-se de um simples, mas grande, aeroporto. Apesar de se encontrar deserto no momento, seus enormes galpões deixavam claro que aeronaves impressionantes haviam passado pelo local. Mesmo sem alma viva à vista, o cheiro de combustível, graxa e vento frio impregnava o lugar com uma sensação de urgência congelada no tempo.
— Vamos ser rápidos e eficientes — disse Ana, quebrando o silêncio com uma voz firme. — Lembrem-se, nossa prioridade é neutralizar o bispo da seita. Tentem cair próximos a mim, não vai sair nada de bom se ficarmos isolados naquele lugar.
Com um último aceno seco, caminharam para a beirada. Estavam prestes a saltar quando Julia, de canto de olho, notou a presença inesperada, também vestindo um paraquedas.
— O que a Natalya tá fazendo aqui? Ela também vai nessa missão? — sussurrou, mas seu sussurro foi ouvido de longe, fazendo a dita mulher rir sarcasticamente.
— Pode chamar de destino, garota — respondeu ela de forma intimidadora, se aproximando com um meio sorriso confiante. — Tenho um trabalho bem próximo do de vocês.
Ana deu te ombros, aceitando a resposta. Felipe a cumprimentou alegremente, mas Ana deu apenas um breve balançar de cabeça em direção a ela. Já tentara criar algum laço com a Colecionadora. Tentativas curtas, educadas, que sempre esbarravam no mesmo muro invisível. Era o olhar. Havia algo nos olhos dela que incomodava Ana de um jeito que não sabia explicar. Algo… errado. Então, até se sentir forte o bastante para ignorar esse incômodo, manteria a distância.
Sem mais delongas, a rainha se jogou no vazio branco das enormes nuvens. O Ironia Divina, pego de surpresa pelo movimento repentino, não hesitou – um após o outro, seguiram seu exemplo, deixando Leviathan para trás.

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