Capítulo 40 - Orgulho Nacionalista
Mandy recuou um passo, os olhos fixos no fenômeno. Nunca vira regeneração sem sangramento, sem gritos.
— Como…?
A notável capacidade regenerativa de Mavie foi sustentada pelo uso de energia positiva, conforme observado por Mandy.
A concentração de Mavie na regeneração deu origem a uma mudança celular. As células lesionadas reagiram prontamente ao impulso de energia positiva, submetendo-se a uma divisão e multiplicação rápidas. Este processo não só fortaleceu os tecidos regenerados, como também reconstituiu com eficiência a estrutura original.
A infusão de energia positiva agiu como um catalisador, reativando os processos biológicos inativos nas células. Mavie tinha a capacidade de direcionar essa energia para o ponto exato em que uma parte do seu corpo havia sido amputada.
— Ach, du kleine Naive1. — Mavie girou os pulsos restaurados. — A energia positiva não repara. Reconstrói. Pense em… hm… um rio. A negatividade tenta represá-lo, controlá-lo. Já a positividade… — Ela estalou os dedos, e um arco de partículas luminosas azuladas surgiu entre eles. — … flui. Adapta-se. Mantém o equilíbrio.
Mandy franziu a testa, os punhos cerrados.
— Tá. E o que te faz a dona desse equilíbrio todo?
A alemã riu.
— A energia positiva favorece quem entende que harmonia não é paz. É hierarquia. Cada célula no lugar certo. Cada função, cumprida. Você poderia aprender, sabe? Nem tudo precisa ser explosões e gritaria.
— Tá bom, Von Ciência. E o que te faz pensar que eu quero ser equilibrada como você?
— Ach, ingrata. Equilíbrio não é virtude. É sobrevivência. O truque é encontrar o equilíbrio certo. — Seus passos ecoaram enquanto circulava a rival. — Mas talvez você prefira a lição prática, e talvez…
Ela parou de repente, os lábios curvando-se em um sorriso que não chegava aos olhos.
— … uma demonstração?
A mulher fez uma reverência dramática, como se a estivesse convidando para um duelo decisivo.
— Vamos ver se sua energia negativa consegue me quebrar.
A luz filtrada pelos vitrais projetava manchas de cor sobre o mármore polido, que iluminava as armaduras medievais e os vasos etruscos, enfileirados como espectros silenciosos.
Foi Mavie quem avançou primeiro, com a ponta da sua lança a cintilar sob os holofotes, mas Mandy já não estava lá. Girou sobre o calcanhar, a katana riscou o ar com um arco prateado onde, segundos antes, a cabeça da rival estivera. A lâmina atingiu um busto de mármore, tendo decepado o nariz de Júlio César.
— Tem medo de mirar direito? — provocou Mavie.
Mandy sorriu logo após desviar-se de um golpe que perfurou o ar a centímetros do seu ombro. Aproveitou o impulso para girar, com a katana de raspagem do cabo da lança até às guardas, enquanto faíscas saltavam do metal.
— Medo é quando você não tem… — Deu um salto para trás, os pés aterrissando sobre uma mesa de exibição de moedas romanas. O vidro estilhaçou-se sob seu peso. — … um plano!
Não houve resposta. Em vez disso, a alemã fendeu o ar com um movimento em semicírculo, que derrubou um pedestal com um vaso Ming.
Mandy saltou, suas botas bateram no ar enquanto o artefacto de 600 anos se partiu em mil pedaços. Mavie usou a poeira como cortina, dando um passo em frente num movimento de fendente para o qual a garota bloqueou com a bainha da katana. O impacto fez eco pela galeria, acordando outros ecos nas abóbadas.
— Bonito truque. — disse, sentindo o suor escorrer pelas têmporas. — Vai pagar a multa por isso?
Foi outra estocada em resposta, desta vez com o intuito de atingir o plexo solar. A agente desviou-se para a esquerda, com a lâmina da lança cravada na moldura de um Monet. A tela rasgou-se com um estrondo gutural, emanando o cheiro acre de tinta a óleo envelhecida.
— Pouco me importo com relíquias. — Mavie puxou a lança de volta, farrapos de tinta presos na ponta. — São só lembretes de que tudo morre.
O momento foi aproveitado por Mandy. Aproximou-se com um tsuki, a katana à procura do espaço entre a clavícula e o pescoço da adversária. Mavie bloqueou com o cabo da lança, pondo o corpo em movimento para chutar um tapete persa sob os pés dela.
A menina cambaleou, mas recuperou o equilíbrio ao apoiar-se numa armadura samurai – a mão esquerda agarrou o kabuto2, enquanto a direita golpeou em kesagiri, golpe diagonal descendente. A lâmina atingiu a lança, forçando Mavie a recuar até colidir com uma estátua.
— Tudo morre? — Mandy sorriu, ofegante. A katana tremia em suas mãos, mas seu tom era estável. — Até você também, né?
De entre as colunas coríntias, ouviu-se um riso rouco de Mavie. Sem aviso, arremessou a lança como se de um dardo se tratasse. Mandy rolou para o lado, a lança enterrada num quadro de Van Gogh.
A katana descia em um shomenuchi perfeito — golpe vertical que partia do alto como um raio prateado. Mandy sentiu a adrenalina queimar suas veias
“Acerta. Acerta agora.”
No entanto, Mavie já estava em movimento. Em vez de procurar uma arma, girou no eixo, inclinando o corpo para trás até os cabelos negros roçarem o chão. A katana passou a centímetros do seu nariz, sem fazer qualquer corte.
Antes que Mandy recuperasse o equilíbrio, Mavie agarrou a ponta da tapeçaria de Bayeux com o pé e puxou-a. O tecido medieval deslizou sob os pés dela, que acabou por escorregar contra uma estátua de Afrodite.
— Dançar no escuro é perigoso. — Mavie disse ao se erguer.
Sem obter resposta, Mandy prosseguiu. Os seus dedos encontraram algo no chão: um fragmento de espelho de um quadro partido. Sem hesitar, refletiu a luz dos holofotes diretamente nos olhos da oponente.
A alemã recuou, momentaneamente cega, e Mandy investiu com um kesagiri desesperado. A katana cortou o ar… e encontrou apenas o tecido do sobretudo, que tinha sido deixado para trás como isca.
— Quer tentar de novo, gracinha? — Mavie sorriu, o joelho pressionando-a pelo estômago contra o mármore.
A saliva que cuspida, tingida de sangue, atingiu o queixo da rival. Esta recuou por um instante, o suficiente. A jovem chutou o pedestal de uma ânfora grega atrás dela, fazendo-a tombar.
O vaso de terracota partiu-se ao chocar com Mavie, a qual ergueu os braços para proteger o rosto. Enquanto isso, a menina rolou para longe para recuperar a katana, mas o tremor nas mãos era visível.
— Você… você não é humana.
Mavie limpou um filete de sangue do lábio.
— Humanidade é uma limitação. — Ergueu a lança, agora manchada de barro e sangue, e apontou para os vitrais acima. — Você vê essas cores? São só luz filtrada por vidro quebrado. Assim como você: bonita, frágil… e obsoleta.
A mulher arremessou farpas de cerâmica como projéteis, colocando Mandy numa posição em que esta teve de se proteger com a katana. Enquanto bloqueava, a alemã escalou uma coluna coríntia, usada como degraus devido aos relevos esculpidos.
De seguida, mergulhou com a lança como um falcão, mas a agente desviou-se para trás de outra armadura samurai, onde a lâmina se cravou no peitoral de metal.
— Correndo para trás de fantasmas.
Mavie puxou a lança, desequilibrando a armadura.
Mandy não respondeu. Seus dedos encontraram algo no chão — um fragmento de espelho de um quadro quebrado. Sem hesitar, refletiu a luz dos holofotes diretamente nos olhos dela. A alemã recuou, momentaneamente cega, e Mandy investiu novamente com um kesagiri desesperado.
A katana cortou o ar… e encontrou apenas o tecido do sobretudo, deixado para trás como isca.
— Xeque. — A voz veio de cima. Ela estava sobre o lustre de cristal, equilibrando-se como uma aranha. — Mas o mate… ah, isso eu guardo para depois.
O coração de Mandy acelerou. Ela não ouvira Mavie subir. Não sentira seu movimento.
“Quando que ela…?”
O tremor começou no subsolo – um rugido surdo que fez os vasos etruscos dançarem nas suas prateleiras. Depois, a explosão.
O chão estremeceu e rachaduras serpenteavam pelo mármore. Mandy pulou para a esquerda, instintivamente, assim que uma coluna de fumaça e estilhaços irrompeu do vão que acabara de ser aberto.
— Não fuja! — Mavie cantarolou.
Entre a névoa cinzenta, a viu surgir como um fantasma, trazendo a lança giratória num moulinet que desviava os detritos como se fossem plumas.
No contato ao chão, novamente, propeliu-se junto à lâmina adiante para que pudesse atingi-la a ponto que viesse a perfurá-la.
Ao movimentar a katana, fez com que o metal das lâminas se encontrasse com o da lança, as raspando uma à outra, numa execução que fez com que a trajetória de sua arma fosse desviada, lhe rendendo momentaneamente a desvantagem.
Em seguida, ela brandiu a espada na diagonal em direção ao tronco da alemã, que se esquivou e se posicionou atrás da adversária, na direção oposta à trajetória da katana.
Surpresa, Mandy se virou e percebeu que Mavie, não muito distante, estava fincando sua lança no chão. Seus olhos se arregalaram em total incredulidade quando, mais uma vez, a alemã avançou rapidamente.
Mavie saltou com o corpo estendido horizontalmente, e seus pés se dirigiram em direção ao rosto da garota, que, instintivamente, cruzou os braços em uma postura defensiva.
No entanto, a força do impacto a derrubou, mantendo-a temporariamente aturdida.
Com um impulso para trás e um retorno perfeito das mãos à haste da lança, Mavie circulou rapidamente antes de se lançar novamente contra Mandy, ainda mais rapidamente e com mais força. Seu golpe, direcionado ao estômago dela, a atingiu duramente.
— Gah!
O chute forte fez com que ela soltasse um gemido aflitivo, deixando-a ciente de sua vulnerabilidade na área do diafragma, principalmente no baço e no fígado, órgãos altamente suscetíveis a danos em situações tão terríveis.
Enquanto isso, Mavie estava empenhada em selar o destino de Mandy, pois sabia que, dentro dos limites sagrados daquela antiga arena, apenas uma poderia reivindicar a vitória.
— A-ah…
A dor latejante e insuportável irrompia no corpo da agente enquanto se segurava, ajoelhando-se com a cabeça baixa, suas mãos firmemente agarradas ao cabo da lâmina, que estava fincada no chão.
Cada respiração era um desafio, mas ela não desistiria facilmente, não importava o quão feroz fosse a batalha.
Mavie assistia a ela com um sorriso amargo nos lábios, examinando cada detalhe das expressões dolorosas e extenuantes dela como se estivesse catalogando uma coleção valiosa.
— Sua atitude é admirável. Essa coragem americana que você ostentou com tanto orgulho está começando a desmoronar. — disse, com uma mistura de escárnio e júbilo, aproveitando cada momento do sofrimento que ela havia infligido. — A dor, a exaustão, a dúvida…
Ela se aproximou e agachou-se à sua frente.
— Tudo isso está pintado nesse seu rostinho.
Seus dedos envolveram o couro cabeludo de Mandy, torcendo-o com um estalo doentio. Um suspiro estrangulado escapou de seus lábios quando sua cabeça foi puxada para cima em uma demonstração de domínio monumental.
— Você se ergueu com a mesma coragem que aqueles que se opunham ao Reich. Mas veja só onde isso a trouxe…
A referência era inconfundível, um lembrete claro dos ideais distorcidos que a motivaram, ressoando com os ecos da história. O sofrimento de Mandy era o emblema ideal, uma metáfora vívida para aqueles que tiveram a audácia de confrontar a autoridade absoluta e foram subjugados por seu poder.
Mavie sentia prazer com isso, como se estivesse vivenciando o triunfo sombrio de uma época em que a força pura e a selvageria eram as únicas moedas de significado.
— Você está sozinha, assim como os inimigos do Führer. Tolos que acreditaram que poderiam derrotar o poder invencível da nova ordem mundial.
A dor, uma pontada de fogo branco, atravessou seu pescoço e crânio, traduzindo-se em uma pulsação que ameaçava dividir sua cabeça em duas. As lágrimas brotaram, embaçando sua visão, enquanto resistia ao impulso primitivo de gritar.
— Mesmo assim, a sua coragem ainda não é suficiente, não é mesmo? Você está toda quebrada e mal consegue ficar de pé. — Mavie inclinou a cabeça, estudando cada detalhe do sofrimento dela. — Admita, não era isso que você esperava quando entrou nessa luta, era?
Ela soltou uma risada debochada, como se o estado de Mandy fosse uma confirmação triunfante de suas próprias expectativas.
— É interessante como as fraquezas escondidas sob a superfície podem emergir tão facilmente. Talvez você deva reconsiderar suas escolhas, sua tentativa fútil de desafiar alguém do meu calibre.
Mavie lançou um olhar dissimulado para a insígnia da U.E.C. que adornava o peito de Mandy.
— Ah, a renomada Unidade Expedicionária de Caça. Imaginava que vocês, agentes, fossem instruídos para suportar condições adversas. Parece que a agência falha em prepará-los para um confronto real. Esses distintivos de honra são inúteis aqui. Qual o valor da fidelidade a uma entidade que não pode assegurar sua proteção?
A expressão de escárnio de Mavie se aprofundou enquanto ela prosseguia com sua zombaria.
— Presumo que todo esse discurso sobre heroísmo e obrigação não passe de palavras vazias. A sua estimada unidade não é tão imponente quanto imaginava, ou talvez você simplesmente não seja tão capaz quanto pensa.
O sorriso de Mavie se transformou em uma paródia grotesca de ternura. Sua mão, como a de um predador saboreando sua presa, deslizou pelo rosto de Mandy em uma carícia lenta e deliberada. O toque demorava uma parte do tempo, explorando de forma cautelosa o medo nos olhos dela.
O prazer no rosto de Mavie não vinha do toque em si, mas do pânico.
— Quebrada, derrotada, e a culpa é toda sua. Você escolheu ser fraca. Isso é apenas uma amostra.
Com uma velocidade que quebrou a tensão como uma corda esticada, Mavie estava de pé. Sua perna se projetou, batendo contra sua bochecha. O barulho doentio de osso contra carne ouviu-se quando a cabeça de Mandy tombou para trás, fazendo com que ela se deitasse.
— Os Estados Unidos… Uma nação que se orgulha de sua grandiosidade, mas onde está essa grandiosidade agora? Talvez devessem aprender com a Alemanha, onde está a verdadeira excelência. Posso falar sobre os campos verdes da Baviera ou as majestosas florestas da Renânia-Palatinado.
Mavie continuou, cada palavra carregada de orgulho nacionalista alemão.
— Essa nação não passa de uma ilusão, uma mentira vendida ao mundo como se fossem o modelo ideal de liberdade e justiça. Mas nós sabemos a verdade. Sabemos o que realmente está por trás dessa fachada. Fraqueza. Decadência. Eles acreditavam que poderiam se opor ao poder do Reich, mas só encontraram seu próprio fim. Assim como você.
Ela fez uma pausa por um momento, como se estivesse saboreando a ironia de suas palavras, antes de continuar:
— É isso que você é. Apenas mais uma tola que acreditou em promessas vazias. Você é uma lembrança viva de que, no fim, todos aqueles que se opõem ao verdadeiro poder são destinados a cair. E cairão.
Mavie inclinou a cabeça, um sorriso torto contornando seus lábios enquanto fitava Mandy com olhos frios como aço.
— Olhe para si mesma. Olhe para seu país. Desfilando por aí como pavões com suas penas cor de dólar. A América, tal grande potência que tanto se vangloria de sua liberdade e democracia, na verdade não passa de um colosso com pés de barro. Esquecem facilmente suas raízes, guerras sujas e seus próprios fracassos.
A mão de Mavie se cerrou em punho, as veias pulsando em seu pescoço.
— Enquanto eles estavam se afogando em seus próprios excessos, nós, verdadeiros arianos, estávamos reconstruindo a pátria. A Alemanha é a verdadeira potência da Europa. Nós conhecemos o verdadeiro significado de poder. Não bombas e mísseis, mas uma raça superior, unida por um ideal comum. A reunificação foi apenas o começo. A prova de que quando um povo de sangue puro se ergue, nada pode detê-lo.
Mandy tentava se afastar, mas Mavie a prendia com o olhar, um predador a espreitar sua presa.
— Com sua democracia fracassada e sociedade multicultural, o país está fadado ao fracasso. Mas nós, por outro lado, estamos destinados a dominar o mundo. A nova ordem mundial será ariana, e aqueles que ousarem se opor a ela serão esmagados.
A cada palavra, Mavie parecia se transformar, sua figura se erguendo imponente, como a encarnação do mal. Mandy, pálida e trêmula, sentia um calafrio percorrer sua espinha.
Mandy, pálida e tremendo, sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Apesar de sua fragilidade, ela se esforçou para se erguer. Sua vontade era firme, mesmo quando seus músculos se opunham ao esforço.
Mavie observou-a com desdém, porém com um vislumbre de compaixão. Ela parecia antecipar uma rendição mais imediata, mas a garota ferida se recusou a ceder de maneira resoluta.
— Você tenta incessantemente, mas nunca desiste. — disse, decepcionada. — Até quando perco, eu me esforço mais do que isso.
Ela andou em direção à lança, que ainda estava fincada no chão, e a retirou.
— É decepcionante duelar com alguém de força de vontade tão insuficiente. Posso dizer que você ainda é apenas uma jovem. Tal inconsequência só poderia vir de alguém assim.
Mavie não era uma pessoa que confiava facilmente, sempre atenta ao risco de se decepcionar. Ela não estava ali para satisfazer as expectativas de ninguém, nem esperava que os outros fizessem isso por ela.
Por outro lado, Mandy permaneceu serena, mesmo diante dos comentários depreciativos de seu oponente. Apesar de seu cansaço evidente, uma chama de resistência brilhava em seus olhos.
— O que tá dizendo… hein?
Mandy levantou-se, se colocando sentada. Ergueu a cabeça alguns centímetros, permitindo que ela a olhasse sob as sobrancelhas.
— Inconsequências são vocês babando as bolas de um velho ditador…
Mavie franziu o cenho, ao mesmo tempo estava um tanto surpresa.
— … que está pouco se fodendo para suas existências.
Mandy demonstrava atrevimento ao proferir palavras que cutucavam-lhe. Ela sabia que não podia permitir que seu único propósito fosse comprometido por uma alemã arrogante.
— Esse papinho de nós… Você tá falando de um bando de malucos que acreditam em qualquer besteira que um pintassilgo falou.
— Um pintassilgo? Interessante escolha de palavras. Mas voltando ao ponto, enquanto vocês se perdiam em suas ideologias ultrapassadas…
— Foda-se, tá bom? — Interrompeu. — É por isso que o mundo tá uma merda. Por causa de gente como você, que vivem no passado, idolatrando um cara que mandou matar milhões de pessoas.
Um breve riso deslizou dos lábios de Mandy, esculpindo um sorriso feroz em seu rosto.
— Vocês criaram um mito para justificar seus crimes. E o pior é que ainda tem gente que acredita nessa palhaçada.
Nos meandros da troca de palavras incisivas, ambas estavam plenamente cientes de que o verdadeiro desafio estava apenas começando, e nenhuma mostrava intenção de recuar; afinal, em um mundo insosso e decadente, cada pessoa era o arquiteto de sua própria odisséia, carregando consigo a força de sua existência.
— Você é só perda de tempo — Mavie se colocou em sua postura de combate com a lança. —, mas se insiste.
E se houvesse uma pitada de desejo de sangue, era esse o caso.
— Vou te mandar pro inferno, piranha nazista.
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