Capítulo 132

Maxi lançou um olhar fulminante para Ursuline.

“Já terminou?”

“Não exatamente”, respondeu o cavaleiro secamente, inclinando-se para oferecer-lhe a mão.

Maxi aceitou a ajuda dele com uma expressão irritada.

Enquanto a ajudava a se levantar, Ursuline acrescentou com firmeza: “Quantas vezes eu já disse para você não desviar o olhar do inimigo? Com certeza mais de cem vezes. Você deve manter os olhos nos ombros e na cabeça do oponente, pronta para recuar a qualquer momento. Suas investidas imprudentes fazem você perder a postura no primeiro contra-ataque. Pelo menos, tente não tropeçar em si mesm—”

“Você já deixou isso bem claro, Sir Ursuline”, disse Maxi irritada, esfregando as nádegas doloridas.

Ursuline, no entanto, parecia determinado a continuar suas críticas. Erguendo uma sobrancelha, sua voz assumiu um tom autoritário. “Foi o que você me disse antes de repetir o mesmo erro. Se você realmente tivesse entendido minhas instruções, não teria tropeçado de novo.”

“Entender algo e colocar em prática são coisas diferentes!”

“A maioria classificaria isso como não entender.”

Pegando sua espada de treino da neve, Maxi lançou um olhar furioso para o cavaleiro, exasperada. Embora não pudesse negar seus reflexos terríveis, as lembranças incessantes de Ursuline começavam a irritá-la.

Apontando sua espada de madeira para o rosto irritantemente impassível dele, ela disse com firmeza: “Eu apenas perdi o equilíbrio. Eu não… farei isso de novo.”

O cavaleiro abriu a boca como se fosse dizer algo, mas parou, balançando a cabeça. Ele levantou sua espada de treino para começar o combate.

Maxi avaliou cuidadosamente a distância entre eles, procurando uma abertura. Em sua mente, vencer o cavaleiro parecia fácil o suficiente, mas seu corpo se recusava a cooperar. Seus golpes eram fracos, e ela vacilava sempre que atacava. Além disso, sempre acabava no chão quando tentava recuar de um golpe.

Pouco depois, Maxi se viu estirada no chão novamente, como um espantalho coberto de neve.

Ursuline olhou para ela com seriedade. “Vou ser honesto, minha senhora. Você não tem absolutamente nenhum talento para a esgrima.”

“Eu sei disso!” gritou Maxi.

O cavaleiro manteve uma expressão séria, como se quisesse enfatizar que estava fazendo uma avaliação objetiva. “Na verdade, você tem dificuldade com qualquer movimento básico dos membros. Simplificando, você não é feita para atividades físicas. Em vez de perder seu tempo com um esforço tão inútil, talvez fosse melhor aprender feitiços ofensivos com o feiticeiro.”

“Você já está desistindo de mim?”

Embora estivesse completamente exausta pela tenacidade de Ursuline Ricaydo, a resignação dele despertou ansiedade nela. Ela se levantou rapidamente e posicionou sua espada de treino como se quisesse provar seu valor.

“Sei que sou uma aluna terrível, mas… vou melhorar com o tempo, eu garanto. Você me ensinou a usar uma adaga, e eu usei esse treinamento para matar um goblin no Planalto de Pamela.”

“Não precisa mentir, minha senhora. Continuarei a ensiná-la enquanto você quiser aprender.”

“Não é mentira! Eu realmente matei um goblin assim!” exclamou Maxi, mergulhando uma adaga imaginária no ar.

Ursuline a olhou com desconfiança, depois balançou a cabeça. “Deve ter sido um monstro desajeitado”, murmurou para si mesmo.

O cavaleiro prontamente fechou os lábios diante do olhar assassino dela.

Profundamente irritada, Maxi sibilou entre os dentes cerrados: “Não precisa se forçar a me ensinar! Eu preferiria… aprender com Riftan de qualquer maneira.”

“O comandante não terá tempo até que as preparações para a campanha estejam concluídas”, respondeu Ursuline com um leve tom de inquietação. “As coisas parecem estar mais sérias do que esperávamos. Ele está trabalhando ativamente para impedir que a Aliança do Norte assuma o controle do exército da coalizão.”

O rosto de Maxi escureceu com a notícia inesperada. “Isso significa que… Richard Breston pode se tornar o comandante supremo desta vez?”

“No pior dos casos, sim”, admitiu o cavaleiro, com o olhar fixo na capela principal onde o Conselho dos Sete Reinos se reunia. “Como a igreja não pode negar a responsabilidade pela situação atual, a Aliança do Norte está usando isso como pretexto para tirar dos Cavaleiros do Templo o comando e nomear Richard Breston como comandante do exército da coalizão. Se eles conseguirem… isso será um perigo para os exércitos de qualquer reino a favor do armistício. Ele provavelmente tentará eliminar uma grande parte de suas forças. O comandante tem tentado impedir que isso aconteça.”

“O que… ele pretende fazer?”

“O que mais?” Ursuline respondeu, dando de ombros. “Ele terá que reivindicar a posição para si. O rei Reuben já o nomeou comandante do exército de Wedon. Com o apoio da coroa, não será muito difícil para ele superar Breston.”

A preocupação atravessou o rosto de Maxi ao se lembrar das zombarias descaradas dos nortistas em relação ao marido por sua origem humilde. Embora Riftan fosse indiscutivelmente o maior cavaleiro do reino, Maxi não duvidava que os nobres conservadores do norte o difamariam por sua baixa origem. Além disso, Riftan ainda não havia recebido um título nobre oficial.

Até Maxi sabia que era sem precedentes para um simples cavaleiro vassalo assumir o comando de um exército de dezenas de milhares. Será que o apoio real de Wedon seria suficiente para garantir a Riftan o posto de comandante supremo do exército da coalizão?

Percebendo que Maxi estava se afundando em preocupações, Ursuline interveio: “Sugiro que você se concentre em si mesma por enquanto, minha senhora. Se Sir Riftan conseguir assumir o comando do exército hoje, os Dragões Brancos estarão na linha de frente. Embora seja improvável que você enfrente o inimigo diretamente…”

O cavaleiro hesitou, como se não tivesse certeza. Ele a observou com inquietação por um momento antes de continuar gravemente: “Certamente ajudaria saber uma técnica ou duas.”

Embora sua atitude resoluta a irritasse, Maxi prontamente preparou sua espada de madeira. Continuaram o treinamento básico de esgrima por mais duas horas. Apesar da força física e da resistência que adquiriu após meses de campanha, ela lutava para acompanhar os exercícios extenuantes. Sua habilidade permanecia no nível de uma criança balançando um pedaço de pau.

Exausta e desanimada, Maxi saiu do campo de treinamento. Não esperava se tornar uma espadachim habilidosa da noite para o dia, mas também não esperava que fosse tão desastroso.

Esfregando as nádegas doloridas e os pulsos doloridos, ela atravessou os vastos terrenos. Por toda parte, soldados carregavam bagagens, desviando das fileiras de carroças que preenchiam o espaço entre a capela principal e a entrada da basílica. Ela correu através da confusão, decidida a pedir a Ruth que lançasse um feitiço restaurador nela.

Quando se aproximou do alojamento dos Dragões Brancos, avistou Riftan retornando com alguns de seus homens. Ela correu alegremente em sua direção.

“Riftan!”

Um leve sorriso apareceu no rosto impassível dele ao vê-la, e Maxi sentiu sua fadiga desaparecer instantaneamente.

Aparentemente retornando do Conselho, ele estava vestido com o uniforme cerimonial dos Dragões Brancos. Apesar de não ter nenhum enfeite de seda ou penas preferido por outros nobres, ele exalava uma aura digna com um simples manto azul e ombreiras com seu brasão de cavaleiro.

Maxi olhou para ele orgulhosamente antes de se esticar nas pontas dos pés para dar um beijo leve em seu queixo liso.

“Como foi o Conselho? Espero que não tenham sido muito duros.”

“Maxi… não sou uma criança que teme ser excluída”, Riftan respondeu com um resmungo incrédulo.

Embora ele realmente parecesse achar sua preocupação ridícula, o calor em seus olhos negros sugeria que ele apreciava a atenção. Após beijar levemente sua bochecha, ele removeu a luva para acariciar seu pescoço gelado.

“Vejo que você esteve treinando.”

“Sim, estive praticando”, respondeu Maxi como uma criança buscando elogios.

Uma expressão peculiar, nem sorriso, nem carranca, passou brevemente pelo rosto de Riftan. Inclinando a cabeça para indicar que seus subordinados sorridentes deveriam sair, ele envolveu um braço ao redor dos ombros dela e entrou no alojamento. Atravessaram o salão de jantar lotado e subiram as escadas.

“Sinto muito por não poder treiná-la eu mesmo”, ele disse. “Parece que não consigo encontrar tempo.”

“Está tudo bem! Eu sei que você está ocupado”, Maxi o tranquilizou apressadamente.

Embora sentisse um toque de decepção, também estava aliviada por ele ser poupado de ver seu desempenho patético.

Forçando uma risada, ela acrescentou: “Sir Ursuline tem sido um excelente mentor… então você não precisa se preocupar com meu treinamento. Mais importante… como foi o Conselho hoje? Ouvi dizer que você está competindo com Richard Breston pelo título de comandante supremo.”

Entrando em seu quarto privado, Riftan respondeu sem rodeios enquanto acendia a lareira: “O Rei de Livadon escolheu me apoiar, então acho que as chances estão a meu favor. Seu primeiro parceiro de dança se mostrou útil.”

Maxi revirou os olhos diante do comentário sarcástico dele. Ele claramente pretendia usar isso contra ela por um bom tempo.

Reprimindo um suspiro, ela respondeu com indiferença deliberada: “Que gentil da parte dele. Parece que ambos estamos em dívida com Sir Sejuleu.”

Riftan a encarou, depois soltou um resmungo. Ele se endireitou. “Prefiro não discutir sobre aquele desgraçado”, disse ele, claramente descontente. “Aqui, veja se consegue segurar isto.”

Ele desatou a espada de seu cinto e a estendeu para ela.

“É minha?” ela perguntou, com os olhos brilhando de expectativa.

“É. Esta deve ser muito mais leve que a última.”

Quando ela segurou o cabo com ambas as mãos, Riftan removeu a bainha, revelando uma lâmina esguia e reluzente. Maxi só conseguia olhar para ela maravilhada. A lâmina era tão afiada que ela temia que apenas olhar para ela fosse perfurar seus olhos.

“Não é pesada?”

Maxi balançou a cabeça. “É surpreendentemente leve.”

“Agora, experimente.”