Índice de Capítulo

    Maxi franziu os olhos.

    Quando ela não se manifestou, Riftan disse impacientemente: “Sua resposta?”

    Ela encarou as botas de bico grosso dele antes de perguntar calmamente: “Quantos cavaleiros… você vai enviar?”

    “Cerca de cinquenta.” Um alívio passou pelo rosto dele, erroneamente interpretando a pergunta dela como consentimento. “Charon irá com você, e eu vou contratar uma criada para acompanhá-la durante a jornada.”

    “Obrigada… mas terei que recusar. Não vou voltar”, respondeu Maxi suavemente.

    Ela arrancou os livros das mãos dele.

    A sobrancelha de Riftan tremeu. Ele se aproximou, sua voz baixando. “O que disse?”

    “Eu… eu não vou voltar.”

    Segurando os livros contra o peito, ela deu um passo para trás.

    Ela viu o maxilar dele se contrair. Antes que ele pudesse dizer alguma coisa, ela continuou rapidamente: “F-Faz sentido para você dividir seus homens em um momento desses? Sim, o exército real está vindo… mas esses cavaleiros não são leais a você. Você deveria estar consolidando mais homens sob seu comando, não—”

    Ele bufou. “Está tentando me instruir em assuntos militares?”1

    O olhar que ele lançou para ela, combinado com a maneira imperiosa como falava, o fazia parecer irritantemente arrogante.

    Maxi ergueu o queixo. “Visto que você está planejando enviar cavaleiros experientes embora enquanto nos preparamos para a guerra… pensei que precisasse do conselho.”

    Seus olhos se inflamaram de raiva. “Eu não preciso do seu conselho”, rosnou ele.

    Ela se sentiu uma tola por ter esperado tanto para falar com ele. Virando as costas, saiu pela porta e pelo corredor, deixando-o na biblioteca. Mas, como logo descobriu, seus passos não eram páreo para as pernas longas dele.

    “Essa é sua resposta ao meu humilde pedido?”

    Ele seguiu ao lado dela.

    “H-Humilde?” Maxi olhou para ele com incredulidade, cerrando os dentes. “H-H-Humilde, senhor? Você claramente não sabe o significado da palavra!”

    “Ótimo! Então, eu comando. Volte para Anatol!”

    “Eu me recuso!”, ela gritou.

    Servos passando pelo corredor pararam para assistir curiosos, mas Maxi estava tão irritada que não se importou com as aparências. Ela o encarou desafiadoramente e continuou marchando.

    Riftan, alguns passos atrás, fez uma ameaça sutil.

    “Eu sou seu marido.”

    “I-Isso é surpreendente”, disse Maxi, fungando. Ela aumentou o passo. “Eu pensei que você tinha esquecido.”

    “O que isso quer dizer?”

    “O-Que você acha?”

    Ela ergueu o queixo altivamente, encarando-o.

    “Eu não estou com vontade de brincar de jogos de palavras com você”, ele disse entre dentes cerrados.

    “Então… não há nada para conversarmos!”

    Ela quase corria pelo corredor naquele momento. Riftan agarrou seu braço, fazendo com que todos os livros, exceto um, caíssem no chão. Eles não deram uma segunda olhada na bagunça. Ele a encurralou em um canto, colocando uma mão na parede ao lado de sua cabeça, bloqueando sua fuga.

    “Você não tem a intenção de me ouvir, não é? Você sempre tem que ter do seu jeito.”

    “É você quem se recusa a me ouvir!”, Maxi gritou.

    Ela tentou empurrá-lo com força, mas ele não se moveu. Isso só a enfureceu mais. Uma parede de tijolos era mais maleável do que este homem.

    “Pelo menos eu queria discutir com você! Mas você… nem tenta levar meus pensamentos em consideração! Apesar de eu ter dito inúmeras vezes… o quanto me preocupo com você… v-você nunca ouve! Minhas palavras não significam nada para você… não é?”

    O rosto de Riftan ficou vermelho-escuro. Ele abriu bem a boca, pronto para retrucar, mas fechou novamente ao ver lágrimas brilhando nos olhos dela. Um gemido ressoou em sua garganta.

    “Não é assim. Eu… estou preocupado que o passado se repita. Nunca quero ver você machucada.” Seus olhos nublaram. “Eu ficaria louco se algo assim acontecesse de novo.”

    “Eu… não sabia… nada de guerra naquela época”, murmurou Maxi.

    Seus ombros afundaram conforme memórias do passado voltavam.

    “Eu sei que você está preocupado comigo”, disse ela cuidadosamente, pacificada um pouco. “Mas… não posso deixar você fazer um sacrifício desses. Pelo menos… deixe-me ficar aqui. Assim… você não precisará enviar tantos cavaleiros para me proteger.”

    “Isso não é uma opção!” Riftan berrou sem aviso prévio.

    Maxi olhou para ele em choque. Ela considerara isso um grande sacrifício de sua parte, então ficou surpresa com sua resposta calorosa.

    Ele a encarou. Então, com voz carregada de frustração, disse firmemente: “Não vou deixar você aqui. Você já esqueceu o que aconteceu da última vez? Existem magos enlouquecidos por aí criando monstros mortos-vivos! Como posso deixar você aqui sabendo disso?”

    Maxi olhou para ele com esperança. “Então, a única opção é… eu ir com você.”

    Seu rosto se contorceu visivelmente. Esfregando a testa como se quisesse afastar uma dor de cabeça, ele cuspiu as palavras com firmeza.

    “Volte para Anatol.”

    “Se eu fizer isso… realmente trará paz à sua mente?” ela disse suavemente. “Você não acha… que a jornada de volta seria mais perigosa? Mesmo quando eu estava viajando com os Cavaleiros do Templo, o caminho para Anatol era traiçoeiro.”

    Seu coração pulou de alegria ao vê-lo hesitar.

    “Estar entre milhares de soldados experientes pode ser a escolha mais segura”, continuou ela. “E… você provavelmente se sentiria mais à vontade se eu ficasse à vista.”

    O mesmo se aplicava a ela também. Ela recordou sua extrema ansiedade quando Riftan não retornou da missão de reconhecimento. Agora que tinha experimentado aquele terrível sentimento de seu coração encolhendo no peito, a ideia de viver nesse estado por meses era angustiante. Naquele momento, ela decidiu ir com Riftan, não importa o que acontecesse.

    “Se isso te preocupa tanto… prometo nunca me aproximar da linha de frente. E-Eu ajudarei o esforço de guerra da retaguarda como parte da unidade médica.”

    Os lábios de Riftan se apertaram em uma linha fina. Ele pareceu considerar por um segundo. Então ele disse bruscamente: “Não, chega de discussões. Qualquer lugar seria mais seguro do que o campo de batalha. Eu não vou te levar comigo para aquele inferno.”

    “Eu também… não posso permitir que você vá para a guerra com pouco mais de cem cavaleiros.”

    Irritada por sua recusa obstinada em fazer concessões, Maxi lhe lançou um olhar gelado.

    Os tendões incharam de seu pescoço tenso. Sua voz caiu para um rosnado perigoso. “E como exatamente você pretende me impedir?”

    Algo dentro dela se rompeu. Ela jogou o livro em suas mãos com toda a força. A espinha bateu diretamente no queixo dele, e ele deu um passo para trás, amaldiçoando. Ainda muito zangada para sentir pena, ela continuou a raiva, sem se importar se alguém estivesse observando.

    “Está bem! Vá em frente, faça o que quiser! P-Porque eu farei o mesmo!”

    “Maldição, Maxi—”

    “S-Solte-me!”

    Ela arrancou o braço dele de seu aperto e fugiu pelo corredor.


    O próximo passo imediato de Maxi foi procurar por Calto e informá-lo de sua decisão de se juntar ao exército da coalizão. Calto aceitou com prazer. Como se constatou, Anette, Miriam e Armin já tinham se voluntariado.

    Maxi olhou surpresa para Armin Dolph. Ela sabia o motivo de Anette, mas havia assumido que Armin escolheria voltar para Nornui. Como se percebesse a pergunta em seu olhar, Armin deu de ombros.

    “Sou um artesão tanto quanto sou um mago. Esta é uma oportunidade única de ver todos os tipos de armas de cerco e muito mais em ação.”

    Maxi entendeu completamente. Seja no Castelo Calypse ou Eth Lene, Armin passava a maior parte do tempo na forja. Também não era incomum encontrá-lo interessado nas armas dos cavaleiros. O que foi mais surpreendente, porém, foi a decisão de Sidina de ficar para trás. Apesar das tentativas incessantes de Geoffrey em persuadi-la, ela estava firme.

    “Quero ficar aqui e traduzir esses registros. Acho essa tarefa muito mais interessante no momento”, explicou Sidina, apontando para a pilha de pergaminhos na mesa. Sua determinação de ferro obrigou Geoffrey a recuar.

    Ela não estava sozinha em sua decisão de permanecer no Castelo Eth Lene. Um total de cinco pessoas, incluindo Royald, Joel, Kiel e Elena, optaram por não ir. Um dos magos de Urd também escolheu ficar para trás por necessidade, pois precisariam de alguém para coordenar a entrega dos registros para a Torre dos Magos.

    “Vamos ver… isso significa que treze magos estão partindo para o Planalto Pamela.”

    “Já contatamos os magos livres no norte, então cerca de vinte mais devem responder, se tivermos sorte”, disse Anton. Havia menos voluntários do que ele esperava, e ele parecia um tanto desanimado.

    “Fico feliz que tenha decidido se juntar”, continuou ele. “Magos da terra são raros, então suas habilidades serão inestimáveis.”

    “Como deixei claro várias vezes, pretendo ficar longe de qualquer luta”, disse Anette com desdém.

    Havia poucos feitiços ofensivos baseados na terra, e nenhum deles era particularmente forte. Era um conjunto de habilidades totalmente inadequado contra monstros com habilidades regenerativas surpreendentes.

    É claro que Anton estava ciente disso. Ele deu um sorriso amargo para Anette. “De fato, mas não importa. Vocês magos da terra são adeptos em reparar dispositivos mágicos, sem mencionar talentosos em magia defensiva.”

    Anette espelhou seu sorriso com um leve ar de superioridade.

    Com os magos participantes agora confirmados, eles mergulharam nas preparações para a guerra. A baixa concentração de mana no Planalto significava que aqueles na unidade ofensiva precisariam de algo para amplificar sua magia. Enquanto trabalhavam para resolver esse problema, Maxi e Anette adquiriram vários equipamentos médicos.

    A maioria dos suprimentos era de origem do sul. Tendo aprendido desde cedo que curar apenas com magia era grosseiramente insuficiente, Maxi estudou vários métodos de tratamento durante seu tempo na Torre dos Magos. Com a ajuda de Sejuleu Aren, ela agora adquiriu grandes quantidades de álcool e linho limpo para lavagem e curativos de ferimentos. Outros equipamentos incluíam ferramentas para suturar lacerações, como agulhas, linha, tesouras e pinças.

    Embora ela encontrasse Riftan várias vezes, o ignorou completamente. Riftan também começou a ignorá-la depois de descobrir que ela tinha se alistado. Uma tempestade se formava sempre que estavam no mesmo lugar, e a atmosfera pesada parecia surpreender até mesmo Sejuleu. O comandante de Livadon havia começado a pisar com cuidado sempre que estava perto deles.

    Os dias passaram dessa maneira, e eventualmente o exército da coalizão chegou ao Castelo Eth Lene. Maxi estava fazendo remédios de emergência na enfermaria do campo de treinamento quando ouviu o estrondo de um kopel. Colocando a cabeça para fora da janela, viu fileiras e mais fileiras de soldados entrando pelos portões do castelo. Um par de estandartes flutuava sobre eles — o brasão de Wedon, um pássaro branco, e ao lado, o Exército Real de Livadon.

    1. cada vez que esse homem fictício abre a boca, o meu olho arregala mais[]
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