Capítulo 89
“Respire fundo. Devagar, agora. Isso mesmo…”
Maxi sentiu como se estivesse se afogando. Deitada encolhida, ofegante, ela sentiu alguém acariciar gentilmente suas costas.
Seus ombros tremiam, e ela mal conseguiu abrir seus olhos secos. A visão familiar de seu quarto iluminado por luzes alaranjadas cintilantes gradualmente se tornava nítida. Confusa, ela fixou seu olhar no canto escuro do quarto por um tempo.
Uma onda de náusea a atingiu. Ela gemeu e se contorceu de dor, e a pessoa que a segurava colocou uma tigela de latão fria em seus lábios.
“Se sentir vontade de vomitar, faça isso.”
Maxi olhou para Riftan, com lágrimas nos olhos e viu seu rosto pálido.
“A tontura é por causa da falta de mana. Você vai se sentir melhor depois de vomitar.”
Desesperadamente segurando o impulso de vomitar, Maxi afastou o peito dele com as mãos trêmulas.
“P-Por favor… c-cha-chame Ludis…”
“Está tudo bem. Vai em frente.”
Maxi cobriu a boca e sacudiu a cabeça. Lágrimas escorriam por suas bochechas, e seu estômago se retorcia de dor, mas ela não queria mostrar a ele uma cena tão desagradável novamente.
“E-Eu quero…”
Ela se contorceu para se libertar de seus braços. Riftan jogou a tigela de lado e a puxou para seu peito, segurando-a firmemente. Maxi sacudiu a cabeça e tentou escapar novamente, mas seus braços não se moveram.
Segurando seu queixo, Riftan inseriu dois dedos em sua boca e pressionou suavemente a parte de trás de sua língua. Maxi acabou vomitando bile pegajosa em seu peito. Ela tremeu enquanto tossia, e suas bochechas estavam molhadas de lágrimas.
“Shhh… está tudo bem.”
Riftan balançava Maxi em seus braços enquanto batia em suas costas, como se estivesse consolando uma criança. Maxi fungou envergonhada, as bordas de sua boca ainda molhadas com saliva. Não só seu rosto estava pegajoso com fluidos pungentes, mas também as mãos e as roupas de Riftan.
“Não chore”, murmurou Riftan sobre a cabeça dela, limpando seu rosto com sua manga limpa.
Sua expressão grave parecia em contraste com suas ações gentis. Com a boca pressionada em uma linha apertada, ele soltou as tiras de seu vestido e puxou seu vestido sujo sobre a cabeça antes de tirar sua túnica. Maxi se encolheu em uma bola ao sentir o ar frio em seu corpo.
Riftan rapidamente a puxou novamente e acariciou suas costas. Procurando calor, Maxi se enroscou mais profundamente em seu abraço. Ela pressionou os seios contra seu peito musculoso e entrelaçou as pernas em seus longos membros.
“Maldição…”
Um rubor queimante tingiu as bochechas de Riftan, e Maxi viu gotas de suor em sua testa. Seu corpo, pressionado contra o dela, estava quente como ferro aquecido enquanto seu coração batia alto sob sua bochecha. No entanto, as mãos que a cuidavam eram firmes.
Maxi estava caída em seu ombro enquanto ele limpava seu rosto com uma toalha e tirava os grampos de seu cabelo emaranhado. Ela fez o melhor para pensar com clareza.
Quando ela tinha voltado para o castelo? E e aquele monstro colossal? Quando suas memórias antes de desmaiar vieram à tona, seu corpo começou a tremer incontrolavelmente.
“Você está gelada.”
Riftan acariciava inquieto com sua mão quente, mas logo a pegou como se achasse que isso não seria suficiente e a levou para a banheira em frente à lareira.
Ele a abaixou na água morna. Abraçando os joelhos, Maxi sentou ali esperando o calor penetrar em seu corpo. Mesmo assim, o frio ainda a envolvia.
“P-Por que… m-meu corpo…”
“A falta de mana induz a mesma reação que a perda de sangue. Faz sua temperatura cair e causa tontura”, murmurou Riftan, pegando água com a mão e deixando-a escorrer pelo ombro dela.
“Não posso acreditar que aquele maldito pestinha não tenha te avisado sobre isso. Mas então, eu suponho que ele também não pensou que você faria algo tão imprudente.”
Havia uma repreensão afiada misturada em sua voz. Ela ergueu o olhar para estudar sua expressão e viu uma raiva contida queimando em seus olhos negros. Seu pomo-de-adão subia e descia enquanto ele engolia em seco, aparentemente tentando suprimir sua emoção.
Removendo suas calças, ele entrou atrás dela.
“Compartilhar calor corporal deveria te ajudar a se sentir mais quente.”
Com isso, ele a ergueu para suas coxas firmes e envolveu os braços em volta de sua cintura. Embora ela sentisse sua masculinidade crescendo tão duro quanto ferro sob suas nádegas, sua pele quente era uma tentação que simplesmente não conseguia recusar.
Ela se agarrou a ele como um pintinho se aninhando sob uma galinha. Riftan inspirou profundamente. Com mãos levemente trêmulas, ele começou a massagear seus membros rígidos.
Maxi permitiu entorpecidamente que ele cuidasse dela. Como Riftan havia explicado, ela se sentia tonta, e um arrepio percorria todo o seu corpo. Ela se sentia como se tivesse envelhecido cem anos.
“Tente suportar mesmo que esteja desconfortável.”
Riftan continuou a esfregar seu corpo até que sua pele ficasse corada. Quando a água esfriou, ele a tirou da banheira. Maxi cambaleou quando ele a colocou de pé. Apoiada nele, permitiu-se ser envolvida por uma toalha e secada rapidamente, depois desajeitadamente ajudada a vestir uma camisola.
“Você deveria beber água mesmo que se sinta enjoada.”
Riftan trouxe uma xícara aos lábios dela, e Maxi mal conseguiu dar um gole. Quando a água morna entrou em seu estômago contraído, o rosto de Maxi ficou amarelo, e ela vomitou mais uma vez.
Ela teria sujado a si mesma novamente se Riftan não tivesse sido rápido o suficiente para pegar o vômito em suas mãos. Ofegante, Maxi encarou vagamente as palmas de suas mãos. Ele não mostrava nenhum sinal de repulsa enquanto limpava sua bagunça com uma toalha antes de limpar meticulosamente sua boca também. Maxi estava tão envergonhada que as lágrimas começaram a escorrer por suas bochechas novamente.
“Me desculpe. Não foi minha intenção te deixar doente,” sussurrou Riftan, beijando sua testa. Evidentemente, ele interpretou mal suas lágrimas como uma expressão de dor.
As lágrimas continuaram a cair enquanto seu corpo tremia, e ela começou a soluçar com todo o coração.
Quando finalmente se acalmou, ocorreu-lhe que Riftan também devia estar completamente exausto. Ele tinha lutado contra monstros tão aterrorizantes; ele também devia precisar de descanso tanto quanto ela.
Maxi se afastou e mal conseguiu abrir a boca. “M-Me desculpe por te incomodar. E-Eu estou… bem agora. Você deveria… descansar agora…”
Raiva piscou nos olhos de Riftan. “Você pode estar bem, mas eu não estou.”
Sua voz tremia ligeiramente como se estivesse contendo emoções.
“Você nunca vai saber como eu me senti quando te vi inconsciente no chão.”
Seu rosto se contorceu de dor, e ele esfregou as mãos com força como se estivesse tentando suprimir sua raiva.
“Pare de se preocupar com coisas desnecessárias e vá dormir. Você está péssima.”
Ele cobriu seus olhos com a mão, e assim que a escuridão encheu sua visão, o sono a inundou. Maxi ficou mole como uma boneca quebrada. Enquanto ela lentamente adormecia, sentiu Riftan esfregando laboriosamente seus pés gelados e panturrilhas rígidas.
Ela teve a sensação de que ele continuaria fazendo isso a noite toda se ela não o detivesse, mas ela se sentia tão exausta que mal conseguia formular as palavras. Logo caiu em um sono profundo.
O sol estava brilhante na manhã seguinte, e Maxi lutou para abrir os olhos. Sua visão embaçada se focou ao redor do quarto. Para sua surpresa, não estava sozinha como tinha previsto; Riftan estava dormindo ao seu lado.
Maxi prendeu a respiração por um momento enquanto o observava. Seu cabelo preto liso e desalinhado formava um halo ao redor de sua cabeça. Vê-lo tão indefeso fez um calafrio intenso percorrer a espinha de Maxi.
Ela olhou para cima para contemplar seus cílios negros que lançavam sombras contra suas maçãs do rosto. Eles a lembraram de asas de borboleta. Quando inconscientemente levantou a mão para tocá-los, os olhos de Riftan se abriram rapidamente. Surpreendida, Maxi retirou apressadamente a mão.
“E-Eu me desculpo. E-Eu não q-quis te acordar.”
Riftan piscou, seus olhos aturdidos e pesados de sono, antes de se sentar rapidamente para estudar o rosto dela.
“Como você está se sentindo? Ainda está tonta?”
“N-Não, eu estou bem agora.”
Ele passou a mão pela testa e nuca dela, e quando confirmou que seu corpo estava mais quente, pegou a chaleira na mesa de cabeceira e encheu uma xícara com água.
“Você acha que consegue beber isso?”
Quando ela assentiu, Riftan apoiou seus ombros enquanto a ajudava a se levantar e colocava a xícara contra seus lábios. Maxi saciou seus lábios ressequidos com a água morna e suspirou de alívio.
“O-Obrigada.”
“Se você acha que consegue comer, vou mandar as servas prepararem uma sopa leve, e…” ele se interrompeu, olhando para os seios brancos dela visíveis sob o camisola mal ajustada. “Também mandarei trazer uma troca de roupas para você.”
Corando, Maxi rapidamente se cobriu com o cobertor. Embora ele a tivesse visto nua inúmeras vezes, sempre se sentia envergonhada quando ele a olhava assim.
Depois de observar silenciosamente sua reação envergonhada, Riftan saiu da cama e colocou suas calças. Em seguida, chamou uma criada e instruiu-a a trazer algo para Maxi comer, junto com uma troca de roupas.
Enquanto ele fazia isso, Maxi se sentou apoiada em um travesseiro e tentou arrumar seu cabelo desgrenhado. Embora ainda se sentisse sem energia e com uma dor de cabeça latejante, não estava tão tonta quanto na noite anterior. Seus ombros relaxaram aliviados. Realmente tinha sido uma experiência horrível.
“Você deveria deitar.”
“E-Eu me sinto bem agora.”
Maxi se enrolou no cobertor e tentou se levantar, seu corpo oscilando. Riftan se aproximou da cama e a deteve.
“Eu disse para você ficar na cama.”
“E-Eu estou bem—”
“Pare de me dizer que está bem! Estou cansado disso!”
Maxi recuou com o repentino desabafo dele. Riftan a segurou pelos ombros e a forçou de volta para a cama.
“Estou fazendo o meu melhor para não perder a paciência, então não teste minha tolerância.”
“E-Eu peço desculpas por te incomodar. Eu não sabia… que usar magia poderia ser tão exaustivo.”
“Você acha que estou com raiva porque me senti sobrecarregado?” ele murmurou, sua voz suave, mas sombria. Seu aperto nos ombros dela se intensificou.
“Você sequer entende o que poderia ter acontecido? Se eu tivesse chegado um momento depois, você poderia ter se machucado gravemente! Se tivesse azar, você poderia ter—”
Incapaz de terminar a frase, ele se interrompeu e apertou a mandíbula.
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