Índice de Capítulo

    Seu pai se virou e o olhou com um ar curioso. Quando Ursuline falou, sua voz estava mais firme do que nunca.

    “Eu gostaria de me juntar aos Dragões Brancos.”

    Os cavaleiros estavam carregando suas bagagens nas selas quando pararam para olhar para Ursuline, todos com expressões preocupadas. Ursuline ergueu o queixo teimosamente.

    “Já tenho a permissão do meu pai,” afirmou com firmeza, antes de lançar um olhar furtivo para Riftan, que estava a uma curta distância.

    Riftan franziu a testa, claramente surpreso por Ursuline ter seguido seu conselho dessa forma. Parecia confuso sobre o motivo pelo qual o jovem nobre escolheria se juntar a um grupo de cavaleiros errantes em vez de assumir o título de conde.

    Ursuline se voltou novamente para Evan Triton.

    “Ao menos me diga por que estou sendo recusado.”

    “Bem, isso é um pouco complicado,” Triton suspirou, coçando a parte de trás da cabeça. “Devo confessar que os Dragões Brancos não são nada como os Cavaleiros Reais de Wedon. Nós raramente ficamos em um só lugar, e nossos dias são passados lutando contra monstros ou no meio de disputas. Se você se juntar a nós, não espere ficar escoltando a realeza ou servindo aos nobres importantes.”

    “Não escolhi o caminho de cavaleiro para fazer pose,” Ursuline respondeu com firmeza. “Ouvi o suficiente sobre suas façanhas para saber do que vocês são capazes. Não estou entrando nisso de olhos fechados. Ainda assim, desejo me tornar um Cavaleiro dos Dragões Brancos.”

    “Talvez pudéssemos colocá-lo à prova?” interrompeu um homem robusto, que se aproximava por trás de Evan Triton.

    Era Hebaron Nirtha. Ele acariciava sua barba espessa, com um sorriso travesso nos lábios. “Dê-lhe uma lição, e ele pode acabar desistindo.”

    Ursuline lançou um olhar fulminante para o homem musculoso, que fez de conta que estava assobiando.

    “Parece que pelo menos ele tem coragem.”

    Ursuline optou por não responder.

    Hebaron Nirtha coçou o queixo, pensativo, antes de se virar e gritar para seus companheiros: “Ei, quem quer testar ele?”

    “Você sugeriu primeiro, Sir Nirtha,” retrucou um cavaleiro jovem e ágil.

    “Olha a diferença de tamanho,” Hebaron respondeu. “O que você espera que eu faça com esse garoto magricela?”

    “Você vai se sair bem,” Ursuline disse, frio. “Eu posso te enfrentar.”

    “Você pode me enfrentar, é?”

    “Tem medo de ser humilhado?”

    Hebaron deu uma risada. “Você tem coragem, pelo menos isso.”

    Ursuline olhou-o desafiadoramente, sem dizer mais nada.

    Hebaron coçou o pescoço e então começou a caminhar. Com um movimento de queixo, indicou uma área aberta próxima.

    “Tá bom. Vou te dar essa chance.”

    Ursuline o seguiu. Assim que o homem se posicionou a uma curta distância, ele puxou sua enorme claymore com uma mão — uma visão imponente.

    Ao lado dele, Ursuline quase se sentiu um anão diante de um gigante. Cada fibra de seu corpo se agitou quando puxou sua espada da cintura.

    “Bom, vem me enfrentar,” Hebaron falou com desinteresse, olhando para o jovem nobre.

    Sem hesitar, Ursuline avançou. Quase imediatamente, um estrondo alto soou quando Hebaron mal conseguiu bloquear o golpe a tempo. Seus olhos se arregalaram de surpresa. Se tivesse reagido um segundo depois, o combate teria acabado.

    O cavaleiro robusto soltou uma risada. “Estou impressionado.”

    Ursuline não perdeu tempo e retomou o ataque. Apesar de seu tamanho, Hebaron era surpreendentemente ágil, esquivando-se de golpes altos e mirando com precisão nas brechas da defesa de Ursuline.

    Quando a lâmina de Hebaron se dirigiu a ele, Ursuline conseguiu desviar no último momento. O impacto pesado atravessou seu pulso, cotovelo e ombro como um raio. A força do cavaleiro era formidável.

    Ursuline apertou os dentes e deu um passo para trás. Hebaron, no entanto, não lhe deu espaço para respirar. Ele o perseguiu implacavelmente, balançando sua claymore. Após desviar por pouco de um ataque, Ursuline imediatamente contra-atacou. Hebaron virou o corpo rapidamente, mas Ursuline conseguiu deixar um pequeno arranhão na bochecha coberta de barba do homem.

    Sua breve sensação de triunfo foi efêmera. Algo no comportamento do oponente mudou; os olhos do gigante brilharam com malícia quando ele balançou sua claymore de forma diagonal. Nesse momento preciso, Evan Triton pulou na frente e bloqueou o ataque.

    “O que você está fazendo? Estava ficando interessante!” Hebaron resmungou.

    “Isso é o suficiente,” Triton disse com firmeza, seus olhos afiados fixos em Ursuline.

    Ursuline controlou a respiração enquanto encarava o olhar penetrante do visconde.

    “Bom, devo dizer, você me surpreendeu,” Triton falou. “Seu pai nunca mencionou nada sobre isso.”

    Ursuline sorriu amargamente. Seu pai nunca lhe reconheceu. O Conde Ricaydo o via apenas como seu precioso filho mais novo. Não teria levado a sério os elogios feitos pelo instrutor de espada de Ursuline ou por Sir Arthus, considerando-os apenas como bajulação.

    Mas nada disso importa mais.

    Ursuline estava determinado a esculpir seu próprio destino.

    Com um tom ligeiramente agitado, ele pressionou Triton:

    “Eu passei no teste?”

    “Sim, você passou com louvor,” Evan Triton respondeu, estendendo a mão com um sorriso. “Bem-vindo aos Dragões Brancos. Agora você é um de nós.”

    Ursuline deu um longo suspiro e apertou a mão grande e calejada de Triton. O visconde riu de bom grado e o puxou em direção ao resto dos Dragões Brancos. Nesse momento, uma forte rajada de vento soprou, fazendo as bandeiras azuis em suas lanças tremularem.

    Ursuline parou por um instante para olhar para o dragão branco estampado nelas. Por um momento, foi tomado por uma sensação de que veria esse emblema de perto por muitos anos. Olhando para frente mais uma vez, deu um passo firme em direção ao seu novo destino.

    História Secundária – Os Dragões Brancos – FIM

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