Uma tarde tranquila em Anatol - Parte 04 - FIM
Ruth Serbel imediatamente concordou. “Com certeza. Eu nunca conseguiria levantar minha cabeça com vergonha se perdesse para sua senhoria Meu orgulho não permitiria.”
O falso entusiasmo em sua voz era óbvio, e os cavaleiros na sala estreitaram os olhos. Nenhum deles acreditava, nem por um segundo, que Ruth estivesse realmente interessado em vencer.
Riftan rangeu os dentes e lançou um olhar ameaçador para o mago. Então, como se tivesse tomado uma decisão, arrastou Ruth para um canto da sala.
Ele se inclinou, segurando o colar de Ruth, sua voz baixa e perigosa. “Está falando sério? Você realmente promete?”
A expressão de Ruth, normalmente calma e controlada, agora tinha uma faísca de empolgação. Ele rapidamente assentiu, seu desinteresse anterior substituído por um brilho ansioso nos olhos. Estava claro que ele havia sido convencido a fazer algo — talvez um acordo com Riftan — pois seus olhos azuis e cinzentos agora brilhavam com entusiasmo.
“Tudo bem, vamos começar!” Ruth anunciou. “Não vou facilitar, minha senhora, então, por favor, não me odeie muito.”
Maximilian olhou-o friamente, depois virou o olhar para cravar uma faca em seu marido. Parecia que ela estava realmente irritada com o fato de Riftan ir tão longe.
Com a mandíbula cerrada, ela o advertiu: “É você… quem não deve se arrepender por não conseguir levantar a cabeça em Anatol.”
Os cavaleiros rapidamente trouxeram uma pequena mesa redonda e a colocaram no centro da sala do conselho. Maximilian e Ruth ficaram em lados opostos e tomaram suas posições.
Hebaron, tendo se oferecido para arbitrar a partida, colocou a mão sobre as mãos entrelaçadas dos dois e declarou: “Agora, assim que eu soltar, o jogo começa.”
Ele fez uma pausa, um silêncio dramático pairando no ar, então rapidamente soltou a mão. No momento em que a mão dele deixou as deles, os dois magos pressionaram um contra o outro com toda a força, o som dos músculos se esforçando e das respirações ofegantes preenchendo a sala. Eles continuaram assim por bastante tempo. Elliot, que observava a partida com os braços cruzados, franziu levemente a testa. Contrariando a expectativa de que a disputa seria decidida instantaneamente, ambas as mãos permaneciam em uma posição central, imóveis. Todos pareciam compartilhar a confusão de Elliot, pois a sala agora olhava para Ruth com espanto.
“Ele… realmente está tentando ganhar?” murmurou um cavaleiro.
“Não… ele não pode estar,” murmurou outro.
Até Hebaron, que havia instigado a partida, olhava para Ruth, incrédulo. “Ei, pare de brincar,” ele gritou.
Riftan não foi exceção. Ele se inclinou sobre Ruth e rosnou: “Faça isso direito agora!”
“Eu estou… tentando!” Ruth gritou desesperado, ofegante. Seu rosto estava corado de esforço, e seus músculos, visíveis sob as mangas enroladas, tremiam violentamente sob a pressão intensa.
Apesar do óbvio esforço físico, estava claro para todos, incluindo Elliot, que Ruth não estava segurando a mão de Maximilian. O mago estava colocando toda a sua força na disputa. Seu corpo estava tenso, o rosto contorcido de concentração.
O rosto de Maximilian também estava corado de esforço. No entanto, ela parecia comparativamente mais estável do que Ruth. Elliot franziu as sobrancelhas, perplexo com a cena inesperada, mas então, de repente, percebeu Ursuline entre os cavaleiros, olhando de uma forma estranha, como se estivesse satisfeito.
Isso me lembra…
Ele se lembrou de como, em várias ocasiões, viu Ursuline e Lady Calypse treinando juntas no pátio. Então, os rumores eram verdadeiros: Ursuline havia ensinado Maximilian técnicas de autodefesa desde o retorno deles a Anatol. Agora ele se perguntava se essas aulas nunca haviam parado.
Sempre soube que Sir Ricaydo tinha uma veia tenaz, mas…
Elliot manteve um olhar firme sobre Maximilian Calypse, notando como ela mantinha o peso bem centrado para se equilibrar e usava seus músculos de forma eficaz.
Deve ter exigido um esforço tremendo para chegar a esse nível. Elliot sentiu uma sensação de respeito pela dedicação de Ursuline em continuar o treinamento, especialmente considerando a falta de habilidade atlética de Maximilian.
“Você consegue, minha senhora!” Ulyseon aplaudiu com entusiasmo, seus olhos brilhando de esperança.
Os outros cavaleiros ao redor pareciam divididos, incertos se estavam impressionados com Maximilian ou se sentiam pena de Ruth.
Enquanto os cavaleiros olhavam, atônitos, os dois magos continuavam sua feroz batalha de força.
Embora Maximilian estivesse se saindo surpreendentemente bem, Ruth, apesar de sua fragilidade, ainda era um homem. Sendo mais alto e pesado que sua oponente, ele conseguia manter o braço na posição central da mesa, embora apenas por um fio.
Alguns minutos se passaram, e Riftan, que observava os dois com um olhar mortal, finalmente perdeu a paciência. “Puta merda,” ele xingou entre os dentes cerrados, “quanto tempo mais vocês vão ficar com as mãos dadas?!”
“Eu não… estou… segurando… por escolha…” Ruth tentou retrucar, mas suas palavras foram cortadas enquanto ele apertava os dentes. Seu braço, apesar dos esforços, começou a ceder sob a força de Maximilian.
Os espectadores, igualmente tensos, prenderam a respiração. Houve uma breve e feroz luta, mas, no final, a mão de Ruth tocou a mesa.
“Eu ganhei!” Maximilian gritou, levantando os braços em vitória enquanto pulava de alegria.
Ursuline Ricaydo observava sua celebração com uma mistura de emoções, claramente sobrecarregado.
Hebaron olhou para ele, incrédulo. “Por que você está tão emocionado?”
“Não é da sua conta,” Ursuline respondeu secamente.
Elliot, que assistia toda a cena se desenrolar, soltou um longo suspiro.
Que bagunça.
Ruth estava jogado no chão, exausto, enquanto Riftan pairava por perto, claramente debatendo se iria descontar sua frustração nele. Maximilian, radiante de vitória, correu para o lado do marido, seu sorriso largo e brincalhão.
“Você viu isso, não viu?” ela disse alegremente. “Eu ganhei! Então, não ouse mudar de ideia depois.”
Claramente irritado com a provocação da esposa, Riftan estreitou os olhos, embora eventualmente cedeu.
“Certifique-se de levar bastante roupa quente,” ele disse com um suspiro resignado.
Maximilian sorriu feliz e jogou os braços em volta da cintura do marido, num abraço afetuoso. Sem ter outra escolha, Riftan envolveu sua esposa com os braços, retribuindo o abraço.
Com isso, parecia que o assunto estava resolvido. Elliot, estupefato com a absurdidade de tudo aquilo, silenciosamente se retirou da sala do conselho. Seus ombros estavam tensos pela tensão da cena, mas ele os massageou com uma risadinha suave.
Outro dia supérfluo e pacífico, pensou, balançando a cabeça.
Ele olhou pela janela para a chuva que caía sobre Anatol antes de seguir em direção aos seus aposentos.
História Secundária – Uma tarde tranquila em Anatol – FIM

DEBAIXO DO CARVALHO – HISTÓRIA CONCLUÍDA
É isso, acabou mesmo agora~ uma pena de vdd, eu gostei bastante… vou deixar disponibilizado o epub pra baixar na página da história para quem quiser, é isso até a próxima novel ~ Bia
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