Capítulo 199 - Que lugar é esse? X
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Matsuno não ficava nervoso à toa, mas desde que ouviu todas as pontuações de Kazuki, o seu sangue aqueceu naquele momento.
Ele sentiu uma sensação de nervoso e hesitação pela primeira vez em muito tempo, mas tentou ao máximo não demonstrar seus sentimentos para os dois rapazes que estavam-no olhando constantemente.
Não havia outro lugar para eles olharem, o cavaleiro negro estava com uma bola de fogo conjurada em sua mão, ele era o ponto de iluminação da região.
Como Matsuno desde muito cedo foi considerado um líder e teve que organizar e cuidar de questões mais estratégicas, a pressão que sobrecaiu nele nesse momento foi maior.
Ele sentiu medo, sentiu dúvida, não sabia ao certo o que fazer ou que decisão tomar; era como se um enorme branco tivesse tomado conta de seus pensamentos.
Ele demorou um tempo para recuperar a consciência, enquanto era encarado por Rei e Kazuki, que logo desviaram o olhar para tentar enxergar alguma coisa naquela escuridão.
Assim que escutou o barulho de seu cavalo próximo, que ainda estava vivo, mas parecia não se adequar muito bem aquela situação estranha, Matsuno voltou a realidade.
Ele organizou seus pensamentos rapidamente, não sabia ao certo o que estava acontecendo, mas nada adiantaria ficar parado diante daquele local cabuloso.
— Não sei o que está acontecendo, nem como fomos parar aqui. Mas precisamos sair daqui, quanto mais tempo passar, maior será o problema! — declarou ele, reunindo toda a convicção que tinha em suas palavras.
— E quanto as pessoas que nos colocaram aqui?
— Vamos pensar nisso depois, certo? Nem sabemos se realmente foi alguém que causou isso… O que estou tentando dizer é só que: Vamos focar em sair daqui, essa é a nossa prioridade no momento — disse Matsuno.
Assim que escutou suas palavras, o estudante abriu um sorriso no rosto e desceu de cima do cavalo em que estava.
— Beleza, vamos fazer isso. Vai ser um saco se ficarmos pensando demais, vamos encontrar uma saída logo, sequer sabemos onde estamos. — Ele disse rapidamente, indo para trás de Matsuno.
Kazuki apenas acenou como se estivesse concordando e deu alguns passos para frente, ficando atrás de Rei.
Quando recebeu a resposta dos rapazes, Matsuno apenas acenou de volta e virou-se para frente.
Ele andou dando passos lentos, observando o cenário à frente ficar cada vez mais visível por conta da iluminação que mais se aproximava dos objetos e pedregulhos por perto.
Todos ficaram em alertas enquanto seguiam atrás de Matsuno, que persistia em tomar a liderança até mesmo nessas situações absurdas e desconhecidas.
Quanto mais caminhava, o estudante percebeu que o piso havia mudado repentinamente.
Antes, ele estava apenas pisando em algumas pedras que haviam na superfície do chão, mas agora estava pisando em uma superfície de pedras de mármore, embora estivesse quase inteiramente destruída pela corrosão causada pelo tempo.
Haviam locais do piso com buracos enormes, e outros com marcas de sangue e marcas de verde que não sabia ao certo de onde vieram.
Nesse momento, paredes começaram a surgir gradualmente nas laterais à medida que Matsuno seguia adiante.
Essas paredes de pedra estavam lotadas de desenhos com símbolos e pessoas estranhas; por um instante, o estudante viu uma semelhança entre aquilo com as tumbas antigas de faraós, que costumava ver em livros de história.
Contudo, as figuras eram muito assustadoras. Haviam figuras quadrúpedes do que seriam monstros com rosto de cachorro, com adagas nas mãos perfurando outros monstros com aparência de cobra no coração.
Esse cenário foi capaz de causar calafrios nas costas do estudante, que a cada momento em que seus olhos mudavam de direção, as coisas que apareciam pareciam piorar.
Consequentemente, estátuas de pedra começaram a aparecer. As imagens aparecendo nas estátuas eram as mesmas dos monstros que estavam esculpidas nas paredes.
Por conta da corrosão causada pelo tempo, elas estavam parcialmente destruídas, o que as tornava ainda mais assustadoras.
O olhar de Rei vacilou por um momento, ele olhou para a direção de Matsuno, mas percebeu que o homem não demonstrava nenhum medo aparente.
O garoto tossiu e então deu alguns passos para trás, aproximando-se cada vez mais da posição em que Kazuki estava.
Ele ficou ao lado do homem-fera, colocando suas mãos em sua camiseta, quase como se estivesse implorando para que o homem-fera ficasse perto dele nesse momento.
Embora com medo daquele cenário, o estudante não disse nada em resposta e tentou não deixar visíveis seus sentimentos.
Quando Kazuki olhou para o garoto, ele percebeu que as suas sobrancelhas estavam levemente caídas, e sua expressão não estava das melhores.
O canto de sua boca estava curvada, o que era um sinal que ele sempre fazia quando estava nervoso ou sua mente estava fixada em um único pensamento.
Devido a isso, o rosto do homem-fera ficou vermelho, ver Rei fazendo aquela expressão e vindo em sua direção como uma maneira de buscar proteçao, era de certa forma, muito satisfatório.
Seu coração acelerou nessa hora, enquanto sentia os dedos quente do estudante sobre sua pele.
Foi então que Kazuki tomou coragem para pegar a mão de Rei e a segurar com força, entrelaçando seus dedos aos dele, enquanto os dois andavam silenciosamente atrás de Matsuno.
O estudante ficou envergonhado ao sentir a mão grossa de Kazuki e os seus dedos entrelaçados aos seus, mas não afastou-se e deixou que aquilo continuasse.
Por um momento, seu medo havia se dissipado, era quase como se não estivesse naquela região que não importasse para onde olhasse, tudo ainda era uma escuridão infinita.
Era como andar sem um rumo, apenas com paredes com uma linguagem estranha e estátuas distorcidas de monstros bizarros.
Matsuno, que estava tomando a liderança, estava concentrando-se em todas as figuras e objetos que apareciam em sua frente, mas então sentiu um calafrio descer às suas costas repentinamente.
Ele virou-se rapidamente e olhou para trás, pensando ter visto alguma coisa mover-se entre as sombras, mas não viu nada de incomum.
Pelo contrário, ele notou que Rei e Kazuki estavam próximos demais. De mãos dadas enquanto andavam.
Continua…
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