Índice de Capítulo

    ❖ ❖ ❖


    Após notar que os dois rapazes estavam andando de mãos dadas, super confortáveis com aquela situação desconhecida, o cavaleiro negro, que não havia dito nada até aquele momento abriu um sorriso irônico no rosto. 

    Ele moveu o cabelo rebelde que esgueirava-se em seu rosto para trás, em seguida parou de se mover e deu alguns passos em direção ao estudante. 

    — Ei, vocês dois, garotos. Estamos em uma excursão de escola por acaso? Vamos fazer isso então, vai ser melhor. 

    Rei não entendeu as palavras que saíram da boca de Matsuno, que parecia desconfortável com aquela situação, no entanto, no momento seguinte, ele entendeu o significado por trás do comentário. 

    Matsuno aproximou-se dele para pegar sua outra mão, então levou ela junto com ele enquanto andava para frente, puxando Rei e Kazuki. 

    — Bem… Cof cof. Não pense demais, estou fazendo isso por segurança. — Ele disse rapidamente, tentando esconder a vergonha que estava sentindo, por sorte seu elmo estava bloqueado parcialmente seu rosto, evitando que suas expressões ficassem visíveis. 

    Em reação, o rosto do estudante ficou vermelho, e ele não pode afastar a mão que o segurava firmemente. Ele não pode afastá-la, pois a explicação do cavaleiro negro até que fazia sentido. 

    Era melhor que todos estivessem unidos naquele momento, apenas por precaução de que algo ainda pior do que aconteceu antes pudesse ocorrer novamente. 

    No entanto, o garoto não pôde deixar de perceber que a mão de Matsuno, em comparação com a de Kazuki, era muito fria.

    Era como se ele estivesse tocando em uma pedra gelada, havia uma pequena onda de calor em sua pele, mas era muito fraca e quase imperceptível. 

    As veias de sua mão podiam ser sentidas enquanto pulsavam, como o batimento de um segundo coração. Era uma sensação completamente oposta à mão de Kazuki, mas por algum motivo…  

    Aquela sensação fez com que o coração de Rei acelerasse, sequer se importando ou prestando atenção com o cenário à sua volta. 

    Por outro lado, Kazuki não parecia muito contente com o toque físico de Matsuno no estudante, então ele fechou a expressão no rosto e levantou as sobrancelhas. 

    A impressão que Matsuno dava para Kazuki era como se ele estivesse se gabando deste fato, e isso deixava-o irritado pelo comportamento do cavaleiro negro, que sempre tentava passar uma imagem de corretinho. 

    Ainda que estivesse atrás, ele não parava de encarar as costas do cavaleiro negro, que parecia não notar esses olhares que podiam perfurar até mesmo a alma. 

    O que ninguém esperava era que atrás de todos, estava o cavalo de Matsuno observando a situação enquanto acompanhava aquele trio. 

    A expressão do cavalo estava alterada pelo medo, mas isso não o impediu de relinchar após ver aquela cena ridícula diante de seus olhos. 

    Na visão do cavalo, chegava a ser estranho ver como aquelas pessoas estavam agindo de uma maneira tão idiota. Se tivesse consciência nessa hora, provavelmente pensaria:”Vocês são reais? Parem de agir como adolescentes na escola, isso é vergonhoso!”. 

    ❖ ❖ ❖

    Quando vinte minutos haviam se passado por fim, Matsuno conseguiu encontrar uma escada de pedras que seguia um caminho horizontal indo para cima. 

    Ele vasculhou os arredores para entender o padrão de figuras e encontrar outro caminho, porém o que viu foram apenas estátuas destruídas e figuras estranhas por toda aquela região.

    Matsuno havia estudado nas melhores escolas do reino humano, se formando em uma instituição superior quando tinha apenas 20 anos de idade, mesmo assim, ele não foi capaz de decifrar o que aqueles desenhos representavam. 

    Não sabia o propósito ou o motivo por trás daquela linguagem bizarra, que parecia se desenrolar como uma história à medida que eles prosseguiam. 

    No final, os desenhos e estátuas apenas apontavam para a direção em que as escadas estavam localizadas, como se fossem coordenadas específicas de um mapa. 

    — Tudo está apontando para aquela escada, o que vamos fazer agora? — Matsuno virou-se para questionar os dois rapazes, que estavam apreensivos ao chegarem nas escadas.

    — …  

    — Poha, e temos alguma escolha? Se não seguirmos esse caminho, por onde mais a gente vai? Isso está me matando, não aguento mais andar. 

    Rei respondeu com certa impaciência, ele sequer conseguia usar suas habilidades direito por conta da interferência que estava acontecendo naquelas ruínas antigas. 

    Ele até tentou criar uma garrafa de água com sua habilidade de criação, mas o que resultou disso foi apenas um brilho que saiu de sua mão e nada mais. 

    Seu pensamento nesse instante era: “Se não posso usar minhas habilidades, eu não sou o único inútil aqui? Mas que droga, até mesmo Matsuno consegue conjurar uma bola de fogo, mas eu nem isso.”

    — Se quiser, você pode ficar no meu colo — brincou Matsuno, e o estudante olhou em surpresa para seu rosto. — Estou brincando. Então, não acho que exista outro caminho a não ser esse, ficamos vários minutos vasculhando essa zona, mas não encontramos nada. 

    Matsuno soltou a mão de Rei e andou alguns passos para frente, olhando para o andar acima das escadas. 

    — Não consigo definir um ponto final dessas escadas, mas é melhor seguir em frente, o que vocês acham? 

    — Eu topo, melhor do que ficar aqui. — Rei disse assim que ouviu a pergunta do cavaleiro negro, olhando em direção ao Matsuno. 

    — Bem… eu concordo com Rei, não gosto dessas estátuas, elas parecem estar nos encarando sempre que passamos, nos seguindo com seus olhares — respondeu Kazuki logo em seguida, ainda de mãos dadas com o estudante. 

    Matsuno colocou o dedo indicador no rosto, então virou seu rosto para frente e parou seu olhar nas escadas que estavam adiante. 

    Ele demorou um tempo para pensar em algo que deixou Kazuki e Rei em dúvida. 

    — Não parece tão simples como pensei! Existem algumas armadilhas pelas escadas, pelo que percebi — disse Matsuno. 

    — Está falando sério? — perguntou Rei.

    — Sim, alguns pisos estão alterados e o corredor das escadas é estranhamente estreito. Isso é muito estranho, não importa o quanto eu pense. 

    — Ah, cara. Mas que droga. O que fazemos então? Eu não posso usar nenhuma habilidade direito, sou completamente inútil por causa da interferência. 

    — Relaxa, eu cuido disso. 

    Matsuno comentou com um sorriso no rosto, retirando sua espada da bainha e dando passos adiante. 

    Continua…  

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