Índice de Capítulo

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    Assustado com o local em que estava, Rei olhou para todas as direções por aquela região ampla, mas seus olhos não conseguiam apagar as imagens estranhas que haviam em sua mente. 

    Eram figuras similares às de elfos, mas que poderiam facilmente ser confundidas com demônios, por conta de seus chifres e aparências um pouco fora do padrão.

    — Garoto, eu não faço ideia. Nunca vi algo assim na minha vida. 

    Matsuno foi o primeiro a comentar, caminhando até uma das estátuas para verificar de perto como ela era. 

    Ele colocou a mão em cima e percebeu que não existia arranhões ou incongruências na superfície de mármore, o que era um pouco estranho, levando em consideração que a estátua estava há séculos daquela maneira. 

    Não havia corrosões residuais, era como se o tempo não estivesse afetando o material e objetos.

    Ele voltou-se para outra estátua e notou que ela também não estava danificada, assim como as pinturas e desenhos que revestiam toda a região.

    Por conta da desorganização em que tudo estava, e das colunas uniformemente espaçosas, aquele local parecia ruínas gregas.

    Foi possível ver uma gota de suor descendo do rosto de Matsuno nesse momento, ele não parecia entender como os objetos da sala pareciam estar em perfeitas condições. Até mesmo o piso em volta do chão estava todo limpo, como se empregadas mantivessem uma rotina incessante de limpeza naquela zona. 

    O mais estranho era o fato de que não existia um feitiço ou habilidade imposto nas estátuas e pinturas por perto, pois se houvesse, haveria um fluxo de éter envolto.

    Além do mais, não faria sentido caso isso acontecesse. Afinal, a interferência de mana iria impedir que o feitiço e habilidade perdurasse por mais tempo que o planejado pela pessoa que conjurou. 

    Enquanto Kazuki e Rei vasculhavam a sala em busca de uma saída e de mais informações que pudessem tirá-los dessa área, Matsuno colocou a mão no rosto e soltou um suspiro.

    Ele olhou para o teto de mármore cinza acima e não encontrou nada de anormal, então olhou para as colunas altas que sustentavam toda a sala, em seguida caminhou para frente e ergueu seu olhar para todos os cantos que sua visão pudesse alcançar. 

    Nesse momento, notou de longe um objeto retangular de mármore vermelho posicionado próximo das paredes laterais, com uma pedra mágica alocada no lado esquerdo e no lado direito daquela figura parecida com um baú.

    Assim que se aproximou, ele virou seu olhar para trás e abriu a boca.

    — Ei, vocês aí. Venham cá, encontrei algo interessante.

    Após ouvi-lo, Rei e Kazuki vieram ao seu encontro prontamente, largando as suas investigações.

    Chegava a ser engraçado colocar em palavras como Kazuki estava nesse momento, se fosse possível descrevê-lo, parecia mais como um detetive, — com um chapéu grande e um uniforme xadrez. Olhando para todos os cantos e tocando em tudo que fosse possível, apenas para saciar a sua curiosidade, embora não estivesse sendo nenhum pouco cuidadoso.

    — É um baú? — perguntou Rei. 

    — Provavelmente — disse Matsuno. 

    — Não é perigoso? 

    — Só vamos saber quando eu abrir. 

    — Tenha cuidado, vai que sai veneno daí , eu não duvido que possa acontecer. Você precisa se lembrar de todas as malditas armadilhas que tivemos que enfrentar.

    — Relaxa, garoto. Está tudo bem, confia em mim. Além do mais, não parece que tem mais alguma coisa nessa área. No pior dos casos, se não tiver algo de útil nesse baú, vamos ter que criar uma saída à força.

    — Está falando sério? De jeito nenhum! Se você forçar uma saída, as colunas vão cair e vamos ficar soterrados debaixo da terra. 

    — Hahahahah! Seria engraçado caso isso acontecesse, não é mesmo? 

    — …

    Rei soltou um suspiro, mas não poderia responder com seriedade a brincadeira de Matsuno. 

    Nesse momento um sorriso formou-se no rosto do cavaleiro negro, ele então colocou as mãos em cima do mármore vermelho e retirou o que seria a camada externa daquele pedaço de antiguidade.

    A camada externa caiu no chão, revelando o interior do que tinha dentro do baú.

    Haviam algumas pequenas moedas de ouro com a figura de uma mulher estampada nelas, como se fosse uma rainha de outrora, com uma coroa de flores e um rosto perfeitamente estonteante.

    Se não fosse pelas covinhas em seu rosto e o tom de pele um pouco mais escuro que o normal, tal mulher provavelmente seria a própria personificação da deusa Aphrodite. Embora Kazuki e Matsuno, que olharam para as moedas, não soubessem de quem realmente se tratava. 

    Próximo das moedas que estavam espalhadas por todo o interior do baú, existia uma caixa fechada esculpida em linhas finas, com desenhos de todos os símbolos mágicos em sua superfície. 

    Matsuno arregaçou a manga de sua camisa e inclinou seu braço para pegar a pequena caixa, que tinha o tamanho da palma de sua mão.

    — Hum…

    Ele moveu seus dedos no emblema existente na lateral da caixa, fazendo-a abrir um momento seguinte ao seu movimento coordenado.

    Uma pequena pedra do tamanho de um botão ficou brevemente visível, assim que a parte superior afastou-se e ficou levemente alocada para trás.

    O que estava posicionado no centro da caixa era uma pedra azulada, com uma coloração forte e densa, brilhando intensamente. 

    Após olhar para ela por um tempo, Rei percebeu que apareceriam sombras azul verde e um tom vermelho naquela pedra.

    Essas sombras pareciam nuvens, permanecendo assim até que a verde se intercalasse brevemente com o vermelho, formando o azul.

    A expressão no rosto de Kazuki e Matsuno estava tensa, eles pareciam duas pedras imóveis. Seus olhares estavam fixados naquele ponto azulado, sequer piscavam os olhos.

    Sentindo-se perdido, Rei perguntou enquanto o silêncio continuava: 

    — O que é isso? Essa pedra. Ela é bem bonita.

    No entanto, ninguém o respondeu.

    Demorou um tempo para que Kazuki inclina-se o rosto, respondendo de volta à pergunta do estudante. Nessa hora, ele colocou o braço em torno dos ombros do garoto.

    — Essa é a pedra da vida. Bonita não é a palavra adequada, nem bela. Elas não vão tão longe. Ela é… maravilhosa. 

    Ele disse com um sorriso no rosto, embora estivesse apreensivo com o poder que exalava dali. 

    Continua…

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