Índice de Capítulo

    ❖ ❖ ❖


    — Ehhh?

    O comentário de Matsuno deixou o estudante um pouco alarmado com a informação. 

    “É sério que uma pedra tão pequena pode fazer esse tipo de coisa?” 

    “Isso não é muito diferente do que um hack ambulante, certo? Parece até mesmo que esse tipo de coisa quebra o sistema, mas que porra…”

    Eram esses os pensamentos que ficaram visíveis no rosto de Rei nessa hora, e até mesmo Kazuki e Matsuno puderam perceber imediatamente. 

    Devido a este fato, Kazuki soltou uma risada baixinha e olhou para os olhos do estudante, e Matsuno segurou a risada cobrindo a boca com uma de suas mãos.

    Embora o cavaleiro negro tivesse apenas conhecido o estudante recentemente, as expressões e a maneira como agia ainda lhe causavam risos e uma sensação de interesse.

    — Bem, seria bom se fosse apenas isso. 

    — Como assim? 

    — Essa pedra pode até fornecer mana, mas ela absorve toda a energia da região.

    — Mas que poha? — disse Rei, um pouco assustado com a informação, colocando as mãos no bolso.

    — Zoado, não acha? Por conta disso, ela deixou de ser usada. Qual é o ponto de usar um item que absorve toda a energia das plantas e até mesmo tirar a vitalidade das pessoas, reduzindo o seu tempo de vida? Nunca esperava ver uma dessas pedras aqui nesse lugar. 

    Matsuno respondeu com curiosidade, olhando ainda para a pedra em suas mãos. Então ele colocou a pedra novamente de volta na caixa, e voltou-se para dentro do baú para ver o restante dos itens que restavam.

    Pegou um tipo de tecido vermelho que parecia cobrir o fundo, embora parecesse fazer parte do baú, era um item à parte.

    Assim que esticou aquele tecido que era leve e fácil de se dobrar, logo percebeu que tratava-se de uma pequena capa vermelha. 

    Existia um capuz na parte superior, enquanto o restante do tecido apenas alcançava os ombros de quem o usasse, tornando-o ainda mais atípico.

    Normalmente uma capa estenderia-se até os joelhos, todavia essa capa era estranhamente curta e parecia emanar uma mana estranha em volta, — como se uma grande quantidade de éter estivesse acumulada naquele ponto específico.

    E, por algum motivo, somente o estudante conseguia enxergar essa alteração que a capa era capaz de produzir na atmosfera, tornando-a densa e difícil de respirar. 

    Quando seu olhar alcançou a capa novamente, um flashback voltou-se em sua memória após vê-la, então ele se lembrou de um comentário de Tyrant.

    Na época em que estava no precipício, um pouco antes de descer a montanha para o vilarejo em que a vidente morava, ele lembrou que a vidente havia mencionado tal capa.

    Da mesma forma como o livro arcano que estava posicionado e preso em sua cintura, o estudante sentiu uma energia puxando-o para aquela capa.

    Ele abriu os olhos e fechou, repetindo esse mesmo processo até que finalmente estendeu a sua mão para frente e pegou das mãos de Matsuno a capa que deveria pertencer a ele por direito.

    — Eu… eu posso ficar com ela? 

    Rei perguntou no mesmo instante em que sua mão alcançou as de Matsuno, sua expressão estava um pouco nervoso por conta da sensação súbita que teve ao lembrar daquela memória. 

    Matsuno olhou para o estudante em surpresa, pois nunca tinha visto aquela expressão de nervoso e ansiedade que pairava no rosto de Rei, — até mesmo um pingo de suor podia ser visto descendo sua face.

    — Fique à vontade, garoto. 

    O homem respondeu virando-se para que pudesse encontrar mais algum item ou objeto naquele baú, no intuito de buscar uma alternativa de sair daquele local luminoso. 

    — Eu uso uma armadura pesada, tampouco me serve uma capa dessas, que não posso sequer utilizá-la para me defender. Ela deve servir bem para você, boa sorte.

    Acrescentou Matsuno, que estava de costas, olhando para frente sem ligar muito para a expressão que Rei fazia nesse instante. 

    Kazuki, em resposta ao comentário de Matsuno, concordou silenciosamente e posicionou-se atrás do estudante. Inclinou-se para o lado e sussurrou baixinho para Rei no instante seguinte à sua ação:

    — Posso colocar em você? 

    O menino concordou com um aceno de cabeça, estendendo os braços em direções opostas para facilitar que Kazuki o vestisse de maneira adequada e sem dificuldades.

    Ele sentiu os braços firmes de Kazuki sendo pressionados contra os seus, mas em um movimento bem suave, colocando uma de suas mãos dentro do tecido.

    Quando o estudante vestiu o capa por completo, inserindo em conjunto o capuz, o homem-fera deixou uma pequena risada sair de sua boca.

    A figura de Rei tornou-se pequena e adorável com aquela roupa, assemelhando-se à Chapeuzinho Vermelho, mas destacando apenas os seus olhos e suas afeições.

    A risada de Kazuki quebrou o silêncio da atmosfera, era contagiante, deixando Rei um tanto confuso, sem compreender completamente o que estava acontecendo.

    Não que a roupa de Rei fosse engraçada ou estranha, mas o simples fato de uma pequena peça de roupa torná-lo encantador, deixou Kazuki um pouco feliz com a situação.

    Matsuno virou-se para trás no mesmo instante com a risada, olhando diretamente para Rei. 

    Diferente de Kazuki, Matsuno apenas abriu um largo sorriso no rosto e olhou afetuosamente para Rei, que não estava entendendo a reação exagerada dos homens.

    — O que… por que estão me olhando assim? Estão zoando comigo por acaso? Parem com isso, temos que sair daqui! 

    O estudante disse envergonhado após se tornar o foco de olhares. Ele chegava a ficar nervoso por saber que dois homens atraentes, que mais pareciam esculturas gregas, estavam olhando-no daquela maneira.

    Embora não quisesse, sempre que recebia tais olhares de Matsuno e Kazuki, a imaginação do estudante corria à solta. Ele imaginava cenários quentes e momentos obscenos que ninguém deveria pensar… 

    … Bem, chega. 

    Ele estapeou a sua mente, caminhando para outra região enquanto esperava que Matsuno encontrasse uma solução para o maior problema. 

    Matsuno e Kazuki que olhavam para a figura do estudante, apenas sorriam. Todavia, no momento em que suas visões colidiram, uma expressão conflituosa surgiu em seus rostos.

    Continua…

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