Índice de Capítulo


     

    ❖ ❖ ❖

    Enquanto pensava em uma solução para que saísse daquela região, Matsuno avistou ainda de perto, no baú, uma pequena fenda e uma chave pequena alocada bem ao fundo.

    Á princípio, ele não entendeu muito bem a utilidade daqueles itens, no entanto, no momento seguinte ele percebeu que havia uma abertura no final do baú. 

    Pegando a chave, que era mais fina que seu dedo, ele a posicionou na superfície do baú de mármore. Ao fazer tal movimento, um barulho de engrenagem começou a ser ouvido por todos os cantos do salão. 

    Kazuki e Rei olharam para Matsuno em surpresa, sem entender de onde exatamente o som estava vindo. E bem, o cavaleiro negro apenas sorriu de volta ao perceber o olhar dos dois rapazes, embora não soubesse o que estava acontecendo também. 

    Em um instante, as paredes se abriram e se alargaram, e o que era um salão isolado, com imagens estranhas de demônios, ou anjos, dependendo da interpretação de quem os estava vendo, pareceu distância por um instante. 

    As paredes se distanciaram momentaneamente, e o cenário tornou-se ligeiramente estranho. 

    — Que porra é essa? 

    O estudante disse, sem conseguir desviar o olhar da passagem que tinha se aberto para um próximo andar acima, — como se fosse apenas um novo piso de um apartamento luxuoso. 

    Escadas revestidas com pequenas pedras preciosas e ouro revestindo suas laterais formou-se a diante de sua visão nessa hora. 

    — Oh, bem… parece que encontrei uma saída. Mereço uma recompensa, não é não? 

    Matsuno disse rindo, mas não negou que tinha conseguido encontrar uma saída. 

    — Hahaha, vai sonhando. 

    Kazuki não pareceu nenhum pouco satisfeito com o comentário que saiu da boca de Matsuno. As suas palavras pareciam entediantes, chegava a ser embaraçoso a maneira que o cavaleiro negro falava.

    Contudo, assim que percebeu os olhares de ameaça de Kazuki, Matsuno apenas sorriu de volta como se estivesse gostando da atenção que estava recebendo. 

    Rei, como sempre, não estava percebendo o que estava acontecendo ao seu redor e preferiu fincar sua atenção no que estava à sua frente; as estradas que se abriram das paredes. 

    — Não seria melhor ir agora? 

    O estudante disse dando alguns passos a frente, sem se importar com os dois rapazes que ficaram para trás. No momento em que seus pés alcançaram o primeiro degrau, o que estava atrás desapareceu, — era como se não tivesse nada além de vazio. 

    Nesse instante, o livro arcano que estava na cintura de Rei começou a balançar, e uma voz ressoou na cabeça do garoto. 

    [Não, mestre]

    [Não de mais um passo sequer] 

    [Volte agora! O fluxo de mana adiante está instável, não tenho uma bom pressentimento]

    [Esse lugar… tem algo estranho, eu consigo sentir uma presença antiga, como se estivesse nos observando…]

    [… É como aquela pesso…]

    Ela cessou de repente, — era como se algo estivesse tampando a sua boca ou bloqueando os ouvidos do garoto. 

    — Como assim?

    Antes que o garoto pudesse reagir diante das palavras que saíram da boca de Elfina, um feixe de luz forte o cegou momentaneamente. Ele fechou os olhos rapidamente enquanto ainda ouvia as palavras de Elfina ficando cada vez mais distantes. 

    Era como uma pequena voz no túnel ecoando cada vez mais baixo, enquanto sua visão levemente melhorava aos poucos, apenas vendo estrelas brilhosas enquanto levantava a cabeça. 

    — Você chegou a tempo…

    — …Muito bom. 

    Rei não pôde ver o que estava à sua frente, talvez tenha apenas sentido a aura de algo tenso sobre a atmosfera, — como uma pressão estranha, algo que fazia com que suas costas fossem mais pesadas, e seu corpo mais tenso.

    Por um breve momento, a voz bloqueada de Elfina pareceu se dissipar e ela pôde responder o garoto, que estava atordoado e sem entender o que realmente estava acontecendo.

    Antes dela responder, ouviu-se a voz irritante do qual Elfina detestava. 

    — Ah, sua fadinha desprezível. Não se meta nos meus assuntos, assim como antes.

    […?] 

    [Veidt! O que você…] 

    Elfina disse com a voz levemente trêmula, ela não sabia prosseguir, estava totalmente congelada. Não pôde sequer dizer uma palavra em diante, pois no momento seguinte, a sua presença havia desaparecido completamente do ambiente. 

    — Muito barulhenta, saia daqui.

    — Oh, bem melhor.

    A voz disse subitamente, e podia-se perceber que estava zombando de toda a situação. Não era realmente uma “zombaria”, e sim como dando a impressão por suas palavras que tinha se vingado de Elfina, por alguma coisa que a mesma tenha feito no passado. 

    Após a presença de Elfina ser totalmente dissolvida, e o garoto notar que estava totalmente isolado, sem a presença tanto de Kazuki quanto de Matsuno, ele franziu a testa e sentiu pelas próprias do que estivesse falando, que aquilo era hostil. 

    — O que é você? — Ele perguntou em seguida, visto o desprezo que a voz carregava consigo. 

    — Ah, estava me esquecendo, o ponto principal. 

    A voz respondeu, quase como se tivesse esquecido de Rei, que era o motivo pelo qual ele estava tendo que fazer tudo aquilo. 

    Nessa hora, uma luz irradiou toda a região e o garoto teve de fechar rapidamente os olhos. Quando a claridade pareceu não estar mais o incomodando, ele abriu lentamente os olhos e pôde notar que o cenário havia mudado completamente. 

    O que antes era uma sala inteiramente branca e sem móveis, sem absolutamente nada vivo por perto, agora havia se tornado um pequeno quarto. 

    Havia uma pequena mesa oval de madeira no meio, com no máximo 30cm de altura, e duas cadeiras da mesma madeira ao redor.

    Em um dos assentos estava um homem jovem, que aparentava ter entre 20 a 25 anos de idade. Tal figura de cabelos acinzentados, com um olho roxo e outro azul, estava segurando um chalé, colocando calmante água quente nos dois pequenos copos que estavam em cima da mesa. 

    — Venha, sente-se. 

    Comentou suavemente, seu tom contrastando completamente com o de poucos minutos atrás. Até parecia outra pessoa pela maneira como comportava-se, ainda mais com aqueles olhos roxos e azuis brilhantes em direção à Rei. 

    Mesmo em desacordo, Rei não teve escolha a não ser seguir aquelas palavras, sentando-se de frente ao homem que tinha expulsado Elfina da sala com um estalar de dedos. 

    — Vamos conversar, estava curioso sobre você. 

    Continua…

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