Capítulo 209 – Loki? (2), X.

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— O que você quer em troca? Já não é um deus? O que mais iria querer de mim, que não tenho nada para lhe dar em troca desta informação.

Rei comentou de volta, ainda sem entender qual exatamente era o plano de Loki. O que poderia ser trocado por aquela informação?

A cabeça do garoto parecia explodir, enquanto olhava em desconfiança para aquele homem de cabelos acinzentados.

— No momento, não sou mais um deus. Não vê? — Loki respondeu-lhe em seguida.

Ao colocar as mãos no céu novamente e desenhar runas mágicas roxas e rosas com os dedos, elas começaram a piscar sobre o ar, como se fosse uma lâmpada com mau funcionamento.

Embora fosse um espetáculo ver aqueles pontinhos brilhando sobre a atmosfera, podia-se sentir como era trágico a maneira como elas não conseguiam persistir naquele estado por mais do que vinte segundos.

— Aqueles malditos! Foram eles que me deixaram nesse estado, tudo isso porque eu… eu preguei peças naqueles idiotas.

— Você… pregou peças?

Rei perguntou, sem entender a lógica do que tinha acontecido. Os deuses puniram aquela pessoa à frente pelo simples fato dele ter brincado com a cara deles? Não fazia sentido.

— Sim, eu estava entediado! Mas você não acha duro demais me deixar assim? Eles esvaíram o meu poder divino completamente! Tudo isso… por eu ter destruído a morada deles, ter libertado uma criatura mítica nos céus, ter destruído algumas cidades com o poder dos cosmos superiores, e mais algumas pequenas coisas que não gostaria de citar.

Loki respondeu, com seu corpo flutuando sobre a atmosfera, como se a própria gravidade estivesse o auxiliando. Porventura, seu corpo logo caiu no chão poucos segundos depois da demonstração de poder.

— Não acha exagerado? Não é, não é? Eles me trancaram aqui para que eu pudesse refletir! Mas, refletir o quê? Foi tudo uma brincadeira. Eu estou entediado, não quero mais ficar aqui!

Ele disse fazendo birra e socando os chãos com os punhos, até parecia uma criança pequena. Na realidade, não era uma criança? Era um comportamento de tamanha infantilidade.

— Ah, tsc, se eles te trancaram aqui… acho que você fez coisas que mereceram esse tipo de ocorrência. Se achou que eu iria te defender, está enganado. Ninguém destrói cidades por causa de uma brincadeira, isso foi longe demais até para os loucos.

Após ouvir isso, Loki riu e secou algumas lágrimas dos olhos.

— Ahaha, que saco. Você vai ficar do lado deles. Bem, eu já esperava isso… de certa forma. No entanto, você não irá conseguir sair daqui não importa o quanto tente, até que concorde em me ajudar.

— Está me ameaçando?

Rei comentou e franziu a sobrancelha, enquanto seus olhos âmbar pareciam reluzir intensamente ao ver aquele sorriso irritante à frente.

— Não peço muito, apenas quero que você recupere a minha peça sagrada. Caso faça isso, poderei sair daqui, e darei toda a informação que está precisando… isso não irá te afetar de maneira alguma.

— A única coisa que você quer de mim… é um objeto sagrado?

— Sim. Precisamente, recuperá-la. — Loki respondeu imediatamente, com um sorriso no rosto. Ele estava contente, pois pela maneira como o garoto parecia ter perguntado, ele certamente aceitaria.

— Tudo bem, eu vou recuperar.

Loki sorriu, finalmente não estaria preso naquele inferno por mais dezenas de anos, ou até mesmo séculos dependendo. Vendo-o daquela maneira chorosa, até mesmo Rei pôde perceber que aquele ser a sua frente nada mais era do que uma criança.

Entretanto, era aquela criança que causou tantos problemas para os deuses… mas, era meio estranho pensar que os deuses o deixaram lá por anos apenas para refletir.

“O tempo deve ser diferente, se 1 ano é considerado bastante para os humanos, então 100 anos deve ser pouco para um deus.”

Pensou nesse momento Rei, vendo Loki se recompondo lentamente.

— Mas, fala aí pro pai o que seria esse objeto sagrado? Não faço ideia do que seja isso.

O rosto de Loki ficou em pedaços após ouvir aquelas palavras, ele parecia estar incrédulo que alguém não soubesse o que era uma peça sagrada.

O homem com cabelos acinzentados então sentou no chão, e colocou dois dedos sobre a boca e olhou para o lado, pensando em como explicaria aquele assunto.

— Peças sagradas seriam objetos que são infundidos com o poder daquela divindade. Todos os deuses deixam objetos com a própria divindade espalhados pelo mundo, normalmente são deixados com os seus seguidores, seus apóstolos.

— Através deste objeto, os deuses conseguem se comunicar com os apóstolos. Podem então exercer seus poderes através dos seres humanos, um poder que exerce tamanha influência no mundo, possibilitando grande influência e seguidores.

Assim que terminou a explicação, Rei colocou as mãos no bolso e sorriu, vendo como Loki parecia tão eloquente ao falar sobre as divindades.

— Então, a sua peça sagrada não está com seu apóstolo? Não seria mais fácil pedir para seu apóstolo vir para cá e te ajudar?

— Não é tão fácil como parece. Eu não tenho poder divino nem mesmo para me comunicar! Além disso, esse não é o maior problema…

— Não?

— …

Loki ficou em silêncio por alguns segundos, sem contar o restante. O seu rosto estava apenas virado para o lado

— Qual o problema?

— Ah, sabe, tipo… eu não tenho um apóstolo.

— ……

— Está dizendo que não sabe onde está a sua peça divina, porra? Não está me contando que quer que eu procure por todo esse mundo por sua peça sagrada desaparecida, não é? Vai se fuder!

Rei comentou de volta, sem paciência.

Eles fizeram contato visual mais uma vez, depressa. Antes de Loki após um tempinho, decidir responder a impaciência do estudante.

— Espera, me escuta, não é bem assim. Embora eu não tenha um apóstolo, ainda consigo sentir a minha peça sagrada. Ela está na capital do reino dos homens feras.

— Não tenho certeza exatamente de onde está a minha peça sagrada! Mas tenho certeza que está em Zefry, a capital das bestas. Por favor, me ajude! Eu preciso, preciso, preciso dela.

Continua…

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