Capítulo 210 - Loki? (3), X.
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[Lado de fora]
[Momento em que Rei, Kazuki e Matsuno caíram]
Quando todo o terreno abaixo desabou, por sorte Mia, Tyrant, Rina e Takayo estavam a poucos metros de distância de Rei, Matsuno e Kazuki, e por esse motivo não foram afetados por todo deslizamento de pedras que se seguiu no afundamento.
Próximo das crianças, estavam alguns dos soldados, caídos ao lado com seus cavalos na mesma posição. Ninguém estava realmente ferido na ocasião, mas havia à frente apenas um breu escuro, um buraco na formação que se seguiria até a capital.
As pessoas estavam gritando.
Tudo estava caótico.
As mãos de Rina, Tyrant, Mia e Takayo estavam juntas umas das outras, enquanto respiravam e expiravam várias vezes, sem entender o que tinha acontecido. Por conta de toda a adrenalina subsequente, seus sentidos estavam nublados, e a primeira que acordou de todo esse transe foi Tyrant, que sacudiu a mão de Rina, Mia e Takayo.
— Acordem, pelos céus! Não temos tempo, vamos correr até a árvore.
Ela comentou apressadamente, com medo de que outros dos pisos abaixo pudessem cair novamente, e o desastre acontecer. Após ouvi-la, todos os três correram juntos até a árvore que estava afastada de toda a estrada que estavam a seguir com as tropas.
Depois que chegaram na árvore e tiraram algum tempo para respirar e refletir no que tinha acontecido, eles perceberam que todas as tropas e Yudi, o oficial administrativo de Matsuno, estavam a tentar acalmar os civis e soldados.
Foram apenas 20 minutos depois que a situação melhorou, e todos da região que estavam indo junto com os soldados para a capital, puderam se acalmar. Eles estavam a poucos metros do buraco que havia surgido.
— O que vamos fazer? Olha essa merda, nem sabemos se eles estão vivos ainda.
— Rina, para com isso! Está fazendo-as chorar! — Tyrant comentou em resposta a Rina, abraçando Mia, e fazendo carinho na cabeça de Takayo.
Tanto Mia e Takayo estavam prestes a chorar, temendo que Kazuki e Rei estivessem mortos. Eles não conseguiam expulsar aquela ansiedade e nó na garganta que estavam a sentir.
As palavras de Rina apenas acendiam aquela fogueira, deixando-os mais aflitos.
— O que vamos fazer então? Não podemos ficar parados, temos que fazer alguma coisa!
Rina disse em seguida, mas foi refutada por Tyrant.
— Não, não vamos fazer nada, Rina. Não podemos fazer nada, na realidade. Olhe para lá. — Tyrant respondeu, apontando para a região em que os soldados estavam gerenciando.
Eles haviam montado alguns acampamentos, e Yudi estava supervisionando tudo, auxiliando e ajudando os civis que estavam em estado de pânico ainda pelo acidente.
— Céus, sei que a situação não está boa. Porém, vamos pensar positivamente, você acredita mesmo que eles morreram, Rina? Isso é impossível.
Tyrant disse novamente, e complementou: — O que podemos fazer agora é esperar, acredite na vontade, no destino. Tudo ficará bem.
Após ouvi-la, Rina apenas virou o rosto para o lado.
Ela não gostava dessa ideia estúpida de não tomar nenhuma ação e deixar tudo nas mãos do acaso, do universo, como Tyrant preferia acreditar.
Porém, as palavras que saíram da boca da vidente faziam sentido, — ela não tinha o que fazer a não ser esperar. Ideias estúpidas como:
Se jogar abaixo naquela ruína eram inválidas.
Tentar descer aquela ruína que não parecia ter fundo era inválida.
A melhor situação era esperar, somente.
— Certo, tudo bem. Mas fica avisada que se não houver respostas, eu mesma irei descer essa desgraçada que abriu debaixo dos nossos pés!
Rina comentou, se afastando para olhar de perto o buraco formado no chão.
— Certo, não irei te impedir.
Tyrant respondeu-lhe momentos depois, sentada abaixo da árvore com Mia e Takayo próximos, enquanto observavam toda a situação de longe.
A maneira proativa e rápida reação dos soldados de Matsuno estava em outro nível. Caso fosse qualquer outra formação, todos os civis teriam voltada para o Refúgio, com medo de que algo pudesse ruim pudesse suceder os desastres.
— Eles são bons, céus! Espero que tudo dê certo, creio nisso.
Tyrant sorriu, olhando calmamente toda a situação.
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[Lado de dentro]
[Momento em que Matsuno e Kazuki foram deixados de lado, enquanto Loki e Rei conversavam]
— Não seria melhor ir agora?
Rei havia dito momentos antes de sumir naquelas longas escadas, enquanto sua figura apenas desaparecia lentamente, — quase como se tivesse sumido por neblinas, com sua imagem desaparecendo então completamente.
Nessa hora, Kazuki e Matsuno correram e correram e não encontraram nada mais do que degraus de escadas infinitas à frente.
Não importava o quanto corressem, eles não conseguiam encontrar um fim para aquelas escadarias. Por conta disso, seus sentimentos internos ficaram uma bagunça inteiramente.
Em um segundo o estudante estava a frente, e no próximo ele não estava mais lá. O mais afetado por saber disso parecia ser Kazuki, que não aguentou e acabou avançando.
— Você… por que você não fez nada!
Kazuki disse com os olhos azuis brilhando em raiva, ao empurrar Matsuno contra a parede com força, deixando seu capacete cair no chão.
Suas mãos estavam pressionando o colete de malhas do ruivo, que apenas olhou diretamente nos olhos de Kazuki, vendo a raiva crescente dentro do homem-fera aumentar aos poucos.
— Está com raiva, agora é? Tente se acalmar, ficar estressado não vai ajudar em nada.
Matsuno disse buscando o máximo de paciência que tinha, mas por dentro estava ainda mais afetado do que Kazuki. A diferença entre os dois era que Matsuno tentava esconder e guardar toda a aflição e angústia que estava a sentir em seu coração, enquanto Kazuki, mesmo sendo tão paciente, se tornava uma confusão quando o assunto envolvia Rei.
Era como se a personalidade de Kazuki desse um giro de 360°, ainda mais quando envolvia a segurança daquele garoto que estava em seu coração.
— “Não vai ajudar em nada”? Como pode dizer isso! Ele estava na sua frente. Você não fez nada.
Kazuki respondeu de volta Matsuno, enquanto pressionava-o com força contra a parede, mas não parecia afetar tanto assim o cavaleiro.
— Não é como se eu pudesse fazer alguma coisa, sabe disso. Estávamos juntos no mesmo degrau, ele desapareceu em um piscar de olhos.
Continua…
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