Capítulo 222 - X.

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A adaga havia atravessado a camada de malha e a camiseta de seda, deixando a região do peito de Matsuno marcada. 

Rei, estava com a expressão realmente tensa, e tirou a malha e a camiseta de seda rapidamente.

— Droga, por que está assim? — ele murmurou, claramente preocupado.

— Hahaha, não precisa se preocupar com isso. — Matsuno tentou aliviar, mas sua voz estava fraca.

— Para de falar! Tá piorando tudo! — Rei respondeu, sem conseguir esconder o estresse que estava sentindo. 

O garoto não conseguia manter o foco, vendo a região do peito de Matsuno tomada por veias verdes e muito sangue escorrendo, evidenciando que a adaga estava de fato envenenada.

Ela estava cravada um pouco acima do peito, tão próxima do coração que, se fosse um pouco mais profunda, teria sido fatal.

Havia perfurado um pouco as costelas, e provavelmente alguns dos ossos tinham sido destruídos. 

O surpreendente mesmo era que mesmo com a dor que deveria estar sentido, o semblante do cavaleiro não tinha mudado muito.

— Você tem noção de que poderia ter morrido se isso tivesse acertado um pouco mais alto? Você está maluco? Por que entrou na frente? Ninguém te pediu para fazer isso!

Rei estava visivelmente irritado. 

Ele não queria carregar essa responsabilidade, não daquele jeito. 

Aquela atitude insana de Matsuno não fazia sentido, e ele não queria ter que se preocupar com mais uma vida daquela forma.

— Você não deveria se cobrar tanto… Cof. Se fui arrogante, tudo isso aconteceu por minha culpa. Eu não queria envolver vocês nisso. Se eu tivesse… Cof… Visto que ele ainda estava vivo, não teria cometido esse erro estúpido.

Matsuno falou com dificuldade, e a única resposta que recebeu foi o silêncio e as sobrancelhas franzidas de Rei, que recusou ouvir mais palavras.

— Eu já disse, para de falar, cara! 

— Não quero mais ouvir isso — acrescentou. 

Rei pressionou a palma da mão contra o peito de Matsuno e focou toda a sua energia no éter da atmosfera ao redor. 

Usando sua habilidade de Tato Divino, ele tentou sentir até onde a profundidade da ferida ia, buscando maneiras de estabilizar a situação.

Todavia, para a surpresa de Rei, a tela do sistema apareceu à sua frente, com uma mensagem em vermelho vibrante.

(Tato Divino)

Não é possível usar no alvo.

Erro.

Rei olhou para a tela sem acreditar, seus olhos estavam tremendo. 

O pouco de calma e esperança que tinha antes se tornou pânico em uma fração de segundos. 

Como assim não podia usar sua habilidade de cura? 

Ele estava confiando nela, era a sua única forma de ajudar em momentos como esse. 

Sem ela, ele não seria… inútil? 

Ele ficou perdido, sentindo o sangue escorrer cada vez mais em suas mãos, parecia não querer parar. 

(Tato Divino)

Não é possível usar no alvo.

Erro.

Ele tentou de novo.

A frustração.

(Tato Divino)

Não é possível usar no alvo.

Erro.

Por que tudo estava dando errado? 

Por que esse maldito sistema não tá funcionando!

Ele tentou usar outras vezes, mas não estava dando resultados. 

Sempre a mesma mensagem de erro.

— Hahaha.

Ele riu de lado, com a expressão abalada. 

— Que merda… Mas por que… Não tá indo… O que… Eu…

Kazuki, que estava ao lado de Rei, parecia ter uma ideia do que estava acontecendo, mas não sabia exatamente o que. 

Ele imaginou que Rei estava tão estressado que simplesmente não conseguia se mover, diante do estado crítico de Matsuno.

Em situações como aquela, era comum ficar paralisado pela pressão, então ele pensou que estava tudo bem. 

Colocou a mão sobre a de Rei, então falou com um timbre de voz calmo: 

— Vamos tirar a adaga primeiro. Se não fizermos nada, isso só vai piorar a condição dele, tudo bem?

Rei, ouvindo as palavras de Kazuki com uma calma inesperada, apenas concordou depois de pensar nisso por um tempo.

O contraste em sua voz fez com que a ansiedade e nervosismo que estava sentindo diminuísse, e pensasse de uma maneira mais racional. 

— Cof… Não precisam fazer isso, estou bem. Olhem a lua, ela está bem bonita hoje. Nunca imaginei que chegaria até aqui sem muito apoio.

Matsuno comentou, observando os dois ao seu lado com aqueles olhos direcionados para a sua figura, que pareciam dizer: “não morra”. 

Bem, ele também não queria. 

Entretanto, pelo menos não tinha arrependimentos.

Era heróico a ideia de morrer depois de salvar alguém, certo?

Enquanto pensava nisso, ele foi interrompido por Rei.

— Para com essa loucura, ninguém vai morrer aqui. Agora, Kazuki!

Rei comentou, e então, com a mão de Kazuki ao lado da sua, ele retirou a adaga cravada no peito de Matsuno.

Quando retirou a adaga rapidamente do peito, começou a sair sangue descontroladamente por toda a região. 

Por estar naquela área por muito tempo, a lâmina estava servindo praticamente como um “curativo”, controlando a hemorragia, mas assim que foi retirada, o sangue começou a fluir rapidamente, ainda mais por ter cortado vasos sanguíneos e lesionado o pulmão, um órgão vital. 

Embora Rei tivesse visto muito sangue e a morte de muitos religiosos, nada parecia ser tão agoniante quanto presenciar aquilo, ainda mais com alguém que estava a poucos minutos conversando alegremente com ele. 

Vendo como estava cerrando os dentes devido à dor intensa, que estava sentindo. 

[Mestre, olhe! Parece que era isso que estava afetando a sua habilidade, veja!]

Elfina comentou no instante em que Rei segurava a adaga que havia retirado do peito de Matsuno.

A adaga era completamente preta, mas havia pontos vermelhos brilhando em sua lateral, quase como se estivessem pulsando como um ser vivo. 

“O que, então…”

Rei não teve tempo de pensar direito sobre o que estava acontecendo e, rapidamente, jogou a adaga para o lado, pressionando a mão no peito do rapaz.

Tentou ativar sua habilidade de Tato Divino novamente, mentalizando a ativação com um pouco mais de esperança.

Tato Divino

O alvo está sendo curado.

Progresso…

4%

O garoto sorriu ao ver que, embora lentamente, sua habilidade estava agora funcionando, e a coloração estava retornando à pele pálida de Matsuno.

Continua…