Índice de Capítulo

                                   


    — Rei, acredito que esteja com fome…

    — Pedi para o cozinheiro preparar o jantar. Por que não vamos até à sala de estar? 

    Após ouvir a pergunta do homem, o garoto apenas assente com a cabeça como forma de resposta. 

    Em seguida, levanta-se subitamente do sofá de modo a caminhar por trás de Kazuki, que está seguindo em direção a sala próxima. 

    Assim que os dois chegam no cômodo, o garoto percebe a iluminação e aspectos do local; lustres de cristal que espalham luminosidade por todo o arredor, que fazem o ambiente ter uma característica clara e organizada. 

    Uma vasta mesa de madeira ornamentada de pedra jade em seu interior, que está localizada bem no meio da sala. Assentos simples, que se complementam com o conjunto da mesa.

    Diversos alimentos estão sobre à sua superfície… Provavelmente haviam sido feitos de forma antecedente pelo cozinheiro. 

    Logo que percebe, Rei, com fome, caminha de forma acelerada em direção à mesa, e sentan em uma das cadeiras próximas. Em seguida, pega uma fatia de torta e a coloca em seu prato de madeira, que está bem à sua frente. 

    ‘’Mas que… Perfeição de torta.’’

    Pensa maravilhado enquanto come, sem se importar com os seus modos e olhares que recebe.

    Kazuki também começa a comer em seguida, após observar animação do garoto.  

    ”Fico feliz que ele esteja gostando da comida.”

    Pensa, com uma expressão de satisfação. 

    — A propósito, o que você é? Você tem… Orelhas na cabeça que parecem com as de um cachorro — indaga, após terminar de ingerir a torta. 

    — Suponho que você talvez nunca tenha visto alguém como eu antes… Faço parte da raça dos homens fera, nós possuímos partes de animais nos nossos corpos. 

    — Existem alguns que podem até mesmo se transformar completamente em feras, e outros como eu, que apenas possuem algumas partes de fera — responde de forma calma e clara, com uma expressão confiante. 

    “Então as raças têm essas características? Imagino como seria a aparência dos demônios e elfos…’’

    Pensa surpreso, após terminar de ouvi-lo.

    Assim que o responde, o nervosismo de Kazuki desacelera, de modo a reparar o que antes não havia; o jovem usa roupas diferentes, incluindo a sua aparência única.

    Intrigado com isso, o questiona: — Suas roupas são bem únicas, de onde você é?

    Surpreso com a pergunta, o garoto apenas inventa uma história. Responde de forma sistemática, e teme as consequências caso diga a verdade sobre a sua real situação.

    — Eu não tenho ideia, quando eu acordei… Estava na floresta verde e não lembrava de nada do que acontecera…

    — … Acredito que eu tenha perdido as minhas memórias — declara com o tom de voz confuso, enquanto faz uma expressão desnorteada em seu rosto. 

    — Entendo…

    — … Então… Você perdeu as memórias, e mesmo assim salvou a minha sobrinha, você tem a minha gratidão eterna — agradece, e sorri de leve.

    — Se você precisar de algo, é só me dizer! Farei de tudo ao meu alcance para te ajudar.

    Assim que Percebe a boa vontade do homem, o estudante se aproveita da situação. 

    — Eu poderia… Morar por aqui durante um tempo? Eu ainda não sei de muitas coisas e preciso de informações para conseguir pensar no que fazer daqui em diante — pergunta, limpando a boca, assim que terminar a refeição. 

    — Pode ficar o tempo que precisar — responde, olhando para o garoto com um semblante de lástima… Que parece dizer; pobre garoto, perdeu suas memórias e está perdido. 

                                   


    Após terminar de comer, uma empregada próxima que está no corredor se apresenta diante de Rei, seu semblante é estoico e respeitoso. A empregada em seguida pede ao garoto para acompanhar-lhe até o quarto em que ficará hospedado. 

    (…)

    Assim que chegam no segundo andar da casa, a moça introduz o cômodo para o estudante, e despede-se, de modo a fazer um pequeno sinal de cortesia.

    Adentrado no quarto, Rei percebe que o cômodo apesar de pequeno tem muitos móveis e objetos que destacam o ambiente. A primeira coisa que consegue observar assim que entra, foi a cama imensa que cobre quase ⅓ de todo aquele espaço. 

    Do lado da cama, há janelas enormes que mostram à vista dos prédios e mercados locais. A lua cheia cobre grande parte do céu noturno. 

    Aproximando-se das janelas, o que chama a sua atenção, de fato, foi a coloração azulada e o vasto céu estrelado, que, com o brilho da lua, dá um contraste esplêndido… Digno de filme. 

    Abre as janelas, de modo a debruçar seus cotovelos sobre a parte de apoio, e coloca suas mãos sobre o rosto, enquanto observa a movimentação das pessoas passando. 

    Construções antigas, uma brisa refrescante e pessoas com roupas estranhas que caminham sem fim pelas ruas… A paisagem à vista era como uma verdadeira cidade da idade média. 

    Tudo isso ainda parece um sonho para o garoto, ele ainda tenta processar toda a realidade que nunca havia sequer imaginado.

    Em seus pensamentos, tudo aquilo poderia ser apenas um sonho. E ele na realidade estivesse em repouso em um hospital. — Era possível, afinal… Sonhos poderiam ser tão vívidos quanto a realidade. 

    Após olhar em volta por alguns minutos, senta-se na cama próxima, e se perde em seus pensamentos, e coloca suas mãos reflexivamente sobre a cabeça. 

    Em suas últimas nebulosas memórias, ele aperta seu estômago despedaçado, e luta para se manter de pé. E, por mais grave que fosse o seu estado, tudo aquilo parecia embaraçoso… Morrer devido a um acidente de carro. 

    “Droga, droga, droga.”

    Se lamenta em pensamentos, ao se dar conta da realidade. 

    “Que dia insano… Nunca andei tanto na minha vida, me perdi, salvei uma menina raptada, conheci um cara bonito que a princípio é tio dela, e acabei vindo parar na casa dele.”

    Pensar em todos os acontecimentos. 

    “Estou me sentindo um bruxo de Harry Potter após usar aquelas habilidades de Telecinese e Esferas negras. Não esperava que as esferas fossem tão destrutivas… A forma que aquelas criaturas morreram, foi brutal.”

    … 

    “Para falar a verdade, nem saberia o que aquelas habilidades fariam se não fosse pela sinopse…”

    Solta um suspiro desanimado, pondera sobre o que fazer de agora em diante… Quando de repente, se lembra de uma habilidade que havia visto em seu sistema. 

    “Já faz um tempo em que estive pensando sobre isso… Mas aquela habilidade de criação… É bem zoada, puta merda.” 

    ‘’hehe…’’

    ‘’…Bora tentar.’’ 

    Pensa, de maneira a deixar escapar um pequeno riso. 

    Ergue sua mão e flexiona os dedos, e fecha os olhos.

    Segue se concentrando, até que uma estranha e calorosa sensação é sentida em seu coração e percorre por todo seu corpo… Não demora para tomar o seu controle. 

    Neste mesmo instante, abre seus olhos e deixando a energia fluir sobre seus braços e mãos, e pronuncia.

    — ●Criação●

    Ao proferir a habilidade, Rei tenta se concentrar e pensar em todas as características do objeto que queria, assim como está descrito em sua sinopse. 

    Segundos depois, uma luz brilhante em suas mãos começa a tomar forma, sua aparência à medida que o tempo passa ganha mais singularidade. 

    ★Sistema★  ❧♥☙  ★Item criado★

    → Barra de chocolate ←

    ⎚Item criado com sucesso⎚

    “Funcionou mesmo!? Eu acabei de criar um fucking chocolate.”

    Ri intensamente de felicidade, após abrir a embalagem e comer o doce. 

    ”Cadê o equilíbrio no sistema de habilidades desse mundo?”

    Pensa rindo baixinho, e coça a parte de trás da cabeça.

                               


    Deitado, fecha seus olhos, e deixa para trás alguns pensamentos desagradáveis. E, num instante, sua consciência se turva e a escuridão cai. 

                                   


    Dormindo debaixo de uma pequena árvore feita de folhas douradas revestida de ouro e pétalas azuis.

    Olha ainda sonolento para uma região afastada, uma zona mais livre… Um bosque. 

    Antes que pudesse olhar mais detalhadamente, a árvore pega fogo e o lança subitamente para longe. 

    Ferido e machucado, tenta se levantar, mas não consegue… Seu coração é revestido de sentimentos de puro caos, a sua raiva começa a transbordar em energia.

    Antes desta força tomar forma física, um homem se aproxima do garoto, e estende-lhe a mão. O garoto toma de bom grado a mão estendida. 

    Esse homem, que até pouco tempo atrás só era possível ver os seus pés… Beija o garoto, assim que o levanta. 

    O beijo foi tão intenso que as ultimas memorias que teve foram…

    “Olhos… Cor rubi…”

                                   


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